quinta-feira, 28 de junho de 2018

A realidade portuguesa. Porquê?

 "A economia portuguesa teve o quarto pior crescimento por habitante em idade de trabalhar entre 1998 e 2017. Pior só Itália, Chipre e Grécia. E este indicador até já corrige as diferenças de nível de preços entre países com base na chamada paridade dos poderes de compra."





http://expresso.sapo.pt/economia/2018-06-27-Portugal-teve-4.-pior-crescimento-do-PIB-por-habitante-da-UE-desde-1998#gs.RU7qD70

Corrupção, de novo (e sempre)

"PJ faz 70 buscas no país e entra em instalações do PSD e do PS"


Foi este o título geral das notícias sobre uma nova operação policial realizada ontem, um pouco por todo o país. Foram feitas buscas em sedes do PS e do PSD, bem como em sedes de Juntas de Freguesia e câmaras municipais, como a de Lisboa.

Pelas notícias sobre o assunto, escassas dado o segredo de Justiça, trata-se de negócios entre eleitos locais e amigos, que remetem para possibilidade de corrupção e financiamento ilegal de partidos. Uma vergonha, cada vez mais frequente.

A percepção generalizada no país é de que a corrupção ligada aos partidos, aos mais diversos níveis, atingiu níveis inusitados, entre nós, pelo que o comentários mais comuns a esta operação serão do tipo: olha outros apanhados; e os outros?

Do lado do PS não houve qualquer comentário político. Já o lado do PSD, o sec. geral desvinculou-se de qualquer responsabilidade, afirmando que a operação não envolve ninguém da actual direcção do partido. Pior, não podia ser. O PSD é politicamente responsável pelas acções dos seus eleitos, seja a que nível for. Tal como o PS não se pode desresponsabilizar politicamente da acção de José Sócrates, seu antigo Sec. geral e ex-Primeiro Ministro. 

São os partidos que escolhem os seus candidatos a governar a coisa pública, até porque os cidadãos, de acordo com as leis eleitorais portuguesas votam em partidos e não em personalidades, exceptuando o Presidente da República. Os partidos são, assim, notoriamente responsáveis, em termos políticos, pelas acções das personalidades que propõem aos eleitores, nas suas listas. Não podem vir a público lavar as mãos como Pilatos. Só lhes fica mal e ainda desprestigiam mais a República e a Democracia.


 

 

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Pietro Mascagni, Intermezzo . Cavalleria Rusticana OCC

Confiança


Quando se compra um carro novo, são tidos em conta diversos factores, uns perfeitamente racionais e outros nem tanto. A racionalidade dita a adequação do custo do carro às disponibilidades financeiras do comprador, bem como conseguir a melhor qualidade de construção, que inclui factores de segurança activa e passiva para determinado patamar de preço. Outros factores estarão ligados ao aspecto ou beleza do carro, não esquecendo ainda o suposto estatuto ligado a marcas específicas designadas “premium”, que se supõe transferir-se também ao proprietário do ponto de vista social. Em pano de fundo, há a confiança do consumidor relativamente aos fabricantes, quanto maior quanto mais distinta for a marca, distinção essa conseguida ao fim de muitos anos de fabrico de automóveis considerados de qualidade superior.
Entre essas marcas, estão os três mais que conhecidos fabricantes alemães que ocupam, desde há muitos anos, lugar entre as marcas de maior prestígio em todo o mundo. São, por isso, no mínimo perturbantes as notícias que ultimamente têm surgido relativamente a procedimentos eticamente discutíveis e comercialmente condenáveis. Tudo começou com o chamado “dieselgate” que consistiu na manipulação dos testes de emissões de carros a gasóleo, enganando electronicamente os sistemas de controlo e permitindo um consumo maior no dia-a-dia, acompanhando uma melhoria das prestações dos motores.
Nos EUA, onde o sistema capitalista funciona a sério, para o melhor e para o pior, o grupo VW teve que chegar a acordo com as autoridades num caso que abrangeu quase 600.000 veículos, pagando uma multa superior a 2,5 mil milhões de euros e ainda mais 1,4 mil milhões de euros pela importação e venda nos Estados Unidos de veículos manipulados e por fraude aduaneira. Dois responsáveis máximos do grupo nos EUA foram para a prisão, em consequência deste processo.
Na semana passada, o diretor-executivo da Audi, Rupert Stadler, foi também detido na Alemanha, por as autoridades recearem eliminação de provas relativas ainda ao “dieselgate”, estimando-se o número de veículos manipulados em mais de dez milhões desde 2007 a 2015. Há poucos dias, também a Mercedes anunciou a chamada de mais de 770.000 veículos às oficinas na Europa, desconhecendo-se quantos portugueses serão afectados. A questão com os carros a gasóleo prende-se com a emissão de gases com enxofre, óxidos de azoto e partículas, que são nocivos para a saúde, ao contrário das emissões dos carros a gasolina que provocam formação de CO2, que é um gás de efeito de estufa e contribui para o aquecimento global.
Os fabricantes de automóveis a diesel estão preocupados com a situação e os três fabricantes alemães Mercedes, BMW e VW associaram-se à também alemã BOSCH, que fornece a electrónica para todos eles, para provar que os gases de escape dos motores de combustão interna, incluindo os diesel, não têm efeitos nefastos na saúde humana. Para o efeito, patrocinaram um organismo alemão, o “Grupo Europeu para Investigação em Ambiente e Saúde no Sector dos Transportes” (EUGT) que encomendou um estudo a um laboratório nos EUA, o “Lovelace Respiratory Research Institute”. Para tentar provar a inocuidade dos gases de escape dos motores diesel, este instituto colocou dez macacos a respirar os gases emitidos por esses motores, o que já de si é suficientemente grave. No entanto, o EUGT não se ficou por aqui e realizou as mesmas experiências na Alemanha, mas agora com 19 homens e 6 mulheres saudáveis, tentando provar que a inalação do dióxido de azoto não tem efeitos cancerígenos, ao contrário do estabelecido pela Organização Mundial de Saúde em 2012.
Como é evidente, ao tomarem conhecimento do sucedido, as autoridades alemãs reagiram fortemente, mas há algo que nos deve preocupar, a nós como consumidores. A confiança nos fabricantes de automóveis, no caso os alemães, símbolos da qualidade e eficiência, sai completamente abalada. Se são capazes destes procedimentos inclassificáveis, só podemos imaginar de que mais serão capazes para defender as suas quotas de mercado.

Cantiga antiga da Beira Alta por José Afonso

sábado, 23 de junho de 2018

Tsipras de gravata.


Tsipras a mostrar o caminho aos camaradas de cá.

Aeroporto de Coimbra

A Câmara adjudicou a uma empresa do Colega Eng. Manuel Queiró um estudo de viabilidade da adaptação do Aeródromo de Coimbra a Aeroporto Internacional. Até aí, tudo bem, que não se deve partir para uma obra destas sem um bom estudo de viabilidade (espera-se que sem letrinhas pequeninas nos considerandos).
Mas agora fica-se a saber que encomendou um trabalho à ACIV para saber o custo das obras e entregar a Manuel Queiró pra poder prosseguir com o seu estudo.
Espera aí, então o estudo de Manuel Queiró não deveria abranger as duas vertentes, estimativa de custos e de previsão de receitas (mercado)? A seguir vai pedir também que a Câmara faça e lhe entregue todos os outros elementos? E ele só tira a conclusão? Conclusões tiramos nós e não são agradáveis.

Entrevista a Vasco Pulido Valente

https://www.rtp.pt/play/p4258/grande-entrevista