terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fantástico.

Sobre o falecimento de Kim Jong-II

Face a várias solicitações de diferentes órgãos de comunicação social sobre o falecimento de Kim Jong-Il, o PCP divulga a seguinte informação:
O PCP reafirma nesta ocasião a sua posição de respeito e solidariedade para com a soberania da República Democrática Popular da Coreia – RDPC, o direito que lhe assiste a determinar o seu rumo próprio de desenvolvimento em condições de paz e não ingerência nos seus assuntos internos, e o objectivo da reunificação pacífica da nação coreana.
Lembrando a posição há muito expressa face a fenómenos e práticas da realidade política coreana com as quais não se identifica, o PCP reafirma a solidariedade para com o povo coreano perante as pressões, agressões e tentativas de desestabilização do imperialismo, a que, desde a Guerra da Coreia no início dos anos 50, o povo coreano e a RDPC têm estado permanentemente sujeitos e, ao mesmo tempo, a mais firme rejeição da agenda intervencionista do imperialismo, designadamente dos EUA, na península coreana e região da Ásia-Pacífico.
O PCP expressou as suas condolências ao povo coreano e à direcção do Partido do Trabalho da Coreia pelo falecimento do seu dirigente Kim Jong-Il.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A monarquia comunista

Kim Jong-un é o 'grande sucessor' de Kim Jong-il, segundo 'KCNA':


SOMOS PORTUGAL E NÃO IBÉRIA (e não é por acaso)

Se há pergunta que se pode fazer a qualquer pessoa para obter uma resposta fácil e imediata é sobre a sua data de nascimento. De facto, toda a evolução da nossa vida tem esse momento como ponto de referência principal. É a partir dele que nos tornamos independentes da Mãe, ao princípio a precisar de muita ajuda, mas assumindo depois a plenitude da vida e mesmo da continuidade futura da espécie, a verdadeira máquina do tempo, como se costuma dizer.
Os países precisam também de simbolismos que encerrem em si elementos suficientemente fortes para unir diferentes gerações ao longo de centenas de anos e as diferentes sensibilidades existentes em cada momento.
A Independência de um país é, seguramente, o traço de união mais forte dos seus cidadãos e que assegura a sua própria identidade social e política no mundo cada vez mais globalizado que tende a esbater diferenças essenciais para a própria diversidade da humanidade. O seu simbolismo reflecte a memória histórica do país e fornece a base para que colectivamente se possam ultrapassar momentos de dificuldades e grandes clivagens.
Portugal tem no dia 1 de Dezembro a memória de um facto concreto que foi a Restauração da Independência em 1640, depois de 60 anos de dominação espanhola. Não foi fácil, obrigou a decisões pessoais e colectivas corajosas e a enfrentar um adversário muito mais forte, durante dezenas de anos. Levou a derramamento de sangue e muitos sacrifícios, mas os portugueses conseguiram o feito notável de assegurar a sua independência e continuarem a ser a única nação ibérica fora do domínio de Madrid, definindo o seu próprio destino. Portugal assegurou então a sua independência sem a ajuda de ninguém exterior, antes pelo contrário. E Portugal estava em estado de quase falência, na maior das pobrezas, após anos de exploração filipina que nos levou couro e cabelo, como se costuma dizer. Se a Revolução foi feita por conjurados nobres, o povo aderiu de imediato a ela, por todo o país. O imposto especial criado na altura para pagar a guerra com Madrid, a chamada “décima militar”, foi aceite sem discussão. Só esta união permitiu resistir à extraordinária força da maior potência do mundo de então, governada pelos Habsburgo.
Muitos momentos terá Portugal na sua longa História que mereçam destaque. Mas este é único pelo seu significado patriótico profundo, sem clivagens ideológicas, nem de regimes e suficientemente ancorado para dizer respeito a todos nós, independentemente de sensibilidades políticas. É por isso que o seu simbolismo é mais forte que qualquer um dos outros feriados ligados quase todos eles a momentos de fundação de regimes políticos e não do próprio país. Mesmo o dia de Portugal celebrado a 10 de Junho é completamente artificial, não estando ligado a qualquer facto histórico positivo que nos una. A celebração da morte de Camões em 1580 remete precisamente para os momentos fatídicos em que perdemos a independência para Espanha e coincide com um dos períodos mais negros da História de Portugal.
Como todos sabemos, atravessamos momentos de grandes dificuldades que obrigam a um aumento da produtividade nacional e à diminuição dos dias em que não se trabalha.
Mas todos sabemos também que, quando se destrói o simbólico, se perdem para sempre referências que unem. E não se pode perder a perspectiva do que é essencial e do que é acessório em cada momento. Cada um defenderá a manutenção dos feriados que lhe dizem mais na sua perspectiva pessoal, seja política, religiosa, ou outra mais restrita. Mas se há feriado que representa Portugal com maior e mais profundo simbolismo, sem remeter para patriotismos estéreis ou referências ideológicas particulares, é o Primeiro de Dezembro. Não o deitemos para o caixote do lixo da História, por causa de uma situação conjuntural.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 19 de Dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Baixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte

Jorge Bento tem razão e desconfio que tinha vontade de dizer ainda mais; esta história das "comunidades intermunicipais" não serve para grande coisa e é um artificialismo. A Região Centro tem que se afirmar e Coimbra também. É urgente. O Turismo será a área em que isso é mais evidente. "Centro" todos o têm; não é nada mais que uma designação, não é marca vendável, por mais que se gaste dinheiro a promovê-la.


Baixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte: “articulação estratégica” para afirmar a regiãoBaixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte “Porque os problemas não têm fronteiras, as respostas também não podem ter”, afirma Jorge Bento, defendendo uma “articulação estratégica” para afirmar a região

A ler com atenção

Portugal nunca esteve tão perto do esquecimento:


Há muito que assistimos a uma governação europeia contra-natura, num afastamento exponencial da nossa essência. A Europa deixou de se erguer sobre alicerces culturais - alicerces que deram origem à nossa sociedade, a uma sociedade democrática de igualdade de direitos -, erguendo-se sobre uma factura económica (de restaurante fast-food!). Hoje, assistimos a uma crise sem precedentes em todo mundo. Uma crise económico-financeira, ou uma crise cultural e de valores? Ou será a primeira consequência da segunda?



Portugal não é excepção à regra. Aliás nunca o foi. Portugal falhou e tem continuamente falhado no apoio às artes. Para além da falta de apoio à grande massa de artistas e à falta de estratégias de promoção e educação das artes, Portugal brinda-nos recentemente com a extinção do Ministério da Cultura - um ligeiro “déjà vu” salazarista -, substituindo-o por uma Secretaria...



Portugal nunca esteve tão perto do esquecimento.



Nesta matéria, a França é um exemplo bastante diferente de Portugal. A sua capital, Paris, cidade mais visitada do mundo, recebendo anualmente mais de 27 milhões de visitantes (quase o dobro da população portuguesa), tem uma projecção mundial sem precedentes. Facto este, que não se deve somente a situar-se no coração da Europa, facilmente ligado a Londres, Bruxelas, Madrid ou Genebra, graças, entre outros, ao TGV, mas porque apostou também na sua maior força de expansão: a sua origem, a cultura.



Aliado à reabilitação e manutenção de edifícios seculares, com uma arquitectura rica e diversificada, um conjunto de museus únicos e uma gastronomia de renome internacional, a França aposta em força na educação e no apoio das artes. Esta diferença de política cultural permite que ostente ainda o lugar de país mais visitado do mundo - gerando uma das mais elevadas receitas no turismo - e seja, consequentemente, um dos oito países mais poderosos do mundo.



Em Portugal, sem um abrigo artístico português, muitos foram aqueles que repetiram a nossa História e lançaram-se à descoberta de novos mundos. Sem apoios e cicatrizados por um Portugal artisticamente castrador, vários artistas decidiram apostar nas suas raízes, na sua cultura, e hastearam "lá fora" a bandeira de Portugal ao mais alto nível. Defenderam e imortalizaram séculos da nossa cultura, tornando-se assim, os Reais Embaixadores de Portugal.



A todos eles, em meu nome, e em nome de todos os portugueses: Muito Obrigado!



[Ricardo Vieira, em Paris, França]

Vergonha

Vergonha:

Num país onde muita gente faz contas à carne que pode comprar, aos medicamentos de que pode (?) prescindir, onde se angustia pelo emprego que se perdeu ou pode vir a perder, os deputados entretêm-se desta maneira. Não faço qualquer distinção entre partidos: a vergonha é igualmente distribuída pelos intervenientes. Desde o irresponsável que fez as declarações ao político que ainda acha que a ocasião é para brincar sobre outras figuras, todos merecem desprezo, pela imensa falta de respeito que demonstram, enclausurados na sua vidinha de corte. Custa-me aderir ao discurso do "eles são uns palhaços", mas há dias em que a tentação é grande demais. E há mesmo dias em que "eles" merecem o nosso desprezo.