Os jornais dizem que Agustina morreu. Não acreditem. Um grande artista nunca morre. Está para sempre em nós e em quem vier a seguir.
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segunda-feira, 3 de junho de 2019
Costa, um homem de sorte
No dia seguinte a Costa informar o país de que o combate à corrupção será uma das prioridades do governo PS, a Justiça descobre uma "teia" de corrupção e enfia dois presidentes da Câmara e o presidente de um grande hospital público na cadeia. Mostra, assim, que Costa tem razão na definição de prioridades e tem sorte em acertar no melhor momento para o fazer. O facto de serem todos do partido de S. Exª não lhe tira razão, antes pelo contrário. Evidentemente.
sexta-feira, 31 de maio de 2019
quarta-feira, 29 de maio de 2019
terça-feira, 28 de maio de 2019
segunda-feira, 27 de maio de 2019
ESTA CRÓNICA NÃO É SOBRE “JOE” BERARDO
Metade do país ficou muito
escandalizada com a prestação do Sr. José Manuel Berardo numa comissão na
Assembleia da República. A outra metade diz-se chocada e pede mesmo que lhe
sejam retiradas as condecorações que em tempos os presidentes da República
Ramalho Eanes e Jorge Sampaio lhe atribuíram.
Na realidade, o Sr. José
Manuel Berardo é aqui apenas a ponta visível de um iceberg, que se tornou
demasiado visível na comissão parlamentar de inquérito à gestão da
Caixa Geral de Depósitos. Seja pela personalidade própria do senhor, seja
porque está à vontade para se portar como bem quiser, seja onde for, mesmo na
casa da Democracia por entender que tem os políticos na mão, percebe-se que o
chocante para grande parte da classe política foi a forma da participação,
quando o que verdadeiramente importa é o seu conteúdo.
E o conteúdo,
verdadeiramente, não é novidade para ninguém. Trata-se de mostrar o ambiente
político-económico que dominou Portugal sensivelmente entre os anos 2005 e 2011
com dois pólos situados, respectivamente, na presidência do Conselho de
Ministros e na sede do BES. Estes dois pólos estavam, aliás, tão ligados entre
si que até um ministro, no caso o da Economia (et pour cause,,,) ganharia em
simultâneo pelos dois lados, pelo menos até desrespeitar a Assembleia da
República (em plenário) ao fazer corninhos a um Deputado e assim perdoando, no
desrespeito, todos os Berardos que se lhe seguissem.
Os casos e as personagens
ligadas a tudo o que se passou nesse tempo são tantos, que a dificuldade é a da
escolha, dentro das linhas disponíveis.
A OPA sobre a PT lançada
pela SONAE em 2006 foi a primeira grande batalha que à primeira vista seria
financeira numa pura base de capitalismo mas que, na realidade, constituiu uma
defesa de um certo “capitalismo de estado” perante o perigo de fuga de poder.
Aqui se juntaram Salgado, Bava e Granadeiro à Caixa e a Sócrates numa dita
“luta contra a destruição da PT”, numa conjugação de interesses que, em grande
parte, constituem hoje o cerne da “Operação Marquês”. Berardo saiu da AG que
ditou o fim da OPA a ser aplaudido pelos trabalhadores da empresa como herói.
Tudo o que se seguiu foi mau demais para ser verdade, com a venda da VIVO à
cabeça.
É hoje pacífico ter havido
uma verdadeira tomada de poder dentro do maior banco privado português, o BCP.
Essa operação foi meticulosamente preparada, havendo fundadas suspeitas de
participação do próprio Banco de Portugal no complot. Vários investidores foram
“convidados” pela CGD a tomarem posições accionistas relevantes naquele banco,
com financiamento para a operação dado pela Caixa a 100%, tendo como garantia
apenas as próprias acções compradas. No caso do Sr. José Manuel Berardo, o
dinheiro emprestado pela Caixa foram cerca de 400 milhões de Euros, a que se
juntaram mais quase 600 milhões do BES e do próprio BCP. Depois disto, aquelas
acções do BCP passaram a valer pouco mais de 100 milhões, assim se percebendo o
actual sentimento do Sr. Berardo sobre a operação. Entretanto, os
administradores da CGD Santos Ferreira e Armando Vara que lhe tinha emprestado
o dinheiro tinham-se passado para a administração do BCP, vá lá saber-se por
que artes do demónio
O que verdadeiramente
importa é que tudo isto se saldou numa perda de valor para a economia portuguesa
como não há memória desde as nacionalizações do 11 de Março de 75 e que os
portugueses pagam com os seus impostos. A empresa portuguesa mais valiosa, que
era a PT, desapareceu, a Cimpor está nas mãos de um fundo das forças armadas
turcas depois de ter andado pela célebre Camargo brasileira, o BCP passou por
uma crise que quase o fez desaparecer, o grupo GES/BES desapareceu, a ONGOING
implodiu, etc. etc. etc.
O Sr. José Manuel Berardo
foi apenas um peão no meio de todo um conjunto de golpes palacianos que, ao
tirar a sua fatia do bolo, em vez de ficar com a prenda das mais-valias do
dinheiro que lhe meteram nas mãos, ficou apenas com a fava das dívidas do quase
completo desaparecimento do valor das acções que o financiaram para comprar. É
por isso que esta crónica não é sobre ele, que foi apenas o espertalhão a quem
desta vez correu tudo mal e que anda apenas a tentar safar o que é seu, da
maneira que sabe.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 27 de Maio 2019
domingo, 26 de maio de 2019
quinta-feira, 23 de maio de 2019
quarta-feira, 22 de maio de 2019
Eu, Pedro, Duque de Coimbra (texto completo)
Estamos
a 20 de Maio de 1449. Chegámos à ribeira de Alfarrobeira, às portas de Lisboa,
e vejo a força do exército do Rei D. Afonso V, meu sobrinho e genro, que nos
aguarda armado para a batalha. Tenho agora a certeza de que este será o último
dia da minha vida. O pequeno exército que reuni para me acompanhar nesta viagem
a Lisboa para tentar chegar à fala com o Rei não vai ter a mínima hipótese
contra tamanha força e é evidente que o Rei se decidiu pelo partido do meu
meio-irmão Afonso, Duque de Bragança, de quem vejo o estandarte bem enquadrado.
Desta vez, nem a minha querida filha Rainha Isabel conseguiu suster os ímpetos
guerreiros do seu marido. Ao não autorizar o Duque de Bragança a passar com o
seu exército de 3.000 homens pelos domínios do meu ducado de Coimbra quando se
dirigia para Lisboa há poucas semanas marquei a minha posição como senhor das
minhas terras mas percebo que cavei definitivamente um fosso intransponível
para a possibilidade de acordo com o Duque Afonso.
Dizem
que antes de morrer nos lembramos de tudo o que nos sucedeu ao longo da vida. Será
por isso que, ao ver as preparações do ataque do exército do Rei, com tristeza
me vêm agora à mente tantas recordações.
Lembro
como foram alegres e tranquilos os tempos de brincadeiras com os meus irmãos,
principalmente o Duarte com apenas mais um ano que eu mesmo e o pequenino João
com as suas travessuras. Do Pai, o Rei João, recordo o carinho com que desde
pequenos nos tratou e a preocupação que teve em que eu e os meus irmãos
tivéssemos uma educação cuidada e uma formação cultural que nos distinguisse
dos demais. Quando éramos adolescentes enviou-nos mesmo, a mim, ao Duarte e ao
Henrique para Inglaterra, onde aprendemos muitas coisas e a falar francês, a
língua da corte inglesa.
Recordo
a doçura de minha Mãe, a Rainha Filipa, para com todos os seus filhos. E de
como compreendia o seu papel nestes nossos tempos e como conhecia bem o íntimo
de todos nós, rapazes e raparigas. Mesmo estando já tão doente com essa maldita
peste que tanto nos aflige, mandou fazer três espadas que entregou aos filhos
mais velhos antes da viagem para Ceuta, cada uma delas com diferentes funções
dentro das regras da cavalaria. Ao Duarte que seria Rei por ser o mais velho,
entregou a espada da Justiça, ao Henrique encomendou todos os senhores,
cavaleiros e escudeiros do reino e a mim próprio me encomendou as donas e
donzelas por cuidado.
Com
as espadas de minha Mãe ali mesmo em Ceuta fomos os três armados cavaleiros depois
da conquista da cidade africana, em 21 de Agosto de 1415. Infelizmente, a
Rainha Filipa tinha morrido no dia anterior à nossa partida para África.
Quando
regressámos de Ceuta, o Rei João fez de mim Duque de Coimbra e de meu irmão
Henrique Duque de Viseu numa festa que deu brado. Éramos os dois únicos duques
do Reino já que Duarte era destinado a ser Rei. Os meus domínios eram extensos,
abrangendo terras de Coimbra, Águeda e Montemor-o-Velho, tendo sido em Coimbra
que estabeleci a minha residência, enorme honra visto ter sido a primeira
capital do Reino, onde tinham nascido tantos reis e onde se encontra sepultado
o meu longínquo Avô Afonso Henriques, o primeiro de todos. Nem esqueço que foi
nas Cortes realizadas em Coimbra que meu Pai foi aclamado Rei de Portugal, em 6
de Abril de 1385 com o apoio de João das Regras e de Nuno Álvares Pereira. Ser
Duque de Coimbra encheu-me realmente de orgulho e toda a minha vida fiz o que
pude pela Cidade e seus habitantes.
Tudo
o que em jovem me tinham ensinado e o cuidado com o governo dos meus domínios do
ducado de Coimbra levaram-me a escrever a Virtuosa
Benfeitoria, tarefa em que Frei João da Verba me deu prestimosa ajuda. Espero bem que, depois de me ir, possa
ainda servir de guia a reis e senhores nas suas governanças, percebendo como as
nossas sociedades se encontram estruturadas pelas benfeitorias que cada um
recebe do elo superior da cadeia, desde Deus até ao mais humilde servo.
E as minhas memórias continuam a projectar-se com
clareza e rapidez na minha mente. Vem-me à lembrança que me pus a viajar pela
Europa, e como durante três anos, entre 1425 e 1428, conheci terras e gentes
tão diferentes. Houve até quem dissesse que percorri As Sete Partidas. E devo dizer que o caso não era para menos. De
Coimbra fui até Paris, seguindo depois para Inglaterra onde, no meio de grandes
festas e magníficas recepções, o meu tio Henrique IV me investiu cavaleiro da
Ordem da Jarreteira. Passei à Flandres e, tomando consciência dos diversos
atrasos do meu país, de Bruges escrevi uma carta a meu irmão Duarte dando-lhe
conselhos para quando fosse Rei. Entre outras ideias para a boa governação,
recordei-lhe a má instrução generalizada do clero português e propus-lhe a
criação de Colégios na Universidade de Lisboa, à semelhança de Oxford e de
Paris. Passei pela Alemanha e fui a Viena, onde com os meus homens ajudei o
Imperador Segismundo nas suas guerras contra os turcos com tanto sucesso que me
investiu no domínio da Marca Trevisiana com o título de Marquês de Treviso.
Depois da paz, segui para Veneza e aí tive a oportunidade de ficar alojado no
mais belo palácio que em toda a minha vida me foi dado visitar e onde me
ofereceram festas com centenas de pessoas, incluindo belas mulheres com tais
trajes e jóias resplandecentes como não imaginava existirem. Claro que da
Serenissima passei a Roma, onde o Papa Martinho V me ofereceu uma sagrada
relíquia do mártir S. Sebastião que trouxe para Portugal e levei para a Igreja
de Santa Maria do Mourão em Tentúgal, nos meus domínios de Montemor-o-Velho. A
minha paragem seguinte, antes do regresso a Portugal, foi na cidade ducal de
Barcelona. Aí tratei do meu casamento com Isabel, condessa de Urgel, filha do
conde Jaime II de Urgel e da infanta Isabel de Aragão, por
quem me apaixonei. Infelizmente, o meu irmão Duarte acertou também pela mesma
altura o seu casamento com Leonor, filha do Rei de Aragão Fernando I, conhecido
por de Antequera, e que era também bisneta do rei Pedro I de Portugal e de Inês de Castro
por ser neta da filha deles, Beatriz de Portugal. Como o pai da minha adorada
Isabel não tinha aceite a escolha de Fernando de Antequera como Rei de Aragão e
por isso foi preso durante muitos anos, as relações entre Isabel e Leonor
mulher de meu irmão Duarte nunca foram as melhores.
Lembro a subida do Duarte ao trono em
1433 e de como tantas esperanças pusemos no seu reinado, porque nunca Portugal
havia tido um rei tão culto e preocupado com o bem-estar dos seus súbditos.
Infelizmente, a peste levou-o apenas cinco anos depois. No seu reinado tivemos
a maior tragédia das nossas vidas. O nosso Rei deixou-se levar pela sede de glória
juvenil do nosso irmão mais novo Fernando que, apoiado pelo Henrique, o
convenceram a preparar um ataque a Tânger para conquistar essa cidade, à
semelhança do que tínhamos feito em Ceuta. Eu e o nosso irmão João tudo fizemos
para os demover dessa louca ideia, mas nada conseguimos. Eram muitos os que,
com espírito guerreiro antigo, queriam a conquista do Norte de África mouro, em
vez do que eu e o João defendíamos, que era tentar navegar para Sul, pela costa
africana desconhecida. E a derrota em Tânger, em Setembro de 1437, ditou a
triste sorte do Fernando que ficou refém dos mouros que exigiram a devolução de
Ceuta em troca da sua libertação. Como sofri nesses anos em que defendi, sem
sucesso, a devolução de Ceuta que só nos trazia prejuízos de toda a ordem, até
à morte do Fernando em 1437.
A morte do Rei D. Duarte em 1438 foi
apenas o início das minhas maiores atribulações. O seu filho Afonso, o primeiro
Príncipe de Portugal e não apenas filho primogénito herdeiro, era demasiado
novo para governar. O falecido Rei tinha dado instruções para que a viúva
Rainha D. Leonor fosse regente até à maioridade do Príncipe, mas os meus irmãos
Henrique e João, bem como muitos concelhos como o de Lisboa, concordaram comigo
em não a encontrar capaz de exercer o cargo. E calhou-me em sorte, por ser o
mais velho Tio do Príncipe Afonso, ser escolhido como Regente nas Cortes de
Lisboa de Dezembro de 1439.
Leonor tinha apoiantes poderosos, dos quais o que mais
se bateu contra a minha escolha como Regente foi o Conde de Barcelos Afonso,
meu meio-irmão, que tinha dez anos quando o nosso Pai D. João se casou em 1387
com minha Mãe, Filipa de Lencastre. O Rei D. João sempre tratou Afonso como
filho e armou-o cavaleiro em 1398 com 21 anos, depois da conquista de Tui,
ainda durante as guerras com Castela. O conde de Barcelos casou em 1401 com Beatriz,
filha do Condestável e grande amigo e apoiante de nosso Pai, D. Nuno Álvares
Pereira. Recordo os esforços que desenvolvi, durante a minha regência, para
anular as divergências com Afonso, e fi-lo mesmo Duque de Bragança em 1442,
tornando-o no nobre mais importante e mais rico de todo o Reino.
Muitas coisas fiz e muitas mais
tentei fazer durante a minha regência. Consegui mandar terminar a compilação
das Ordenações Afonsinas que vinham
já do reinado de D. Duarte e que ficaram prontas em 1446. Grande satisfação me
deu tal facto, porque o reino muito precisava de leis como aquelas que os
romanos tinham e que tão esquecidas andavam.
Não me esqueci do meu ducado e
estudei a criação de uma nova Universidade em Coimbra. Em 1443 publiquei mesmo
um diploma pelo qual, em nome do Príncipe Afonso, decretei o Estudo de Coimbra custeado pelas minhas
rendas e sob a minha protecção. Cheguei até a fazer escritura de doação de
rendas para o efeito, em 1446.
Tive sempre em mente as desgraças que
as guerras com os mouros do Norte de África nos trouxeram depois da conquista
de Ceuta. Sempre me pareceu mais avisado seguir pela costa africana, como meu
irmão Henrique propunha. Por isso tratei de levar gente a viver nos Açores e na
Madeira tratando de lhes conceder regalias. Henrique bem me dizia que o
arquipélago dos Açores eram muito importantes porque as naus, no seu regresso
da costa africana, tinham que passar por lá para apanharem bons ventos. E essas
viagens iam cada vez mais longe, tendo mesmo atingido o que chamaram de terras
da Guiné. Cheguei mesmo a conceder a Henrique, em 1443, a posse das terras para
lá do cabo Bojador que tão grandes pavores infligia aos navegadores até Gil
Eanes o dobrar, mas acautelei que, depois da sua morte, viessem à posse da casa
real.
Assim que o Príncipe Afonso atingiu a
sua maioridade, de imediato dei por fim a regência em seu nome e lhe entreguei
o trono. Foi no ano passado e já parece que foi há uma eternidade. O Duque de
Bragança aproveitou bem estes meses para mais uma vez intrigar junto do Rei e
convencê-lo de que me tornei um traidor, mesmo depois de tudo quanto fiz para
lhe entregar o reino em paz e prosperidade.
Por fim, recordo os meus mais
queridos. A minha adorada Duquesa de Coimbra, que comigo veio desde Balaguer ,na
Catalunha, para me encher de felicidade. Os meus seis filhos que tanto
acarinhei e que sempre se mostraram rapazes e raparigas atentos do seu tempo,
conscienciosos do seu lugar, e capazes de escolherem os seus caminhos. Desde o
mais velho Pedro de Coimbra já com 20 anos e seguro das suas capacidades
militares e de organização, passando pela Rainha Isabel de Portugal, até à
pequena Filipa, ainda com doze anos e já gostando tanto de tratar de crianças
pequenas. Tenho a certeza de que irão sofrer depois do dia de hoje e é isso o
que mais me dói perante a morte certa. Que D. Afonso V se apiede deles e não os
transforme em mártires em virtude do pai.
Já ouço os clarins de Afonso V a dar
ordem de combate.
Meu querido Álvaro Vaz de Almeida Conde
de Abranches, meu valido e amigo de sempre. O juramento que fizemos na Igreja
de S. Tiago, na nossa Coimbra, vai agora ser cumprido. Vamos para o combate
final, morreremos certamente ambos, mas morremos com dignidade, lutando pela
Lealdade e pela Verdade.
Nota: texto completo do ensaio sobre o Primeiro Duque de Coimbra, Dom Pedro . Este ensaio foi submetido à edição 2018 do Prémio Municipal Eng. Adriano Lucas, tendo sido desclassificado, não sendo por isso analisado pelo júri, dado "não ter capa identificadora do autor (pseudónimo) e título"
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