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jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
Como se sabe, ocorre hoje o solstício de Verão, que corresponde ao ponto de viragem astronómico em que a eclíptica se afasta mais do equador celeste ou, de forma mais comum, o Sol atinge o ponto mais alto sobre o horizonte. A partir de hoje a duração dos dias começa a diminuir até ao próximo solstício, o do Inverno. Mais uma lei da Natureza que qualquer radicalismo humano nunca conseguirá mudar, por mais fracturante que se queira ser. Felizmente podemos contar com leis da Natureza que já existiam antes do Homem e continuarão muito depois de a Humanidade terminar a sua História.
Já o mesmo não se pode dizer infelizmente, das chamadas ciências sociais, como as que têm a ver com a economia e a nossa organização social e política que, na realidade têm muito pouco de científico.
A actual crise económica que hoje é uma crise do euro foi prevista por muita gente durante anos, gente essa considerada iconoclasta e ignorante pelos grandes especialistas e mesmo cientistas da economia. Hoje em dia é fácil perceber que meter no mesmo saco diferentes economias como a alemã, a francesa, a grega, a espanhola e a portuguesa só podia mesmo dar mau resultado, principalmente por não terem sido construídos mecanismos de compensação, deixando à solta a possibilidade de financiamento externo a cada país e possibilitando os endividamentos que hoje se conhecem.
O leitor lembra-se de no início do Euro, nas eleições de 1995, o então candidato a primeiro-ministro António Guterres se ter atrapalhado cá em Coimbra com uns números relativos a despesa pública e crescimento do PIB? Na altura gozou-se muito com a atrapalhação de Guterres com os números, mas a questão principal não era essa, até porque Guterres sempre foi muito bom em matemáticas e atrapalhações com contas em público acontecem a qualquer um. A questão principal era o raciocínio que lhe estava subjacente. Guterres explicava que a despesa orçamental poderia subir bastante porque a economia estava a crescer e esse facto dava margem para o Estado gastar mais. E a verdade é que nos anos seguintes o Estado gastou cada vez mais, mesmo com recurso a crédito que parecia ilimitado e barato para sempre. O Estado gastou, endividou-se e levou toda a sociedade a endividar-se porque nunca mais haveria problemas com falta de dinheiro. Foi também nessa altura que se inventaram as SCUTs, o leitor está recordado? O ministro João Cravinho contra toda a evidência comum, provava com estudos económicos feitos pelos maiores especialistas que as SCUTs se pagariam a sim mesmas pelo acréscimo de produção económica do país que iriam gerar só por serem construídas. Viu-se; claro que esses especialistas virão agora explicar calmamente que os pressupostos dos estudos não se verificaram e que portanto não têm qualquer responsabilidade na tragédia que foram esses investimentos (menos para os construtores, claro está). Dava jeito é que esses pressupostos tivessem na altura sido divulgados e explicados ao povo eleitor e pagante de impostos.
Como na Astronomia, o solstício de Verão da nossa economia passou e agora aproxima-se inexoravelmente o solstício de Inverno, sem que ninguém assuma o papel de explicar devidamente aos portugueses o que se está verdadeiramente a passar. Não basta que venha o Presidente da República agora dizer apocalipticamente, mas também de forma algo encriptada, que Portugal chegou a uma “situação insustentável”. É preciso saber o problema que temos, para podermos discutir como o resolver.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 21 de Junho de 2010
Pelos vistos, para se circular nalgumas estradas de Portugal vai passar a ser preciso um dispositivo electrónico no carro. Isto não faz sentido nenhum. Para se andar nas actuais auto-estradas, dá jeito ter a via verde, mas ninguém é obrigado a tê-la. Agora, obrigar todas viaturas a ter um dispositivo electrónico, para circular nalgumas estradas? Mesmo os carros estrangeiros? E a liberdade de circulação? Já não interessa?
Mas não há por aí ninguém com um pouco de bom senso que possa mandar parar toda esta anedota?