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terça-feira, 20 de novembro de 2007
ROSEBUD
Os negócios são evidentemente importantes e o petróleo não foge à regra.
Coisa diferente é subordinar a política ao negócio internacional.
Esta situação faz-me lembrar vagamente um filme em que alguém dizia que os nazis não eram tão maus assim, porque até tinham posto os comboios a andar andar a horas.
A História não serve para a aprender nada?
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
CORRUPÇÃO? NÃO, OUTRA COISA
Também me parece que é naqueles sítios todos que ela está em casa, vá-se lá saber porquê.
domingo, 18 de novembro de 2007
ESTRADAS DE PORTUGAL
O Governo adoptou um modelo de implementação do Plano Rodoviário Nacional e de gestão das estradas nacionais que passa pela respectiva concessão por 75 anos a uma Sociedade Anónima de capitais exclusivamente públicos.
Parte do financiamento da “Estradas de Portugal” SA será assegurada pela afectação de uma parcela dos impostos sobre os combustíveis rodoviários.
Esta decisão provocou um alarido generalizado que, por uma vez, me parece completamente injustificado. Claro que havia outras alternativas. Mas esta parece-me inteiramente correcta, desde que seja acompanhada de determinadas medidas por parte do Estado.
A empresa “Estradas de Portugal” é de capitais exclusivamente públicos, não havendo portanto privatização. Também me parece evidente que, a médio prazo, as contas sairão da órbita do Orçamento Geral do Estado, o que corresponderá a uma desorçamentação, da qual também não virá mal nenhum ao mundo.
Provavelmente, este será um bom caminho para um total cumprimento do Plano Rodoviário Nacional, o que nunca foi conseguido até hoje. Também será possível garantir uma melhor manutenção das estradas, incluindo a sinalização (horizontal e vertical) sempre crucial para a segurança rodoviária.
Rapidamente deverá ser criada uma Autoridade Rodoviária que garanta uma correcta fiscalização das condições de cumprimento das concessões por parte do Estado.
O Estado deverá publicar normas com valor de lei relativas a projectos, construção e manutenção de estradas, garantindo uma correcta separação entre quem legisla, quem faz cumprir e quem tem a concessão das vias.
O Estado deve ter instrumentos que permitam punir a concessionária por incumprimento das regras da concessão, designadamente em matérias de segurança.
Os automobilistas deverão passar a ser vistos como clientes que através dos impostos sobre os combustíveis pagam muito caro o serviço proporcionado pela “Estradas de Portugal”, podendo e devendo exercer os direitos concomitantes a esse papel.
Este modelo de concessão das estradas vai acabar por trazer as empresas privadas para a gestão das estradas, o que é favorável ao desenvolvimento da economia. Por outro lado, como todos sabemos, o Estado é muito melhor a obrigar os privados a cumprir a lei do que a fazer os seus próprios serviços cumpri-la. Também por isso, tendo em conta a nossa segurança como utentes das estradas, o passo agora dado pode ser muito positivo.
Publicado no DC em 19 Novembro 2007
sábado, 17 de novembro de 2007
A humanidade vale a pena
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
NOVAMENTE A CASA PIA
No entanto, custava-me ainda a acreditar na teoria da conspiração a alto nível para abafar o caso.
Depois de ver a entrevista da actual provedora da instituição, fiquei definitivamente esclarecido sobre os reais esforços para encobrir tudo isto.
Hoje parece-me claro que só com uma acção pública generalizada da sociedade civil livre nos poderemos livrar desta escória doentia que olha para as crianças como objectos sexuais.
Digo mesmo livrarmo-nos deles, já que não me parece que as teorias penais da recuperação social pegue com esta gente asquerosa que deveria ser trancada a sete chaves para sempre.
Hoje em dia tenho mesmo que dizer francamente que há pessoas ligadas a todo este processo que espero nunca encontrar pela frente .
CARNE DE VACA
Há notícias que parecem vir do fundo dos tempos.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Sociedade estressada e perigosa
As circunstâncias em que ocorreu o recente trágico acidente com um autocarro na A-23 suscitaram, e bem, iniciativas várias das autoridades que detêm responsabilidades a nível da segurança rodoviária.
Este acidente envolve no entanto outros factores que devem merecer a nossa atenção, porque, embora mais notório que o habitual pelo elevado número de vítimas mortais que provocou, poderá não ser um caso isolado, antes um sintoma de problemas graves que extravasam a segurança rodoviária.
Foi referido na comunicação social que no automóvel ligeiro envolvido no acidente que se verificou eram quase oito horas da noite, seguiam quatro pessoas, professores e professoras, que regressavam a casa após o trabalho na escola.
A actual organização social portuguesa promove a necessidade de deslocação diária de muitas pessoas entre a residência e o local de trabalho, com utilização de automóvel. Essas deslocações são frequentemente demasiado longas e obrigam a um dispêndio de energia que provoca cansaço e até sono permanente nas pessoas.
O desaparecimento do mercado de arrendamento e a sistemática compra de casa por casais novos por recurso a crédito bancário criou uma rigidez na sociedade com consequências a diversos níveis. Uma delas é precisamente a necessidade de se efectuarem viagens cada vez mais longas casa/trabalho por parte de ambos os membros do casal, que normalmente até trabalham em locais diferentes.
Por outro lado, as condições de trabalho dos dias de hoje exigem muito mais horas diárias de trabalho do que era normal até há uns anos. Todos sabemos que na prática, em muitas profissões, os horários de trabalho são coisa que já era.
A conjugação destes factores, associada com a vontade de dar algum apoio aos filhos no final do dia, ainda que escasso, cria uma instabilidade psicológica generalizada que dá origem, aliás, a um consumo excessivo de ansiolíticos e anti depressivos que é dos mais elevados da Europa.
Eu sei que dar solução a estes problemas não é fácil, já que resultam de uma deficiente organização da nossa sociedade que tende a abandonar a família como seu núcleo central.
Mas é preciso, pelo menos, tomar consciência desta desestruturação social e começar a virar o rumo para uma organização social que, fundamentalmente a nível laboral, crie condições para que os pais e mães não tenham que se deslocar diariamente largas dezenas de quilómetros e que tenham calma e disponibilidade de tempo para os filhos.
Publicado no DC em 12 Novembro 2007