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sábado, 3 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
1º DE DEZEMBRO
Nesta data em que o 1º de Dezembro volta a ser feriado, algumas notas pessoais.
Esta data é das mais impressivas na minha memória. Quando tinha uns dez anos de idade e vivia em Oliveira do Hospital, nas faldas da Serra da Estrela, lá íamos todos marchar às nove da manhã para umas cerimónias que não recordo. O que recordo, sim, é que estava um frio de rachar e que a farda da "Mocidade Portuguesa" contemplava calções e uma camisa com as mangas dobradas pelo cotovelo. A minha Mãe, com o maior carinho, enchia tudo por baixo com a roupita mais quente que encontrava, de forma a que não se visse e amenizasse um pouco o frio.
Durante o Estado Novo o 1º de Dezembro foi sempre a data mais marcadamente celebrada e ensinada aos jovens, como a data da Restauração, por ser aquela em que corremos com os espanhóis e recuperámos a nossa independência. Essa celebração tinha um forte cunho patriótico e mesmo nacionalista, pela glorificação do povo português e menorização dos espanhóis. Na realidade, Filipe II de Espanha apenas havia herdado o trono português depois dos disparates do nosso Rei D. Sebastião, que ele próprio Filipe tinha tentado dissuadir de fazer. Anos antes, houvera igualmente tentativas dos nossos reis virem a herdar o reino de Espanha por via idêntica.
O 1º de Dezembro foi uma revolta de algumas elites e não uma revolta popular. Por mim, tenho um grande, muito maior respeito pelo que se passou entre 1383 e 1385, vendo aí motivos de celebração muito maior.
Entendo, apesar de tudo, que alguma data deve haver para celebrar a independência de Portugal e, não havendo outra, relativa à acção do nosso primeiro Rei Afonso ou do nosso Rei João I, o 1º de Dezembro também poderá servir para o efeito.
É por isso que lamentei que esse feriado tivesse sido retirado pelo governo de Passos Coelho e fico satisfeito com a sua reposição.
Mas não posso deixar de me referir ao comentário de que essa retirada do feriado fosse para apoucar ou menosprezar a data. De facto, numa situação de desespero económico-financeiro como aquele por que passámos em 2011/2013, faz todo o sentido puxar o mais possível pela produção nacional e os feriados contribuem, obviamente, para a reduzir. Para aqueles que se referem a esta situação com algum sarcasmo lembrarei o célebre "dia de trabalho para a nação" de Vasco Gonçalves. Quando a situação é de penúria, fazem-se sacrifícios e quem não entende isto não pode cuidar do bem público.
Numa situação em que depois de os portugueses terem passado por sacrifícios, já não dependemos do estrangeiro para todas as nossas contas, passamos a poder fazer escolhas. é por isso que fico satisfeito por voltarmos a poder prescindir da produção de um dia de trabalho, gozando de um feriado que relembra os feitos heróicos dos nobres de 1640.
O que ouvi do primeiro ministro e do presidente da Republica neste 1º de Dezembro foi, a todos os títulos, lamentável por demonstrar falta de respeito pelos sacrifícios por que os portugueses passaram por causa da vinda da troika, chamada in extremis em 2011.
Esta data é das mais impressivas na minha memória. Quando tinha uns dez anos de idade e vivia em Oliveira do Hospital, nas faldas da Serra da Estrela, lá íamos todos marchar às nove da manhã para umas cerimónias que não recordo. O que recordo, sim, é que estava um frio de rachar e que a farda da "Mocidade Portuguesa" contemplava calções e uma camisa com as mangas dobradas pelo cotovelo. A minha Mãe, com o maior carinho, enchia tudo por baixo com a roupita mais quente que encontrava, de forma a que não se visse e amenizasse um pouco o frio.
Durante o Estado Novo o 1º de Dezembro foi sempre a data mais marcadamente celebrada e ensinada aos jovens, como a data da Restauração, por ser aquela em que corremos com os espanhóis e recuperámos a nossa independência. Essa celebração tinha um forte cunho patriótico e mesmo nacionalista, pela glorificação do povo português e menorização dos espanhóis. Na realidade, Filipe II de Espanha apenas havia herdado o trono português depois dos disparates do nosso Rei D. Sebastião, que ele próprio Filipe tinha tentado dissuadir de fazer. Anos antes, houvera igualmente tentativas dos nossos reis virem a herdar o reino de Espanha por via idêntica.
O 1º de Dezembro foi uma revolta de algumas elites e não uma revolta popular. Por mim, tenho um grande, muito maior respeito pelo que se passou entre 1383 e 1385, vendo aí motivos de celebração muito maior.
Entendo, apesar de tudo, que alguma data deve haver para celebrar a independência de Portugal e, não havendo outra, relativa à acção do nosso primeiro Rei Afonso ou do nosso Rei João I, o 1º de Dezembro também poderá servir para o efeito.
É por isso que lamentei que esse feriado tivesse sido retirado pelo governo de Passos Coelho e fico satisfeito com a sua reposição.
Mas não posso deixar de me referir ao comentário de que essa retirada do feriado fosse para apoucar ou menosprezar a data. De facto, numa situação de desespero económico-financeiro como aquele por que passámos em 2011/2013, faz todo o sentido puxar o mais possível pela produção nacional e os feriados contribuem, obviamente, para a reduzir. Para aqueles que se referem a esta situação com algum sarcasmo lembrarei o célebre "dia de trabalho para a nação" de Vasco Gonçalves. Quando a situação é de penúria, fazem-se sacrifícios e quem não entende isto não pode cuidar do bem público.
Numa situação em que depois de os portugueses terem passado por sacrifícios, já não dependemos do estrangeiro para todas as nossas contas, passamos a poder fazer escolhas. é por isso que fico satisfeito por voltarmos a poder prescindir da produção de um dia de trabalho, gozando de um feriado que relembra os feitos heróicos dos nobres de 1640.
O que ouvi do primeiro ministro e do presidente da Republica neste 1º de Dezembro foi, a todos os títulos, lamentável por demonstrar falta de respeito pelos sacrifícios por que os portugueses passaram por causa da vinda da troika, chamada in extremis em 2011.
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Governar é como conduzir um carro
O primeiro Ministro terá feito esta afirmação numa entrevista. Nunca foi tão sincero nem demonstrou tão claramente o que é a sua governação. Infelizmente.
De facto, conduz-se um carro por uma estrada existente e reage-se ao que vai surgindo: estrada desimpedida, anda-se mais depressa; estrada movimentada e com curvas, anda-se mais devagar. Não há melhor imagem para a total falta de estratégia e de definição de objectivos, para além de chegar ao fim vivo.
Se tivesse dito que era como governar um navio, aí a conversa seria outra. Porque aí parte-se de um porto para outro de chegada e tem que se planear tudo, para lá chegar, desde escolher a rota, verificar a meteorologia e um monte de outras coisas que não vale a pena referir aqui.
Mas para isso é preciso estabelecer uma estratégia e não apenas reagir ao que aparece a seguir a uma curva.
De facto, conduz-se um carro por uma estrada existente e reage-se ao que vai surgindo: estrada desimpedida, anda-se mais depressa; estrada movimentada e com curvas, anda-se mais devagar. Não há melhor imagem para a total falta de estratégia e de definição de objectivos, para além de chegar ao fim vivo.
Se tivesse dito que era como governar um navio, aí a conversa seria outra. Porque aí parte-se de um porto para outro de chegada e tem que se planear tudo, para lá chegar, desde escolher a rota, verificar a meteorologia e um monte de outras coisas que não vale a pena referir aqui.
Mas para isso é preciso estabelecer uma estratégia e não apenas reagir ao que aparece a seguir a uma curva.
Henrique Monteiro: para onde vai o dinheiro do povo?
Com a confirmação, hoje, do INE de que a Economia tinha crescido 0,8% no
terceiro trimestre podemos agora ter a certeza da decomposição desse
número. O grande motor foi a exportação e, ao contrário do que chegou a
afirmar, a exportação dos aviões militares F-16 para a Roménia tem um
impacto nulo. Ao mesmo tempo sabe-se que a procura interna cai 0,6
pontos percentuais em cadeia, mas parece que a poupança também está nos
mínimos. O mistério é, pois, onde está o dinheiro?
http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_chamem_me_o_que_quiserem/2016-11-30-Para-onde-vai-o-dinheiro-do-povo-
Ainda aí uma grande conversa sobre mudança de estratégia do governo do consumo interno para as exportações. A conversa é da treta. A estratégia do consumo interno falhou redondamente e o que fica são as exportações em que o governo anterior apostou com força e que neste momento têm a força da inércia. Isto é, não há mudança de estratégia e apenas viver com o que há.
http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_chamem_me_o_que_quiserem/2016-11-30-Para-onde-vai-o-dinheiro-do-povo-
Ainda aí uma grande conversa sobre mudança de estratégia do governo do consumo interno para as exportações. A conversa é da treta. A estratégia do consumo interno falhou redondamente e o que fica são as exportações em que o governo anterior apostou com força e que neste momento têm a força da inércia. Isto é, não há mudança de estratégia e apenas viver com o que há.
Sobre a consolidação orçamental
Sobre o esforço de consolidação orçamental e o tal défice mais baixo da história da Democracia (um record) vejam-se os números, em vez de ler as asneiras de Nicolaus Santos e cia.
https://oinsurgente.org/2016/11/30/o-menor-defice-de-sempre-em-democracia/
https://oinsurgente.org/2016/11/30/o-menor-defice-de-sempre-em-democracia/
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