quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Lista de desejos para 2018



Nas passagens de ano é tradição fazer-se uma memória crítica do sucedido no ano que acaba e uma estimativa do que se espera venha a acontecer no ano que se inicia.
Desta vez fujo ao habitual e abro aqui apenas o livro de desejos para o ano de 2018, necessariamente pessoal e que será apenas isso e não um conjunto de previsões.
Tornou-se costume dizer que o século XX foi o das duas guerras mundiais 14/18 e 39/45, tendo esta última sido ainda consequência directa da primeira, prolongando-se ainda pela chamada “guerra fria” que só terminou em 1991 com o fim do bloco comunista. Na realidade, cem anos e muitos milhões de mortos depois, a actual situação política é ainda, em grande parte, consequência das más decisões tomadas no fim da primeira guerra. Em particular, a definição de fronteiras artificiais no Médio Oriente então feita é ainda hoje causa de perigosos e permanentes focos de tensões e guerras, como se tem visto na Síria, Israel, Turquia, Irão e Iraque. Seria bom que a comunidade internacional se consciencializasse desta situação e encontrasse novos caminhos mais respeitadores da História dos povos que lá vivem.
A União Europeia defronta desafios importantes, dos quais o Brexit, que terá negociações decisivas até ao último trimestre de 2018, não será o menor. A intervenção do Banco Central Europeu através da compra de dívida dos países membros acabará ou reduzir-se-á substancialmente, porque a artificialidade que provoca no Euro não poderá manter-se para sempre, sob risco de poder provocar sarilhos maiores do que os que pretende evitar. Só podemos desejar que os países apoiados pelo “quantitative easing” sejam capazes de se aguentar quando andarem à chuva sem o guarda chuva do BCE, a começar por Portugal.
Quanto a Portugal espero que prossiga no caminho do controlo das contas públicas de forma sustentada, sem comprometer o investimento público necessário e o funcionamento regular dos serviços, para além de baixar a dívida pública. Já não será pouco.
Na nossa cidade, em nome de uma cidadania responsável, saibamos exigir o cumprimento de todas as promessas eleitorais. Lembremos aos responsáveis políticos tudo aquilo que nos tem sido garantido, à semelhança do “construam-me, porra!” da barragem do Alqueva, que tão bons resultados teve. Do “wishes book” para Coimbra, em primeiro lugar surge a construção do aeroporto internacional de Coimbra. Mas não só. A abertura da Via Central deverá ser uma realidade, não apenas da Av. Fernão de Magalhães à Rua Direita, mas desde a marginal do Mondego à Rua da Sofia; claro que o troço entre a Rua Direita e a Sofia será mais difícil mas, se o Governo continuar a não autorizar a Metro Mondego a fazer as obras necessárias nos prédios em causa, a Câmara deverá avançar e tomar conta da situação, até porque possui os meios legais para o fazer. Aliás, em cumprimento das promessas governamentais, o metro avançará, seja com rodas de aço ou de borracha, que isso é aquilo que, hoje em dia, já menos importa aos conimbricenses. Tal como a Estação Velha entrará finalmente em obras, conforme foi garantido pelo ministro da tutela. Avançará a execução dos Programas das ARU’s da Baixa e Rio, incluindo as acções previstas para recuperação física, ambiental e do comércio da Baixa. Após tantos anos de abandono, o Convento de Sta. Clara-a-Nova entrará finalmente em obras, para ter uma utilização condicente com a sua dignidade, na sequência das promessas dos responsáveis governamentais do Turismo. O malfadado complexo habitacional ironicamente chamado “jardins do Mondego” terá finalmente solução, avançando a Câmara com a defesa do interesse público que se tornou urgente ao fim destes anos. Não esqueçamos o novo Palácio da Justiça, cujos projectos estão certamente a ser ultimados. Por fim, mas não menos importante para a Cidade, a candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027 será tornada uma realidade.
De fora do livro de desejos para a nossa Coimbra deixei várias promessas, já que não se pode ter tudo. Mas fica aqui ainda um outro desejo: se se espera que os responsáveis autárquicos estejam verdadeiramente empenhados em cumprir as promessas porque para isso foram escolhidos pelo povo, espera-se igualmente que a oposição autárquica não tenha uma actuação de “bota-baixismo” em nome de fantasias orçamentais, antes que exerça o seu papel com exigência permanente para que tudo se faça, contribuindo com as suas capacidades para que tal seja conseguido.
Na certeza de que, na sequência de promessas de tantos anos, em 2018 Coimbra dará finalmente os passos para se tornar na verdadeira capital do Centro de Portugal, onde as pessoas na sua generalidade gostem de viver sem verem os seus filhos partir para outras paragens, desejo a todos um Bom Ano Novo.

Sem comentários: