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segunda-feira, 3 de maio de 2010
SEGURANÇA RODOVIÁRIA, PRECISA-SE
Se há algum sector em que Portugal melhorou sensivelmente nos últimos anos é o da sinistralidade rodoviária. O número de acidentes e, principalmente os números de mortos e de feridos graves, são hoje em dia muito inferiores ao que se verificava há uns vinte anos. As causas são diversas, mas podemos salientar a melhoria geral das estradas e a renovação da frota automóvel.
O outro factor clássico para a definição das condições de segurança rodoviária é o comportamento dos condutores. Quanto a isso, não se sente que haja uma grande melhoria, em grande parte porque quem circula pela estrada raramente sente a presença dissuasora das forças policiais, a não ser para controlar a velocidade excessiva.
Tendo as estradas melhorado sensivelmente desde a nossa entrada na actual União Europeia, há no entanto muitas situações que necessitam de atenção urgente por parte das autoridades que superintendem nas estradas.
As estradas, mesmo quando de construção ou beneficiação recente, necessitam de manutenção. Em particular, no que diz respeito à sinalização, a falta de manutenção das pinturas e de substituição imediata de sinais de trânsito degradados ou desaparecidos é motivo de muitos acidentes, por vezes de grande gravidade. Em alerta publicado há poucos dias, a Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária estima mesmo que entre 20 a 30 por cento dos acidentes rodoviários sejam provocados pela má sinalização.
É notória e frequente a falta de conhecimento prático e de experiência por parte de muitos projectistas de estradas. Em consequência, surgem situações pontuais de falta de segurança em que os automobilistas se encontram de repente perante situações que fogem ao “ambiente” rodoviário em que circulam, obrigando a manobras que deviam ser desnecessárias. Mesmo a própria fiscalização da construção das estradas deixa muito a desejar. A perda da experiência e do conhecimento tácito acumulado durante muitas dezenas de anos pelos técnicos da antiga JAE ajuda a explicar boa parte destas situações e é de lamentar.
Entrou ao serviço há poucos meses em Coimbra uma infra-estrutura rodoviária que é bem o paradigma do que acima escrevi.
A “rotunda do Almegue” junto à Escola Superior Agrária de Coimbra parece acumular todos os erros de projecto e de execução que se possam imaginar. A sua geometria e a própria dimensão dificultam aos automobilistas a percepção de que se trata de uma rotunda. As inserções das diversas vias são feitas com ângulos desadequados. A variação do número de vias é permanente, impossibilitando uma sinalização horizontal coerente que ajude de facto à orientação dos automobilistas. Por fim, a diferença de cotas entre as vias de acesso e da própria rotunda impede uma boa percepção visual de quem circula.
Há muitos anos que defendo uma entidade reguladora para as estradas, que proteja de facto a segurança dos seus utentes e impeça asneiras e disparates na construção das estradas. De facto, nem a Estradas de Portugal nem boa parte dos Municípios são capazes de garantir, quer a qualidade exigível de projectos e sua correcta execução, quer a necessária manutenção para que continuem ao serviço nas condições mínimas de segurança de circulação rodoviária.
Publicado no Diário de Coimbra em 3 de Maio de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Behaviour of the sexes: The hormone of laddishness
Oestrogen, not testosterone, is what makes a male act like a male
IN ALL species that practise sexual reproduction, males and females show gender-specific behaviours. These range from the way they mate to the way they defend—or fail to defend—their territory. Both males and females start out with the same template at birth, but then something acts on the male to masculinise him for life. But nobody knows just how that happens.
It is well known that sex hormones like oestrogen, which is typically seen as a female hormone, and testosterone, similarly seen as a male one, play a role in shaping the neural circuits in the developing brain, and that much of that moulding takes place before birth. It has also been established that testosterone, as well as being a fully functional hormone in its own right, can be (and often is) converted into oestrogen in the body. ..
terça-feira, 27 de abril de 2010
Bolsa perde 5,36% após descida do rating
DE MAL A PIOR
Do Diário Económico:
Tal como Económico antecipou em primeira mão, a S&P acaba de reduzir a notação da dívida portuguesa em dois níveis, de 'A+' para 'A-'.
Trata-se da pior classificação desde a primeira classificação da S&P para Portugal, em 1992, ainda no tempo do escudo, segundo dados da Bloomberg.
Tão negativo quanto isso é o aviso da agência de notação financeira de quer poderá voltar a cortar a classificação da dívida portuguesa se o défice e a dívida nacional derem sinais de descontrolo.
"O 'downgrade' de dois níveis reflecte o nosso entendimento de que Portugal enfrenta riscos orçamentais acrescidos", justifica Kai Stukenbrock, da S&P, uma das mais poderosas agências de notação financeira.
A nova classificação da dívida portuguesa, de 'A-' significa que Portugal é tido como segundo país mais arriscado pela zona euro, deixando de estar ao mesmo nível de Chipre, Itália e Eslováquia. Pior que Portugal só a Grécia, que tem um 'rating' de 'BBB+'.
O 'rating' funciona como uma espécie de cartão de visita quando um Estado ou uma empresa procura financiamento nos mercados internacionais. Quando mais baixo for a classificação atribuída pelas agências, mais caro sairá a emissão de dívida.
Conjuntura: Custo dos 'credit default swaps' já sobe 40,7 pontos e atinge no...
Portugal sobe para 6º lugar
segunda-feira, 26 de abril de 2010
TEMOS SARILHOS
Bolsa de Lisboa é a que mais cai no mundo, PSI 20 tomba 3% (DE)
Num dia em que as principais praças europeias até protagonizaram ganhos, o PSI 20 fechou a perder mais de 3%, acompanhado pela bolsa grega.
COIMBRA NO SEU MELHOR
Como alguns dos meus leitores já terão certamente reparado, reservo a subtítulo “Coimbra no seu melhor” para aquilo que na nossa Cidade me surpreende pela positiva e que merece ser divulgado. O espírito geral destes escritos é o de relevar o que há de bom e de apontar o que me parece negativo, mas sempre numa perspectiva construtiva, tentando apontar alternativas ou caminhos diferentes. Mas não há nada que me satisfaça mais que mostrar o que é feito e melhora a nossa cidade, aquilo que demonstra espírito empreendedor, aquilo que claramente fazemos melhor.
A Feira do Livro de Coimbra já vai na sua 33.ª edição, tendo portanto uma longa tradição. Lembro-me bem que muitas vezes foi criticada, justa ou injustamente, lamentando-se a falta de iniciativas.
A Feira do Livro deste ano ultrapassa tudo isso. Poder-se-á mesmo falar de uma reinvenção da Feira. De facto hoje em dia, compram-se livros com desconto durante todo o ano nas livrarias. Mas a Feira do Livro deste ano é muito mais que uma feira de livros desse tipo. À exposição e venda de obras, ainda assim com descontos superiores aos habitualmente praticados pelas livrarias, a organização acrescentou muitas outras actividades científicas, culturais e artísticas.
Do programa, retiro:
As oficinas de encadernação e douramento de livros e também a formação em restauro do livro antigo;
Os diversos concertos e recitais de música de variados géneros, bem como workshop de dança;
As sessões de leitura para diferentes públicos-alvo;
As tertúlias com Professores convidados bem conhecidos de todos nós, como Marcelo Rebelo de Sousa, Luís dos Reis Torgal, Manuela Delille, Sá Furtado, José Carlos Seabra Pereira, Manuel Portela, Rui Bebiano e Carlos Fiolhais, entre outros.
São quinze dias em que os livros, para além de peça central, constituem pretexto para que os conimbricenses se desloquem à Praça da República até ao próximo domingo dia 2 de Maio, a fim de participar ou apenas assistir aos mais diversos acontecimentos ou eventos, como agora se costuma dizer. Até ao próximo fim-de-semana, o leitor ainda terá a oportunidade de conhecer melhor Aquilino Ribeiro, ouvir declamar poesia de Miguel Torga e José Régio, recordar a figura de Fernão Mendes Pinto, discutir o futuro do livro ou aprender a ter “cuidado com a língua”. Hoje mesmo, será inaugurada a exposição Ex-Libris, “ESTE LIVRO É MEU E DOS MEUS AMIGOS”.
A sua designação oficial é 33ª Feira do Livro de Coimbra. Na realidade, trata-se de uma verdadeira Festa Cultural à Volta dos Livros. Parabéns aos organizadores que, com dedicação e certamente muito trabalho, conseguiram “dar a volta” a um acontecimento rotineiro e fazer dele uma novidade de grande qualidade e que assim ajuda ao prestígio de Coimbra na área cultural.
Verdadeiramente Coimbra no seu melhor.
Publicado no Diário de Coimbra em 26 de Abril de 2010