Depois disto, Jesus saiu e viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado no posto de cobrança. Disse-lhe: «Segue-me.» E ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-o. Levi ofereceu-lhe, em sua casa, um grande banquete; e encontravam-se com eles, à mesa, grande número de cobradores de impostos e de outras pessoas. Os fariseus e os doutores da Lei murmuravam, dizendo aos discípulos: «Porque comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?» Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes. Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores.»
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
sábado, 20 de fevereiro de 2010
O EVANGELHO DE HOJE
Depois disto, Jesus saiu e viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado no posto de cobrança. Disse-lhe: «Segue-me.» E ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-o. Levi ofereceu-lhe, em sua casa, um grande banquete; e encontravam-se com eles, à mesa, grande número de cobradores de impostos e de outras pessoas. Os fariseus e os doutores da Lei murmuravam, dizendo aos discípulos: «Porque comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?» Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes. Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores.»
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Carnaval a sério
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
CHAVISMO
Esse auto-proclamado farol do socialismo (no caso, adjectivado de bolivariano) que se chama Hugo Chávez continua na sua senda de mostrar ao mundo “novos” caminhos de governação e de comunicação dessa governação.
A fim de garantir que o povo venezuelano conheça permanentemente aquilo que ele pensa e que está a fazer ou a preparar, criou uma nova estação de rádio para transmitir os seus discursos. Quando apresentou essa estação, informou o povo de que às primeiras notas deve prestar atenção, porque Chávez vai falar à nação, nem que tal aconteça às três da manhã!
Esta novidade é apenas a continuação do condicionamento informativo que, de forma obsessiva, Hugo Chávez tem construído para calar as vozes da oposição e obrigar os meios de comunicação social a transmitirem integralmente o que ele diz: assim, vai construindo uma verdade única que, na realidade, mantém grande parte do povo venezuelano na absoluta ignorância do que realmente se passa no seu país.
Foi desta forma que, nos finais do passado mês de Janeiro, a estação de televisão RCTV que operava por cabo foi finalmente fechada. E foi encerrada por motivos legais, que hoje em dia estas coisas não se fazem do pé para a mão: primeiro arranjam-se uns regulamentos, e depois obriga-se a cumprir. No caso concreto, a estação RCTV não cumpriu a obrigação de transmitir todos os discursos presidenciais em directo, na íntegra. Refira-se que esta estação de televisão já só tinha licença para transmitir por cabo, porque há três anos deixou de poder transmitir em sinal aberto por ser declaradamente oposicionista a Chávez. Lembro-me bem de nessa altura vários comentadores e políticos portugueses terem desculpado essa atitude do admirado Chávez argumentando com o tal incumprimento de regras legalmente estabelecidas.
Levando muito a sério o seu papel de continuador do socialismo, Chávez declarou-se finalmente marxista no início do ano. E desde logo proclamou que algumas minudências (certamente muito burguesas, acrescentarei eu) deixaram de fazer sentido na Venezuela, porque apenas enfraquecem o Estado, como logo esclareceu a Presidente do Supremo Tribunal. Entre essas minudências, conta-se a separação dos poderes legislativo, executivo e judicial.
Em conformidade com tudo isto, Chávez ensina agora ao povo que o lucro privado é a estrada de todos os demónios. E o seu partido, o Partido Socialista Unido, prepara-se para acabar com o poder local eleito, substituindo-o por “comunas”.
Claro que, como pano de fundo de tudo isto, avança o desmantelamento de toda a economia venezuelana, com o empobrecimento geral da população. Estamos a falar de um país que está praticamente sobre um lago de petróleo e que, mesmo assim, não consegue manter níveis mínimos de prosperidade.
Chegou-se mesmo, nos últimos dias, a ter que racionar a energia eléctrica de forma radical, ameaçando com penas pesadas quem não cumpra os regulamentos do racionamento. Isto num país que é dos maiores exportadores de energia do mundo.
As consequências dos disparates da governação de Chávez vão ao ponto de se ter visto obrigado a desvalorizar a moeda (bolívar) em cinquenta por cento, embora tenha chamado essa medida de “ajustamento da taxa de câmbio” tentando evitar a ida maciça aos armazéns. Claro que foi mesmo isso que sucedeu de forma instantânea em todas as lojas de aparelhos domésticos importados. Inventou ainda uma coisa esperta, que é uma dupla paridade do bolívar, através da qual determinados produtos de primeira necessidade são importados a uma cotação de 2,6 bolívares dor dólar e os outros produtos a 4,3 bolívares por dólar.
Tudo isto num esforço desesperado de aumentar o valor das exportações, isto é, do petróleo vendido ao exterior que, infelizmente para ele, está hoje em dia a uma cotação muitíssimo abaixo dos valores alcançados na fúria especulativa do início da actual crise internacional.
É por causa deste desgraçado quadro geral que Chávez mantém mão pesada na comunicação social, sabendo bem que no dia em que o povo venezuelano conhecer a situação concreta do país, terá o seu destino traçado - e não será certamente do seu agrado pessoal.
Publicado no Diário de Coimbra em 15 de Fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Evangelho do dia
Descendo com eles, deteve-se num sítio plano, juntamente com numerosos discípulos e uma grande multidão de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sídon, Erguendo os olhos para os discípulos, pôs-se a dizer: «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. Felizes vós, os que agora tendes fome, porque sereis saciados. Felizes vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. Felizes sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos expulsarem, vos insultarem e rejeitarem o vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos e exultai nesse dia, pois a vossa recompensa será grande no Céu. Era precisamente assim que os pais deles tratavam os profetas». «Mas ai de vós, os ricos, porque recebestes a vossa consolação! Ai de vós, os que estais agora fartos, porque haveis de ter fome! Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis! Ai de vós, quando todos disserem bem de vós! Era precisamente assim que os pais deles tratavam os falsos profetas».
sábado, 13 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
A RTP NÃO TEM EMENDA?
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Lição oportuna
Evangelho do Dia
(Mc 7, 1-13) Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. – Na verdade, os fariseus e os judeus em geral só comem depois de lavar cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E seguem muitos outros costumes a que se prenderam por tradição, como lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre –. Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Jesus acrescentou: «Sabeis muito bem desprezar o mandamento de Deus, para observar a vossa tradição. Porque Moisés disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’; e ainda: ‘Quem amaldiçoar o seu pai ou a sua mãe deve morrer’. Mas vós dizeis que se alguém tiver bens para ajudar os seus pais necessitados, mas declarar esses bens como oferta sagrada, nesse caso fica dispensado de ajudar o pai ou a mãe. Deste modo anulais a palavra de Deus com a tradição que transmitis. E fazeis muitas coisas deste género».
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
O TEMPO DOS CONSUMIDORES
Os tempos de crise pronunciada tendem a colocar em questão os princípios “universalmente aceites” anteriores à eclosão da própria crise. Isso só pode ser tido como uma vantagem inerente às próprias crises, que não deve ser desaproveitada.
Foi assim em 1932 após a “grande depressão”, quando se descobriu que as empresas não deveriam ser geridas apenas pelos seus donos, isto é, pelos detentores do seu capital, mas preferencialmente por gestores profissionalizados. Tudo correu muito bem até ao choque petrolífero da década de 70. Nessa década de grandes tormentos financeiros e económicos ao nível mundial, tornou-se comum dizer que o único objectivo das empresas seria a formação de valor para os seus accionistas (shareholders). Era o tempo em que o então presidente da GE Jack Welch declarava que a sua obrigação como CEO consistia apenas em proporcionar o maior lucro possível aos seus accionistas. Bem mais tarde, Welch veio a arrepender-se dessa afirmação, retractando-se publicamente corria já o ano de 2009. Cabe aqui referir que, a partir da década de 80, um novo conceito de “stakeholders” fez o seu caminho (curiosamente muito coincidente com a Doutrina Social da Igreja), visando ligar as empresas ao resto da sociedade, através da consideração da sua envolvente externa tanto a montante como a jusante (fornecedores e clientes), para além do seu interior (trabalhadores e accionistas). São assim acrescentadas dimensões sociais e ambientais à componente estritamente económica das empresas. Esta ideia é, de certo modo, independente da definição crucial do objectivo final do funcionamento das empresas, acompanhando qualquer uma das opções.
Estudos recentes decorrentes da actual crise vêm reorientar as empresas, afirmando que o objectivo essencial das empresas deverá ser a satisfação dos consumidores, para aí devendo ser virados os esforços dos seus gestores. Será essa satisfação que no fim garantirá a qualidade da gestão e a valorização do capital investido pelos seus accionistas. Lembremo-nos que já o guru da Gestão Peter Drucker, recentemente falecido, costumava dizer que o fim principal de qualquer negócio é encontrar clientes e fidelizá-los.
Poderá o leitor perguntar-se por que razão não será possível conciliar a maximização da rentabilidade do capital investido com a satisfação dos clientes. Um trabalho recentemente publicado pelo Prof. Roger Martin na Harvard Business Review demonstra que tal é impossível: ou se procura maximizar uma coisa, ou outra. Infelizmente não há maneira de maximizar duas variáveis em simultâneo. Pode-se, isso sim, maximizar o valor dos accionistas para um determinado patamar de satisfação de clientes, ou então obter a maior satisfação destes, para uma determinada rentabilidade das acções. Aquilo com que não se deve contar é com rentabilidades futuras em função do presente, já que o valor futuro das suas acções não tem nada a ver com as condições do presente.
Posto isto, desenganem-se aqueles que, de cada vez que surge uma das crises cíclicas, se convencem que o socialismo passará a ser alternativa ao capitalismo, isto é, que mais e mais Estado resolverá os problemas do mundo. Isso nunca aconteceu, e por boas razões. Aquilo de que estivemos a falar é de alternativas dentro do capitalismo, pese embora haja envergonhados da palavra, que lhe chamam “economia de mercado”, o que é a mesma coisa. Ainda que essa ideia custe muito a muita gente, a empresa é talvez a maior invenção do homem, sendo a instituição que, com capital e trabalho, proporciona a criação de produtos cujo valor é superior ao da soma das partes que contribuíram para a sua produção, dar trabalho aos colaboradores da empresa sustentando assim as suas famílias e contribuir para o crescimento económico dos países e desenvolvimento humano. Isto para além de ainda dar lucro aos seus accionistas, permitindo-lhes ganhar dinheiro e gerar capitais para investigação, inovação e investimento em novos negócios enquanto ainda gera impostos que permitem ao Estado, melhor ou pior, garantir a subsidiariedade social e o exercício das suas funções próprias.
Publicado no diário de Coimbra em 8 de Fevereiro de 2010