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sábado, 7 de novembro de 2009
Evangelho de hoje
Evangelho segundo S. Lucas 16,9-15.
«E Eu digo-vos: Arranjai amigos com o dinheiro desonesto, para que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é infiel no pouco também é infiel no muito. Se, pois, não fostes fiéis no que toca ao dinheiro desonesto, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem? E, se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.» Os fariseus, como eram avarentos, ouviam as suas palavras e troçavam dele. Jesus disse-lhes: «Vós pretendeis passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações. Porque o que os homens têm por muito elevado é abominável aos olhos de Deus.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Smetana: o Moldava
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
COIMBRA NO SEU MELHOR (de novo)
É provável que o leitor se interrogue sobre as razões que me levam a utilizar tantas vezes o mesmo título nestas minhas crónicas: “Coimbra no seu melhor”. Na realidade, a nossa Cidade tem uma característica bem portuguesa, que por razões históricas é mais pronunciada entre nós e que se revela numa intensa capacidade de dizer mal de tudo e de todos. Concedo até que essa atitude se deva a uma vontade subliminar de ouvir em resposta que não, que em Coimbra até há isto ou aquilo de bom. Mas, aqui entre nós, essa é uma atitude bem “coimbrinha” que deve ser combatida, porque desvirtua a realidade actual da nossa Cidade. E, para dificuldades, já nos chegam as provocadas pelo bicefalismo territorial do país, que esmaga a zona Centro em que nos integramos e de que Coimbra é claramente a cidade principal.
Por estas razões, o exercício activo da cidadania obriga-me a mostrar e divulgar aquilo que sinto ser o que Coimbra tem de melhor para oferecer. E não haverá textos que me dêem mais prazer escrever do que estes.
Venho hoje referir, de novo, a excelente Orquestra Clássica do Centro. Vou repetir-me em parte, porque já aqui elogiei o trabalho de todos os que dão corpo àquele projecto que deve ser acarinhado por todos.
A existência continuada em Coimbra de uma formação orquestral de música clássica de qualidade indiscutível foi um sonho de muitos ao longo de muitos anos. Encontra-se finalmente concretizado da melhor maneira, o que se deve obviamente a todos os que de uma maneira ou de outra a apoiam, mas fundamentalmente a duas pessoas, a Dra. Emília Cabral Martins e o Maestro Virgílio Caseiro. O Maestro Virgílio Caseiro dedica à OCC toda a sua competência técnica, amor à arte musical e trabalho, muito trabalho, de forma inteiramente gratuita. A Dra. Emília Martins consegue fazer o quase impossível, só comparável ao milagre da multiplicação os pães. O único apoio oficial digno desse nome vem da Câmara Municipal de Coimbra e traduz-se em 175.000 euros por ano. Para uma orquestra que custa 490.000 euros, não há outra designação para o que tem sido conseguido à custa de imensa imaginação, alguns apoios empresariais e mesmo pessoais, para além de uma excepcional capacidade de gestão.
O Estado concedeu este ano um apoio pontual de 30.000 euros à Orquestra Clássica do Centro. Não apoia regularmente a OCC, porque defende que a região Centro só merece uma orquestra clássica e já apoia a orquestra que existe em Aveiro, de dimensão e número de concertos bem reduzidos face à OCC. O mesmo critério não é aplicado pelo Estado a outras actividades artísticas, como o Teatro, havendo na nossa Região várias companhias teatrais que recebem muitas centenas de milhares de euros por ano. Não está evidentemente em causa que o Estado apoie o Teatro, mas que os critérios sejam semelhantes, não havendo artes inferiores e artes superiores
A Dra. Emília Martins escreveu há alguns dias uma carta aos jornais, naquilo que chamou de desabafo, mas que se pode considerar um verdadeiro grito de alerta em defesa da Cultura na nossa região. Perguntava mesmo porque não é possível encontrar uma plataforma de entendimento entre as duas formações orquestrais existentes na Região que, mesmo juntas, não conseguem ainda hoje em dia constituir uma orquestra sinfónica. Pela minha parte, não faço mais do que a minha obrigação em manifestar aqui todo o apreço pelo trabalho em prol da Cultura de todos os que de alguma forma apoiam a Orquestra Clássica do Centro, fazendo votos de que tenha uma longa vida e consiga evoluir para nos oferecer um leque cada vez mais variado e complexo de oferta musical de qualidade.
Publicado no Diário de Coimbra em 2 de Novembro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Boa semana
EDUCAÇÃO, ESCOLAS E RANKINGS
Foram mais uma vez conhecidos os rankings nacionais das escolas. De novo, houve azo a que se fizessem imensas comparações entre os resultados obtidos.
Não nego o interesse de saber os resultados obtidos nos exames pelas diferentes escolas, antes pelo contrário. Há poucos dias, tive a oportunidade e o privilégio de assistir a um espectáculo de dança por alunos e alunas do Colégio Rainha Santa Isabel de Coimbra, um dos melhores classificados. Durante mais de duas horas, dezenas de jovens encantaram um Teatro Académico de Gil Vicente completamente cheio, num espectáculo significativamente chamado “EXISTO, LOGO DANÇO”. Este Colégio, refira-se, aparece bastante bem classificado nos rankings. É mesmo o quinto classificado na categoria Secundário do ranking SIC/Expresso, entre escolas públicas e privadas de todo o país, o que diz bem da excelência do seu ensino. Mas, ao ver aquelas dezenas de jovens a dançar, não pude deixar de me lembrar de diversos aspectos.
Em primeiro lugar, a formação educativa proporcionada àqueles e aquelas jovens vai muito para além do que dizem os rankings. O contacto com música de qualidade, a aprendizagem da dança, a capacidade de coordenar os movimentos com colegas, o esforço dispendido com tarefas que não contam para a sua classificação escolar pessoal, tudo isso não entra na classificação dos rankings. É um processo complexo que consiste em educar e não apenas instruir, que é aquilo que o nosso ensino obrigatório, particularmente o oficial, tende a privilegiar.
Por outro lado, há uma sensação de injustiça, dado que a esmagadora maioria dos jovens portugueses não tem qualquer acesso à formação cultural proporcionada por uma grande parte das instituições de ensino particulares.
O actual sistema de ensino, que em teoria está montado para democratizar a educação, está, na prática, a aprofundar o fosso entre as classes sociais. Ao impedir as famílias de escolher em liberdade e igualdade de acesso as escolas que preferem para os seus filhos e ao transformar as escolas oficiais em depósitos de jovens durante o dia, e simples fornecedoras de “competências” específicas, o Estado “puxa para baixo” a educação da maioria dos cidadãos de amanhã.
Muitos pais que desejam para os seus filhos um desenvolvimento educacional adequado, capaz de lhes fornecer “mundo” e cultura para além das tais competências para superarem os exames, vêem-se obrigados a pagar a educação dos seus filhos por três vezes: a primeira, pelos impostos que pagam o ensino oficial, a segunda pelas propinas do colégio, e a terceira pela poupança que proporcionam ao Estado ao retirarem-nos das escolas oficiais.
Estas e outras razões levam a que não surpreenda que nos rankings do ensino secundário a primeira escola pública surja apenas no 14.º lugar. Mas, como disse, isto até nem é o mais importante. O que verdadeiramente importa é tudo aquilo que está escondido por trás dos rankings e que os responsáveis políticos dos diversos partidos sistematicamente se recusam a ver. E isso não se resolve atirando dinheiro para cima do problema, como tem sido feito há muitos anos, antes avançando para reformas que coloquem a formação completa do aluno no centro das preocupações. A educação não deveria ser um luxo para apenas quem a pode pagar.
Publicado no Diário de Coimbra em 26 de Outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Breguet Classique Twin Rotating Tourbillon
Devo dizer que já há algum tempo que não via uma novidade relojoeira que me impressionasse como este Breguet.
A caixa é magnífica, toda ela em platina. Mas o que o distingue é o facto de ter dois turbilhões. Entre eles está uma ponte na qual foi montado o ponteiro das horas. E sim, todo o mostrador roda com o ponteiro das horas. Qualquer coisa de espantoso em mecânica miniaturizada de extrema precisão. Tenho pena de não dispor de um filme que mostre esta maravilha a trabalhar.