Houve um tempo em que se dizia qualquer coisa como isto: se pensas que a educação é cara, experimenta um mundo sem educação.
Agora parece que as contas socialistas sobre educação andam nisto.
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
segunda-feira, 4 de novembro de 2019
domingo, 3 de novembro de 2019
sábado, 2 de novembro de 2019
terça-feira, 29 de outubro de 2019
William Faulkner
Faulkner: “escrever por dinheiro não é propriamente prostituir o talento, mas apenas encurtar as frases.”
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
DO ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA EM PORTUGAL
As notícias quase diárias sobre problemas neste ou naquele
hospital, neste ou naquele serviço, só confirmam que o SNS está doente. E já
não só os portugueses que não possuem seguro de saúde nem são funcionários
públicos a saber disso. A prestigiada revista médica científica Lancet publicada
no Reino Unido noticiou há poucos dias que, em tradução livre, “como esse investimento em queda está impedindo a
modernização de hospitais e a substituição de equipamentos médicos obsoletos, a
assistência privada está em expansão. Os médicos e enfermeiros do sector
público, desencorajados por más condições de trabalho, estão a procurar emprego
no sector privado e no estrangeiro”.
O último caso é o da urgência pediátrica do Hospital Garcia
d’ Orta. A falta de médicos pediatras, dado que em vez dos 38 que deveria ter,
o serviço tem 28, associada à idade dos existentes que em elevado número já
estão legalmente dispensados de fazer urgências, leva à impossibilidade de
garantir escalas em permanência. Como resultado, aquelas urgências têm fechado
vários dias, mesmo num fim-de-semana inteiro, prevendo-se que o problema
continue, deixando Almada sem urgências para crianças e jovens, uma situação de
todo insustentável. O ministério da Saúde anunciou que autorizava o Garcia d’ Orta
a abrir vagas, mas sabe-se perfeitamente que esse anúncio é o mesmo que atirar
areia para os olhos das pessoas. De facto, já houve anteriormente abertura de
vagas, mas ficaram desertas, isto é, os médicos pediatras recusam-se a ir
trabalhar para aquele hospital, sabendo o que os espera em termos de urgências,
pelo valor de vencimento que lhes é proposto. E não se pense que o Garcia d' Horta só tem problemas naquela especialidade.
De acordo com o jornal Expresso,
há outras em que o problema é semelhante, como a Obstetrícia que só ultrapassam
o problema com os médicos especialistas a aceitar fazer escalas de 24 horas de
urgência, quatro dias por semana. Como é evidente, o serviço normal
ressente-se, e de que maneira. O ministério da Saúde lá vai dizendo,
contrariando todas as afirmações anteriores sobre os serviços privados de Saúde
que, caso necessário, irá recorrer a esses mesmos serviços.
O comentário da revista Lancet sobre a falta de investimento
em equipamentos é gravíssimo, mas infelizmente é verdadeiro, pese embora a
falta de informação sobre o assunto. Como estamos em Coimbra, podemos referir
aqui a situação do CHUC, que será paradigmática. Na semana anterior às recentes
eleições a Administração do Hospital veio informar, com satisfação, que no
corrente ano de 2019 o investimento será na ordem dos 9,5 milhões de euros, em
vez dos 4,1 de 2018 correspondendo a um aumento de mais de 100%. Ficou bem, mas
esqueceu-se de dizer que, no último ano da troika em 2015, e depois de 3 anos
de míngua dedicados a pagar as dívidas herdadas, o montante de investimentos
foi de 9,9 milhões. Isto é, terminada a austeridade e passados cinco anos contínuos
com a economia a crescer, o investimento ainda não conseguiu superar o do
último ano de austeridade.
A ideia que fica de tudo isto é que o ministério da Saúde
anda a correr a correr a tapar buracos por todo o lado, sendo evidente que a
manta é curta e não dá para cobrir o que é necessário. Lembra-se que,
actualmente, os cerca de 800.000 portugueses que trabalham para o Estado, mais
as suas famílias, já estão na prática fora do SNS por terem ADSE e que muitos
outros, que recorrem ao SNS, são canalizados para o sector privado através do
SIGIC, dada a falta de resposta do sector público. Aliás, se tal não houvesse,
o país estaria mergulhado num completo caos, no que à saúde diz respeito.
Salta à evidência que o SNS está a atingir um ponto de não
retorno, se é que já não o passou, a partir do qual só poderá sair de duas
maneiras: ou com um investimento massivo que cubra os cortes dos últimos 10/15
anos (incluindo pagar convenientemente aos profissionais da saúde, contratando
simultaneamente os quadros em falta por todo o país) ou sofre uma refundação
com uma completa reestruturação, deixando de ser aquilo que tem sido até hoje.
Se nada disto for feito, continuaremos a assistir à debandada do pessoal para o
privado, ao paraíso dos seguros de saúde e à falta de bons cuidados de saúde a
quem não tem dinheiro para tal.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 28 de Outubro 2019
sábado, 26 de outubro de 2019
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
Juizes governantes
O novo Governo de António Costa vai ter dois juízes como secretários de Estado.
O juiz Antero Luís, que vai ser secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, foi director-Geral do Serviço de Informações de Segurança (SIS) entre 2005 e 2011 e secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna (SSI - o “super-polícia”) de 2011 a 2014.
O juiz Mário Belo Morgado, que vai ser Secretário de Estado Adjunto e da Justiça, foi inspector judicial, director-geral dos Serviços Judiciários e vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (não tendo sido eleito pelos pares para a presidência) e ainda director nacional da Polícia de Segurança Pública.
Coincidências?
Eu não acredito em bruxas, mas que as há, há....
O juiz Antero Luís, que vai ser secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, foi director-Geral do Serviço de Informações de Segurança (SIS) entre 2005 e 2011 e secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna (SSI - o “super-polícia”) de 2011 a 2014.
O juiz Mário Belo Morgado, que vai ser Secretário de Estado Adjunto e da Justiça, foi inspector judicial, director-geral dos Serviços Judiciários e vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (não tendo sido eleito pelos pares para a presidência) e ainda director nacional da Polícia de Segurança Pública.
Coincidências?
Eu não acredito em bruxas, mas que as há, há....
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
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