PARA MEMÓRIA FUTURA
«Comunicado de Imprensa
Os advogados abaixo assinados declaram que o seu cliente, o Sr. Rui
PINTO, assume a responsabilidade de ter entregue, no final de 2018, à
Plataforma de Proteção de Denunciantes na África (PPLAAF), um disco
rígido contendo todos os dados relacionados com as recentes revelações
sobre a fortuna de Isabel DOS SANTOS, sua família e todos os indivíduos
que podem estar envolvidos nas operações fraudulentas cometidas à custa
do Estado angolano e, eventualmente, de outros países estrangeiros.
Rui PINTO procurou, assim, ajudar a entender operações complexas
conduzidas com a cumplicidade de bancos e juristas que não só empobrecem
o povo e o Estado de Angola, mas podem ter prejudicado seriamente os
interesses de Portugal.
Rui PINTO esclarece que entregou este disco rígido, no cumprimento do
que entende ser um dever de cidadania, e sem qualquer contrapartida,
depois de tomar conhecimento das missões realizadas pela organização
PPLAAF, permitindo que usassem os dados como entendessem.
Rui PINTO está satisfeito por ver que, graças ao intenso trabalho do
consórcio de jornalistas ICIJ, todos os dados foram explorados,
verificados, validados e, portanto, encabeçaram as revelações que
necessariamente levarão à abertura de investigações criminais em muitos
países, incluindo Portugal.
Está feita a prova de que, sem as imensas revelações de Luanda Leaks,
tornadas possíveis graças ao nosso cliente, as autoridades reguladoras,
policiais e judiciais nada teriam feito. Graças ao nosso cliente, os
cidadãos portugueses e o mundo têm acesso à verdade de um extraordinário
sistema de predação e corrupção, gravemente prejudicial para Portugal,
Angola e outros países.
As decisões já tomadas pelo Banco de Portugal, PWC e outras que estão
por vir demonstram a importância excepcional das revelações de Luanda
Leaks. A responsabilidade das autoridades é agora agir e abrir as
investigações necessárias – já abertas em Angola – e ao mesmo tempo
recuperar elevadas somas de dinheiro, mas é preciso dizer que são as
mesmas autoridades portuguesas que mantêm Rui Pinto na prisão há quase
um ano, sob o pretexto de uma tentativa de extorsão, e que, até este
momento, apenas pediram a sua colaboração com o exclusivo intuito de o
autoincriminar.
O nosso cliente gostaria de lembrar que esta colaboração com o PPLAAF e o
ICIJ está relacionada exclusivamente com a entrega deste disco rígido e
que não prejudica a cooperação histórica que tem realizado com o
consórcio European Investigative Collaborations (EIC) desde as primeiras
revelações do Football Leaks.
William BOURDON & Francisco TEIXEIRA DA MOTA
27.01.2020»
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