Termina no próximo domingo um dos períodos mais longos e desgastantes de campanhas eleitorais sucessivas a que temos assistido.
De facto, desde a pré-campanha das europeias de 7 de Junho passado que o país não mais teve descanso, com a política a tomar um lugar de relevo em todos os órgãos de comunicação social. Tudo o resto ficou esquecido, incluindo os graves problemas sociais e económicos que estamos a viver.
Para economia de gastos e - fundamentalmente - para benefício do nosso equilíbrio psicológico, mais valia que se tivesse optado por fazer coincidir as datas de pelo menos duas das eleições. Mas, enfim, foi assim que se decidiu, e temos todos que suportar esta pressão que está finalmente prestes a terminar.
As eleições autárquicas do próximo domingo, fruto da intensidade das últimas eleições e do tipo de escolhas a fazer poderão parecer a muitos de segunda categoria. Nada de mais falso: os seus resultados terão um impacto directo da nossa vida. Em primeiro lugar, somos cidadãos, e a cidade é central no nosso exercício político. É nela que vivemos, é ela o ambiente que nos circunscreve e de alguma forma condiciona. Em termos de escala, é igualmente o nosso contacto mais directo com aqueles em que delegamos o poder de tomar decisões por nós. É o nosso primeiro elo com a democracia representativa. Assim, é do nosso interesse directo o exercício do direito de voto na escolha dos nossos autarcas.
As eleições para as autarquias locais têm características próprias. São, normalmente, pouco politizadas do ponto de vista estritamente ideológico. Este facto compreende-se na medida em que a maior parte dos problemas locais tem uma abordagem mais técnica que ideologicamente orientada. Com a excepção dos partidos radicais, que insistem numa abordagem ideológica de toda a realidade e de todos os aspectos da vida e organização da comunidade humana, há um consenso entre os partidos de que as questões locais se resolvem pelo diálogo com as pessoas, implicando uma grande capacidade de negociação. Talvez por isso os executivos municipais incluam representantes das diversas forças concorrentes, em vez de incluírem apenas representantes do partido mais votado.
As escolhas locais prendem-se assim mais com a percepção de quais serão os concorrentes que melhor compreendem a necessidades de todos e cada um, e que melhor lhes darão resposta.
O Dr. Carlos Encarnação tem sabido, como Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, estabelecer uma relação íntima com grande parte dos munícipes, sejam urbanos ou das zonas mais rurais do concelho. Os munícipes sentem que não é pelo facto de se sentirem mais à esquerda ou mais à direita que o seu Presidente da Câmara trata os seus problemas de forma diferente.
Para além de a candidatura do Dr. Encarnação incluir oficialmente vários partidos, no caso o PSD, o CDS e o PPM, as suas listas incluem personalidades que não se revêem normalmente naqueles partidos. Significa isto que a sua candidatura é garantia de que as ambições dos cidadãos de Coimbra serão atendidas tendo em conta os interesses do concelho, isto é, sem o filtro da ideologia política.
No próximo domingo, caro leitor, lembre-se de que é do seu interesse ir votar. Afinal, trata-se da sua cidade, do seu bairro, da sua rua. E, aqui, todos os votos contam.
Publicado no Diário de Coimbra em 5 de Outubro de 2009