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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
Isto é só um primeiro-ministro a falar.
Isto é só um primeiro-ministro a a falar. Mas não há problema. Daqui a uns tempos teremos outro. Que, pelo menos, será capaz de falar.
"Não quer dizer que o pinhal não vá ser pinhal. O pinhal vai ser pinhal e só é pinhal se tiver pinheiro. Mas, para nós termos um bom pinhal e um bom pinheiro que seja, também ele, resistente ao fogo, é preciso que este pinhal não seja só de pinheiro e tenha a boa composição e o bom ordenamento que ajude à sua resistência".
António Costa, 22 de Janeiro de 2018.
"Não quer dizer que o pinhal não vá ser pinhal. O pinhal vai ser pinhal e só é pinhal se tiver pinheiro. Mas, para nós termos um bom pinhal e um bom pinheiro que seja, também ele, resistente ao fogo, é preciso que este pinhal não seja só de pinheiro e tenha a boa composição e o bom ordenamento que ajude à sua resistência".
António Costa, 22 de Janeiro de 2018.
segunda-feira, 22 de janeiro de 2018
Qual o papel do PSD no país?
Na sequência dos resultados das últimas eleições
autárquicas, Pedro Passos Coelho decidiu retirar-se da liderança do PSD, dando
espaço de afirmação política aos que, dentro do partido, sempre criticaram o
seu exercício de poder, designadamente como Primeiro-Ministro executante do
programa da Troika. Não será aqui que vou fazer uma análise desse trabalho, mas
não se pode deixar de assinalar que, tendo recebido um país à beira da
falência, com um duríssimo plano para cumprir e um défice superior a 11%,
deixou o governo em 2015 com a economia já a crescer, o desemprego a diminuir
acentuadamente e o défice nos 3%. Não foi coisa pouca o que os portugueses
conseguiram nesses anos, com um governo que, embora tendo cometido erros e
alguns deles graves, não perdeu de vista o essencial e foi exigente consigo
próprio tendo como objectivo tirar o país do buraco em que o anterior governo o
tinha metido.
Os analistas políticos dizem que, com os
resultados das eleições do fim de 2015 se iniciou um novo ciclo político e é
difícil não lhes dar razão. Desde logo, porque Portugal teve uma saída limpa do
programa de ajustamento da Troika e, logo de seguida, saiu do “procedimento por
défice excessivo”. Por outro lado, porque o Partido Socialista, embora tendo
perdido as eleições, trouxe a extrema-esquerda do PCP e do BE para a área do
poder, ao constituir governo com o apoio parlamentar daqueles partidos.
As próximas eleições legislativas serão no fim do
próximo ano, portanto daqui a pouco mais de 20 meses. Até lá, o PSD com a nova
liderança de Rui Rio terá muito trabalho de afirmação pela frente.
A nossa democracia não começou ontem; na realidade começou em 1976 com a Constituição,
havendo já 41 anos de experiência de vida partidária, que deve ser olhada como
um contínuo que se prolongará no futuro. O PSD, como os outros partidos, deve
olhar para a sua própria História, afastando veleidades de ressurgimento
completo a cada nova liderança e de negação do seu passado, com o que teve de mau,
mas também de bom para o país. Em primeiro lugar, deve reconhecer quando, com
quem e em que circunstâncias é que o povo português lhe entregou a
responsabilidade de governar. Por duas vezes foi Governo, sempre com a
companhia do CDS, não por afirmação própria evidente, mas por castigo eleitoral
dos governos anteriores: foram os casos de Durão Barroso em 2001, após Guterres
ter abandonado o barco por sua vontade de forma algo surpreendente e em 2011
quando Passos Coelho assumiu o Governo com a tarefa de governar em situação de
soberania prejudicada após o descalabro das contas públicas de Sócrates.
Para além destas, houve no entanto duas situações em que o PSD venceu as
eleições pela sua própria afirmação política.
A primeira delas foi em 1979, quando Sá Carneiro resolveu quebrar todo o
establishment político da altura e avançou para a Aliança Democrática de forma
decidida e muito afirmativa, contra todas as esquerdas, a política e a militar.
A plataforma política que criou com o apoio e mesmo cumplicidade política de
Amaro da Costa e Ribeiro Teles, para além dos Reformadores, propôs todo um
caminho de rejeição dos esquerdismos e terceiro-mundismos preponderantes desde
o 11 de Março de 1975, para um desenvolvimento político e económico sem
tibiezas ao lado das democracias ocidentais e da então Comunidade Europeia.
No
ano seguinte, Sá Carneiro acabou morto em Camarate, vítima de um desastre de
avião provocado precisamente pelos interesses afrontados pelo seu Governo. A segunda
foi em 1987, com a conquista da primeira maioria absoluta do PSD sozinho com
Cavaco Silva, a que se seguiu ainda outra em 1991. Nessas eleições Cavaco Silva
federou todas as direitas, com um discurso desenvolvimentista e criador de
esperança num futuro diferente e melhor, essencialmente para as classes médias,
reduzindo o PS a uma ínfima dimensão.
Provavelmente, nos dias de hoje nem nas esquerdas, a começar pelo PS, nem
no próprio PSD será de bom tom recordar a História, mas ela é a que é e não a
que os actuais políticos gostariam que tivesse sido, nem mesmo a versão que
dela tentam passar aos eleitorados de hoje que não viveram aqueles dias. A
realidade é que o PSD só obteve os favores do eleitorado quando se apresentou
com uma atitude frontal, com programas políticos claros e de corte com as
situações existentes. Nunca o PSD ganhou a pensar pequenino, tentando
afirmar-se num qualquer centro existente apenas na cabeça de quem não consegue
pensar em grande de forma afirmativa e antes se satisfaz com jogos de espelhos
para o eleitorado em função de retirar este ou aquele do poder “vendendo a alma
ao diabo”.
Pensar em grande é perceber que a classe média em Portugal quase
desapareceu transformada numa função pública cada vez mais dependente das
políticas governamentais de distribuição de migalhas. É querer cortar com um
empobrecimento e quebra de competitividade contínuos. É recusar um permanente
caminhar em cima do arame, no risco de cair num novo resgate financeiro que
seria o quarto desde o 25 de Abril.
É simplesmente isto que penso se dever exigir que
a nova liderança do PSD faça, no que estou convencido será o desejo da maioria
dos portugueses. Assim haja vontade e coragem para agir ou uma liderança,
qualquer que ela seja, não servirá para nada.
sábado, 20 de janeiro de 2018
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
Forças centrífugas aceleram na Europa
Quando o Governo espanhol decidiu convocar novas
eleições regionais na Catalunha, na sequência da estranha “declaração” de
independência no parlamento regional catalão de 10 de Outubro logo suspensa
pelos próprios, pareceu-me ser uma saída arriscada para a situação criada que, eventualmente,
mais não faria do que ganhar tempo para se tentar construir uma nova solução.
Isto, porque Mariano Rajoy ficaria refém dos resultados eleitorais de 21 de
Dezembro, sendo bem possível que essas eleições não correspondessem aos desejos
de Madrid.
Foi o que acabou por se verificar. Nestas
eleições regionais votaram 83% dos cinco milhões e meio de eleitores, que
distribuíram os seus votos pelos vários partidos. O mais votado, com 25%, foi o
“Ciudadanos” que obteve 36 lugares, mas à custa de uma queda acentuada do PP,
que apenas elegeu 4 deputados. Como o PS também ficou longe do que esperava,
elegendo 17 deputados e o Podemos obteve 8 lugares, os partidos defensores da
secessão de Espanha obtiveram um total de 70 lugares, o que lhes garante de
novo a maioria no parlamento regional de 135 deputados. Os resultados mostram
ainda que a vontade independentista é mais forte nas zonas interiores da
Catalunha, enquanto perde na faixa litoral de Tarragona e zona metropolitana de
Barcelona. Como o sistema eleitoral favorece os votos do interior, um número de
votos maioritariamente favorável à continuidade espanhola traduziu-se num
número superior de deputados independentistas, o que causa desconforto a ambos
os lados.
Parece evidente que os principais partidos terão
agora que encontrar uma plataforma de entendimento para uma revisão da
Constituição de Espanha de 1978, sendo certo que uma decisão tão séria como uma
secessão de uma região exigirá sempre uma maioria qualificada de votos e não
uma maioria simples.
A questão da Catalunha não é a única manifestação
das forças centrífugas que começaram a fazer-se sentir na Europa. O Brexit
continua a provocar tensões cada vez maiores, à medida que as negociações entre
o Reino Unido e a União Europeia vão revelando as fragilidades da posição dos
ingleses, surgindo cada vez mais vozes a pedir um novo referendo. Um dos
grandes trunfos da economia britânica tem sido, desde há dezenas de anos, o
poder da City, isto é, do centro financeiro de Londres. Essa vantagem está
claramente em vias de se esfumar perante a saída da União Europeia, com a
deslocalização dos gigantes financeiros, de seguros e serviços para as praças
continentais, com Paris e Frankfurt à cabeça. Por outro lado, a instalação de
alfandegas nas fronteiras históricas de Dover/Calais irá traduzir-se num
sobrecusto em tempo, quando não de custos directos, na circulação de veículos
pesados de transportes penalizando fortemente as empresas britânicas. E, tudo
isto, a acrescentar à consciencialização de que os argumentos contra a
imigração e contra a globalização são na realidade falsos e se vão traduzir em menor
eficiência económica, menor estado social e turbulência política que pode levar
a entregar o poder político a Jeremy Corbyn como castigo aos disparates dos
conservadores Cameron e May.
O alargamento da União Europeia a Leste, na
sequência do fim da Guerra Fria, deslocou o seu centro geográfico para a
Alemanha, colocando-a numa posição charneira também a nível político e
económico, mas teve ainda outras consequências. Os países do antigo pacto de
Varsóvia viveram dezenas de anos sob regimes comunistas que só se sustentavam
pela força das armas e de polícias políticas que controlavam os cidadãos de uma
forma brutal. Isso teve consequências sociais e políticas naquelas sociedades
que hoje, depois da estabilização democrática, surgem à superfície de uma forma
cada vez mais evidente.
O novo Primeiro-Ministro checo é Andrej Babis, um
multimilionário com algumas características populistas que defende a saída dos
imigrantes árabes e se manifesta contrário ao aprofundamento da integração
europeia defendida por Macron. Na Hungria, Viktor Orban manifesta uma actuação
política que ameaça a independência do poder judicial e é mesmo acusado de
perseguir opositores políticos. No seu país é, no entanto, bastante popular e é
provável que seja reeleito nas eleições deste ano. Na Polónia, a influência do
líder do partido Lei e Justiça é muito forte, com críticas à política
integracionista de Ângela Merkel e exigências de devolução de poderes
comunitários ao seu país, um pouco à maneira dos brexiters ingleses, atacando a
independência do poder judicial e estando em permanente conflito com as
instituições comunitárias.
As forças centrífugas que podem destruir a Europa
começaram a rodar com força e parece estarem a acelerar, com cada vez mais
governantes populistas a tomarem o poder, por uma razão simples: é que são
populares.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
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