segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

ANO VELHO MORTO, ANO NOVO POSTO


 Quando o Homem pôde sair das cavernas e começar a cultivar plantas para se alimentar além da carne dos animais que caçava, depressa percebeu as vantagens de prever as variações regulares da meteorologia ao longo do tempo. O que o levou a observar os astros, em primeiro lugar o Sol, mas também outras estrelas.

Foi assim que os egípcios, já há uns seis mil anos, estabeleceram um calendário baseado nos movimentos do Sol, com doze meses de 30 dias cada um, a que no fim do ano adicionavam cinco dias em homenagem às cinco divindades mais importantes, assim se somando 365 dias. A precisão conseguida pelos egípcios é notável, ainda mais pela correcção de mais um quarto de dia, introduzida umas centenas de anos antes de Cristo pela observação da estrela Sirius, bem visível naquela região do globo terrestre.

Por sua parte, os romanos tinham um calendário muito complexo que a tradição atribuía ao próprio Rómulo, fundador de Roma. Júlio César decidiu, em 46 AC, eliminar as grandes discrepâncias que nessa altura se verificavam relativamente à realidade observável adoptando um novo calendário que passou assim passou a ser conhecido como Juliano. O modelo seguido foi o do calendário egípcio, com doze meses alternadamente com 30 e 31 dias, com excepção de Fevereiro com 29 dias, mas mais um dia a cada quatro anos, surgindo o conceito de ano bissexto. Assim definido, o calendário juliano tinha já uma aproximação média da duração do ano bastante acentuada relativamente à realidade hoje conhecida pela ciência.

Contudo, a pequena diferença relativamente ao ano solar, ao fim de séculos de acumulação veio de novo a provocar uma discrepância de vários dias entre o Equinócio da Primavera e a data que lhe deveria corresponder: 21 de Março. A discussão sobre as alterações a efectuar no calendário durou uns trezentos anos, tendo sido finalmente adoptado um novo calendário em 1582 pelo Papa Gregório XIII, pelo que ficou conhecido como Calendário Gregoriano que é o que dura até os dias de hoje, na maioria dos países. Os anos bissextos só são assim considerados se forem divisíveis por 400, anulando-se assim o atraso de três dias em cada quatrocentos anos.

Se os calendários têm que estar ajustados às leis da Natureza estudadas pela Física e pela Astronomia, já o início da nossa Era - Era cristã é puramente convencional, tendo sido definida no início do sec. VII com início na data no nascimento de Jesus Cristo calculada por um obscuro monge chamado Dionísio que viveu no sec. VI. Assim, veio a ser definida a data de 25 de Dezembro do ano 753 da fundação de Roma, data essa que os estudos posteriores vieram a verificar não ter nada a ver com a realidade, mas tendo a vantagem de coincidir com antigas festas pagãs, assim lhes dando continuidade já cristianizadas. A contagem dos anos pela Era cristã acabou por ser adoptada por todo o mundo, incluindo os países muçulmanos, tendo mesmo as tentativas históricas de a substituir por eras com outros referenciais sido votadas ao fracasso, como aconteceu na Revolução Francesa.


“Tempus fugit” ou, melhor dito, o tempo voa. Ainda há uns anos imaginava como seria o ano 2000 e a correspondente passagem do século e o ano de 2021 já passou. Terminou com mais uma demonstração do que a Humanidade é capaz de conseguir pela dedicação e esforço colectivo ao enviar um telescópio gigante para lá da Lua para observar os confins do Universo ou, neste caso, do próprio tempo já que o que irá ver já se passou a milhões de anos-luz, pouco depois do início de tudo ou assim se imagina actualmente. Mas o ano de 2021 viu também as ondas de refugiados e a morte de muitos deles, incluindo crianças, sem que se consiga aperceber de qualquer reacção a sério dos países e organismos internacionais para acabar com esta miséria física e moral. O ano de 2021 passou-se todo em situação pandémica. E, se por um lado é impressionante verificar a capacidade de reacção da ciência produzindo vacinas em tempo record e das autoridades em montar sistemas de vacinação generalizada num período historicamente curto, não deixa de ser entristecedor ver como políticos dos mais diversos quadrantes usam a pandemia como instrumento para manterem o poder ou para o tentarem obter.

O ano de 2022 que agora tem início começa praticamente com eleições legislativas. Neste novo ano vamos pois, tentar escolher o melhor possível, na esperança de que Portugal retome o ciclo de verdadeiro crescimento para bem de todos nós, filhos e netos. E esperemos que, finalmente, a pandemia desapareça como tal, permitindo a todos um reatar de relacionamento normal, algo de que já começamos a andar esquecidos.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 3 de Janeiro de 2022

Imagens recolhidas na internet

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

«FELIZ NATAL E BOM ANO NOVO»

 


Uma comissária europeia de que já esqueci o nome e deve ter pouco que fazer propôs recentemente algumas directrizes de linguagem que incluíam a substituição de “Natal” por “Festividades”. A dimensão das críticas levaram a que recuasse e retirasse essas propostas. Para já. O ataque às sociedades liberais em nome de “amanhãs que cantam” com fundamento na falaciosa, ainda que atraente para muita gente, teoria da “apropriação das mais valias” acabou em desastre um pouco por todo o mundo, com massacres, pobreza generalizada e desastres ambientais. Mas os seus antigos defensores, que também pretenderam eliminar o Natal, e os seus sucessores mais modernos continuam com esse ataque, agora mais insidioso, por praticado por dentro. A linguagem do “politicamente correcto” é uma das armas mais poderosas desse ataque.

Por agora, a força simbólica do Natal resistiu a esse ataque. Esse simbolismo desenvolveu-se com grande destaque e de várias maneiras ao longo dos séculos depois do nascimento de Jesus Cristo.

Um desses símbolos é a “Árvore de Natal”. Herdada provavelmente das religiões da antiguidade, incluindo dos romanos e egípcios, a colocação de árvores em templos e casas estaria ligada à prosperidade e fertilidade. No século VIII o bispo S. Bonifácio terá adoptado esse costume assim o transferindo para o cristianismo, mas só no sec. XIX se veio a espalhar por todo o mundo. Outro símbolo é o “Pai Natal” que surgiu na Alemanha inspirado em S. Nicolau, um arcebispo da Turquia conhecido pela sua grande generosidade. A utilização em publicidade no início do sec. XX levou o Pai Natal a todo o lado.

Mas o símbolo maior do Natal é o Presépio. Embora se tenham encontrado algumas pinturas murais representativas do nascimento de Jesus dos séculos III ou IV, o presépio como o conhecemos hoje foi uma criação de S. Francisco de Assis que, em 24 de Dezembro de 1223, criou o primeiro presépio da história do cristianismo teatralizado com figuras reais. Foi numa gruta na floresta de Grécio na Lácio, perto de Assis, que S. Francisco construiu o presépio, incluindo mesmo um boi e um burro, além de um casal seu amigo representando as figuras de Maria e José e um bebé, como Jesus, estabelecendo sem o imaginar então, o retrato da Natividade que duraria séculos, até hoje.


Ao celebrar um nascimento, como se costuma dizer, o Natal são sobretudo as crianças. Todos teremos memórias mais ou menos coincidentes dos natais da nossa primeira infância, que não andarão longe de largos encontros familiares e da alegria dos presentes, então bastante simples, no sapato deixado na noite da Consoada junto do presépio, ou na peúga junto da lareira. Lembro-me bem da partida que alguém me fazia colocando de noite o rei mago negro atrás dos outros dois, para eu de manhã o recolocar no meio. Fundamentalmente, o carinho de que todos nós éramos rodeados manteve-se para sempre na nossa memória pessoal como dos momentos de maior felicidade da infância. Lembranças de infância hoje dificilmente transmissíveis aos nossos filhos e, sobretudo, netos. Mas o Natal continua a ser delas, as crianças. Porque temos que tratar delas com o maior carinho possível, sabendo que um dia as suas memórias dos Natais de criança poderão fazer a diferença na forma de ver o mundo e os outros. Algo que a tal sra. Comissária europeia parece não perceber.

E, se as crianças sempre foram preciosas, hoje em Portugal são-no muito mais, não só por cada uma delas por si, mas também estatisticamente porque representam um futuro ameaçado. O inverno demográfico que atravessamos piora a cada ano que passa e a pandemia só veio piorar a situação. Estima-se que no ano que agora acaba, terão nascido menos de 80.000 crianças em Portugal numa média inferior a 800 bebés por mês, o número mais baixo de sempre. Desde há onze anos que nascem em Portugal menos de 100.000 crianças, sucessivamente a descer, tendo o nosso país um dos índices de fecundidade mais baixos da Europa, com o valor de 1,4 crianças por mulher fértil, sabendo-se que o equilíbrio se estabelece nos 2,1. Em simultâneo com um aumento do número de mortos, em particular devido ao COVID-19, esta descida do número de nascimentos significa que o saldo natural que já era negativo, está a agravar-se sendo a diferença entre nascimentos e mortes cada vez maior. Em época eleitoral, bom seria que os partidos dedicassem alguma atenção a este problema gravíssimo para o nosso futuro colectivo, mas até agora não vi que algum lhe dedicasse espaço.

Escrevo esta crónica um dia antes do Natal de 2021, mas vai ser lida na página do Diário de Coimbra no dia 27. Isto é, ainda posso em verdade desejar a todos os leitores um Feliz Natal, o que aproveito para fazer, ao mesmo tempo que exprimo votos de um bom ano de 2022, com saúde e vendo os desejos particulares tornarem-se realidade.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 27 de Dezembro de 2021

Imagens recolhidas na internet

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

UMA MULHER REBELDE

 


Há poucos dias recebi de um estimado amigo um mail contendo um pequeno texto sobre a vida de uma mulher portuguesa que, devo confessar, me era totalmente desconhecida. E fiquei tão impressionado que fui procurar mais informações sobre o assunto o que me permitiu, não apenas confirmar tudo o que naquele mail era referido, mas ainda conhecer um pouco melhor a vida de D. Maria Adelaide de Bragança, que é dela que se trata.

De seu nome completo Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança, nasceu em Saint-Jean-de-Luz, França, em 31 de Janeiro de 1912, e teve como padrinhos a rainha D. Amélia e o rei D. Manuel II que se encontrava já no exílio. sendo a última neta do rei D. Miguel, exilado na Áustria, tal como os seus descendentes, pela “Lei do Banimento” depois de perder a guerra civil com os liberais liderados pelo seu irmão D. Pedro.

Mas o interesse de Maria Adelaide de Bragança que poderia ser apenas mais uma princesa não advém das circunstâncias do seu nascimento aristocrático mas pela sua vida, designadamente pelas suas opções sociais e políticas e atitudes difíceis e corajosas que tomou em conformidade com aquelas.

Num tempo em que parece não poder haver heróis que não sejam saídos da Marvel é refrescante recordar uma verdadeira heroína, humana e real, ainda por cima portuguesa. Saindo dos parâmetros hoje habituais, já que não era uma vítima ou explorada nem nada do género, e sendo hoje em dia praticamente desconhecida, bem merece ser reconhecida como tal.

De facto, Adelaide de Bragança, pelas suas acções, foi condenada à morte por duas vezes pelo regime nazi durante a Segunda Guerra Mundial.

Ao trabalhar como enfermeira na Áustria, país onde vivia, deu assistência aos feridos da guerra mas, paralelamente, integrou uma rede de resistência contra a Gestapo, que ajudava pessoas perseguidas pelos nazis, incluindo judeus, espiões, pára-quedistas aliados e outras pessoas em perigo. As SS conseguiram apanhá-la, sendo condenada à morte. Nessa altura valeu-lhe ser quem era familiarmente, tendo o governo de Salazar intercedido diplomaticamente por ela, como cidadã portuguesa, junto do governo alemão, conseguindo a sua libertação e deportação.

Refugiou-se então na Suíça junto do seu irmão Duarte Nuno de Bragança. Mas não abandonou a sua actividade anti-nazi colaborando de novo com a resistência na Áustria sob o nome de código “Mafalda” e estabelecendo a ligação entre a Inglaterra e Claus von Stauffenberg, autor principal do atentado falhado contra Hitler em 20 de Julho de 1944, que ficou conhecido como a Operação Valquíria. Apanhada novamente pelos nazis na sequência do atentado, é novamente condenada à morte. Foi salva no último momento pelo exército soviético, no momento da conquista de Viena.

Depois da guerra casou com o jovem estudante de Medicina Nicolaas van Uden, tendo o casal vivido em Portugal depois de van Uden ter terminado o curso em Viena. Contudo esse curso não foi reconhecido no nosso país, pelo que o marido de Maria Adelaide foi trabalhar no que é hoje o Instituto Gulbenkian de Ciência então a começar. Já Maria Adelaide continuou a sua actividade em prol dos necessitados da zona onde viviam, a Caparica, onde cresceram os seus seis filhos.

Teve uma vida longa, já que faleceu em 24 de Fevereiro de 2012, pouco tempo depois de o Estado português ter reconhecido o seu mérito pessoal atribuindo-lhe precisamente o grau de grande-oficial da Ordem do Mérito por ocasião da celebração dos seus cem anos de vida.

A sua vida foi a prova de que se é verdadeiramente aristocrata através da vida e não pelo nascimento: em vez de se ficar calmamente no palácio a ser servida, serviu os outros da melhor forma de que foi capaz, arriscando a própria vida, não em jogos ou desportos perigosos como tantos fazem, mas afrontando corajosamente o mal absoluto.


Sobre a sua vida Raquel Ochoa escreveu “A Infanta Rebelde”, dela dizendo a autora ser “Um exemplo de vida pela estatura moral”. Já Maria Adelaide de Bragança dizia mais simplesmente que “foi uma reacção natural com algo com que não concordava. Era-lhe impossível viver num mundo assim.”

Quem, como é o caso do autor destas linhas, é republicano assumido, não pode deixar de considerar que a nobreza é algo que define o carácter de uma pessoa, independentemente do seu nascimento. Maria Adelaide de Bragança é a prova de que as duas circunstâncias não são incompatíveis. Tendo pela força do destino nascido na mais alta aristocracia, a sua vida foi de uma nobreza inexcedível pelo que fez dela por vontade própria.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 20 de Dezembro de 2021

Imagens retiradas da internet

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

AS ELEIÇÕES MAIS IMPORTANTES

 


O Presidente da República dissolveu a Assembleia da República, pelo que vamos ter eleições legislativas no próximo dia 30 de Janeiro. Esta dissolução, anunciada previamente, caso tal sucedesse, segue-se à não aprovação da proposta governamental do Orçamento de Estado para 2022. A “frente popular” à portuguesa que ficará conhecida na História como “geringonça” terminou na discussão do OE/22, havendo acusações mútuas dos seus participantes sobre a inexistência de acordo para outro OE, como vinha acontecendo sucessivamente desde 2016. Para quem observa de fora, estas conversações falhadas tiveram uma grande semelhança com aquelas que o PS ainda ensaiou com o PSD na sequência das eleições de 2015, não sendo ambas mais do que uma demonstração de pura hipocrisia, já que os objectivos socialistas estavam noutro lado. Em 2015 e em 2021.

Os partidos, e a comunicação social em geral acompanha-os, passam agora por uma fase em que se discute muito as listas para deputados, como se os problemas do país se resumissem a isso. Poder-se-ia até pensar que os partidos estão mais uma vez a pensar nos seus umbigos. Nada de mais errado, o que na realidade está em curso é uma fuga à realidade da situação do país, a nível económico, mas também social. E os responsáveis políticos fazem os possíveis e os impossíveis por escamotear os verdadeiros problemas, numa altura em que é crucial para o nosso futuro colectivo que se tomem decisões firmes e, durante alguns anos eventualmente desagradáveis para muitos portugueses.

A falta de trabalhadores em muitas áreas, associada a uma baixa taxa de desemprego é apenas uma das disfunções graves da nossa economia. Outra é o facto de 25% dos trabalhadores por conta de outrem ganharem apenas o ordenado mínimo sendo que, quanto aos jovens, essa percentagem anda pelos 40%. O ordenado mínimo cresce administrativamente por decisão governamental e vale hoje, cerca de 65% do ordenado médio dos trabalhadores portugueses. Chegou-se à loucura de o Governo aumentar o ordenado mínimo, que mesmo assim é uma vergonha ao pé dos nossos parceiros europeus, e depois vir prestar ajuda às empresas que têm dificuldade em pagá-lo. Ajuda essa que, claro, vem dos impostos pagos pelos outros portugueses e pelas outras empresas. A realidade é que o nível de desemprego só se mantém baixo pelos ordenados miseráveis pagos por milhares de empresas que não têm qualquer viabilidade económica num mercado competitivo.

Isto quando os vencimentos dos trabalhadores reflectem obrigatoriamente a produtividade da economia, residindo aqui outra das nossas graves disfunções económicas. Portugal ocupava, no ano 2000, o 17º lugar no ranking da produtividade do trabalho entre os países europeus. Vinte anos depois, em 2020, passámos para o 21º lugar.

Em simultâneo, a nossa dívida externa continuou a crescer estando sistematicamente muito acima dos 120% do produto, enquanto a carga fiscal está a um nível nunca antes alcançado. O Estado, só nos anos do Governo da Geringonça/Frente Popular, deu emprego a mais de 70.000 trabalhadores, com as correspondentes despesas correntes a crescer nas contas do Orçamento de Estado. O que é tanto mais incompreensível quanto há falta de professores nas escolas e de profissionais da saúde no SNS: os hospitais têm falta aflitiva de médicos e enfermeiros e o nº de portugueses sem médico de família cresceu durante estes anos até atingir um milhão.

A situação económica do país degradou-se nestes últimos anos de uma forma incompreensível, dados os sacrifícios que os portugueses suportaram com a chamada da troica pelos desmandos dos governos de Sócrates e a retoma iniciada em 2014/2015 que deveria ter tido continuidade crescente, e não teve. O falhanço da “geringonça” está à vista de todos e, neste momento, Portugal só não está numa situação semelhante a 2011 por conta das políticas europeias, designadamente do BCE, quanto a taxas de juro e compra da nossa dívida pública, assim se substituindo, na prática, aos mercados. Mas a realidade vai acabar por se impor, seja pela subida da inflação que já aí está, seja pela impossibilidade de manter indefinidamente a compra sistemática de dívida soberana pelo BCE.

É perante estes problemas estruturais que estão a degradar o Estado Social e nos estão a tornar cada vez mais pobres a caminho do último lugar na União Europeia, que devemos exigir aos partidos posições claras e opções concretas para mudar de caminho em vez de afirmações genéricas que nada significam e tudo permitem. Por tudo isto, e muito mais, se há eleições cruciais para o nosso futuro colectivo são as do próximo dia 30 de Janeiro. Cabe aos partidos não defraudarem as expectativas dos portugueses com fantasias nem discussões estéreis que só servem para enganar a realidade. Além de, claro, esclarecer devidamente qual será a política de alianças pós-eleitorais, o que vale tanto para o PS como para o PSD, já que daí virá boa parte da escolha dos eleitores.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 13 de Dezembro de 2021

Imagem retirada da internet