quinta-feira, 20 de março de 2008

PONTO VERNAL


(Ponto vernal γ - retirado do Planetário Calouste Gulbenkian. ver aqui)



Boas notícias.

O equinócio da Primavera não foi afectado pelo aquecimento global, pela alteração do mapa judiciário nem, imagine-se, pela alteração das quotas do PSD.

Nada disto conseguiu alterar a posição do ponto vernal que, como todos os anos, marca a passagem do Sol para cima do equador celeste no nosso hemisfério norte. Mais uma vez a posição do ponto vernal no equador celeste apenas foi afectada pela velhinha e previsível precessão dos equinócios com o seu ciclo de 26.000 anos.

Alegremo-nos pois, porque chegou a Primavera

quarta-feira, 19 de março de 2008

A NÃO PERDER



Entre 14 de Março e 2 de Junho está a decorrer uma exposição sobre a antiga Babilónia no Museu do Louvre em Paris .
É a primeira vez que se pode ver uma tão grande colecção de peças originais da civilização que floresceu na Mesopotâmia desde o século XVIII antes de Cristo, nos tempos de Hamurabi que estabeleceu o primeiro código penal conhecido da História que leva o seu nome, até ao ano 539 antes de Cristo, quando os persas comandados por Ciro o Grande a destruíram por completo.
Trata-se de uma civilização crucial para a história da Humanidade. Desde o Código de Hamurabi, até à escrita cuneiforme, ao esplendor das construções de Nabucodonosor, passando pelos Jardins Suspensos e pela torre de Babel, a Babilónia foi durante os tempos fonte de mitos e geradora de obras de arte e cultura, mesmo muito depois de desaparecida.
A cidade da Babilónia localizava-se a cerca de 80 km a sul do que hoje é Bagdad. Até por isso deverá merecer a nossa atenção.
Esta exposição passará em seguida para o Museu Staatliche em Berlim a partir de 26 de Junho e depois de 13 de Novembro estará no British Museum em Londres.
Bem merece uma surtida a uma destas cidades para uma visita.

segunda-feira, 17 de março de 2008

14 DE MARÇO


Ao ler o título desta crónica, o leitor poderá perguntar-se sobre a razão do mesmo. De facto, a data de 14 de Março não é normalmente associada a qualquer acontecimento importante digno de ser recordado. Nas proximidades desta data costuma lembrar-se o 11 de Março de 1975.

Mas a data de 14 de Março de 1975 veio a definir toda a organização económica, social e política de Portugal pelas décadas seguintes de uma forma tão profunda que ainda hoje se lhe sentem claramente as consequências.

Três dias antes, uma confusa acção dos chamados spinolistas no que ficou conhecido como o “golpe do 11 de Março” deu o mote para um avanço extraordinário das forças revolucionárias, numa deriva pró-comunista que só terminaria em 25 de Novembro desse ano.

Foi nesse dia de 14 de Março que se iniciaram as nacionalizações, através da nacionalização da banca, seguida nas semanas seguintes, pela nacionalização de grande parte da economia portuguesa. Esta medida foi acompanhada, no mesmo dia, pela instituição do Conselho da Revolução, pela criação da Assembleia do Movimento das Forças Armadas e pela extinção do Conselho de Estado e da Junta de Salvação Nacional.

Com a nacionalização da banca e dos grandes grupos económicos, o Estado apropriou-se de cerca de 1300 empresas, desde bancos a fábricas de cerveja, restaurantes e até barbearias, o que significava mais de 20% do PIB nacional.

O volte-face desta situação demorou muitos anos e só veio a ser possível pela acção de muitos governantes, mas um facto crucial tornou possível essa evolução: as eleições para a Assembleia Constituinte realizadas em 25 de Abril de 1975 que colocaram em minoria o partido Comunista que então liderava o chamado PREC: “processo revolucionário em curso”.

Não deixa de ser curioso observar grandes defensores da tomada da economia pelo Estado em 1975, agirem hoje como paladinos da libertação de Estado das corporações que o tomaram por dentro, na sequência das suas acções de então.

Na realidade, para além das décadas de atraso ao nosso desenvolvimento induzidas pelas nacionalizações de 75, uma das grandes consequências, ainda hoje sentidas fortemente, foi o aumento desmesurado do peso do Estado centralizado em todos os sectores, mesmo onde deveria ter apenas um papel regulador. A transformação de grande parte dos portugueses em funcionários públicos teve ainda como consequência a diminuição drástica da capacidade empreendedora da sociedade, um dos maiores obstáculos ao crescimento da competitividade nacional e que só hoje parece querer começar a dar a volta.

Publicado no Diário de Coimbra em 17 de Março de 2008

domingo, 16 de março de 2008

O MOLDAVA


O compositor checo SMETANA é um dos heróis de Praga, a capital da República Checa, onde faleceu completamente surdo em 1884.
O poema sinfónico "MOLDAVA" descreve o percurso do Rio Moldava que banha Praga, desde o seu nascimento como riacho saltitante pelas pedras nas florestas da Boémia até vir a tornar-se largo e plácido antes de afluir no Elba na cidade de Mělník.





sábado, 15 de março de 2008

METRO DE PROXIMIDADE




Têm-se colocado entraves à extensão do Metro Ligeiro de Superfície à zona da Solum, com receio da passagem nas proximidades de várias escolas.
Esta alteração do traçado traz muitas vantagens às populações citadinas, nomeadamente os diversos utentes da Solum, incluindo os moradores, alunos das escolas, comerciantes, empregados das lojas e mesmo compradores.
Colocam-se, como sempre acontece nestes casos, algumas questões de integração urbana ligadas com o traçado, que têm a ver com raios de curvatura apertados, níveis de ruído em zonas habitacionais, etc. Isto para além da questão do custo da extensão que é sempre relevante, embora numa óptica de optimização de custos-benefícios.
Trata-se de questões técnicas que devem ter um tratamento adequado a esse nível.
No que respeita às questões de convivência com outros meios de transporte e mesmo com peões trata-se igualmente de um problema artificial, que hoje em dia se encontra totalmente resolvido em muitas cidades que adoptaram este meio de transporte.
Como exemplo, observe-se as fotografias que tirei há pouco tempo em Bordéus.
É possível verificar dois aspectos interessantes: em primeiro lugar, a convivência pacífica entre o metro, os veículos automóveis e os peões; em segundo lugar o pormenor de qualidade urbana adoptado em Bordéus, de não existência de catenárias no centro histórico, sendo a alimentação eléctrica assegurada por uma calha localizada no meio dos carris.

sexta-feira, 14 de março de 2008

UMA NO CRAVO, OUTRA NA FERRADURA



Soube-se hoje que o PS tomou uma iniciativa legislativa visando a proibição da colocação de piercings na língua, prevendo ainda a definição de "um quadro de qualidade" para a instalação e funcionamento dos estabelecimentos de colocação de piercings e tatuagens.

Num dia destes ainda vamos ver o legislador a definir e controlar a qualidade das previsões astrológicas...

Esta fúria legislativa que demonstra uma vontade de tudo controlar é interessante e levanta muitas dúvidas. Por exemplo, os senhores deputados só ouviram falar de piercings na língua? Não sabem da colocação de piercings noutros locais mais escondidos do corpo, ou acham que aí não há problema por não serem mostrados em sítios públicos? Ou isso ou então foram atacados por um estranho pudor.

Por outro lado, porque é que um simples piercing é mais inconveniente do que um aborto?




PARABENS AO GOVERNO



Só posso concordar e dar os parabéns ao Governo pela medida relativa aos cães de raças perigosas.
Espero, contudo, que a fiscalização da medida seja feita com rigor e que nestes primeiros tempos sejam procurados e apanhados os cães que forçosamente vão ser abandonados pelos donos que não os podem legalizar.

quarta-feira, 12 de março de 2008

2500

As respostas destemperadas e nervosas da actual Direcção do PSD a críticas que vários militantes relevantes têm feito revelam a estranha pulsão suicidária que tomou conta do partido.
No meu entender, tudo começou quando Durão Barroso resolveu trocar o cargo para que tinha sido escolhido pelos portugueses por um excelente lugar na União Europeia. Os portugueses não perceberam e ficaram desconfiados. Quando descobriram que tinha escolhido Santana Lopes como seu herdeiro no lugar de Primeiro Ministro, aí o copo encheu. Bastaram uns poucos meses desse governo para o copo transbordar e o PSD perder toda a credibilidade que tinha junto dos portugueses. Está aí a razão da maioria absoluta de José Sócrates e parece que toda a gente vê isto, excepto o PSD (ou parte dele).
O caminho do PSD para recuperar a credibilidade perdida passou a ser muito estreito e muito íngreme.
Infelizmente, parece haver muita a gente apostada em fazer exactamente o contrário do que deveria ser feito.
Agora aparece uma mudança de marketing para "mostrar um novo PSD". Alguém pensará que é por aqui que passa a reconciliação dos portugueses com o PSD?
Os Estatutos do PSD aprovados em 2006 dizem, no seu Artigo 4º, que "o símbolo do partido é formado por três setas, de cor preta, vermelha e branca, que representam os valores fundamentais da Social-Democracia: a liberdade, a igualdade e a solidariedade". O mesmo artigo acrescenta que " O PPD/PSD adopta como sua a cor de laranja".
Para resposta aos técnicos de marketing e seus clientes pelos vistos absolutamente ignorantes dos estatutos do partido que dirigem, penso que recordar os Estatutos basta como resposta.
Para aqueles militantes que também já cansam com críticas sistemáticas sem daí tirar quaisquer conclusões, lembro que o Artigo 15º dos mesmos Estatutos prevê que o "Congresso Nacional reúne ordinariamente de dois em dois anos e, em sessão extraordinária, a requerimento do Conselho Nacional ou de 2.500 militantes".
Leram bem: 2.500 militantes.
Será preciso aguardar que o PSD fique em cacos para que alguém assuma as suas responsabilidades? Penso que nessa altura será tarde demais para que os portugueses lhe dêem a responsabilidade de os governar.

segunda-feira, 10 de março de 2008

UMA ENORME RESPONSABILIDADE


A situação política actual do país caracteriza-se por um ambiente de alguma degradação social e uma generalizada preocupação perante um conjunto de problemas graves para os quais não há uma percepção de saída clara.

No sector da Justiça, crucial para que a sociedade se sinta segura, têm vindo a aparecer a nu divergências graves entre instituições que deveriam agir em consonância. As questões ultimamente verificadas ente o Ministério Público e a Polícia Judiciária, mais evidentes no caso do Porto, não serão o problema, mas sim sintomas claros de um mau estar profundo que, associado ao arrastar de mega processos, contribui para a falta de confiança na Justiça que grassa pela sociedade portuguesa.

A crise actual do sector da Educação demonstra como a necessidade imperiosa de corrigir defeitos acumulados no sector durante décadas só pode ter sucesso se levada a cabo com os agentes no terreno, que são obviamente os professores. Temos o sistema educativo que mais gasta na Europa e que é simultaneamente o que apresenta piores resultados; significa isto que a actual situação é insustentável, em nome das gerações futuras e do próprio desenvolvimento de Portugal.

A situação de crise da área da Saúde que continua latente apesar da substituição do ministro, exige acções firmes e decididas, em nome da saúde dos portugueses e da transparência de gastos públicos. Até agora só se mexeu no interface, isto é, na organização dos serviços abertos ao público. Não se mexeu a fundo na organização interna, como por exemplo nos horários dos médicos, nem nas famosas horas extraordinárias, que só por si permitiriam colocar os hospitais a trabalhar em pleno durante todo o dia. Será que a empresarialização da saúde é a maneira de responder a estas questões de uma forma lateral? Porque não encarar os problemas de frente?

Nas Finanças têm sido obtidos bons resultados no que respeita ao controlo do défice das contas públicas. Mas a coberto de uma carga fiscal que asfixia a economia e os portugueses em geral. Na economia, o rendimento dos portugueses é hoje inferior a 75% do valor médio europeu, abaixo de Malta e da Eslovénia e sempre a descer.

Perante toda esta situação coloca-se uma questão política óbvia. A Democracia pressupõe e os portugueses exigem uma oposição que corporize uma alternativa sólida e consistente que permita uma escolha de caminhos consciente e verdadeira.

É esta a responsabilidade tremenda que se põe neste momento ao PSD.

Não é mais possível aguardar placidamente que a degradação social leve os portugueses a optar por uma alternativa, qualquer que ela seja. Os últimos anos têm exigido tantos sacrifícios aos portugueses e foram de alguma forma tão traumáticos que os eleitores não quererão correr o mínimo risco de deitar a perder o que foi conseguido.

Toda a acção de oposição e afirmação de propostas para o país por parte do PSD deverá percorrer este caminho muito estreito de responsabilidade e credibilidade para ser bem recebida pelos portugueses.

Texto publicado no Diário de Coimbra em 10 Março 2008

domingo, 9 de março de 2008

JESUITAS NA NET

Ali em baixo à direita, na secção "A VER", está um novo link para uma página desenvolvida por alguns amigos que muito admiro e cuja visita aconselho: Jesuitas na Net.