segunda-feira, 30 de setembro de 2013

OUÇA BEM, CARO LEITOR

A música é, talvez, a expressão artística que mais se democratizou nas últimas décadas. A literatura, através do livro, conseguiu chegar aos lugares mais recônditos da Terra já há centenas de anos. A música permaneceu exclusiva das audiências que tinham oportunidade de a ouvir directamente dos que a tocavam até há pouco mais de cem anos. Daí para cá, a princípio lentamente, através dos discos de vinil, mas depois muito rapidamente até chegar à completa desmaterialização dos dias de hoje, a evolução tecnológica criou meios de levar a música a todo o lado, de tal forma que está hoje presente na nossa vida em permanência.
A música erudita beneficiou igualmente desta evolução e é hoje possível conhecer e, portanto gostar, não só as peças musicais clássicas e largamente divulgadas pelo mundo inteiro, mas também peças menos conhecidas que são verdadeiras preciosidades artísticas.
Coimbra tem, desde há doze anos, a sorte e a oportunidade de abrigar uma Orquestra Clássica que tem vindo, paulatinamente, a criar um público cada vez mais conhecedor e portanto mais exigente em termos musicais. A Orquestra Clássica do Centro teve de facto uma evolução reconhecida por todos os que frequentam os seus concertos, apresentando o reportório clássico, mas também peças menos conhecidas e mesmo algumas originais.
No próximo Dia Mundial da Música que é amanhã, dia 1 de Outubro, a Orquestra Clássica do Centro vai apresentar o seu novo CD “Em Memória da Madrugada (em Coimbra)” no auditório do Conservatório de Música de Coimbra em que interpreta várias peças menos ouvidas, mas de grande qualidade e beleza, como “On Hearing the First Cuckoo in Spring” de Frederick Delius e a “Petite Suite de Claude Debussy. O CD contém ainda a peça “Em Memória da Madrugada (em Coimbra”, que dá o nome ao CD, da autoria da compositora Marina Pikoul que foi estreada pela Orquestra Clássica do Centro nos Encontros Internacionais de Guitarra Portuguesa em 2012 e editada comercialmente pela primeira vez neste CD. A gravação deste CD decorreu precisamente no dia em que a Unesco declarou a Universidade de Coimbra – Alta e Sofia como património mundial o que, numa coincidência feliz, traduz a força cultural de Coimbra nas suas diversas vertentes.
Na apresentação do CD vamos ter a oportunidade de ouvir, para além de excertos das peças do disco, a interpretação do Concerto para Oboé e Orquestra de Mozart, sendo solista Andrew Swinnerton, no que se torna uma oportunidade rara de ouvir esta peça lindíssima tocada por um brilhante e bem conhecido oboeista.
Caro leitor, vá e ouça bem dado que, apesar de todo o progresso tecnológico, nada ultrapassa o prazer de ouvir e ver tocar música clássica na sala de concertos.

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