segunda-feira, 18 de outubro de 2021

PALAVRAS, PONTES E LAÇOS


Palavras, leva-as o vento, é costume dizer-se. Será, quase de certeza, o destino das palavras desta, como de outras crónicas. Mas as palavras marcam. Marcam quem as diz, quem as deixa escritas e até quem as lê, ainda que nem sempre disso se dê conta. Palavras difíceis ditas pelo médico ao doente em estado grave. Palavras ternas ditas entre os amantes. Palavras incompreensíveis ditas pela mãe ao seu bebé, que só ele entende. Palavras puras e significantes ditas pelos poetas. Palavras entusiasmantes ditas pelos políticos em estado de graça e palavras enganadoras de todos os manipuladores.

As palavras nunca são vãs.

De vez em quando há palavras que, de esquecidas ou quase ignoradas, passam repentinamente da sua obscuridade para a luz do espaço público: a «resiliência» da economia ou de pessoas, está agora omnipresente sem que, todavia, grande parte das pessoas saiba qual o seu significado. Outras há que surgem para ocupar um espaço enorme, completamente imerecido, nos discursos políticos e mesmo sociais: o «implementar um projecto» ou considerar como «espectável» que um determinado candidato ganhe as eleições.

Ultimamente passou a ser necessário que as pessoas construam pontes, seja na política, seja noutra actividade qualquer que não na engenharia já que, essa desde há muito o aprendeu a fazer. Pontes físicas são passagens abertas entre as diferentes margens de um rio. Depois de feitas, permitem a passagem e a ligação entre comunidades antes separadas.

Normalmente. Porque, às vezes, até aí os piores instintos dos homens se manifestam, como a lembrar donde provimos e de como é necessário termos sempre consciência disso para construirmos sociedades que respeitem todo e cada um como igual ao outro.


Foi há menos de trinta anos que dois jovens namorados, ambos com 25 anos, ele Boško Brkić um sérvio da Bósnia e ela Admira Ismic uma muçulmana da Bósnia foram cobardemente assassinados a meio da ponte Vrbanja em Sarajevo, durante a guerra da Bósnia. Foi às 17 horas do dia 19 de Maio de 1993. E os seus corpos ali ficaram abraçados na morte durante sete dias, que ninguém tinha coragem de os ir buscar, arriscando-se a ser igualmente alvo dos atiradores furtivos.

Uma ponte pode, assim, significar exactamente o oposto da sua definição. Para além de estabelecer contactos físicos, o que verdadeiramente importa é estabelecer laços. O que significa acrescentar afecto, o que faz toda a diferença.

Estabelecer laços significa, muito para além da racionalidade pura da construção de pontes, dar-se ao outro, procurar no outro o melhor que nos possa dar, igualmente. E, a partir daí, estabelecer relacionamentos estáveis e produtivos. Isto, tanto entre simples pessoas, como entre comunidades, independentemente do seu tipo e da sua dimensão.

António Damásio, um neurocientista português com créditos firmados a nível mundial, desde o seu livro «O Erro de Descartes» que tem mostrado como a descoberta da consciência necessita do saber e do sentir. Só por si a inteligência raramente consegue descobrir novos caminhos ou explicações, necessitando da empatia que traz associada o entusiasmo pelo que se faz para verdadeiramente fazer progredir o conhecimento humano.

As relações humanas precisam de empatia, mesmo de afecto pelo outro, para serem produtivas, muito para além de estabelecer pontes, necessárias mas não suficientes, como prova a falta de resultados do estabelecimento de regras a nível mundial, sejam a Convenção dos Direitos Humanos ou mesmo os Direitos da Criança. A capacidade de estabelecer laços com o outro, seja quem for, depende muito de nós e é cada vez mais necessária, num mundo crescentemente dominado por uma economia subterrânea patrocinada e desenvolvida pelas chamadas redes sociais que, ao contrário do seu nome, promovem o isolamento e a quebra de verdadeiros laços inter-pessoais. E não esqueçamos que são as palavras, ditas e escritas, que melhor promovem o estabelecimento de laços.

Texto publicado originalmente no Diário de Coimbra em 18 de Outubro de 2021

Imagens recolhidas na internet

 

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

SÃO AS PESSOAS!

 Já tudo se escreveu e disse sobre as eleições autárquicas, sobre quem perdeu e quem ganhou, em termos de partidos. Discussão que interessa muito aos próprios e praticamente nada ao cidadão comum. Aliás, não são precisas grandes explicações para que cada um de nós tenha a percepção nítida de quem perdeu e quem ganhou, bastando observar as expressões e os sorrisos forçados dos dirigentes partidários.

Claro que os portugueses estão hoje habituados a ver que ganhando também se perde e perdendo se pode acabar por ganhar. Isto a nível nacional, já que a legislação eleitoral autárquica tem a particularidade de estipular que o Presidente da Câmara é o primeiro nome da lista mais votada e não o resultado de eventuais posteriores negociações.

É por isso que, diferentemente das eleições nacionais, nas eleições autárquicas é crucial a escolha dos cabeças de lista, isto é, aqui são as pessoas o que verdadeiramente interessa, para além dos partidos que representam e mesmo dos programas eleitorais.

Isso foi particularmente visível nas eleições do passado dia 26 de Setembro, bastando observar dois casos particulares, o de Lisboa e o de Coimbra. Refiro estes dois, porque Lisboa é a capital e o maior município em termos eleitorais e Coimbra porque é a nossa Cidade.


Até ao início da noite eleitoral, Fernando Medina era o presidente certamente reeleito, na continuidade de 14 anos de poder socialista na Câmara de Lisboa. O adversário Carlos Moedas, indicado pelo PSD coligado com o CDS foi permanentemente sub-avaliado, apesar do seu prestígio e experiência pessoal: tinha sido membro do Governo de Passos Coelho e também Comissário Europeu largamente elogiado por todos os quadrantes políticos europeus. Isto em termos políticos, porque em termos profissionais e académicos apresentava também uma carreira de sucesso. Para se candidatar à Câmara de Lisboa, abandonou o conforto do seu lugar na administração da Fundação Calouste Gulbenkian. Apesar de tudo isso, a comunicação social, na senda aliás das mais diversas sondagens e estudos de opinião, nunca o considerou como verdadeiro contendor, falando apenas da vitória certa de Fernando Medina tido como eventual futuro líder do PS, favorito de António Costa à sua sucessão. A última acção de campanha pública de Carlos Moedas decorreu mesmo sem que uma única das cadeias de televisão nacional para aí tivesse deslocado repórteres. Acabou por acontecer com Fernando Medina o que tantas vezes sucede àqueles que se acham naturalmente predestinados ao poder, adoptando uma atitude de clara arrogância no exercício das suas funções e na campanha, esquecendo-se de que, em democracia, só tem o poder quem o povo escolhe. Já Carlos Moedas lutou, pelas suas próprias palavras, contra tudo e contra todos, com tudo o que se sabe e mais o que se adivinha, tendo começado com uma campanha algo indefinida, mas corrigindo para se afirmar como de completa rotura e alternativa clara ao poder socialista da Câmara Municipal de Lisboa representado por Fernando Medina. Foi o cidadão Carlos Moedas, muito mais do que os partidos que o apoiaram, que venceu as eleições em Lisboa.

Coimbra foi um caso diferente, mas com a mesma base: foi o


candidato José Manuel Silva que venceu as eleições. Tal como foi Manuel Machado, mais do que o PS, que as perdeu. Na sequência do resultado obtido pela sua lista independente nas eleições autárquicas anteriores, José Manuel Silva impôs-se aos partidos à direita, para construir uma alternativa ganhadora ao PS e Manuel Machado nestas eleições. O sucesso da estratégia política foi total, não tendo o presidente eleito abdicado nunca da sua independência partidária, antes vincado com frequência essa sua situação, apesar de apoiado e indicado por todas as forças partidárias que constituíram a coligação que liderou, de que o PSD e o CDS eram as mais importantes e notórias. Perante um Manuel Machado que, tal como no caso de Medina contava com sondagens que o favoreciam e apresentando-se também com António Costa ao lado como grande trunfo, José Manuel Silva foi sempre assertivo nas suas propostas, fugindo contudo notoriamente a ataques directos, mesmo os de cariz puramente político. A força da candidatura de José Manuel Silva foi tal que conseguiu obter votação maioritária para a Câmara na importante Freguesia de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades enquanto o PS venceu para a respectiva Assembleia de Freguesia.

Como é evidente em ambos estes casos os partidos, perdedores ou supostos vencedores, ficam subordinados às personalidades dos eleitos. E ainda bem, direi eu, já que se perderam pelos caminhos da falta de ideologia, de princípios e de respeito generalizado pelos eleitores que, grande parte deles, em resposta, nem sequer exercem o seu direito de escolha do futuro, abstendo-se num número insuportável para a Democracia.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 11 de Outubro de 2021

Imagens retiradas da internet

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Canavial

 Descida da Universidade de Coimbra para a beira-rio através da mata do Jardim Botânico. Uma maravilha



terça-feira, 5 de outubro de 2021

Nina Simone - Feeling Good

FRACO CRESCIMENTO

 Teodora Cardoso, que não é propriamente de direita, mostra hoje no Público como o nosso marasmo económico, que na prática começou em 1995 isto é, com o fim do cavaquismo e com o início das políticas socialistas, é consequência dessas políticas e não de outra coisa qualquer.


 




































segunda-feira, 4 de outubro de 2021

A VIDA É MARAVILHOSA

  


Escrevo esta crónica a 1 de Outubro. Crónica que se me impôs e obrigou a guardar para outra oportunidade aquilo que contava escrever esta semana. Ao dar hoje o passeio matinal com o fiel companheiro de quatro patas, passei por uma senhora jovem que levava o seu menino para a escola pela mão. O garoto ia contente e seguro, mas o que me chamou a atenção foi que a mãe trazia outra criança na barriga, embora a gravidez ainda não fosse muito avançada. Lembrei-me de quando eu próprio ia para a escola em criança, lembrei-me dos meus filhos e também das netas e neto de quem, graças à internet, quase todos os dias tenho a felicidade de receber fotografias das suas idas para a escola. Poucos metros depois, passei por outra senhora grávida, duas heróicas mulheres que contribuem para anular a dramática falta de nascimentos dos dias de hoje.

E foi aqui que esta crónica se me impôs. Sem qualquer razão, apercebi-me que o tempo estava fresco, mas agradável. À minha volta, pessoas e muitos jovens entre elas, deslocavam-se para o trabalho ou para as aulas. De repente parecia haver algo no ar que transpirava felicidade, a pandemia aparentemente esquecida. E, sem que possa imaginar a razão, dei por mim a cantar interiormente uma música. E a música era «Gracias a la vida» da Violeta Parra que, apesar do seu destino triste, nos deixou esta mensagem maravilhosa: «Gracias a la vida que me ha dado tanto - Me ha dado la risa y me ha dado el llanto - Así yo distingo dicha de quebranto».


E dei por mim a tomar consciência de que o primeiro de Outubro é o Dia Mundial da Música que, por tantas cidades do mundo é motivo de celebrações festivas em concertos de salas, mas também pelas ruas, quem dera que por cá acontecesse o mesmo.


E tive vontade de partilhar aqui a particular felicidade que foi assistir ao concerto fantástico que teve lugar, há dois dias, no cenário espectacular das ruínas de Conimbriga, contextualizado de forma brilhante pelo Físico Carlos Fiolhais que também apresentou os compositores e as obras que se iam ouvir. O programa, pelo menos no que me diz respeito, dificilmente poderia ser melhor, já que todas e cada uma das peças apresentadas me diz intimamente qualquer coisa. Não tendo eu, com grande pena, formação musical, não deixa de ser surpreendente como o cérebro guarda por completo obras musicais de forma a ir reconhecendo todas as passagens, mas também os contextos e situações em que anteriormente foram ouvidas. O programa incluiu, e espero não me esquecer de nada, a «Fanfarra para o homem comum» de Aaron Copland, a «Rhapsody in blue» de George Gershwin, as «Polovtsian Dances» do Pince Igor de Borodin, a «Balada de Sacco e Vanzetti» de Enio Morricone e Joan Baez, o «Va pensiero» conhecido como o coro dos escravos hebreus da ópera Nabucco de Verdi e, a fechar, a «Abertura 1812» de Tchaikovsky. O leitor que me perdoe por lhe ter, eventualmente, feito criar água na boca ao expor o programa, mas se não foi ao concerto a responsabilidade é inteiramente sua, já que foi anunciado e o acesso até foi gratuito. E o público apreciou e delirou mesmo com o concerto que foi realizado pela Orquestra Clássica do Centro aqui dirigida pelo Maestro Sérgio Alapont, tendo Miguel Borges Coelho sido o pianista solista interpretando Gershwin, contando ainda com o excelente coro Coimbra Vocal nas obras de Morricone e de Verdi.

Neste recomeço da vida «normal» depois de ano e meio de vivência colectiva estranha devido à pandemia, realço o facto de a Orquestra Clássica do Centro ressurgir com uma qualidade que a coloca seguramente ao lado das melhores orquestras portuguesas, demonstrando ainda capacidade organizativa e logística para montar um espectáculo como o apresentado em Conímbriga. Não sei se Coimbra merece ou não albergar em si tal instituição, o facto é que desta forma se coloca ao nível das cidades europeias que não prescindem dessa oferta cultural. Vantagem enorme em termos de candidatura a Capital Europeia da Cultura, disso me parece não haver qualquer dúvida.

E é por a vida ser maravilhosa e merecer ser vivida na sua plenitude que a cultura, abrangendo música e poesia, pode e deve ser uma arma poderosa contra a apatia e mesmo desesperança que tanto tempo de confinamento e esfriamento de relacionamentos provocou. Basta lembrar Manuel Alegre cantado por Adriano:

Mas há sempre uma candeia dentro da própria desgraça
Há sempre alguém que semeia canções no vento que passa
Mesmo na noite mais triste em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não

 Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 4 de Outubro de 2021


 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Somos todos Naval Group?

 


Num dia destes, estava a olhar distraidamente para uma montra de uma loja de artigos electrónicos, quando a minha atenção foi atraída para uma circunstância curiosa: havia uma série de bancadas de marcas de telemóveis e as marcas tinham nomes como XIAOMI, HUAWEI, OPPO, LG, SAMSUNG. São marcas de fabricantes gigantescos de electrónica sofisticada, com algo comum: todas elas são originárias do indo-pacífico. Em consequência, não são americanas nem europeias. Por outro lado, ao andarmos nas ruas, verificamos que automóveis de marcas com nomes coreanos que ainda há poucos anos se distinguiam por um design no mínimo estranho, para ser simpático, são hoje em dia confundidos com facilidade com qualquer carro fabricado em França ou na Alemanha. Terá ajudado que o responsável principal de design da BMW tenha ido trabalhar para a KIA. Quanto à tecnologia, como hoje em dia está completamente difundida, o que dita é o preço de cada classe, não havendo praticamente diferenças entre as marcas tendo o próprio Eng. chefe da secção M da BMW sido contratado pela Hyundai. No que respeita às marcas japonesas nem se fala, já que se fazem notar pela qualidade de construção e design desde há décadas, nada ficando a dever aos carros europeus ou americanos.

Utilizei os exemplos de dois produtos importantíssimos a nível da indústria e comércio mundiais, para mostrar como o mundo está a mudar com grande rapidez, a caminho de a zona do mundo com maior importância económica ser o indo-pacífico. Aliás já o é, se contarmos com os EUA que também têm costa para o oceano Pacífico. A evolução vertiginosa da China vem acrescentar mais um player económico mas que poderá não demorar muitas décadas a ser a maior economia mundial dada a sua dimensão geográfica e populacional. Infelizmente, esta evolução é acompanhada por uma perda pela Europa do seu antigo lugar de centro económico e político do mundo.

Acontece que a importância económica nunca anda longe do poderio militar, qualquer que seja a base ideológica que sustenta as potências. A China não é excepção, nunca o foi ao longo da sua história, longa de milhares de anos. A sua actual expansão económica, quer através das exportações, quer através da aplicação dos resultados dessas actividades nos mais diversos sectores por todo o mundo, designadamente em redes estratégicas de infra-estruturas condicionadoras de toda a sociedade de que Portugal é um exemplo, tem-se feito acompanhar por um crescimento gigantesco da sua capacidade militar. Um dos vectores fundamentais da sua afirmação militar é através dos mares, nomeadamente Índico e Pacífico, o que se reflecte no desenvolvimento da sua marinha de guerra e mesmo na construção de pontos de apoio, nas contestadas ilhas artificiais.


Os possíveis conflitos com as outras potências regionais são evidentes, bastando recordar as antigas guerras com o Japão, mas também as guerras do Vietname e da Coreia, para além da disputa com Taiwan que será aniquilada no dia em perder o apoio americano. É neste contexto, num novo clima de guerra fria, que os EUA, a Austrália e o Reino Unido constituíram um embrião do que poderá vir a ser a «NATO» do Indo-Pacífico, o AUKUS, acrónimo de «Australia, United Kingdom and United States». Recorde-se que o Reino Unido possui as únicas Forças Armadas sedeadas na Europa com capacidade global, capazes de projectar força em qualquer ponto do Mundo, em particular através da sua Marinha. A aliança AUKUS perspectiva colaboração diplomática e tecnológica, desde a cibersegurança à inteligência artificial, para além da colaboração militar.

Na sequência imediata deste acordo, a Austrália abandonou uma encomenda aos estaleiros franceses da Naval Group de doze submarinos convencionais de propulsão diesel-eléctrica, no valor de várias dezenas de milhares de milhões de euros. Em vez disso, a Austrália comprará novos submarinos, mas de propulsão nuclear, ao Reino Unido, o que implica uma transferência inédita de conhecimento reservado aos utentes de energia nuclear.

Como era de esperar a França reagiu com veemência à notícia, no que foi seguida por posições da União Europeia e países europeus, como aconteceu também com Portugal. No que respeita à França, a reacção é compreensível, já que foi uma empresa francesa, a Naval Group, que perdeu um contrato gigantesco. Já no que respeita à União Europeia, o que se trata é de uma fuga à realidade: os europeus vivem em segurança à sombra da protecção militar americana desde o fim da II Grande Guerra. A União Europeia não tem capacidade militar de resposta seja a que ameaça for, principalmente depois da saída do Reino Unido. Com uma sociedade envelhecida, imersa em políticas financeiras e monetárias de curto prazo, energicamente cada vez mais dependente da vizinha Rússia, este acontecimento veio mostrar que tem de mudar de vida. Assim os seus responsáveis políticos o vejam, em vez de fazerem figuras de Calimeros coitadinhos a nível internacional.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 27 de Setembro de 2021

Imagens recolhidas na Internet