A notícia diz que é ao contrário do esperado pelo governo. Mas é a triste realidade que temos.
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O projecto do edifício, na Rua de Nossa Sra. De Fátima no Porto, é da autoria do Arq, José Carlos Loureiro.
Aqui se poderá apreciar boa parte da obra de pintura de Aurélia de Sousa
De entre as mulheres portuguesas pintoras do nosso tempo, algumas há que se tornaram figuras incontornáveis da Cultura portuguesa. Cito apenas algumas dessas grandes pintoras, todas elas personagens fascinantes, sabendo que de fora desta lista ficarão injustamente muitas outras.
Maluda, nascida na antiga Índia portuguesa e que nos deixou com o final do Sec. XX, abordou nas suas pinturas retratos, paisagens urbanas e elementos arquitectónicos, de que as suas janelas são justamente famosas. O trabalho artístico de Maluda é grandemente admirado, havendo reproduções das suas «janelas» pelo mundo inteiro, e foi também reconhecido pelo Estado português, que lhe atribuiu a Ordem do Infante Henrique.
Sarah Affonso foi aluna de Columbano na Escola de Belas Artes de Lisboa e, na década de 1920, esteve por duas vezes em Paris onde expôs, tendo regressado a Lisboa integrando-se com êxito no movimento modernista, de que foi figura de proa. Em 1934 casou com Almada Negreiros e, se nos primeiros anos de casamento produziu alguma da sua obra mais importante, a partir de certa altura praticamente abandonou a pintura. Em 1981 recebeu a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Maria Helena Vieira da Silva foi, muito justamente, considerada uma das maiores pintoras do sec. XX, a nível mundial. Nascida em Lisboa em 1908, estudou na Academia de Belas Artes de Lisboa tendo, a partir dos anos 20, partido para Paris onde continuou os seus estudos artísticos integrando-se nos meios modernistas da capital francesa onde passou a viver permanentemente após o seu casamento com o pintor húngaro Árpád Szenes. Após o final da II Grande Guerra, regressaram a Paris, de onde tinham saído com o advento do Nazismo, onde desenvolveram as suas actividades artísticas. Vieira da Silva teve uma carreira artística notabilíssima reconhecida, em França onde se tornou Dama da Ordem Nacional da Legião de Honra em 1979, e depois do 25 de Abril em Portugal, tendo-lhe sido atribuídas as condecorações da Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.Tendo falecido em 1992, em Lisboa merece ser visitado o Museu da Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva às Amoreiras.
Graça Morais é uma pintora nascida em 1948 em Trás-os-Montes, tendo estudado pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Entre 1976 e 78 viveu em Paris, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua produção artística tem sido muito intensa e de uma qualidade reconhecida em Portugal e no estrangeiro – Brasil, Estados Unidos, Espanha. França, China/Macau, entre outros países, tendo participado em inúmeras mostras e exposições colectivas e individuais. Em 1997 foi editado o livro «Graça Morais», com textos de Vasco Graça Moura e Sílvia Chico. Foi distinguida com o grau Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Paula Rego dispensa apresentações sendo, desde há bastantes anos, considerada como uma das maiores pintoras da actualidade. Nascida em Lisboa em 1935, em 1952 partiu para Londres, onde estudou na Slade School of Fine Art escola onde, na década de 80, passou a ser professora convidada. A sua entrada para as colecções do Tate Museum marcou decisivamente o seu lugar na pintura, tornando as suas obras que nunca deixam de provocar emoções fortes em quem as vê, famosas e consideradas em todo o mundo. Paula Rego viu a ser obra ser homenageada um pouco por todo o lado, salientando-se a Grã-Cruz da Ordem de Sant'Iago da Espada e a nomeação «Dame Commander of the Order of the British Empire» pela sua contribuição para as Artes pela Rainha Isabel II. Em Cascais foi construída a Casa das História para albergar parte da sua obra e ali poder ser apreciada por todos.
Muitas outras pintoras portuguesas merecem lugar de destaque, devendo-se nomear Joana do Salitre no sec. XVIII, Josefa Greno no sec. XIX, Mily Possoz, Ilda David ou Ana Vidigal na actualidade.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 22 de Março de 2021
Fotos retiradas da Internet
As vacinas para o COVID-19 foram desenvolvidas muito mais rapidamente do que é normal.
Ao contrário do que também é normal, as empresas farmacêuticas receberam contribuições financeiras muito elevadas de governos e organizações não lucrativas.
Exemplos tirados da imprensa (Jornal de Notícias):
No total, os governos contribuíram com 7 mil milhões de euros, as organizações não lucrativas dispenderam 1,6 mil milhões de euros e as farmacêuticas gastaram 2,8 mil milhões de euros, segundo a empresa de análise de dados científicos Airfinity, citada pela BBC.
Por exemplo, a vacina da Pfizer/BioNTech, que já começou a ser administrada no Reino Unido, de um total de 443 milhões de euros, recebeu 218 milhões de governos e 109 milhões de investidores privados.
A Moderna, que investiu 647 milhões de euros, recebeu 654 milhões em apoios públicos.
E a vacina da Oxford/AstraZeneca, de um total de 1,8 mil milhões de euros, recebeu 1,2 mil milhões de governos e 545 milhões de organizações não lucrativas.
As patentes têm que existir, caso contrário na próxima pandemia não haverá corrida à produção de vacinas. Mas, neste caso, têm que ter os financiamentos públicos em causa.
Notícia do Guardian:
Não têm mais nada em que pensar, pois não? Já agora, o que é uma associação discreta? E, por outro lado, a Constituição não garante o direito à associação de cidadãos?
Contudo, esta nova multidão cibernética é, em grande parte, composta por pessoas que, quando desligam o computador ou o telemóvel, se vêem na sua realidade tantas vezes pautada por uma enorme solidão. A internet tomou conta da sua vida, quer para a informação ou para o lazer quer, sobretudo, para os contactos e relações inter-pessoais. A realidade do dia-a-dia transformou-se numa infindável sucessão de sessões de recepção de dados, sem dádiva de nada, sem partilha de nada de concreto.
A pandemia que atravessamos veio acentuar esta situação que já vinha em crescendo, de uma forma impressionante, alastrando-a a novos estratos sociais e etários. O tele-trabalho confina trabalhadores em casa, ligados com a empresa através do comutador; desde a falta de contacto humano com colegas ao abuso de horas de serviço em que horários diários e até fins-de-semana se diluem no dia dos trabalhadores, até à circunstância de se ter os filhos em casa, eventualmente com aulas pela internet, tudo contribui para um desfazer da vida «normal» e para uma situação de isolamento do exterior.
As famílias ficaram separadas. Avós não visitam filhos e quase não acompanham o crescimento dos netos que, por sua vez, crescem sem aquele equilíbrio educacional que os avós sempre proporcionam. As habituais visitas entre famílias amigas há mais de um ano que estão suspensas, fazendo-se o relacionamento por telefone ou, no melhor dos casos, por tele-conferência. Aquelas conversas e mesmo discussões que são a base da construção de amizades, solidariedades e mesmo de cumplicidades deixaram de existir.
Crianças e adultos «ligados» à net durante a maior parte do dia não fazem o necessário exercício físico, não praticam um inter-relacionamento emotivo pessoal que lhes permita um equilíbrio psicológico. São solitários em construção, se não o são já mesmo.
É sempre perigoso e delicado fazer generalizações, mas penso não ser abusivo se disser que os portugueses são usualmente tidos como sendo de uma grande afabilidade não sendo contudo, muito alegres e expansivos, como outros povos vizinhos. Não é, certamente, por acaso que o fado é a nossa música mais característica. É por isso que um ano inteiro de confinamento obrigatório em cima das nossas características próprias não pode deixar de vir a deixar sequelas na nossa sociedade, precisamente num país que, antes da pandemia, já era conhecido por ser dos que mais anti-depressivos consumia por habitante. Um exemplo de abuso notório no tratamento do que se passa é a notícia em letras garrafais de há poucos dias dando nota de que a GNR tinha acabado com um convívio ilegal de jovens na Mata do Bussaco: vai-se a ver e tratava-se de um encontro de cinco jovens naquele local ao ar livre. Será que o comando local da GNR não tinha mais nada que fazer do que alardear uma situação daquelas?