segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Margaret Price


Morreu Margaret Price

Um país à espera

Olha-se para a televisão, lêem-se os jornais e há uma sensação indefinida e desagradável de que Portugal inteiro está à espera.

Na cena política, passaram as eleições presidenciais e tudo parece continuar à espera, nem sequer se sabe bem de quê. Durante os seis meses anteriores à eleição do Presidente, a Assembleia da República não podia ser dissolvida, acontecesse o que acontecesse, pelo que em Setembro se entrou numa espécie de limbo político. Até à nova tomada de posse de Cavaco Silva (em Março, cerca de dois meses após as eleições, pasme-se) continua tudo à espera. Entretanto, espera-se pela secreta remodelação governamental profunda de que toda a gente fala e, como é compreensível, ministros, secretários, chefes de gabinete e por aí abaixo esperam pelos resultados da dita, já que não conhecem o amanhã.

Nos tribunais, continua-se sempre à espera. Perante a estupefacção geral, o único arguido arrependido do processo da Casa Pia, veio agora dizer que tudo o que disse em julgamento era mentira e que são todos inocentes. Isto, enquanto se aguarda pela decisão da Relação de Lisboa, claro. O caso Portucale parece que vai agora para julgamento, após estes anos todos. O caso Furacão lá continua, parece, fora dos holofotes, excepto quando acontecem mais umas diligências (supõe-se que as provas continuam lá diligentemente à espera de serem encontradas).

Aqui em Coimbra continuamos à espera do Metro, a que alguém pomposamente chamou Sistema de Mobilidade do Mondego e que parece encalhado nas areias de um Mondego que continua placidamente à espera do desassoreamento que o limpe do lixo e areias que o entopem.

Um ex-presidente advogado de profissão, confirma candidamente que, enquanto exercia funções, recebeu prendas que enchem três quartos e que nunca teve que comprar canetas ou relógios, nem sequer sabendo quem lhe ofereceu a caneta que traz no casaco. A tão famosa ética republicana à espera da Ética apenas ética, ponto final

Claro que continuamos todos à espera que a nova comissão parlamentar sobre Camarate consiga juntar mais dois ou três elementos novos aos anteriores relatórios. Espera-se que uma futura comissão venha algum dia a esclarecer tudo, o que sucederá, eventualmente, quando todos os responsáveis vivos em 4 de Dezembro de 1980 tiverem morrido. Continuemos à espera, portanto.

Pior que tudo, o país desespera enquanto espera pela recuperação económica que só virá depois da recessão prolongada prevista pelas instituições internacionais. A esperança colectiva anda claramente fugida para parte incerta à espera de quem a encontre e devolva aos portugueses, condição essencial para a retoma económica e social.

Fala-se tanto da vinda do FMI, que parece que todos esperam por isso. Na realidade, o FMI não virá. Apenas porque estando Portugal integrado no Euro, será o Fundo Europeu de Estabilização Financeira que nos acudirá nesta aflição de dívida externa e recessão (e a que preço, meu Deus). Claro que o FMI estará lá, mas apenas para dar apoio técnico ao FEEF.

País à espera. Será sina do sebastianismo que há séculos nos assola?

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 31 de Janeiro de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

Quem pode, pode

Quem pode, pode. Livres de impostos. Pois. Vão dizer isso aos funcionários públicos e expliquem-lhes o "interesse nacional" do negócio da venda da Vivo.

Reforço do BES na PT permite receber 117 milhões em dividendos livres de impostos - Economia - PUBLICO.PT

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Epidemia

Há dias foi um que matou a mãe e a cortou aos bocados. Antes foi o estudante que matou a namorada à facada com ciúmes; agora é este mata o pai, porque o andava a chatear.
Não sou sociólogo, mas que anda por aí muita violência e ódio à solta, lá isso anda.

Rapaz matou pai com catana e caminhou 18 quilómetros para se entregar - Sociedade - PUBLICO.PT

Grande César

A saga continua. O Grande César leva a esquerda açoriana toda atrás de si nesta medida "solidária e justa" paga por todos nós.

Açores alargam compensação remuneratória aos funcionários das autarquias da região - Política - PUBLICO.PT