quinta-feira, 28 de junho de 2018

Corrupção, de novo (e sempre)

"PJ faz 70 buscas no país e entra em instalações do PSD e do PS"


Foi este o título geral das notícias sobre uma nova operação policial realizada ontem, um pouco por todo o país. Foram feitas buscas em sedes do PS e do PSD, bem como em sedes de Juntas de Freguesia e câmaras municipais, como a de Lisboa.

Pelas notícias sobre o assunto, escassas dado o segredo de Justiça, trata-se de negócios entre eleitos locais e amigos, que remetem para possibilidade de corrupção e financiamento ilegal de partidos. Uma vergonha, cada vez mais frequente.

A percepção generalizada no país é de que a corrupção ligada aos partidos, aos mais diversos níveis, atingiu níveis inusitados, entre nós, pelo que o comentários mais comuns a esta operação serão do tipo: olha outros apanhados; e os outros?

Do lado do PS não houve qualquer comentário político. Já o lado do PSD, o sec. geral desvinculou-se de qualquer responsabilidade, afirmando que a operação não envolve ninguém da actual direcção do partido. Pior, não podia ser. O PSD é politicamente responsável pelas acções dos seus eleitos, seja a que nível for. Tal como o PS não se pode desresponsabilizar politicamente da acção de José Sócrates, seu antigo Sec. geral e ex-Primeiro Ministro. 

São os partidos que escolhem os seus candidatos a governar a coisa pública, até porque os cidadãos, de acordo com as leis eleitorais portuguesas votam em partidos e não em personalidades, exceptuando o Presidente da República. Os partidos são, assim, notoriamente responsáveis, em termos políticos, pelas acções das personalidades que propõem aos eleitores, nas suas listas. Não podem vir a público lavar as mãos como Pilatos. Só lhes fica mal e ainda desprestigiam mais a República e a Democracia.


 

 

Sem comentários: