Passam hoje 200 anos sobre o nascimento de Mendelssohn que, para além da excelente música que compôs, foi responsável pela recuperação de Bach.
Aqui se recorda parte do seu concerto para violino.
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
Consciente de que a doença o aproxima do seu fim, o escritor colombiano dos “Cem anos de solidão” decidiu deixar-nos a todos uma série de conselhos.
Aqui ficam dois deles:
1. Aprendi que um homem só tem direito de olhar a um outro de cima para baixo, quando vai ajudá-lo a levantar-se.
2. Ninguém te recordará pelos teus pensamentos secretos. Pede ao Senhor a força e a sabedoria para expressá-los. Demonstra a teus amigos e seres queridos o quanto te importam.
A actual crise económica e financeira veio colocar a nu muitas fragilidades das sociedades actuais que necessitam de correcção urgente.
Uma dessas fragilidades é a demissão das suas responsabilidades por parte das elites sociais.
Por muito que custe a algumas pessoas reconhecê-lo, as elites são sempre objecto de escrutínio, e o que fazem, bem ou mal, tem consequências na sociedade em geral. É sabido que um bom exemplo vale mais do que mil palavras. Por isso mesmo, quem mais alto sobe, mais responsabilidades adquire perante os concidadãos.
A substituição da realização pessoal completa pelo enriquecimento material a qualquer custo e o mais rápido possível levou a que muitos representantes das elites sociais passassem a considerar todos e quaisquer valores éticos e interesses dos seus concidadãos como simples obstáculos a remover.
Isso é patente no que sucedeu nos grandes bancos ao nível mundial, ou mesmo entre nós. A busca permanente de lucros crescentes por parte dos seus dirigentes levou a uma espiral financeira descontrolada que contaminou toda a economia, e que agora todos os cidadãos têm de pagar com os seus impostos.
Pessoas que eram consideradas como exemplos de sucesso são hoje vistas como incompetente e insensatas, quando não mesmo como ladrões. Os próprios dirigentes que são pagos para controlar as actividades financeiras são hoje considerados, no mínimo, como ineptos ou distraídos.
E as elites falham até nos mais pequenos pormenores do dia a dia, dando exemplos terríveis à sociedade. Nos últimos dias, a imprensa noticiou que umas trinta pessoas foram constituídas arguidas por corrupção, ao tentarem obter uma “Carta de Desportista Náutico”. A referida escola resolveu enviar previamente as questões do exame aos candidatos, que assim obtiveram bons resultados com toda a facilidade. Não estamos a falar de crianças, e sim de cidadãos que pertencem a uma elite, contando-se entre eles um ex-ministro. Uma verdadeira vergonha.
Um dos maiores problemas da nossa sociedade é mesmo a demissão de grande parte das elites. Em vez de participarem na construção de uma sociedade mais livre e mais digna, fecham-se nos seus casulos, usam e abusam das vantagens que detêm, e não cuidam sequer de evitar serem maus exemplos, eles que estão sempre sob observação, queiram-no ou não.
A História está cheia de exemplos em que situações destas deram mau resultado, quando não trágico. O problema está em que estas novas elites não o sabem: provavelmente nem nunca ouviram falar dos brioches de Maria Antonieta.
Convocado pela Embaixada de Cuba em Portugal e anunciado no Jornal da FENPROF nº 226, Junho de 2008, este concurso alarga o prazo de entrega dos trabalhos até 22 de Dezembro, dando assim possibilidades de mais tempo de pesquisas, designadamente para os trabalhos de texto e investigação do tema escolhido. Os resultados serão conhecidos em Janeiro de 2009.
Relembro que este concurso é dirigido a crianças e jovens contemplando os seguintes níveis etários:
Dos 5 aos 9 anos
Dos 10 aos 13 anos
Dos 14 aos 18 anos
Cada concorrente deverá participar numa das seguintes temáticas:
Triunfo da Revolução Cubana � 1 de Janeiro de 1959
Ernesto Che Guevara (Guerrilheiro Heróico)
Os 5 heróis (jovens lutadores anti-terroristas, prisioneiros nos EUA hoje)
José Marti (Herói, ideólogo e poeta de Cuba)
10 de Outubro, início da 1ª guerra de independência de Cuba.
Sugerimos, de novo, os seguintes sítios para obter informação:
- José Marti www.marti.cubasi.cu
- História de Cuba www.cubagob.cu/historia
- Los 5 Héroes www.granma.cubaweb.cu/miami
- Che Guevara http://www.cheguevara.cubasi.cu/
Com Cuba no coração estimule e ajude nestas pesquisas e realizações os alunos, filhos e amigos dos seus filhos a conhecerem melhor, através de alguns personagens heróicos, como se forja a dignidade deste Povo, desde as lutas pela independência no século XIX até à actualidade.
Sem mais comentários.
Como responder a isto? Basta recordar que na base da actual crise mundial estão os chamados “produtos tóxicos” financeiros. Estes tiveram origem no “subprime” norte-americano, uma criação do Estado, repleta de boas intenções, para que toda a gente pudesse ter acesso a casa própria nos EUA. Passou-se isto ainda no tempo de Clinton; entretanto, os fundos Fannie Mae e Freddie Mac cresceram de tal maneira que levaram a uma valorização excessiva do mercado imobiliário. A consequência imediata é bem conhecida: toda a chamada banca de investimento foi infectada, seguindo-se, por contágio, a banca comercial e a chamada economia real.
Ouvi alguém defender recentemente que a política é como um pêndulo: umas vezes balança para a direita, outras vezes para a esquerda. Segundo essa teoria, quem ganha as eleições é quem estiver no centro do pêndulo no momento certo. Para ganhar eleições, tudo o que então seria preciso é ter a argúcia de ocupar esse sítio no momento das eleições. Quando o pêndulo anda mais à esquerda, tiram-se do bolso umas medidas sociais fracturantes; quando o pêndulo puxa mais para a direita, arranja-se algo em conformidade.
Assim se compreende melhor a proposta abstrusa dos casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo feita neste momento específico, dois meses depois de ter sido recusada pelos actuais proponentes.
Parece que há quem ache que a aceitação dos métodos que os Estados estão a usar para combater a crise significa que o eleitorado passou a defender mais Estado, logo, está mais à esquerda no espectro ideológico. Estes métodos, recorde-se, consistem em injectar dinheiro dos impostos actuais e futuros para cima dos problemas. No meio disto, só o ministro das Finanças parece não ter perdido o Norte, porque reconhece calmamente que os actuais governos se vêem obrigados a navegar sem GPS, isto é, às cegas.
Há mesmo por aí quem recorde que já Hegel defendeu algures que o Estado é o centro da ideia ética, e que, perante a actual situação, deverá ser o mesmo Estado a moralizar o capitalismo. Doce engano. Perante a economia, se o Estado cumprir aquilo para que serve, isto é, cumprir leal e rigorosamente as suas funções reguladoras e de supervisão, já ficaremos todos satisfeitos. Ninguém na economia precisa que o Estado lhe venha dizer o que deve produzir, quando e como.
Publicado no Diário de Coimbra em 2 de Fevereiro de 2009