segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

COMÉRCIO EM MUDANÇA


A crise do chamado comércio tradicional de rua não é um problema só de Coimbra, nem sequer de Portugal, mas comum a muitas cidades europeias. Se bem que haja razões económicas conjunturais ou mesmo causas locais específicas, um aspecto se sobrepõe a todos os outros, sendo necessário tomar consciência dele, para se poder fazer frente à situação, com eficácia. É hoje claro que há uma mudança generalizada de hábitos de compras. Terá a ver com a utilização mais intensiva do automóvel, com a oferta alternativa dos centros comerciais que dispõem de estacionamento próprio as mais das vezes gratuito e coberto, com o próprio surgimento e grande divulgação das lojas na internet, com o facto de praticamente todas as mulheres trabalharem, comprimindo-se os períodos que as famílias podem dedicar às compras, etc.
Na realidade, não se vê praticamente ninguém que não destaque a necessidade e as vantagens de fazer compras no comércio tradicional instalado nos centros históricos das cidades. Mas, na prática, esse comércio vê-se confinado a ter como clientes os turistas que visitam os centros históricos, bem como as pessoas que trabalham nessas zonas. É raro que os consumidores se desloquem propositadamente a essas zonas para fazer compras, ainda que se digam grandes defensores do comércio tradicional.
Dir-me-ão, com alguma razão, que o fecho das ruas de comércio tradicional ao tráfego automóvel por completo lhes retirou acessibilidade e, em consequência, muitos clientes. E ainda que a autorização de instalação de centros comerciais lhes retirou ainda muitos mais.
Mas, na realidade, foi a evolução extremamente rápida da sociedade e dos modos de vida que mudou tudo, não ficando os hábitos de compra de fora dessa mudança. É isso que é necessário ter em conta nas políticas de recuperação económica dos centros urbanos, fazendo parte da reabilitação urbana, que não é apenas física.
Da parte dos comerciantes, será necessário ir ao encontro dos clientes, não ficando passivamente à espera que passem em frente da loja e entrem. As lojas tradicionais têm que deixar de ser tão “tradicionais” na atitude, promovendo-se na internet, criando apetência pelos seus produtos, praticando preços mais acessíveis que os dos centros comerciais (que têm a desvantagem das rendas caríssimas), estando abertas todos os dias, exibindo qualidade e diferenciação no atendimento e, talvez acima de tudo, oferecendo variedade nos seus produtos que nos centros comerciais estão hoje completamente normalizados; isto inclui a possibilidade de oferecer produtos portugueses de qualidade, tradicionais ou modernos, que tão dificilmente entram no circuito das redes de lojas dos centros comerciais.
As autarquias têm um papel importantíssimo na dinamização do comércio tradicional. Desde logo, facilitando e mesmo promovendo o comércio de rua, não lhe criando dificuldades artificiais e burocráticas. Por exemplo, uma das formas de aumentar o número de habitantes nas zonas centrais é criar condições para que os comerciantes voltem a morar por cima das suas lojas, como acontecia antigamente. Depois, garantindo que é agradável fazer compras nas ruas centrais das cidades; isso significa limpeza cuidada e constante das ruas e segurança permanente e visível. Pode-se acrescentar algo que os centros comerciais praticam, que é uma constante animação de rua, que atraia clientes e faça as crianças puxarem pelos pais para esses locais. Não esquecendo a questão crucial da acessibilidade que tem tanto a ver com o estacionamento dos clientes e moradores como com o facilitar o acesso dos moradores às suas habitações situadas nos centros.
Os tempos estão difíceis para todos, mas é nestas alturas que as lideranças se podem afirmar, verificando aquilo que ao longo dos tempos tem acentuado as dificuldades, percebendo os sinais do futuro que o presente já indica e assumindo que as cidades são para os seus habitantes em cada momento e não qualquer outra coisa.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Se é mais de metade, não sei. Agora que vejo erros de projecto, de construção e de sinalização incríveis, isso vejo.

Mais de metade dos acidentes rodoviários é por culpa dos defeitos das estradas, diz observatório: Mais de metade dos acidentes rodoviários estão relacionados com a construção das estradas, que têm “defeitos gravíssimos” e influenciam negativamente o comportamento dos condutores, alertou nesta quarta-feira o Observatório da Segurança das Estradas e Cidades.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Plasma português continua a ir para o lixo - Sociedade - PUBLICO.PT

Mas continuam a mandar-me cartas a pedir para ir dar sangue.

Plasma português continua a ir para o lixo - Sociedade - PUBLICO.PT

Por cá também deve haver uns tantos membros deste clube. Ele há cada anedota.

http://www.time.com/time/world/article/0,8599,2105053,00.html?artId=2105053?contType=article?chn=world

A China, claro

Governo chinês proíbe companhias aéreas de pagar taxa de carbono à UE: O Governo de Pequim proibiu as companhias aéreas chinesas de pagar a taxa pelas emissões de carbono que emitem, uma medida que entrou em vigor a 1 de Janeiro e que abrange todos os voos de e para os países da União Europeia.

O NOVO CAPITALISMO


Com a venda de parte da REN, confirma-se a tendência anteriormente apontada com a venda total da EDP. O investimento chinês em Portugal exerceu-se através de empresas que no seu país de origem são totalmente detidas pelo Estado.
A actual crise internacional está a mudar todo o funcionamento da economia mundial, não sendo ainda previsível qual o modelo que virá a afirmar-se. É evidente que o capitalismo, ou como alguns gostam mais de lhe chamar o regime de mercado ou mesmo neo-liberalismo, está em crise. Isto não é nenhuma novidade, já que uma das características do capitalismo é precisamente estar sempre em mudança. É aliás essa capacidade de adaptação e de resposta aos mais variados desafios e situações de crise que justificam a sobrevivência do sistema capitalista durante tanto tempo, parecendo até muitas vezes ser a organização económica “natural”.
Paradoxalmente, poucas dezenas de anos após o fim do mito do “socialismo científico” com a implosão do bloco soviético, o capitalismo enfrenta novos e inquietantes desafios, que acompanham a globalização. Enquanto os Estados Unidos e a Europa penam para sair da crise, alguns países incluindo os conhecidos como BRIC (Brasil, Rússia, Índia a China), conhecem crescimentos económicos impressionantes (exceptuando talvez a Rússia que tarda a reencontrar-se consigo própria). Por exemplo, a China cresceu uma média de 9,5% nos últimos trinta anos. Mas esse crescimento, curiosamente, traz dentro de si uma grande contradição que coloca o Ocidente perante uma situação inesperada que, de certo modo, chega a parecer uma vingança da História. De facto, o desenvolvimento económico daqueles países tem sido conseguido com o recurso a grandes empresas estatais, sobretudo na área das infra-estruturas, mas também da energia (ler petróleo), estreitamente sujeitas às orientações políticas dos respectivos governos e protegidas de concorrência interna ou externa. Segundo a revista Economist, 80% do valor do mercado accionista são detidos pelo Estado, enquanto na Rússia esse valor é de 62% e no Brasil de 38%.
É assim que essas empresas têm crescido quase exponencialmente, permitindo enormes encaixes, tornando-se verdadeiros colossos com músculo financeiro para investir em todo o Ocidente incluindo a Europa, ávida de dinheiro pelas enormes dívidas constituídas e défices orçamentais crónicos. Estas empresas estão a tornar-se verdadeiramente globais, comprando, grandes fatias do capital social de empresas no Ocidente espalhando-se em mancha de óleo pela economia ocidental e preparando-se claramente para ter uma palavra a dizer nas opções económicas estratégicas dos países em que vão entrando. Como são empresas intimamente ligadas aos governos dos Estados de origem, estão habituadas a tratar directamente com governos e sabem muito bem como fazer valer os seus interesses associados às participações accionistas detidas.
Trata-se de um novo Capitalismo de Estado, agora já não decorrente de opções comunistas passadas, mas da tradicional organização política e económica daqueles países, com vivências democráticas um pouco afastadas dos cânones ocidentais, ou mesmo sem as terem, de todo. Isto traz novas preocupações para todos nós, mas também novas exigências e necessidade de conhecimentos de estratégia política, quer a nível nacional, quer a nível da União Europeia que tem rapidamente que deixar de olhar para o seu próprio umbigo.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 6 de Fevereiro de 2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O mais longe possível.

A 24 de Junho, a cantora subirá ao palco do Estádio Cidade de Coimbra: Madonna confirmada em Coimbra A 24 de Junho, a cantora subirá ao palco do Estádio Cidade de CoimbraA rainha da “pop” vai actuar em Coimbra no dia 24 de Junho, naquele será mais um grande concerto no Estádio Cidade de Coimbra

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Um bárbaro criminoso de guerra preso para sempre. Este é comunista. Finalmente, cadeia a sério, independentemente de direita ou esquerda.

Prisão perpétua para o Carcereiro Khmer Vermelho Duch: O tribunal especial da ONU que está a julgar os crimes de guerra cometidos pelo movimento Khmer Vermelho no Camboja rejeitou um apelo feito pelo antigo líder destes esquadrões da morte conhecido por Duch - condenado a 35 anos de prisão em Julho de 2010 - e aumentou ainda mais a sua pena, desta feita para prisão perpétua.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

As eleições são uma coisa tramada

As eleições são uma coisa tramada:

Como se não bastasse termos um Presidente da República com dúvidas sobre o seu poder (deve ter flashbacks com 1991), temos também um Bastonário de uma Ordem com a mania que é político. Eu explico devagarinho: para se chegar ao poder executivo, é preciso ser eleito para o Parlamento. Boa? Custa assim tanto entender?