sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Baixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte

Jorge Bento tem razão e desconfio que tinha vontade de dizer ainda mais; esta história das "comunidades intermunicipais" não serve para grande coisa e é um artificialismo. A Região Centro tem que se afirmar e Coimbra também. É urgente. O Turismo será a área em que isso é mais evidente. "Centro" todos o têm; não é nada mais que uma designação, não é marca vendável, por mais que se gaste dinheiro a promovê-la.


Baixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte: “articulação estratégica” para afirmar a regiãoBaixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte “Porque os problemas não têm fronteiras, as respostas também não podem ter”, afirma Jorge Bento, defendendo uma “articulação estratégica” para afirmar a região

A ler com atenção

Portugal nunca esteve tão perto do esquecimento:


Há muito que assistimos a uma governação europeia contra-natura, num afastamento exponencial da nossa essência. A Europa deixou de se erguer sobre alicerces culturais - alicerces que deram origem à nossa sociedade, a uma sociedade democrática de igualdade de direitos -, erguendo-se sobre uma factura económica (de restaurante fast-food!). Hoje, assistimos a uma crise sem precedentes em todo mundo. Uma crise económico-financeira, ou uma crise cultural e de valores? Ou será a primeira consequência da segunda?



Portugal não é excepção à regra. Aliás nunca o foi. Portugal falhou e tem continuamente falhado no apoio às artes. Para além da falta de apoio à grande massa de artistas e à falta de estratégias de promoção e educação das artes, Portugal brinda-nos recentemente com a extinção do Ministério da Cultura - um ligeiro “déjà vu” salazarista -, substituindo-o por uma Secretaria...



Portugal nunca esteve tão perto do esquecimento.



Nesta matéria, a França é um exemplo bastante diferente de Portugal. A sua capital, Paris, cidade mais visitada do mundo, recebendo anualmente mais de 27 milhões de visitantes (quase o dobro da população portuguesa), tem uma projecção mundial sem precedentes. Facto este, que não se deve somente a situar-se no coração da Europa, facilmente ligado a Londres, Bruxelas, Madrid ou Genebra, graças, entre outros, ao TGV, mas porque apostou também na sua maior força de expansão: a sua origem, a cultura.



Aliado à reabilitação e manutenção de edifícios seculares, com uma arquitectura rica e diversificada, um conjunto de museus únicos e uma gastronomia de renome internacional, a França aposta em força na educação e no apoio das artes. Esta diferença de política cultural permite que ostente ainda o lugar de país mais visitado do mundo - gerando uma das mais elevadas receitas no turismo - e seja, consequentemente, um dos oito países mais poderosos do mundo.



Em Portugal, sem um abrigo artístico português, muitos foram aqueles que repetiram a nossa História e lançaram-se à descoberta de novos mundos. Sem apoios e cicatrizados por um Portugal artisticamente castrador, vários artistas decidiram apostar nas suas raízes, na sua cultura, e hastearam "lá fora" a bandeira de Portugal ao mais alto nível. Defenderam e imortalizaram séculos da nossa cultura, tornando-se assim, os Reais Embaixadores de Portugal.



A todos eles, em meu nome, e em nome de todos os portugueses: Muito Obrigado!



[Ricardo Vieira, em Paris, França]

Vergonha

Vergonha:

Num país onde muita gente faz contas à carne que pode comprar, aos medicamentos de que pode (?) prescindir, onde se angustia pelo emprego que se perdeu ou pode vir a perder, os deputados entretêm-se desta maneira. Não faço qualquer distinção entre partidos: a vergonha é igualmente distribuída pelos intervenientes. Desde o irresponsável que fez as declarações ao político que ainda acha que a ocasião é para brincar sobre outras figuras, todos merecem desprezo, pela imensa falta de respeito que demonstram, enclausurados na sua vidinha de corte. Custa-me aderir ao discurso do "eles são uns palhaços", mas há dias em que a tentação é grande demais. E há mesmo dias em que "eles" merecem o nosso desprezo.