Não concordo que esta seja a definição de Marx de sociedade decente:“De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades”.
Todas as tentativas para construir uma sociedade decente dentro deste princípios acabaram no desastre. Hoje em dia nem é preciso discutir filosofia para chegar a essa conclusão, basta verificar a realidade. Com milhões de mortos a atestá-la.
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
sábado, 24 de setembro de 2016
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
terça-feira, 20 de setembro de 2016
A Senhora Mortágua
O que disse a sra. Mortágua (tal e qual):
Eu posso encontrar medidas que me permitam, através do Estado Social, redistribuir alguma riqueza, posso encontrar medidas que, através do Estado Social, mitigar alguma pobreza, mas eu não vou conseguir acabar com as desigualdades se eu não mexer no sistema que produz as desigualdades.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Uma guerra longa que acaba.
Há guerras que,
mesmo depois de se pensarem terminadas, continuam ainda até que o seu fim
verdadeiro se verifique. Quando se olha para trás muito tempo depois, isso é
fácil de perceber como é o caso da chamada “guerra dos cem anos” que, na
realidade até durou mais de 110 anos e se foi desenvolvendo episodicamente nos
séculos XIV e XV entre a França e a Inglaterra, envolvendo toda a Europa ao
longo dos anos, através dos aliados de um e do outro contendor.
A II Guerra Mundial
teve o seu fim oficial em 2 de Setembro de 1945 com a assinatura da rendição do
Japão a bordo do USS Missouri, com festejos pelo mundo inteiro, no
convencimento de que se tinha finalmente entrado numa era de Paz duradoura.
Não
foi preciso esperar muito tempo para se verificar quão efémera fora essa
satisfação. Logo em Março de 1946 Churchill traduz por palavras o que grande
parte do mundo já concluíra, no seu famoso discurso em que afirmou: “De Stettin
no Báltico até Trieste no Adriático, uma cortina
de ferro desceu sobre o continente”. Stalin tinha aproveitado o avanço dos
exércitos soviéticos sobre a Alemanha através da Europa de Leste, para impor
regimes comunistas em todos os países aí situados.
A constatação de
Churchill significou o reconhecimento do antagonismo entre dois blocos, o
soviético e o ocidental, que rapidamente evoluiu para uma situação que se
designou por “Guerra Fria”, mas que na realidade foi bem mais quente do que a
expressão pode deixar supor. Se os dos países-pólo dessa situação, os EUA e a
União Soviética não entraram directamente em guerra, daí a designação de guerra
fria, os conflitos armados ligados ao confronto entre os dois blocos
verificaram-se um pouco por todo o mundo, desde a Ásia com as guerras na Coreia
e no Vietname, até ao médio-oriente e ao próprio continente americano,
essencialmente na América Central e também na América do Sul, como aconteceu na
Nicarágua, no Peru ou na Argentina.
Até mesmo em Portugal, no chamado PREC a
seguir ao 25 de Abril, por muito pouco não se verificou um conflito desse tipo.
O fim da “guerra fria”
verificou-se em 1991 com a dissolução da URSS e desaparecimento do Pacto de
Varsóvia. Hoje em dia há muito quem seja de opinião que a “guerra fria” foi uma
continuação da II Grande Guerra, tal como esta última, no fundo, teve raízes
directas na deficiente resolução da I Grande Guerra no mal desenhado Tratado de
Versalhes de Junho de 1919.
Mas a “guerra fria”
não terminou completamente em 1991. Um dos conflitos armados nela integrado só
agora acabou, com o cessar-fogo, assinado em 29 de Agosto último na Colômbia
entre o governo e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia),
guerrilha marxista que lutava pela revolução e estabelecimento de um regime
comunista no país. Não se pense que se tratou de um conflito menor. Teve o seu
início em 1964, sendo por isso o conflito armado mais longo das Américas e
provocou mais de 220.000 mortos. O líder do auto-proclamado “Ejercito del
Pueblo” Rodrigo Londoño conhecido por Timochenko manifestou o seu contentamento
com o fim da guerra, afirmando que” não mais pais enterrarão os seus filhos e
as suas filhas por morrerem na guerra”, e muito foram, na verdade.
Olhando para trás,
impressiona como esses conflitos que provocaram tantas mortes e sofrimento
foram basicamente em vão. A guerra do Vietnam é, talvez, o exemplo mais acabado
da inutilidade de uma guerra pavorosa. Durou trinta anos entre 1945 e 1975. Os
primeiros derrotados foram os franceses; poucos anos depois os EUA resolveram
intervir a favor do Vietname do Sul contra o Norte comunista, tendo sofrido uma
derrota humilhante, naquilo que até hoje constitui uma questão traumática na
sociedade americana. Não há números exactos para as baixas deste conflito, mas
no total terão sido mais de 3 milhões de mortos entre militares e civis, dos
quais cerca de 60.000 mortos e desaparecidos e mais de 300.000 feridos americanos.
Hoje em dia, oficialmente o regime político do Vietname unido é comunista, mas
na realidade a economia é capitalista e o país é aberto e visitado por
turistas, incluindo muitos americanos que lá combateram.
Embora se possa
considerar que este conjunto de conflitos armados localizados nos “quintais”
das superpotências e espalhados um pouco por todo o mundo possa ter sido o
preço a pagar para evitar uma guerra directa entre a URSS e os EUA que seria um
desastre planetário, não deixa de ter sido uma desgraça humanitária para os
países envolvidos. E, vê-se hoje, poderia e deveria ter sido evitado por ambas
as potências quanto mais não fosse, pela sua completa inutilidade histórica.
domingo, 18 de setembro de 2016
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Subscrever:
Mensagens (Atom)