Boas vindas à Primavera que chega hoje às 16:15. É o ponto vernal em que a eclíptica passa para o lado de cima do equador e os dias passam a ser maiores que as noites. E tudo renasce na natureza, sem que o Homem, neste caso, possa estragar.
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
terça-feira, 20 de março de 2018
Sarkozy detido
Em França, o ex-Presidente Nicolas Sarkozy foi detido hoje suspeito de financiamentos ilegais na sua campanha de 2007. É assim. A justiça pode demorar, mesmo em França, não é só cá. O seu tempo não é o tempo das legislaturas ou mesmo dos jornais. Ao que parece, não há escandaleiras por ser ex-Presidente, nem pelo tempo que passou. Ao contrário do que se passou (e passa) por cá com o ex-primeiro Ministro Sócrates, que mais parece um vidrinho em que não se pode tocar e logo ele que se considera a si mesmo como um animal feroz.
segunda-feira, 19 de março de 2018
EUROPA: CAMINHOS INCERTOS
Ao fim de seis meses, Ângela Merkel conseguiu
finalmente responder ao Presidente do Parlamento alemão Wolfgang
Schäuble: “Sim Sr. Presidente, aceito o resultado da votação”, à
tradicional pergunta deste sobre se aceitava a votação parlamentar que, por
pequena margem, tinha aprovado a proposta do novo Governo alemão. Desde as
eleições de Setembro último que o anterior governo alemão presidido por Ângela
Merkel se mantinha em funções, enquanto as negociações para a formação de um
novo decorriam de forma dura entre os dois principais partidos, a CDU que em
conjunto com a CSU da Baviera tinha obtido 33% contra os 41,5% de quatro anos
antes e o SPD que desceu de 25,7% para 20,5%. A queda dos dois partidos foi
notória, tendo tido consequências mais sérias no SPD que, depois de diversas
peripécias, substituiu o seu líder Martin Schultz por Andrea Nahles que é a
primeira mulher a liderar o partido nos seus 154 anos de história. A aceitação
por Schultz do posto de ministro dos Negócios Estrangeiros em troca de um
acordo, quando na campanha tinha afirmado que nunca pertenceria a um governo
liderado por Merkel foi-lhe fatal, já que os sociais-democratas não lhe
perdoaram a atitude entendida como traição ao partido. A formação de uma nova
grande coligação foi, assim, tremendamente difícil, tendo Merkel ficado à mercê
da aprovação dos 646.000 membros do SPD. A votação de 13% conseguida pelo AfD
que, tendo surgido há apenas 4 anos é o primeiro partido de extrema-direita a
conseguir eleger deputados para o parlamento alemão desde os anos 50, era o
sinal mais evidente do pano de fundo que, em conjunto com as quedas da CDU e do
SPD, marca um cansaço do eleitorado alemão com as políticas dos últimos anos e,
em particular, com a política de Merkel de acolhimento dos muitos milhares de
refugiados de África e do Médio-Oriente. Ângela Merkel teve que aceitar ser
Chanceler de um Governo que tem 6 ministros do SPD (com as pastas cruciais dos
Estrangeiros, Finanças, Famílias, Trabalho e Assuntos Sociais, Ambiente e
Justiça), 5 ministros da CDU e 3 ministros da CSU. Notoriamente, Ângela Merkel
surge como uma pálida imagem da que era tida como a mulher mais importante da
Europa e mesmo do Mundo.
Em Itália, os resultados das eleições do passado dia 4 de Março foram largamente
inconclusivos. Do lado do Centro-Direita que elegeu 264 representantes para a
Câmara de Deputados, a Liga do Norte de Matteo Salvini com 122 deputados surgiu como maioritária, relegando a Força Itália de
Silvio Berlusconi para um lugar que lhe retira capacidade de decisão sobre a
política italiana. No que respeita ao Centro-Esquerda, a eleição de apenas 113
deputados constituiu uma derrota desastrosa, principalmente para o Partido
Democrático do ex Primeiro-Ministro Matteo Renzi que contou 104 deputados, o que provocou de
imediato a renúncia do seu líder partidário. O Partido Democrático agregou
ex-comunistas e ex-democratas cristãos progressistas, depois da hecatombe
judicial que levou a estrutura política italiana do pós-guerra e coube-lhe a
liderança dos três últimos governos italianos.
A surpresa veio do Movimento 5 Estrelas, fundado em 2009 pelo comediante
Peppe Grilo e que surgiu liderado por Luigi di Maio que tem apenas 31 anos de
idade. Só por si, o Movimento Cinco Estrelas conseguiu 227 lugares na Câmara de
Deputados tendo-se convertido em partido charneira na política italiana, dele
dependendo a futura solução governativa. Esta solução não será fácil de
encontrar. O Partido Democrata tem afirmado recusar-se a ter negociações quer
com o Movimento Cinco Estrelas, quer com a direita, preferindo ir para a
oposição. Já o Movimento 5 Estrelas, afirma que a distinção esquerda/direita
não faz hoje qualquer sentido, preferindo soluções pragmáticas para os
problemas políticos à esquerda ou à direita, mas os seus votantes estarão mais
próximos do Partido Democrata do que da Liga do Norte.
Há uma conclusão comum a tirar destas duas eleições que consiste em a União
Europeia aparecer mal vista pelos eleitores destes dois países, mas
principalmente pelos italianos que são dos europeus com mais reservas quanto à
União. Trata-se de duas das maiores economias europeias que, curiosamente,
funcionam com larga independência do poder político, havendo mesmo quem diga,
quanto à italiana, que funciona apesar do Governo.
Fora da União Europeia, Putin vai assumir sem surpresa o seu quarto mandato
presidencial da Federação Russa após a sua primeira eleição em 2000, para além
de ter assumido o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012. Ao notório carácter
imperialista do Kremlin sob Putin que tem provocado atritos nas suas fronteiras
a Ocidente, veio agora juntar-se a crise provocada pelos atentados a cidadãos
russos em território do Reino Unido através da utilização de armas químicas que
também afectaram cidadãos britânicos. Tratou-se de uma acção sem precedentes em
território britânico, contando mesmo com a Guerra Fria. Embora o Reino Unido
esteja de saída da União Europeia, numa questão deste tipo a Europa deve
manter-se unida e, de facto, quer a Alemanha quer a França já se colocaram
decididamente ao lado do Reino Unido. Espera-se que, perante todo este quadro,
que se reveste cada vez mais de maior complexidade e perigosidade, os
dirigentes nacionais europeus sejam capazes de estar à altura da situação já
que, de uma Comissão Europeia chefiada por Juncker, não será de esperar grande
coisa.
quinta-feira, 15 de março de 2018
quarta-feira, 14 de março de 2018
Stephen Hawking
Morreu o cientista que escreveu um dos livros sobre ciência mais interessantes que me foi dado ler: Uma Breve História do Tempo. Aqui, finalmente, percebi mais ou menos algumas consequências da Teoria da Relatividade de Einstein. E ainda que as três dimensões de que todos nos apercebemos escondem uma realidade curva muito estranha e muito mais interessante. Obrigado, Stephen Hawking.
Catedratices
Se bem me lembro, aqui há uns anos Mário Soares foi prof. Catedrático convidado da Universidade de Coimbra. Ou estou enganado?
terça-feira, 13 de março de 2018
Subscrever:
Mensagens (Atom)