sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Atahualpa Yupanqui

Mercedes Sosa era grande admiradora e divulgadora de Atahualpa Yupanqui, que já aqui coloquei algumas vezes, porque bem o merece.
Aqui fica o "duerme negrito"

Mercedes Sosa

Morreu Mercedes Sosa

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

MILLENNIUM


O maior problema quando se acaba o 3º volume do Millennium de Stieg Larsson nem é o ter acabado. A questão é que entrámos num mundo que acaba de repente e parece que desaparece uma família inteira. Pior ainda é saber que o autor tinha previsto dez volumes, mas morreu antes de concluir o quarto.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Do Evangelho do Dia

(Lc 10, 38-42) Naquele tempo, Jesus entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria, que, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: «Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me». O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

MAIS UMA ELEIÇÃO IMPORTANTE

Termina no próximo domingo um dos períodos mais longos e desgastantes de campanhas eleitorais sucessivas a que temos assistido.

De facto, desde a pré-campanha das europeias de 7 de Junho passado que o país não mais teve descanso, com a política a tomar um lugar de relevo em todos os órgãos de comunicação social. Tudo o resto ficou esquecido, incluindo os graves problemas sociais e económicos que estamos a viver.

Para economia de gastos e - fundamentalmente - para benefício do nosso equilíbrio psicológico, mais valia que se tivesse optado por fazer coincidir as datas de pelo menos duas das eleições. Mas, enfim, foi assim que se decidiu, e temos todos que suportar esta pressão que está finalmente prestes a terminar.

As eleições autárquicas do próximo domingo, fruto da intensidade das últimas eleições e do tipo de escolhas a fazer poderão parecer a muitos de segunda categoria. Nada de mais falso: os seus resultados terão um impacto directo da nossa vida. Em primeiro lugar, somos cidadãos, e a cidade é central no nosso exercício político. É nela que vivemos, é ela o ambiente que nos circunscreve e de alguma forma condiciona. Em termos de escala, é igualmente o nosso contacto mais directo com aqueles em que delegamos o poder de tomar decisões por nós. É o nosso primeiro elo com a democracia representativa. Assim, é do nosso interesse directo o exercício do direito de voto na escolha dos nossos autarcas.

As eleições para as autarquias locais têm características próprias. São, normalmente, pouco politizadas do ponto de vista estritamente ideológico. Este facto compreende-se na medida em que a maior parte dos problemas locais tem uma abordagem mais técnica que ideologicamente orientada. Com a excepção dos partidos radicais, que insistem numa abordagem ideológica de toda a realidade e de todos os aspectos da vida e organização da comunidade humana, há um consenso entre os partidos de que as questões locais se resolvem pelo diálogo com as pessoas, implicando uma grande capacidade de negociação. Talvez por isso os executivos municipais incluam representantes das diversas forças concorrentes, em vez de incluírem apenas representantes do partido mais votado.

As escolhas locais prendem-se assim mais com a percepção de quais serão os concorrentes que melhor compreendem a necessidades de todos e cada um, e que melhor lhes darão resposta.

O Dr. Carlos Encarnação tem sabido, como Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, estabelecer uma relação íntima com grande parte dos munícipes, sejam urbanos ou das zonas mais rurais do concelho. Os munícipes sentem que não é pelo facto de se sentirem mais à esquerda ou mais à direita que o seu Presidente da Câmara trata os seus problemas de forma diferente.

Para além de a candidatura do Dr. Encarnação incluir oficialmente vários partidos, no caso o PSD, o CDS e o PPM, as suas listas incluem personalidades que não se revêem normalmente naqueles partidos. Significa isto que a sua candidatura é garantia de que as ambições dos cidadãos de Coimbra serão atendidas tendo em conta os interesses do concelho, isto é, sem o filtro da ideologia política.

No próximo domingo, caro leitor, lembre-se de que é do seu interesse ir votar. Afinal, trata-se da sua cidade, do seu bairro, da sua rua. E, aqui, todos os votos contam.

Publicado no Diário de Coimbra em 5 de Outubro de 2009

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tapar o sol com a peneira

Um dos piores erros dos derrotados é desvalorizar a vitória dos que ganham. É uma espécie de bálsamo para atenuar a frustração da derrota. Vejo por aí muito boa gente a dizer que o PS não ganhou porque perdeu deputados para todos os partidos. Relembro: em democracia ganha quem tem mais votos! O PS é o vencedor destas eleições. O problema é que podia e devia tê-las perdido! E sejamos frontais: tal só não aconteceu porque, com muita pena minha, o PSD foi profundamente incompetente…

Foi incompetente quando não soube aproveitar a dinâmica de vitória criada pelo resultado das eleições europeias;
Foi incompetente quando não apresentou uma verdadeira renovação nas listas de candidatos a deputados;
Foi incompetente quando apresentou um programa dúbio, pouco claro e sem medidas verdadeiramente reformadoras;
Foi incompetente quando não aproveitou o interessante e inovador trabalho realizado pelo Instituto Francisco Sá Carneiro e o Gabinete de Estudos do partido;
Foi incompetente quando assentou a sua estratégia na ideia de que “em Portugal não se ganham eleições, perdem-se”;
Foi incompetente ao desprezar o valor da imagem e energia mediática no Século XXI;
Foi incompetente quando se asfixiou na história da asfixia democrática que nenhum interesse tem para a resolução dos muitos problemas do país;
Enfim, foi um partido sério, mas incompetente nos momentos decisivos…
Tenho estima e admiração por algumas das pessoas que vêm conduzindo o PSD. Penso que Manuela Ferreira Leite foi fundamental para estancar a degradação de recursos humanos que minava o PSD de Menezes. No entanto, o PSD fez muito pouco para ganhar estas eleições. Parecia uma equipa de futebol a jogar para o empate. E, quando se joga para empatar, normalmente perde-se…


publicado por Francisco Proença de Carvalho às 00:25

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O PSD quer ser o quê?

O PSD quer ser o quê? Um partido de poder ou um partido autárquico?

(via Clube das Repúblicas Mortas de Henrique Raposo em 27/09/09)

1. A resposta a esta pergunta foi dada pela própria MFL: o PSD é, neste momento, um partido autárquico, que se preocupa em manter as redes locais de caciques. Mais nada. A declaração de MFL é ainda mais triste por causa disso. No fundo, MFL veio dizer o seguinte: "perdemos as legislativas, mas iremos vencer as autárquicas, logo, estamos bem". Isto, para um partido como o PSD, é dramático. Com este discurso o PSD deixa de ser um partido de poder nacional e passa a ser - oficialmente - uma confederação de caciques.



2. MFL não tem condições para continuar à frente do PSD. As listas foram uma miséria, sobretudo porque desprezou a gente nova. A campanha foi feita sem profissionalismo, e sem qualquer sentido político. MFL tinha muita razão do seu lado. Muita mesmo. Escrevi isso várias vezes. Foi a única com coragem para dizer que "não temos dinheiro", o "endividamento é um sério problema". Mas em política não chega ter razão no papel. É preciso pegar nessa razão e fazer um discurso político que entre na cabeça das pessoas.E MFL sempre desprezou esta parte da democracia. Não chega ter a razão técnica. É preciso falar com as pessoas. Democracia não é uma aula de economia ou de contabilidade.



3. A nova liderança do PSD tem de resolver uma coisa: o PSD é o quê? O PSD representa o quê ideologicamente? O PSD quer ser apenas uma desculpa para a existência de autarcas ou quer ser um partido liberal e reformista, assumindo claramente a defesa da sociedade contra o Estado?

COIMBRA NO SEU MELHOR


Nestes últimos anos Coimbra tem feito um esforço notável de recuperação de atrasos crónicos em áreas tão sensíveis como o saneamento básico em todo o concelho. Em poucos anos o município conquistou um lugar cimeiro entre os concelhos do país com taxas de saneamento mais elevadas, o que se traduz num melhor ambiente e numa subida de qualidade de vida bem perceptível, em especial nas freguesias não urbanas.

Também os parques infantis e geriátricos têm vindo a ser instalados por todo o concelho facilitando a prática de actividade física ao ar livre com qualidade, tão aconselhada por especialistas com vista a uma vida mais saudável.

Como estas áreas muitas vezes desprezadas e esquecidas, muitas outras há em que o município deu passos de gigante nos últimos anos.

O estabelecimento de ligações formais entre o Município e a Fundação Cultural da Universidade de Coimbra é muito mais importante do que um simples protocolo deixa supor. Significa uma parceria única entre os principais actores da Cidade, sepultando rivalidades e uma situação de costas voltadas com séculos, simbolizada na tradicional diferença entre doutores e futricas. É uma alteração cultural que subverte de forma positiva atavismos que não faziam mais sentido nos dias de hoje, mas cujos sinais ainda são por vezes hoje estão patentes.

Há poucos dias, foi iniciado um outro projecto de grande importância para Coimbra, que aqui desejo saudar vivamente.

A Fundação Inês de Castro e a Câmara Municipal de Coimbra deram as mãos para a promoção da edificação de um Centro Interpretativo sobre a primeira dinastia de Portugal e a história de Pedro e Inês.

É a concretização de uma ideia original do Dr. José Miguel Júdice a que tive o gosto de dar publicidade nestas linhas em Abril deste ano, em crónica que terminava com estas palavras: “Um Centro Interpretativo da Primeira Dinastia em Coimbra proporcionaria uma ligação produtiva das pedras dos nossos inúmeros monumentos ao conhecimento já existente e a produzir, e alavancaria fortemente a actividade turística da Cidade”.

Evidentemente que um Município com a dimensão e a importância no contexto nacional como é Coimbra, não pode deixar de dar atenção a todas as áreas de actuação como o urbanismo, as infra-estruturas, a atracção de empresas, o apoio à economia ao empreendedorismo e à criação de emprego, a educação, a situação regional, etc.

Mas suspeito que um presidente de Câmara que ama verdadeiramente Coimbra tem um prazer acrescido em participar e promover acções que, embora possam parecer menos espectaculares, permitem alterar situações velhas e caducas, sendo actor da mudança estratégica da agulha do concelho.

Post scriptum: Daqui a 15 dias farei aqui os meus comentários sobre a campanha que terminou nas eleições de ontem, recordando apenas algo que a Dra. Manuela Ferreira Leite disse na quinta-feira passada: “o povo português sempre demonstrou sempre ter inteligência nas escolhas que faz”.


Publicado no Diário de Coimbra em 28 de Setembro de 2009