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sexta-feira, 16 de setembro de 2016
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Obrigado, Mestre Mário Silva
Morreu Mário Silva.
Muito mais que um pintor, Mário Silva foi um artista da vida, alguém que deu
sempre muito mais do que recebeu. Um visionário que adorava a vida e cultivava
uma relação única com o Outro e com a sociedade, num exercício de cidadania sem
falhas acompanhada por uma capacidade de compreensão e amor como raramente se
vê.
Ao longo dos anos
tive a oportunidade de me referir ao Mestre em várias crónicas publicadas neste
jornal, manifestando a admiração que por ele tenho, aproveitando para aqui
transcrever alguns trechos:
É conhecida a
frequente discrepância entre a arte de muitos grandes artistas e a sua própria
vida. Não vale a pena referenciar nomes, mas todos nos lembraremos de grandes
pintores, compositores musicais, escritores ou artistas de cinema que nos
comovem com as suas composições artísticas e cujas relações com os próximos não
se pautaram pela simpatia ou sequer pela mínima aceitação pessoal.
Entre nós vive um
grande artista que é exactamente o contrário disso. Mestre Mário Silva é um dos
nossos maiores artistas contemporâneos, não só na pintura mas também na
escultura, no desenho, na cerâmica e na ilustração. A sua genialidade
manifesta-se de forma constante nas diversas épocas que se conseguem detectar
na sua longa vida artística. Ao apreciar a sua arte ao longo dos mais de
cinquenta nos que leva a sua carreira, sentimos verdadeiramente que a arte é a
procura da verdade, que traz a eternidade dentro de si.
Mário Silva afirma que nasceu artista e é isso mesmo que
toda a sua vida demonstra. Mário Silva é um artista entre os maiores. Em vez de
reproduzir a realidade, mesmo que a seu modo, antes a destrói e desmonta, para
a seguir a reconstruir integrando a sua própria visão. E assim nós, leigos,
somos convidados pelo Artista a ver aquilo que nunca antes se nos tinha
apresentado com clareza.
Artista maior da pintura, sim, representado em inúmeros museus e academias um pouco por todo o mundo. Mas Mário Silva é um Homem muito para além disso. Tomou a Liberdade como sua e nunca prescindiu dela, em todos aspectos da sua vida. Irreverente, por vezes mesmo iconoclasta derrubando tradições e convenções, o seu espírito nunca se vergou nem se deixou aprisionar, mesmo quando encerrado fisicamente entre paredes de forma arbitrária. Esse culto da Liberdade não o levou à atitude egoísta de ignorar ou menosprezar os seus semelhantes, como tantas vezes sucede com os grandes artistas. Basta ver o local que escolheu para viver, entre pescadores que o tratam como um dos seus, para perceber quão elevado é o seu sentido de Igualdade e como esse sentido orienta a sua relação com os demais.
Artista maior da pintura, sim, representado em inúmeros museus e academias um pouco por todo o mundo. Mas Mário Silva é um Homem muito para além disso. Tomou a Liberdade como sua e nunca prescindiu dela, em todos aspectos da sua vida. Irreverente, por vezes mesmo iconoclasta derrubando tradições e convenções, o seu espírito nunca se vergou nem se deixou aprisionar, mesmo quando encerrado fisicamente entre paredes de forma arbitrária. Esse culto da Liberdade não o levou à atitude egoísta de ignorar ou menosprezar os seus semelhantes, como tantas vezes sucede com os grandes artistas. Basta ver o local que escolheu para viver, entre pescadores que o tratam como um dos seus, para perceber quão elevado é o seu sentido de Igualdade e como esse sentido orienta a sua relação com os demais.
Mário Silva não enriqueceu com a pintura, o que até lhe teria
sido fácil, dado o estatuto que alcançou a nível nacional e no estrangeiro. Não
é pessoa que guarde para si, quando ao seu lado alguém tem necessidades. A sua
generosidade releva de um espírito Fraterno em alto grau. Mário Silva não é dos
que pregam uma coisa e praticam o contrário. A sua disponibilidade para participar
nos mais diversos encontros e eventos é total, fazendo-o sempre de forma
construtiva e trazendo sempre algo que melhora os outros em alguma coisa.
Os grandes artistas têm a diferença de partirem sem
nunca nos deixarem, quer na memória, quer na Arte que nos legam para sempre.
Assim, não me despeço de Mário Silva, ficando aqui apenas um Obrigado, Mestre
Mário Silva não só pela Arte, mas pelo exemplo de vida e por nos dar a ver o
que tantas vezes lá está e não somos capazes de ver.
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Tempos de mudança
Mudam-se os
tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente
vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O que diria hoje
Camões sobre o que se passa no mundo? A velocidade das mudanças, a nível
global, parece mesmo ser superior à da evolução tecnológica e todos sabemos a
que ritmo esta evolui nos dias de hoje.
Ao longo do século
XX o vestuário usado nas praias evoluiu dos fatos completos até aos fatos de banho
e bikinis de hoje que dão ao corpo a liberdade de movimentos e o à-vontade adequados
à praia. De repente, precisamente nas praias francesas da Côte d’ Azur onde
surgiu o bikini e onde em tempos imperava Brigitte Bardot, surgem agora novamente
mulheres a tomar banho tapadas da cabeça aos pés.
O caminho de
integração europeia para uma Europa Unida foi interrompido pela Grã Bretanha
que decidiu sair e procurar um destino próprio. O populismo renasce e faz das
suas numa Europa que se julgaria ter ficado impune a tal, reabrindo a porta aos
nacionalismos mais obscurantistas e perigosos. Entretanto, a Grã Bretanha é classificada
pelo jornalista Roberto Saviano, que tem dedicado anos à pesquisa do tráfico
internacional da droga, como o país mais corrupto do mundo, garantindo que a
City alberga hoje a maior e mais eficaz máquina de lavar dinheiro que existe. Para
nosso espanto, a Comissão Europeia quer obrigar a Apple a pagar mais de 13 mil
milhões de Euros à Irlanda e este país recusa receber o dinheiro.
Na América do
Norte, enquanto os Democratas não escolheram um candidato socialista cujo
discurso se assemelhava em muitos aspectos ao nosso Bloco de Esquerda, os
Republicanos optaram por um populista que se afirma também “contra o sistema” e
assim consegue simpatias eleitorais impensáveis até há pouco, surgindo como
muito possível a eleição de um político ignorante, imaturo, arrogante,
mal-criado e insuportável em qualquer situação como é Donald Trump.
Na América do Sul,
a presidente Dilma Roussef do PT foi arredada da presidência do Brasil, sendo a
segunda vez que a actual democracia brasileira faz um impeachment presidencial,
depois de Collor de Melo em 1992. O Partido dos Trabalhadores, que em duas
presidências anteriores também tentou o “impeachment” contra Itamar Franco e
Fernando Henriques Cardoso, provou agora do seu próprio veneno, vendo-se
arredado do poder. A Venezuela está também à beira de uma mudança radical. A
desgraça económica e social trazida pelo populismo esquerdista do presidente
Maduro atirou o país para uma situação insustentável de que a única saída pacífica
parece ser realizar eleições presidenciais a curto prazo.
Aqui ao lado, em
Espanha, sem se obter entendimentos entre esquerdas e direitas, caminha-se
alegremente para terceiras eleições para escolher quem deverá governar em menos
de um ano, enquanto quem entretanto governa provisoriamente consegue atingir
números de sucesso económico com que nós só podemos sonhar.
Os Jogos Olímpicos
do Rio de Janeiro constituíram uma surpresa para muita gente, não tanto pelos
sucessos desportivos, mas por o Brasil, ao contrário do que muitos diziam, se
ter mostrado capaz de os organizar tão impecavelmente como qualquer outro país.
Estes Jogos tiveram ainda uma curiosidade que mostra como o mundo está a mudar,
em termos sociais e promocionais.
Muitos países escolheram grandes costureiros
para vestir os seus atletas. Até Cuba contratou alguém do mundo da moda para desenhar
a farda dos seus representantes, tendo escolhido o designer de sapatos Christian
Louboutin famoso pela altura dos saltos dos seus sapatos de mulher, pela cor
vermelha da sola e, já agora, pelos preços proibitivos.
Tudo muda neste
mundo e com grande rapidez, nos dias de hoje, embora sejam muitas vezes mais
mudanças na aparência do que na substância das coisas. Mas até Camões já
acabava o seu soneto mostrando alguma saudade das verdadeiras mudanças:
O tempo cobre o
chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
Trump: You are fired (?)
Apesar das
sondagens darem actualmente Donald Trump oito pontos abaixo de Hillary Clinton,
não se pode dar como adquirida a vitória desta última nas eleições
presidenciais americanas que terão lugar já daqui a menos de noventa dias, pelo
que a resposta ao título só será dada em 8 de Novembro.
O interesse
suscitado em todo o mundo pelas presidenciais americanas é sempre inteiramente
justificado, dada a importância política, social e económica dos EUA. Interesse
ainda maior nestas eleições, atendendo aos candidatos em presença, mas
sobretudo por o representante republicano ser Donald Trump. Talvez um dia se
conheçam as verdadeiras razões desta candidatura mas a realidade é que ela está
aí e, apesar de tudo, pode vir a ser ganhadora. As sondagens têm variado o
suficiente durante os últimos meses para que seja certo que a actual margem
vantajosa para a candidata democrata se mantenha até ao fim. Até porque Hillary
Clinton tem sido confrontada com questões de alguma gravidade, que colocam em
causa a sua credibilidade para ser presidente, nomeadamente problemas com a sua
actuação como Secretária de Estado (ministra dos negócios estrangeiros). A
campanha contra a sua candidatura tem tido aspectos escuros, suspeitando-se
mesmo de intervenções secretas de potências estrangeiras. A Wikileaks também
anunciou há poucos dias que se prepara para lançar para a comunicação social
factos que, segundo Assange, destruirão definitivamente as hipóteses
presidenciais de Clinton.
O que seria
verdadeiramente uma tragédia porque, perdendo Clinton, venceria Trump.
A frase que melhor
define Donald Trump é “estás despedido” – “you are fired”, que ele utilizava
sistematicamente e com evidente gosto no programa televisivo em que entrava e
que o tornou famoso. Trump assume um discurso agressivo, atacando tudo aquilo
que ele designa como “o sistema” e que é básicamente toda a construção
democrática americana. Donald Trump assume-se como o paradigma do empresário,
mas na realidade é o herdeiro de uma enorme fortuna no imobiliário e, ao
contrário do que pretende, já abraçou muitos negócios que se revelaram ruinosos
e terá actualmente uma dívida gigantesca de muitas centenas de milhões de
dólares.
Donald Trump é o
representante americano da vaga de populismo que, desgraçadamente, varre todo o
ocidente incluindo a nossa velha Europa. Não foi por acaso que, há poucos dias,
Nigel Farage se lhe juntou num comício eleitoral com o objectivo de explicar o
“brexit” de que foi campeão e um dos principais responsáveis, tendo usado e
abusado da manipulação e mesmo mentira sistemática para atingir o seu
objectivo. Farage foi mais uma vez igual a si próprio, não apelando ao voto em
Donald Trump, mas dizendo, a uma assistência da qual pelo menos 80% não fazia
ideia de quem ele era nem sequer em que consistiu o brexit, que não votaria em
Hillary Clinton, nem que lhe pagassem. Quanto a este acontecimento, pode-se comentar
apenas que os bons espíritos se costumam encontrar.
Sentindo o chão a
fugir debaixo dos pés, o candidato republicano tem ultimamente alterado a sua
estratégia, desdizendo o que afirmara no início da campanha, tentando corrigir
erros óbvios e, pasme-se atendendo à sua personalidade, pedindo mesmo desculpa
por anteriores afirmações suas. Tudo isto enquanto vai substituindo os
responsáveis máximos da sua campanha, utilizando aqui o seu método clássico,
isto é, chamando-os à sede e dizendo-lhes muito simplesmente: estás despedido.
Para quem definiu
força e dureza como a sua imagem de marca para estas eleições, esta alteração
de estratégia a poucos meses da eleição surge aos olhos dos observadores como a
demonstração daquilo que ele próprio costuma afirmar sobre os políticos para
quem, antes de tudo, interessa a estratégia, o posicionamento e a comunicação.
E Donald Trump tem
muito por onde escolher para corrigir o seu tiro anterior contra o que chama
“politicamente correcto”. Desde os ataques racistas manipulando números de
homicídios cometidos por negros, aos ataques a imigrantes propondo a construção
de um muro na fronteira com o México, ao miserável comentário sobre a
heroicidade de John McCain, até mesmo à subliminar ameaça dos defensores da
liberdade de livre posse de armas à sua rival Hillary Clinton ou ao comentário
sobre os pais afegãos de um soldado americano morto ao serviço, a lista de
asneiras ditas e reditas quase não tem fim.
Hilary Clinton pode
não ser, e não é certamente, uma candidata perfeita para o cargo de Presidente
dos Estados Unidos da América. Mas a perfeição não existe nunca, menos ainda em
política, e Clinton tem muitas qualidades para compensar os seus defeitos. Ao
contrário de Donald Trump, em quem será difícil encontrar alguma qualidade.
Publicado no Diário de Coimbra em 29 Agosto de 2016
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
A Venezuela aqui tão perto
As distâncias
medem-se muitas vezes, não pelos quilómetros que separam, mas pelos afectos que
aproximam. A Venezuela é um país localizado no continente americano, separado
de nós por um oceano, mas é muito próximo pelas ligações históricas. Foi
durante muitos anos um destino privilegiado pelos portugueses quando precisaram
de emigrar para outras paragens e aí construir as suas vidas com mais
oportunidades. Ainda hoje lá vivem cerca de meio milhão de portugueses que
constituem a maior comunidade portuguesa na América latina, depois do Brasil.
Há largas zonas de Portugal onde será difícil encontrar alguém que não tenha
tido ou ainda não tenha algum familiar emigrado na Venezuela.
É por isso que o
que se passa actualmente naquele país nos toca de uma maneira especial, e não
apenas pelo temor de que dezenas de milhares de portugueses se vejam obrigados
a regressar de repente, fazendo o caminho que já hoje centenas de cidadãos
venezuelanos estão a fazer, fugindo do seu próprio país.
Fogem porque na
Venezuela actualmente falta tudo. Os alimentos desapareceram dos supermercados
e as filas para comprar o pouco que existe são enormes. Os medicamentos faltam
nas farmácias e nos próprios hospitais, havendo relatos trágicos das
consequências dessa falta. A insegurança atingiu picos nunca antes vistos num
país que sempre teve problemas nessa área: embora o número exacto seja
desconhecido, só em 2015 o número de homicídios terá sido superior a 20.000.
Não se pode confiar na polícia e os grupos armados para-militares campeiam nas
ruas sem controlo. A inflação anda pelos 700% e um ordenado de 800 dólares há
poucos anos vale hoje 70, o que significa o empobrecimento geral da população.
A Venezuela é dos
países mais ricos do mundo em termos de recursos naturais de que sobressai o
petróleo, já que se pode dizer que o país está literalmente assente num
gigantesco lençol do chamado ouro negro; a Venezuela possui 18% das reservas
petrolíferas mundiais confirmadas, que correspondem a cerca de 300 mil milhões
de barris.
O actual regime
político, que foi iniciado pelo anterior presidente Hugo Chavez e continuado
pelo actual presidente Nicolás Maduro que se auto-intitula de socialismo
bolivariano, está na origem de toda esta tragédia.
Hugo Chávez iniciou a sua
revolução bolivariana embriagado pela cotação internacional do petróleo, que em
2008 chegou aos 140 dólares por barril, o que significava uma torrente
gigantesca de dinheiro a entrar diariamente no país. Muitos países foram
atraídos por esta facilidade e até Portugal foi inundar a Venezuela com os
famosos minicomputadores Magalhães, enquanto empresas amigas do nosso governo
de então faziam contratos milionários para construir milhares de casas. Enquanto
outros países, como por exemplo a Noruega, aproveitavam para estabelecer um
estado social sustentado e constituir fundos para prevenir o futuro, o socialismo
bolivariano gastou como se a riqueza fosse eterna, curiosamente à boleia dos
lucros proporcionados pelos mercados internacionais, neste caso, do petróleo. O
preço do barril do petróleo entretanto desceu para valores mais razoáveis e
anda hoje pelos 25 a 35 dólares. Todo o sistema montado artificialmente em
função do petróleo altíssimo desabou e, na senda da ideologia do regime, as
respostas políticas foram o contrário do que deviam ser e o país encontra-se
hoje numa crise económica, social mas também, e eventualmente sobretudo, de
ordem política.
O apoio popular que
Hugo Chavez teve em tempos esfumou-se. Nas eleições de Dezembro passado, a
oposição ganhou a maioria absoluta na assembleia nacional. O abaixo-assinado
para pedir nova eleição presidencial até ao fim do ano foi já confirmado
oficialmente pela comissão eleitoral, depois de recolher a assinatura de mais
de 20% da população (4 milhões de assinaturas).
Perante a situação,
foi o próprio presidente Maduro que chamou as Forças Armadas para tomarem conta
da situação, atribuindo-lhes até a distribuição de alimentos.
O ministro da
defesa General Vladimir Padrino López está a ter um papel político cada vez
mais activo e evidente, substituindo mesmo Maduro em muitas situações. Nos
últimos 70 anos, os militares tomaram conta da Venezuela por três vezes,
através de golpes de estado. Provavelmente, temendo o resultado de eleições
antecipadas, o presidente Maduro está a entregar o poder aos militares,
evitando que um presidente eleito oriundo da actual oposição tome o poder no
país. Ou pode dar-se o caso de os militares estarem já neste momento por si
próprios a tomar o poder no país. De qualquer das formas, o futuro próximo da
Venezuela está sombrio, podendo a situação descambar para uma tragédia enorme.
Sendo um país com o qual temos tantos laços, por todas as razões e mais essa,
façamos votos de que tal não suceda e que os dirigentes políticos sejam capazes
de cumprir as escolhas eleitorais do povo venezuelano, sejam elas quais forem
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