quinta-feira, 5 de julho de 2018

A nossa realidade face aos mitos que nos impingem

Artigo de Nuno Garoupa, hoje no Público. É só ler os números. As conclusões ficam com quem as quiser tirar.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Pier


Madonna

Pois é, percebe-se bem porque é que ela gosta de viver em Lisboa. Hoje, podemos ter melhor aspecto geral e vestir melhor do que há 50 ou 60 anos. Mas a nossa subserviência ao "de fora" e famoso continua bem visível. Raios partam isto.

Avé Maria - Caccini . OCC

Via CTT

Esta história da caixa de correio electrónico ViaCTT obrigatória (para alguns) cidadãos é uma monumental aldrabice. Só podia mesmo ter sido inventada num Governo de Sócrates. Pela minha parte, fui lá e escolhi a opção de reencaminhamento automático para a conta de e.mail que utilizo. Isto é, só serve para reencaminhamento. Desnecessário, porque a própria AT usa o meu mail para me mandar mensagens como, por exemplo, as que se referem ao e.factura. Será que o Simplex não podia simplificar e acabar com esta trapalhada? Claro que qualquer cidadão, sabendo do que a casa gasta, desconfia que por trás disto deve haver uma negociata qualquer.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Brexit com data marcada


No dia 23 de Junho de 2016 os cidadãos do Reino Unido decidiram maioritariamente, em referendo, a saída do seu país da União Europeia. O referendo tinha sido considerado por muitos extemporâneo e desnecessário, considerando-se, genericamente, que o seu resultado seria claramente favorável à permanência na União, à semelhança do realizado em 1975 que ditou a permanência na então CEE – Comunidade Económica Europeia. Contudo, o primeiro-ministro conservador David Cameron prometeu, na campanha eleitoral em que foi eleito em 2013, sem qualquer necessidade real de o fazer, agendar um referendo sobre a permanência ou saída da EU até 2017. O resultado do referendo criou uma crise política no Reino Unido que varreu Cameron do poder, além de criar um enorme problema à própria União Europeia. A sucessora de Cameron à frente do governo britânico, Theresa May, acionou o Art. 50 do Tratado da União Europeia a 29 de Março de 2017, o que significa que o prazo de dois anos para a saída da União Europeia terminaria em 30 de Março de 2019, a não ser que o Conselho Europeu, com o acordo do Reino Unido, decidisse por unanimidade prorrogar esse prazo.
Contudo, as acaloradas discussões sobre o Brexit que se têm verificado no seio do Reino Unido, bem como a noção estabelecida na opinião pública de que as negociações se têm arrastado sem progressos significativos, levaram a questão ao Parlamento britânico onde, finalmente, se tomou uma decisão definitiva. Foi assim que a promulgação pela Rainha em 26 de Junho de 2018 da chamada “lei de saída do Reino Unido da União Europeia” tornou o Brexit irreversível. De acordo com o texto aprovado na semana passada, após intensos debates na Câmara dos Comuns e na Câmara dos Lordes, que revogou a lei de adesão do Reino Unido à Comunidade Europeia em 1973, ficou estabelecido que a saída do Reino Unido da União Europeia se verificará mesmo às 23 horas do dia 29 de Março de 2019. A lei aprovada prevê a transferência das normas europeias para o direito britânico, o que de alguma forma facilita as relações futuras entre o Reino Unido e a União Europeia e estabelece um procedimento mútuo mínimo, no caso de falharem as negociações de acordo para a saída, nos termos do Art. 50.
E, na realidade, as negociações têm sido tudo menos um caminho de sucesso, com todos os ingredientes para terem um mau fim, seja por um acordo desastroso para o Reino Unido, seja pela pura e simples inexistência de acordo. Tendo sido o próprio país que quer sair a estabelecer uma data fixa para que isso suceda, coloca de parte a hipótese de vir a pedir uma prorrogação do prazo o que, em termos negociais, significa o tudo ou nada, estando ainda por cima do outro lado da mesa um conjunto de países que têm que entre eles acordar por unanimidade os termos finais de qualquer acordo. A falta de acordo, em negociações que duram há quase dois anos, sugere mesmo que os britânicos nunca perceberam o funcionamento da União Europeia e a complexidade dos seus processos de decisão.
Percebe-se que o Reino Unido está claramente desunido relativamente ao Brexit, com a classe política a corporizar discussões difíceis de compreender. Na semana passada, um dos defensores governamentais do Brexit, precisamente o ministro dos estrangeiros Boris Johnson, desdenhou das questões económicas nas negociações do Brexit, de uma forma inaceitável seja para quem for. Isto num momento em que as preocupações com as possíveis consequências desastrosas do Brexit para a economia britânica começam a ser evidentes e sindicatos e patrões se exprimem publicamente contra a forma como o governo está a negociar. É penoso ver uma nação com um lastro histórico tão impressionante sentar-se à mesa das negociações dividida e fazendo espalhafato e voz grossa, mas sem apresentar o trabalho de casa feito, perante um negociador burocrático mas competente e consciente de que tem a faca e o queijo na mão.
O cenário montado é tão complexo que o próprio presidente da Comissão Europeia declarou no início do Conselho Europeu da semana passada que a União Europeia considera muito seriamente a hipótese de se chegar a Março do próximo ano sem acordo. Tal situação seria má para os britânicos, mas igualmente má para o futuro da União Europeia que passa por momentos penosos de grande dificuldade em obter consensos em matérias cruciais.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

A realidade portuguesa. Porquê?

 "A economia portuguesa teve o quarto pior crescimento por habitante em idade de trabalhar entre 1998 e 2017. Pior só Itália, Chipre e Grécia. E este indicador até já corrige as diferenças de nível de preços entre países com base na chamada paridade dos poderes de compra."





http://expresso.sapo.pt/economia/2018-06-27-Portugal-teve-4.-pior-crescimento-do-PIB-por-habitante-da-UE-desde-1998#gs.RU7qD70

Corrupção, de novo (e sempre)

"PJ faz 70 buscas no país e entra em instalações do PSD e do PS"


Foi este o título geral das notícias sobre uma nova operação policial realizada ontem, um pouco por todo o país. Foram feitas buscas em sedes do PS e do PSD, bem como em sedes de Juntas de Freguesia e câmaras municipais, como a de Lisboa.

Pelas notícias sobre o assunto, escassas dado o segredo de Justiça, trata-se de negócios entre eleitos locais e amigos, que remetem para possibilidade de corrupção e financiamento ilegal de partidos. Uma vergonha, cada vez mais frequente.

A percepção generalizada no país é de que a corrupção ligada aos partidos, aos mais diversos níveis, atingiu níveis inusitados, entre nós, pelo que o comentários mais comuns a esta operação serão do tipo: olha outros apanhados; e os outros?

Do lado do PS não houve qualquer comentário político. Já o lado do PSD, o sec. geral desvinculou-se de qualquer responsabilidade, afirmando que a operação não envolve ninguém da actual direcção do partido. Pior, não podia ser. O PSD é politicamente responsável pelas acções dos seus eleitos, seja a que nível for. Tal como o PS não se pode desresponsabilizar politicamente da acção de José Sócrates, seu antigo Sec. geral e ex-Primeiro Ministro. 

São os partidos que escolhem os seus candidatos a governar a coisa pública, até porque os cidadãos, de acordo com as leis eleitorais portuguesas votam em partidos e não em personalidades, exceptuando o Presidente da República. Os partidos são, assim, notoriamente responsáveis, em termos políticos, pelas acções das personalidades que propõem aos eleitores, nas suas listas. Não podem vir a público lavar as mãos como Pilatos. Só lhes fica mal e ainda desprestigiam mais a República e a Democracia.