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quarta-feira, 15 de agosto de 2018
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Desgraçada CP
Faltam comboios. São retiradas composições de umas linhas para suprir falhas noutras. As avarias são constantes, tal como o são o desmazelo e a falta de limpeza. Composições sem ar condicionado a circular entre Lisboa e Évora, para espanto dos turistas, já que os indígenas não se espantam e aceitam tudo.
Sabe-se que o governo anterior tinha preparado a compra de 35 comboios para 2016, coisa que o actual governo desfez.
Entretanto, no próximo ano, começa a liberalização da exploração dos caminhos de ferro na Europa. Quem vai continuar a querer andar nesta CP?
Acordem, portugueses.
Sabe-se que o governo anterior tinha preparado a compra de 35 comboios para 2016, coisa que o actual governo desfez.
Entretanto, no próximo ano, começa a liberalização da exploração dos caminhos de ferro na Europa. Quem vai continuar a querer andar nesta CP?
Acordem, portugueses.
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
De como o diabo sempre cá esteve, ou o rei vai nu.
Aquando da
formação do actual governo, o anterior primeiro-ministro Passos Coelho referiu
que, com o novo governo PS apoiado pelo PCP e pelo BE, o diabo viria aí de
novo. Todos entendemos que se referia à necessidade de nova intervenção no
país, que surgiria na consequência de novo incumprimento dos compromissos
internacionais – défice e dívida pública- que seria consequência da aplicação
dos programas eleitorais dos partidos apoiantes do governo.
Tal não aconteceu,
e o ex- primeiro ministro muitas vezes teve que engolir as suas palavras, porque
os três partidos se “esqueceram” dos seus compromissos eleitorais e o Governo
conseguiu sossegar as instâncias da União Europeia, através do cumprimento das
regras de diminuição do défice público.
Contudo, ao fim de
três anos, percebe-se finalmente como é que o tão falado “milagre português”
foi conseguido.
Muitos sinais
foram dando conta do que se estava a passar, mas como os habituais agentes de
contestação aos governos se calaram, o quadro geral foi ficando de difícil
leitura para o cidadão comum. Contudo, chega um momento em que o estado das
coisas se altera de tal maneira que já não é mais possível escondê-lo e basta
pegar em algumas das áreas da governação para o provar.
O que se passa na
CP, por exemplo, é de tal forma grave que se imagina não estarmos num país
europeu do século XXI. A circulação de composições Alfa e Intercidades sem ar
condicionado que obrigou passageiros a desistir das viagens e sair na primeira
paragem para fazerem o resto dos percursos de táxi a suas expensas por o calor
ser insuportável, foi um sinal claro de que algo vai muito mal. A anulação de
carreiras com as desculpas mais estapafúrdias e os sistemáticos atrasos
completam o cenário. A realidade é que os Caminhos de Ferro Portugueses sofrem
de novo de cativações que, este ano, são de uns cem milhões de euros, para além
de há três anos não receberem do Governo as indemnizações compensatórias
decorrentes do serviço público. A CP não tem condições financeiras para renovar
a frota e nem sequer para a manutenção da actual.
A situação real no
INEM e no 112 veio também à superfície e não é bonita de se ver. Começa a haver
chamadas para o 112 que ficam sem respostas, como por exemplo sucedeu no
incêndio de Monchique em que tal sucedeu a umas 170 chamadas. Há turnos com menos
de metade do pessoal que normalmente atende as chamadas, havendo igualmente
atrasos inaceitáveis na resposta do INEM.
Relativamente ao
Serviço Nacional de Saúde toda a gente já se apercebeu do que se passa. Como
resultado, quem é rico foge do SNS e vai para o privado na sequência, aliás, do
que já fazem os funcionários públicos através da ADSE; o SNS é cada vez mais um
serviço para pobres, com condições de trabalho dificílimas para quem lá
trabalha e uma gritante falta de meios técnicos com equipamentos por substituir
ou mesmo por reparar.
Se em 2017 o
investimento público foi o mais baixo em quatro décadas, no corrente ano o seu
grau de execução do primeiro semestre foi de 24,5%, quando o previsto era de 49,3%.
Aqui reside, ainda, outra causa do que se passa na CP, já que o ministro das
Infraestruturas bem pode anunciar obras, que o grau de execução da
Infraestruturas de Portugal (estradas e caminhos de ferro) vai apenas nos
12,8%.
Por alguma razão a
tão criticada emigração, que anteriormente originava sistemáticas acusações,
teve em 2017, apesar da queda do desemprego e crescimento económico, um aumento
de 4,6%, sendo mesmo superior em valor absoluto à emigração de 2015, por
exemplo, no que respeita aos países para os quais há essas estatísticas.
Isto é, como não há
sol na eira e chuva no nabal, o cumprimento do défice, em simultâneo com o
eleitoralismo das “reversões” imediatas, tem como reverso a falência do Estado
nas suas mais variadas funções. E aqui está como não foi necessário vir o diabo
de fora. Ele esteve sempre cá dentro a ser alimentado, escondido durante uns
tempos, mas começando agora a mostrar as garras, com o inferno de desgraças que
carrega.
Monchique: "um sucesso"
1. Em Monchique não houve mortos, ao contrário do ano passado. Em Monchique ardeu demais, tal como no ano passado nas Beiras.
2. Em Monchique viu-se a GNR em força a tirar os habitantes das casas para os proteger das chamas, e muito bem. Ao contrário do que aconteceu no ano passado nas Beiras. Significa que, nesta matéria, se aprendeu muito e se agiu de acordo com os ensinamentos.
3. Em Monchique arderam mais de 27.000 hectares, no que foi o maior incêndio do ano em toda a Europa, incluindo os famosos incêndios da Suécia e da Grécia. Exactamente nos mesmos locais onde se viam GNRs a retirar pessoas, não se viam bombeiros, apesar de andarem por lá mais de 1.200. As queixas das populações sobre a ineficácia do combate ao incêndio e sobre a falta de apoio dos bombeiros são generalizadas. Toda a gente percebeu que o sistema de combate aos incêndios não evoluiu desde o ano passado e ANPC "sucks", para não dizer que é aquilo que em português tem um nome começado por m e cinco letras.
4. Vir o Governo argumentar que um incêndio com 27.000 ha de área ardida, apara além de dezenas de habitações é uma excepção a tudo o que correu bem é um insulto aos algarvios de Monchique e não só.
5. Fazer uma festa porque não morreu ninguém só mostra uma alarvidade sem limites, falta de respeito pelos que morreram no ano passado e uma consciência muito pesada pelo que que aconteceu nas Beiras em 2017. Tentar contrapor as casas ardidas e propriedades ardidas à inexistência de mortos, por uma coisa ser preferível a outra é misturar alhos com bugalhos e chamar estúpidas às pessoas. Os bombeiros não andavam a retirar pessoas das casas e os GNR não andavam a combater o incêndio. São coisas diferentes.
6. Faço votos que este ano não haja mais nenhum incêndio forte, porque a cambada de incompetentes e ineptos nomeados politicamente para a ANPC com aquele general reformado com colete a dizer "presidente" nas costas à cabeça é a mesma do ano passado e só a GNR a salvou de em Monchique não ter havido mortes. Isso e a sorte, que também dá sempre jeito alguma.
2. Em Monchique viu-se a GNR em força a tirar os habitantes das casas para os proteger das chamas, e muito bem. Ao contrário do que aconteceu no ano passado nas Beiras. Significa que, nesta matéria, se aprendeu muito e se agiu de acordo com os ensinamentos.
3. Em Monchique arderam mais de 27.000 hectares, no que foi o maior incêndio do ano em toda a Europa, incluindo os famosos incêndios da Suécia e da Grécia. Exactamente nos mesmos locais onde se viam GNRs a retirar pessoas, não se viam bombeiros, apesar de andarem por lá mais de 1.200. As queixas das populações sobre a ineficácia do combate ao incêndio e sobre a falta de apoio dos bombeiros são generalizadas. Toda a gente percebeu que o sistema de combate aos incêndios não evoluiu desde o ano passado e ANPC "sucks", para não dizer que é aquilo que em português tem um nome começado por m e cinco letras.
4. Vir o Governo argumentar que um incêndio com 27.000 ha de área ardida, apara além de dezenas de habitações é uma excepção a tudo o que correu bem é um insulto aos algarvios de Monchique e não só.
5. Fazer uma festa porque não morreu ninguém só mostra uma alarvidade sem limites, falta de respeito pelos que morreram no ano passado e uma consciência muito pesada pelo que que aconteceu nas Beiras em 2017. Tentar contrapor as casas ardidas e propriedades ardidas à inexistência de mortos, por uma coisa ser preferível a outra é misturar alhos com bugalhos e chamar estúpidas às pessoas. Os bombeiros não andavam a retirar pessoas das casas e os GNR não andavam a combater o incêndio. São coisas diferentes.
6. Faço votos que este ano não haja mais nenhum incêndio forte, porque a cambada de incompetentes e ineptos nomeados politicamente para a ANPC com aquele general reformado com colete a dizer "presidente" nas costas à cabeça é a mesma do ano passado e só a GNR a salvou de em Monchique não ter havido mortes. Isso e a sorte, que também dá sempre jeito alguma.
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
Políticos espertalhões fazem milhões
Não vou escrever
sobre o caso da actualidade que veio desmascarar um político português e de
seguida toda a direcção do seu partido ao tentar defender o indefensável que
estava à vista de toda a gente, porque ainda vai dar pano para muitas mangas.
Até porque permanecem dúvidas sobre a utilização de “informação privilegiada”
na aquisição, para além de eventuais favores no financiamento e no
licenciamento das obras.
O caso português
resultou num lucro de uns 4 ou 5 milhões de euros, mas noutras paragens há
políticos a conseguirem vantagens financeiras, nos mercados, em montantes de
centenas ou milhares de vezes aquele valor. O Reino Unido continua a passar por
dificuldades tremendas decorrentes do resultado do referendo de Junho de 2016
em que os eleitores escolheram abandonar a União Europeia. Parece mesmo que os
responsáveis políticos só agora tomam verdadeiramente consciência dos problemas
que enfrentam e ainda mais dos que os esperam no futuro que já está muito
próximo.
Mas nem todos os
políticos estão preocupados, já que muitos defenderam precisamente a saída da EU
e continuam a defendê-la, custe o que custar. São políticos populistas como
Nigel Farage que, basicamente, apelaram aos sentimentos nacionalistas de
segmentos de população mais idosos e menos urbanos acenando-lhes com o
encerramento de portas à imigração e com poupanças no financiamento da União
Europeia. Mas, na realidade, o “custe o que custar” que acima escrevi aplica-se
aos britânicos comuns e não aos próprios políticos, com Farage à cabeça.
Soube-se, através
de uma investigação da Bloomberg, que na própria noite de 23 de Junho de 2016,
se fizeram fortunas gigantescas jogando com o valor da Libra e com o
conhecimento secreto (porque não público) de sondagens feitas nos dias
imediatamente anteriores. Foi assim que, após o encerramento das urnas, o
próprio Nigel Farage e o representante de uma das principais empresas de sondagens
britânicas, a YouGov, foram às televisões anunciar que o referendo tinha sido ganho
pelos defensores da manutenção do Reino Unido na União Europeia. Contudo, quer
a empresa de sondagens, quer Nigel Farage tinham conhecimento, há vários dias,
de que o resultado do referendo ditaria, com grandes probabilidades, a vitória
do Brexit. No prazo de poucas horas, quando o resultado final por todos tido
como surpreendente, começou a formar-se, o valor da Libra viria a cair a pique,
quando no início da noite até tinha subido Os que tinham conhecimento prévio do
que iria acontecer tiveram uma janela temporal de algumas horas para fazer
negócios no “short selling” em contramão com as notícias que surgiram logo após
o fecho das urnas. As mais-valias foram gigantescas e as declarações nada
inocentes de Nigel Farage foram valiosíssimas para que tal tenha sucedido.
Segundo a
Bloomberg, o volume de negócios financeiros daquele dia na City foi de uma
envergadura brutal. Alguns “hedge funds” realizaram centenas de milhões de
dólares, enquanto as empresas de sondagens que com eles trabalharam reconhecem
ter sido aquele o dia de maiores lucros da actividade, desde sempre. De acordo
com a legislação inglesa, os resultados das sondagens apenas podem ser
entregues aos clientes, sendo proibido fazê-los chegar ao público antes do
fecho das urnas. Uma dessas empresas de sondagens, a Survation, está muito
ligada a Nigel Farage e proporcionou-lhe informação sobre a probabilidade do
Brexit, bem antes do resultado do referendo. Apesar disso, o político
prestou-se a dar ao público informação contrária, assim beneficiando
directamente os “hedge funds” que tinham a mesma informação que ele próprio.
A actividade das
empresas de sondagens fica claramente debaixo dos holofotes, mostrando que a
legislação regulatória actual, ao defender as decisões de voto dos eleitores,
coloca na mão dos especuladores, sejam eles financeiros ou políticos, uma
ferramenta poderosa de manipulação dos mercados. Não esquecendo que os
políticos estão do lado de fora, podendo usar a informação que detêm a seu belo
prazer e enganar os investidores mais fracos, com a possibilidade de argumentar
depois que os mercados são mesmo assim, tanto se podendo perder como ganhar.
Como, aliás, fez Nigel Farage.
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
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