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sexta-feira, 17 de outubro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
CIRCO
Erro.
O mundo está é transformado é num imenso circo .
Senão, vejamos:
O presidente da empresa encarregada dos estudos e construção do novo aeroporto de Lisboa, ao ser indagado da razão da ausência completa de responsáveis políticos (leia-se ministros e secretários de Estado) na apresentação do lay-out do aeroporto de Alcochete, respondeu: "o meu assignment é fazer acontecer coisas" .
O presidente da Entidade para a Comunicação Social (ERC) que ainda ninguém fora da política entendeu para que serve, achou "estranho" que os gravadores de TODOS os elementos da ERC tenham falhado aquando da gravação das declarações do Director do jornal Público numa célebre prestação de declarações. Nem o dele, da marca Sony, arrancou dessa vez (revista Sábado de 16/X/08).
Soube-se agora que o presidente da república francesa Nicolas Sarkozy teve um caso com a mulher de um actual membro do seu governo, quando era ministro do Interior de Jacques Chirac (revista Sábado de 16/X/08). Viva a França.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
ÉTICA EMPRESARIAL
João César das Neves publicou a "Introdução à Ética Empresarial", com edição da PRINCIPIA.
Quem já teve a oportunidade de o ouvir sobre esta matéria sabe bem a sorte que é ter agora à disposição este volume com muito daquilo que há a saber sobre a Ética Empresarial.
Quer a visão histórica, que nos dá a conhecer a história da evolução dos conceitos ligados à Ética desde a Grécia Antiga, quer a visão concreta da Ética na gestão já nos nossos dias, tudo isso está neste volume.
Recomendo vivamente.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
ORÇAMENTO
Entretanto, desde ontem que a comunicação social discute aspectos concretos do orçamento. Isto é, foram deliberadamente lançados pormenores para fora, que servem para colocar a discussão nos planos que interessam ao Governo.
Isto só significa que o Governo dispõe de uma máquina de comunicação eficaz.
O que impressiona mesmo é a forma, no mínimo acrítica, como toda a imprensa vai atrás do que lhe atiram, bem como a própria oposição.
Triste país este.
Lembrar Romy Schneider
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
ESTA CRISE É DE TODOS NÓS
A semana passada terminou tal com havia começado. Se na segunda-feira as bolsas de todo o mundo haviam conhecido quedas como não se via há muitos anos, a sexta-feira levou verdadeiramente as bolsas aos infernos.
Mais grave, tal sucedeu dois dias depois de finalmente os principais bancos centrais de todo o mundo se terem conseguido entender para descer as taxas de juro em 0,5%.
A actual crise que começou por ser financeira passou já para as outras áreas da economia, começando a ver-se grandes empresas a baixar as suas produções, outras a fechar algumas fábricas e outras a falir.
Até há pouco, o cidadão comum sentia o reflexo da crise através dos aumentos constantes na prestação a pagar ao banco para amortização da casa. Neste momento, é a chamada economia real que se começa a ressentir de forma violenta, o que já está a ter consequências na vida de todos nós.
Os institutos internacionais como o FMI já reduziram as previsões de crescimento dos países europeus para este ano. Para 2009 prevê-se recessão para vários desses países, enquanto outros deverão estagnar, o que é pouco melhor.
Estamos todos a testemunhar uma das maiores e mais repentinas alterações na ordem económica mundial de que há memória.
No nosso léxico diário entraram já termos até agora relativamente desconhecidos como “produtos financeiros contaminados”, “risco sistémico”, “risco específico”, etc.
Entretanto, muito boa gente entretém-se a discutir se as intervenções dos Governos nos bancos e na actividade financeira em geral significa o fim do sistema capitalista e o triunfo final do Estado como orientador e planificador de toda a nossa vida isto é, a prova final das vantagens do socialismo. Entre nós, chegou-se mesmo a ouvir dizer que esta crise corresponde ao “cair do muro de Berlim” do capitalismo. Há ainda quem apresente ao povo as bolsas como sendo casinos em vez de forma de regular os preços e financiar a actividade económica. Os tempos conturbados sempre foram oportunidade para se proferir os maiores disparates.
Esta crise serviu ainda, infelizmente, para colocar a nu a incapacidade de os países da União Europeia se entenderem. Durante mais de uma semana foi possível assistir às mais desencontradas posições e manifestações de hipocrisia entre os líderes dos principais países europeus. Se em relação a muitos deles, sinceramente não se esperaria outra coisa dada a sua manifesta falta de qualidade e substância, outros houve que foram uma triste novidade como é o caso da chanceler alemã, Ângela Merkel.
Uma última nota, relativamente às causas profundas desta crise financeira global.
Se houve muitas falhas, a nível de regulação e de ganância generalizada no sistema financeiro em todo o mundo, uma falha gravíssima ressalta sobre todas as outras e que é a demonstração do desaparecimento da Ética da actividade financeira. É notório que as questões éticas foram completamente afastadas das preocupações de grande parte das elites que dominam os instrumentos financeiros.
Dir-se-à que essas preocupações éticas já não fazem falta no mundo de hoje em que o homem desenvolveu sistemas complexos e poderosos de regulação.
Pois a actual crise é bem a prova de que no início e no fim das actividades económicas deverá estar a pessoa humana e a sua dignidade, razão única da existência dessas actividades. Perdendo-se esta perspectiva, isto é, eliminando a Ética da nossa actividade, os mais poderosos e magníficos sistemas ficam a trabalhar no vazio e mais cedo ou mais tarde desabam fragorosamente.
Publicado no Diário de Coimbra em 13 de Outubro de 2008
domingo, 12 de outubro de 2008
TRATADO DE LISBOA
Claro está que a resolução da actual crise económica e financeira se sobrepõe aos problemas organizativos (bom, isto não é verdade para todos, já que em Portugal a AR achou mais importante discutir o "casamento" dos homossexuais, mas enfim...)
Por outro lado, o tratamento dado à Irlanda por alguns líderes, nomeadamente a Sra. Angela Merkel não deverá ser esquecido pelos irlandeses na hora de votar, pelo que o resultado do referendo poderá ser contrário aos desejos de Bruxelas.
No entanto, convinha não esquecer esta questão. Provavelmente, deveria ser dado um passo em frente, deitar para o caixote do lixo aquela proposta e avançar decididamente para o federalismo europeu.
A falta de capacidade europeia em responder a uma voz a um problema grave e concreto para todos, mostra que a orgânica interna da União tem que ser repensada e modificada urgentemente.
Receio é que os actuais líderes europeus não sejam capazes de dar esse passo.