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terça-feira, 27 de novembro de 2007
COLONIALISMO ULTRAPASSADO?
As recentes atitudes de Juan Carlos relativamente a Chávez e de Gordon Brown em relação a Mugabe indiciam uma liberdade de espírito que já não se compadece com complexos post-colonialismo.
Falta que Portugal atinja esse patamar, para não suceder o que Angola tem feito connosco sistematicamente.
Mas claro, Portugal também foi o último país europeu a deixar África.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
CATEDRAL DE SANTA MARIA DE COIMBRA
Nestes tempos de distracção generalizada e de falta de referenciais colectivos, não há como determo-nos em símbolos sólidos que nos testemunham uma História rica que vem desde a fundação da nacionalidade e mesmo antes, que demonstram a capacidade de resistência e de afirmação de um povo durante séculos.
É o caso da Catedral de Santa Maria de Coimbra. Eventualmente, o leitor poderá perguntar-se a que catedral me refiro. Na realidade, é a verdadeira designação do templo que todos conhecem como SÉ VELHA DE COIMBRA.
Os primórdios conhecidos deste templo datam do tempo de D. Sesnando, figura importantíssima da História de Coimbra e mesmo de Portugal, pela sua acção de organização do espaço territorial do que viria alguns anos depois a ser o reino de Portugal e de política de protecção aos mocárabes. D. Sesnando, conde-governador que morreu em Coimbra no ano de 1091, cuja memória deveria ser cultivada e explicada pelo menos aos alunos das escolas de Coimbra. D. Sesnando, que transformou Coimbra numa verdadeira capital de um extenso território, antes de o nosso primeiro Rei fazer dela capital do Reino, cujo mausoléu está na Sé Velha.
A Sé Velha é riquíssima de património arquitectónico, artístico e cultural, para além do papel religioso que teve até à época do Marquês de Pombal. De facto, em 1772 o Marquês patrocinou a transferência do culto diocesano da Sé Velha para a igreja do colégio dos Jesuítas que haviam sido expulsos em 1759, assim se substituindo a Sé Velha pela Sé Nova. Com o abandono do culto a Sé Velha viu-se igualmente despojada de grande parte do seu valioso recheio, pouco mais restando do que o esplendoroso retábulo da capela-mor e a Pia baptismal, iniciando-se um longo período de decadência e esquecimento.
O actual Prior da Sé Velha Monsenhor João Evangelista, há muito anos que tenta virar este triste curso da História, chamando a atenção para o valor e importância da Catedral de Santa Maria de Coimbra. Esta acção solitária e incompreendida durante tanto tempo começa hoje finalmente a dar os seus frutos, com a preparação de obras e acções que permitam restituir ao templo alguma da sua antiga relevância religiosa e cultural. Os turistas que visitam a Sé Velha em número de largas dezenas de milhares por ano já a descobriram. Falta que a generalidade dos conimbricenses o faça também, aqui ficando o meu modesto desafio nesse sentido.
Publicado no DC em 26 Novembro 2007domingo, 25 de novembro de 2007
BPI e MILLENNIUM BCP
Ou me engano muito ou nas próximas semanas vamos ouvir muitas pessoas a falar castelhano.
25 DE NOVEMBRO, SEMPRE
Hoje em dia há um esquecimento generalizado ( suponho que intencional) do significado daquele dia de 1975.
Durante anos foi sustentado o mito de que foi a Direita (a Reacção) que levou os pára-quedistas a sair, enganados, coitados.
Depois de ler o livro de Zita Seabra tenho hoje a certeza de que aquilo de que desconfiava era a verdade. Aquela era para ser a data do Outubro português, depois de Abril ter sido o nosso Fevereiro, à semelhança do que sucedeu na Rússia com Lenine.
Tal não sucedeu, graças a muita gente, mas sobretudo à coragem e acção determinada de Eanes e Jaime Neves no momento certo.
Felizmente, a sequência da História veio a permitir que todas as opiniões e alternativas políticas tenham o seu lugar em Portugal, incluindo as dos que o tentaram evitar naquele dia.
É devido ao 25 de Novembro que o 25 de Abril é a data da celebração da liberdade.