Ao contrário das viagens terrestres, em que o caminho a percorrer se encontra bem delineado por caminhos ou estradas, nas viagens marítimas e aéreas de longas distâncias exige-se a utilização de métodos que recorrem a cálculos astronómicos.
Nessas viagens é necessário conhecer as coordenadas do ponto de partida e do ponto de destino e escolher um itinerário.
Como a Terra é esférica, o itinerário tem que ser adaptado a essa
circunstância, havendo dois tipos de trajecto a escolher: derrota
ortodrómica e derrota loxodrómica (derrota é nome marítimo de percurso).
Uma ortodrómia utiliza o troço de um círculo máximo que passa pelos dois
pontos, à superfície da Terra. É um trajecto que minimiza assim a
distância a percorrer entre os dois pontos.
No entanto, como as cartas que se utilizam na navegação são planas,
sendo a de Mercator a mais utilizada, aquele trajecto aparece como uma
curva nestas cartas.
Para navegar, é necessário seguir um rumo, pelo que a ortodrómia é muito
difícil de seguir, exigindo que se estivesse permanentemente a mudar o
rumo.
O processo alternativo mais fácil é traçar uma recta entre os dois
pontos na carta plana, traçando uma loxodrómia e definindo assim um rumo
constante com um azimute fixo marcado na girobússula.
Só que o que na planta parece o trajecto mais direito, significa um
trajecto que em grande parte dos casos é muito mais longo. Pode-se fazer
uma mistura, adoptando um conjunto de loxodrómias que se aproximem mais
da ortodrómia.
A nossa vida não é uma esfera, mais se assemelhando a uma viagem com
altos e baixos. Mas também neste caso a maneira de chegar a um objectivo
não é muitas vezes aquela que à primeira vista parece a mais direita,
já que os sistemas de coordenadas em que nos movemos fazem parecer
simples o sistema terrestre já de si bem complexo.
Publicado em Janeiro de 2008 e republicado aqui
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