Há pouco mais de uma semana Coimbra pôde assistir a dois momentos culturais, numa rara simultaneidade que proporcionou ainda a feliz comemoração de um importante acontecimento político.
A autarquia de Coimbra atribuiu o importante prémio literário Miguel Torga ao escritor cabo-verdiano Mário Lúcio de Sousa que acontece ser o actual ministro da Cultura do seu país. De referir que Mário Lúcio foi o primeiro autor não português a ganhar este prémio, tendo concorrido com o romance inédito "Biografia do lingua". O prémio foi-lhe entregue no salão Nobre da Câmara no passado dia 12, tendo assistido à cerimónia o primeiro Ministro de Cabo Verde e participado o secretário de Estado da Cultura do Governo português. Após a cerimónia, houve um concerto no Pavilhão Centro de Portugal pela Orquestra Clássica do Centro dirigida pelo Maestro António Sérgio Ferreira.
O concerto foi integralmente dedicado à música cabo-verdiana, com composições do músico cabo-verdiano Vasco Martins incluindo ainda a interpretação por Mário Lúcio da sua canção "Morna e cítara" com arranjo também de Vasco Martins. Esta composição lindissima, e que suscitou grande entusiasmo por parte do público, "é a única morna que se conhece com dois acordes, em que o compositor, além da temática da mestiçagem (crioulo), também pensou na Índia e no ‘tampura’, instrumento tradicional indiano".
O concerto abriu com a obra “Quatro notas na cidade”, inspirada nos pregões das peixeiras da cidade do Mindelo tendo, em alguns dos temas que se seguiram, intervido o próprio compositor como interprete. Vasco Martins é um compositor multifacetado e consagrado em várias áreas da música, sendo mesmo um dos raros compositores africanos de musica erudita. A sua musica tem sido interpretada por grandes orquestras e maestros reconhecidos, fazendo parte do reportório da Orquestra Clássica do Centro há mais de uma dezena de anos.
O concerto inseriu-se nos “Encontros com a Cultura Caboverdiana", que decorreram entre os dias 3 e 15 de Julho, em que a OCC e algumas associações cabo-verdianas como o Núcleo de Coimbra da Associação Maense em Portugal e o Grupo de Apoio aos Doentes Evacuados em Coimbra promoveram a comemoração dos 40 anos da independência de Cabo Verde.
Incluida nestas actividades, assistiu-se ainda à apresentação de um interessante livro sobre a cantora Cesaria Évora da autoria de Vasco Martins e do pintor Tchalé, editado pela OCC com o apoio da PLURAL. Houve a rara oportunidade de poder ouvir um dos autores, Vasco Martins, a falar sobre a vida da artista que levou a canção cabo-verdiana a todos os cantos do mundo, partilhando emocionadamente com a assistência aspectos da sua convivência pessoal com a cantora.
Assistir à actuação ao vivo de Vasco Martins ao piano é uma experiência que fica na memória. É visível a relação amorosa e mística do compositor com a sua obra e o instrumento. O pianista, ora toca delicadamente nas teclas, ora praticamente se estende ao longo do teclado tocando com violência, ora se levanta como quem quer ir-se embora, sem nunca deixar de fazer fluir a música intensa.
Dias inesquecíveis, que provaram como a Cultura pode contribuir para unir povos e ultrapassar separações artificiais, criando em seu lugar fraternidade, confiança e amizade.
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
quinta-feira, 23 de julho de 2015
terça-feira, 14 de julho de 2015
Escolher Presidente
As
respostas aos mais diversos problemas, desde as reformas de redefinição das
funções de soberania, às opções económicas e à adaptação do estado social às
novas circunstâncias decorrentes da mudança das pirâmides etárias e das nossas
possibilidades, deverão associar-se à União Europeia renovada que
obrigatoriamente vai sair da actual crise grega. Para que tal seja possível, os
futuros governos deverão ter em Belém alguém que, no topo da hierarquia do
Estado, perceba tudo isso e seja factor de união entre os portugueses.
A
escolha que os portugueses fizerem para a presidência da República será, assim,
crucial para o futuro do país. Não se poderá cair no caminho perigoso da
demagogia e do populismo, nem das propostas de quem entra facilmente na área de
actuação do governo ou dos tribunais. Deveremos exigir um conhecimento profundo
e sustentado do sistema político, dos seus fundamentos e das relações entre os
diversos órgãos de soberania com os seus pesos e balanços relativos, sem
esquecer a formação cultural e histórica que dá a percepção permanente das
razões do que vai sucedendo. Isto a nível nacional, mas também a nível europeu,
sem esquecer as relações com os PALOPS. Para os tempos que se aproximam, não
poderemos ter um presidente que, embora seja muito conhecedor de uma área
específica, ainda que essa área seja a da gestão, ou que seja muito preocupado
com problemas sérios como o da corrupção se fique por aí, porque essas questões
não se resolverão sem uma visão esclarecida e polivalente da sociedade. Não
poderemos ter na presidência alguém sensível ao canto das sereias que, perante
as visões fantasiadas e idílicas de amanhãs fantásticos, nos leve em três
tempos aos infernos das consequências trágicas das ideologias extremistas,
tenham elas a cor que tiverem. Nunca poderemos ter na presidência alguém que
não saiba os limites dos diversos poderes e que se vá imiscuir nas competências
dos outros poderes soberanos, principalmente nas áreas governativas, mas sim
alguém que seja capaz de, com o seu conselho avisado e a sua colaboração
discreta e inteligente, poder contribuir para uma sã e eficaz correlação de
poderes.
Precisamos
de quem seja capaz de falar com todos os partidos, mas que saiba de segurança profunda
dada pela experiência e conhecimento, que é ao centro político que se encontram
as soluções dos problemas do país, evitando experimentalismos perigosos. Alguém
que, falando com os partidos, seja capaz de estabelecer o necessário
distanciamento, tomando as suas decisões de forma isenta e independente, mesmo
do seu próprio partido de origem.
Dado
que antes das presidenciais ainda vamos ter eleições legislativas, os
potenciais candidatos que surgiram até agora dificilmente respondem globalmente
aos quesitos que acima coloquei, para além de serem pessoas estimáveis que
merecem o nosso respeito e consideração pessoais. A meu ver, de entre todos os
nomes que têm sido falados, duas pessoas estarão em condições para dar essa
resposta e aguardarão, naturalmente, o fim das próximas eleições para
anunciarem as suas candidaturas.
Qualquer uma delas, mais à esquerda e mais à
direita, poderá dar o seu contributo ao país da forma que me parece necessária.
Refiro-me a Marcelo Rebelo de Sousa e a Maria de Belém.
Pelo
que conheço das suas personalidades, a seriedade, capacidade de entrega ao país
e independência pessoal estão em ambos acima de qualquer suspeita. Qualquer um
deles saberá estar para lá das vontades e anseios de protagonismo ou mesmo de
obtenção de poder pelos cidadãos que legitimamente lhes derem o seu apoio.
Que
ambos trabalhem nos próximos tempos para que as suas candidaturas venham a ser
a realidade de que o país precisa e mesmo, por que anseia. E que, logo depois
das legislativas, mostrem ao país que há possibilidade de escolhas de altíssima
qualidade no país, bem acima das fracas prestações de muitos políticos que por
aí andam, tantas vezes levados ao colo por interesses inconfessáveis.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 13 de Julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
OS CENTAUROS
A
festa de casamento tinha corrido bem até àquela altura. O noivo, de nome
Pirítoo, era o rei dos Lápitas, povo grego que habitava na Tessália,
celebrizado pela sua participação na saga dos Argonautas. Para as bodas do
casamento com Hipodâmia, tinha convidado imensas pessoas importantes e da sua
família, entre as quais os seus irmãos Centauros. Os Centauros eram uma raça de
seres híbridos, com torso e cabeça de humano e o corpo de cavalo, que viviam
nas montanhas da Tessália e nas planícies da Arcádia. Tinham tido origem no
desejo do rei dos Lápitas Ixíon, pai de Pirítoo, de possuir Hera a esposa do
deus Zeus, o deus de todos os deuses do Olimpo. Zeus, depois de se divertir a
observar Ixíon a ter relações com uma nuvem que formara com o aspecto de Hera
do que viriam a nascer o primeiro centauro e depois a sua descendência, vingou-se
mais tarde violentamente do facto de Ixíon se ter vangloriado de ter
conquistado Hera. Os centauros apresentavam-se de forma altiva violentos e
indomáveis, evidenciando a sua força física e impulsos sexuais que lhes vinham
da metade animal, mas demonstrando também capacidades excepcionais do ponto de
vista da racionalidade advindas da parte humana.
Durante
as bodas de Pirítoo e Hipodâmia, a certa altura foi servido o vinho. Os centauros
não estavam habituados à bebida alcoólica e não lhe juntaram água. Em
consequência ficaram embriagados, vindo então ao de cima a sua índole animalesca
e, cegos pela luxúria e violência tentaram inclusivamente violar e raptar a
própria noiva. As consequências da sua atitude foram terríveis. Os Tessálios
reagiram violentamente verificando-se um grande massacre e, com a ajuda de
Teseu, os centauros foram expulsos da Tessália, refugiando-se no Épiro, onde
mais tarde Héracles os foi quase exterminar.
As
cenas da batalha entre os Lápitas e os centauros foram objecto de inúmeras
representações artísticas, de que se devem ressaltar um friso no Partenon e um
baixo relevo de Miguel Ângelo, além de muitas pinturas ao longo dos séculos, o
que demonstra a força do seu simbolismo.
Nos
finais de Janeiro, as cenas políticas grega e europeia viram surgir uns
personagens novos, diferentes dos habituais. Aléxis Tsípras, Yanis Varoufakis e
Panos Kamenos chamaram a atenção generalizada pela diferença na radicalidade
das suas propostas, mas também e talvez sobretudo, pela pose pública de altivez
roçando muitas vezes a arrogância displicente e pelo gosto pela ostentação do
abandono do trajar tradicional em lugares de representação de Estado.
Nas
bodas permanentes de casamento que são as reuniões de negociação dos países
europeus, um dos convidados passou a desafiar permanentemente todos os outros,
de uma forma desafiante e agressiva, parecendo embriagado com a possibilidade
de, participando nas bodas, retirar tudo o que lhe apetecesse para si, à custa
de todos os outros. Usando de todas as armas, com o ar de que tudo lhe era
devido e a tudo tinha direito, entrou em guerra aberta com todos os outros que
se sentavam à mesma mesa, sem deixar nenhum de fora. Não fora o convidado
beligerante grego e dir-se-ia que da História nada tinha aprendido, nem sequer
da sua própria mitologia antiga, que pretendia ensinar os homens com as
asneiras dos deuses. A História está ainda em aberto mas, qualquer que tenha
sido o resultado do refendo/plebiscito de ontem e sabendo-se o que aconteceu
aos centauros, não será difícil adivinhar o que seguirá, a não ser que a
sabedoria impere em todos os lados, em vez dos sentimentos e raivas.
Publicado originalmente no
Diário de Coimbra em 6 de Julho de 2015
segunda-feira, 29 de junho de 2015
E se…tivesse sido diferente?
De uma
forma negra e algo tenebrosa mas excepcionalmente bem escrita descreve como,
num futuro próximo, o islamismo toma conta do poder em França através de
eleições, numa estranha aliança para evitar a vitória da Frente Nacional.
Na
realidade, a História foi-nos ensinada como uma sucessão indiscutível de
factos, todos interligados de uma forma que se diria “natural”, razão por que o
tipo de ficção acima descrito terá hoje um sucesso assinalável. Para quem, como
eu, frequentou o liceu nos anos sessenta e inícios de setenta, a História era
mesmo apresentada como uma sucessão de vidas de personagens históricos, quase
sempre imbuídos de heroísmo, muito desligada das condições concretas de vida
dos povos. No que respeita à História de Portugal, aquilo que era ensinado
divergia mesmo muito daquilo que hoje nos é permitido saber. É certo que
próprio estudo da História é hoje muito diferente do que costumava ser, embora
ainda se note muito que a análise e estudo do que aconteceu há muitos anos ou
mesmo séculos, se faz muito usando lentes comprometidas com visões ideológicas
dos historiadores. Se a História que nos era ensinada pelos historiadores
tradicionais apresentava uma versão que ia ao encontro dos valores defendidos
pelo regime do Estado Novo, há hoje historiadores que apenas veem a exploração
dos oprimidos, por aplicação automática da vulgata marxista.
Como
escreve José Mattoso na sua notável e esclarecedora “Identificação de um País”
referindo-se ao caso concreto da polémica sobre o feudalismo em Portugal que
alguns historiadores defendem nunca ter existido, os historiadores tradicionais
“limitavam o «feudalismo» às relações entre os membros da classe senhorial
decorrentes do contrato feudal, enquanto os segundos (marxistas) referiam-se
apenas à exploração do campesinato pela nobreza”.
Continuando
na Idade Média, neste caso a portuguesa, qual teria sido o rumo da História se
os apoiantes de D. Afonso Henriques tivessem sido derrotados na batalha de S.
Mamede em 24 de Junho de 1128? Sua mãe D. Teresa mantinha uma estreita ligação
com a mais alta nobreza da Galiza que, lembra-se, tinha sido atribuída por seu
pai o rei D. Afonso VI de Leão e Castela, a sua meia irmã Urraca que casou com
o conde D. Raimundo de Borgonha. Por outro lado, D. Teresa havia recebido o
novo Condado Portucalense que abrangia os anteriores de Portucale e de Coimbra,
ao casar com D. Henrique de Borgonha. No meio de tudo isto, a Igreja impunha as
suas regras e condicionava fortemente a acção dos responsáveis políticos,
fundamentalmente pela sua política de reconhecimento ou não de relações e
casamentos, através das excomunhões usadas como arma política.
E
se D. Afonso Henriques tivesse perdido a batalha de S. Mamede, como esteve
quase a acontecer segundo a IV Crónica Breve de Sta. Cruz do século XIV, que
diverge em muito dos Anais de D. Afonso Henriques do cónego de Sta. Cruz na
narrativa dos acontecimentos da época? Um dos caminhos históricos poderia ter
sido a continuação do Condado Portucalense dentro do Reino de Leão e Castela e
neste caso Portugal nunca teria existido como nação. Mas as incursões dos
almorávidas que em 1116 fizeram um violento assédio a Coimbra, foram combatidas
com o apoio dos nobres galegos, incluindo Fernão Peres de Trava que chegou a
comandar as tropas na região do rio Mondego. Isto é, uma saída alternativa
poderia ter sido a junção da Galiza ao Condado Portucalense num único reino que
teria obrigatoriamente que crescer também para sul como aconteceu com D. Afonso
Henriques e os seus sucessores, até se conquistar definitivamente o Algarve aos
muçulmanos. Aí Portugal incluiria a Galiza, a que aliás a língua de raiz comum
daria um cimento sólido.
Como
é evidente, a História é aquela que foi e não a que poderia ter sido. Mas o
conhecimento e a compreensão do que aconteceu e porquê, é vital para
percebermos o que somos hoje, porque o somos e qual o nosso papel no mundo.
Publicado
originalmente no Diário de Coimbra em 29 de Junho de 2015
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Lições da História: Waterloo
Napoleão
revelou-se desde jovem como um militar brioso mas, fundamentalmente, desenvolveu
um talento excepcional, primeiro do ponto de vista táctico, de comando de
tropas no campo de batalha, e depois também como estratega, organizando
campanhas militares de grande dimensão e criando as condições para o seu
sucesso através de soluções inovadoras que duram até hoje.
Os
seus homens seguiam-no cegamente, resultado de um carisma pessoal e de uma
coragem na batalha que lhe conferiam uma poderosa voz de timoneiro sobre todos
os que o seguiam. Conta-se o exemplo do Marechal Ney, um dos seus mais
brilhantes comandantes, que aliás esteve com Massena no Buçaco. Quando Napoleão
foi exilado para a Ilha de Elba, Ney, conhecido como “o bravo dos bravos”, prestou
juramento de fidelidade ao regime de Luis XVIII. No entanto, quando Napoleão
regressou para continuar no seu sonho louco de conquistar a Europa, Ney
juntou-se-lhe de novo entusiasticamente. Após a derrota de Waterloo, quando
colocado perante o pelotão de fuzilamento, o Marechal recusou a venda e deu a
ordem de fogo sobre ele próprio, gritando que tinha participado em muitas
batalhas, mas nunca contra soldados franceses.
A
personalidade muito própria de Napoleão, que se considerava um predestinado,
continuou a mostrar-se, mesmo depois de exilado definitivamente para a Ilha de
Sta. Helena, onde veio a morrer. Aí se dedicou obsessivamente a ditar as suas
memórias, para evitar que viessem a ser escritas de forma que, a seu ver, não
fosse verdadeira e lhe tirasse o lugar na História a que achava que tinha
direito.
Poucos
anos após a sua morte, as suas cinzas foram levadas para os Inválidos em Paris,
contando-se que as exéquias foram acompanhadas por mais de um milhão de
franceses. O seu mito continuava vivo, o que acontece até hoje, sendo das
personagens históricas mais populares entre os franceses, que recordam apenas
as glórias militares e o entusiasmo que suscitava, principalmente entre o povo,
esquecendo tudo o que de negativo teve.
Ainda
hoje, mesmo entre nós portugueses que fomos invadidos e onde as tropas
francesas praticaram os maiores desmandos, provocando sofrimento indizível, o
nome de Napoleão não provoca a repulsa que seria de esperar. Mesmo Churchill,
que detestava tudo o que tinha a ver com a revolução Francesa e a sequência que
Napoleão lhe deu, levando a guerra a toda a Europa e sagrando-se a si próprio
Imperador, tinha uma confessada admiração pelo seu génio militar.
De
facto, Napoleão exerceu sempre um fascínio sobre os que o apoiavam, mas também
sobre muitos que, não o apoiando ou mesmo guerreando-o, lhe reconheciam
qualidades excepcionais, fundamentalmente do ponto de vista militar.
Napoleão
foi talvez um exemplo à parte, por demasiado conspícuo, mas muitas pessoas,
nomeadamente políticos, se consideram predestinadas para a sua acção na
sociedade. Observam todas as circunstâncias da sua vida como concorrendo para o
seu destino excepcional, pelo que por vezes se acham mesmo no direito de
exercer a sua acção com a maior ferocidade de que se forem capazes. E é assim que,
mostrando capacidade de definir objectivos superiores e a força interior para
os conseguir seja de que maneira for, conseguem impressionar e transformar em
seguidores mesmo quem à partida não se imaginasse que estivesse disponível para
tal. Suscitam ódios, mas também uma admiração e até uma irracional e cega
submissão e mesmo crença em tudo aquilo que dizem ou que fazem. Napoleão teve
um primeiro exílio mais ou menos dourado em Elba e acabou os seus dias longe de
tudo em Santa Helena. Diz-se que a História se repete sempre, sendo a segunda
vez apenas uma farsa e bem andaríamos todos, se tivéssemos consciência dos
exemplos históricos para a nossa vida. Poupar-nos-íamos a nós e, eventualmente
aos outros, a tristes experiências.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 22 de Junho de 2015
Subscrever:
Mensagens (Atom)