jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
quinta-feira, 29 de maio de 2008
XX@foreignministry.pt
Segundo o jornal Público de 28 de Maio, os diplomatas portugueses vão passar a ter um endereço electrónico em inglês, do tipo indicado em cima.Parece que os diplomatas não estão a gostar nada da ideia que visará uniformizar o endereço de e.mail qualquer que seja o país onde se encontre o diplomata. Daqui não virá mal ao mundo, mas é nestes pequenos pormenores que se verifica a sensibilidade perante a nossa língua.
Na realidade, uma instituição que tem particulares responsabilidades na área da defesa da língua no estrangeiro, como o Instituto Camões, não fica bem na fotografia quando se deixa levar por detalhes que podem ser bem significativos.
Como dizia Fernando Pessoa, “a minha Pátria é a minha Língua” e isso aplicar-se-à particularmente aos diplomatas portugueses em representação de Portugal nos quatro cantos do mundo.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
ACEGE EM COIMBRA
Ler a notícia do Diário de Coimbra, aqui.
terça-feira, 27 de maio de 2008
SAUDADE
Conheci o Dr. Marcelino Paiva quando me fez oral de matemática moderna no 7º ano no Liceu D. João III. Vim a reencontrá-lo muitos anos depois e a apreciar as infindáveis conversas sobre política e sobre pessoas. Sempre aprendi com ele. Ficaram célebres as suas manifestações de desagrado sempre que se apercebia que a política se desviava dos seus critérios éticos rigorosíssimos.
Na semana passada havia-me telefonado para marcarmos um encontro esta semana, talvez mesmo para jantarmos juntos e conversar.
Ontem a sua vida e a de sua mulher tiveram um fim abrupto num desastre de automóvel ainda mais estúpido que os outros desastres. Segundo o jornal, o carro despistou-se por ter apanhado um derrame de gasóleo no pavimento. Ainda segundo o jornal, fonte policial adiantou que tal ocorrência é frequente naquela estrada, porque as pessoas vão buscar gasóleo agrícola perto e transportam-no em contentores não vedados que o derramam na estrada com toda a facilidade.
Lê-se e não se acredita: em que raio de país estamos nós em que isto sucede, a polícia tem conhecimento sem actuar e comenta-o para os jornais sem qualquer problema e, pelos vistos, sem quaisquer consequências?
Dr. Marcelino, já temos saudades da sua voz e falta do seu conselho amigo.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
INVESTIR EM INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Se existe área em que se deve investir fortemente para que a nossa pobre economia saia do marasmo em que tem estado nos últimos anos é precisamente no incentivo à inovação empresarial, designadamente através da colaboração entre as escolas superiores e as empresas. Ao contrário do investimento em grandes obras públicas, este é um investimento que dá frutos a longo prazo de forma continuada e não meramente pontual, contribuindo não só para o crescimento, mas também para a melhoria da competitividade nacional.
Acresce que esses incentivos à investigação e desenvolvimento se podem espalhar por vários sectores económicos, não se ficando por um sector específico, o que é sempre perigoso a longo prazo.
O exemplo da BIAL é paradigmático e devia ser conhecido por todos nós, para se perceber a que me refiro.
A BIAL é a primeira empresa farmacêutica portuguesa a desenvolver e colocar no mercado um medicamento inteiramente novo a nível mundial, o que deverá suceder já no próximo ano. O desenvolvimento deste medicamento durou mais de treze anos; pelo caminho ficaram centenas ou milhares de moléculas que tiveram de ser estudadas e abandonadas até se conseguir desenvolver uma com potencial médico.
Para conseguir este resultado a BIAL tem um centro de I&D com 79 pessoas, das quais 17 doutoradas de 8 nacionalidades onde investe por ano 20 milhões de euros. Por outro lado, mantém contratos com mais de 40 instituições de I&D em todo o mundo. Por exemplo, o novo medicamento que vai surgir na área da epilepsia, foi desenvolvido mediante uma estreita colaboração com o Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra.
Infelizmente, o apoio estatal a I&D é em Portugal muito reduzido, ao contrário do que deveria acontecer. O valor é de cerca de 2,1%, quando na União Europeia é de 7,9% e nos EUA de 9,4%.
O Estado deveria, pelo menos, reduzir os impostos para quem investe em I&D, a exemplo do que acontece em Espanha. Deveria também prever subsídios a fundo perdido para as empresas que criem núcleos de inovação.
A modernização do tecido empresarial português, para além da necessidade de marketing e criação de mais valor em produtos exportáveis, passa muito pelo investimento em I&D para ser mais competitivo e poder inverter esta fase de empobrecimento que já dura há tantos anos.
Publicado no Diário de Coimbra em 26 de Maio de 2008
domingo, 25 de maio de 2008
LIBERALISMO
Pura hipocrisia.
No CDS é patente que a actual liderança está nos antípodas das ideias de Lucas Pires.
No PSD, bastou Passos Coelho referir timidamente algumas propostas liberais para ser literalmente comido pelos supostos defensores da social-democracia contra o liberalismo.
Será que este país tem mesmo que passar por uma situação de total penúria e desgraça colectiva para que se perceba a absoluta necessidade de libertar os portugueses da canga do Estado que não deixa crescer a economia?
sábado, 24 de maio de 2008
MAGNIFICAT
A minha alma glorifica o Senhor
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva:
De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
Sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço
E dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
E exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
E aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais,
A Abraão e à sua descendência para sempre
Glória ao Pai e ao Filho
e ao Espírito Santo,
como era no princípio,
agora e sempre.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
O QUE IMPORTA É O QUE É VERDADEIRAMENTE IMPORTANTE
Porque apoio Pedro Passos Coelho.
Perante a surpresa da demissão do líder do PSD que havia sido eleito há cerca de sete meses, devo confessar que fiquei inteiramente perplexo e ainda mais desapontado com o que se tem passado com a liderança e orientação (ou falta delas) do meu partido desde há vários anos.
Decidi aguardar com serenidade durante alguns dias, até perceber o significado político das várias candidaturas que logo se apresentaram e assim poder tomara minha opção com racionalidade e em inteira liberdade de pressões.
Neste pequeno texto, escrito já na qualidade de mandatário do Dr. Passos Coelho para o concelho de Coimbra, partilho com os leitores algumas das razões da escolha que acabei por fazer.
Em primeiro lugar penso ser necessário assumir que, face ao histórico dos últimos anos, não há dúvida que se tem verificado um distanciamento crescente entre os anseios da população portuguesa em geral e o que se tem passado no interior do PSD.
Perante esta situação, deverão os militantes do PSD perguntar-se o que é que querem neste momento. As condicionantes da resposta a essa pergunta não podem deixar de passar pela saída do Dr. Durão Barroso para presidir à Comissão Europeia abandonando a chefia do Governo de Portugal, pela experiência da governação do Dr. Santana Lopes após a sua indicação para o cargo sem passar por um processo de legitimação e ainda pelo processo traumático do abandono inexplicado do Dr. Filipe Menezes.
A resposta à pergunta dos militantes do PSD terá com certeza a ver com vontade de mudança e novidade de propostas, certamente com segurança na opção para garantir estabilidade e evitar novos abandonos de liderança e, muito importante, com credibilidade pessoal e política.
Analisando os vários candidatos à liderança do PSD, particularmente os que se encontram à frente nas sondagens, que são inquestionavelmente o Dr. Pedro Passos Coelho e a Dra. Manuela Ferreira Leite, verifica-se que há aspectos comuns: a credibilidade política, a honestidade e probidade pessoais inatacáveis. Os militantes do PSD estão já de parabéns, porque estes aspectos cruciais estão garantidos logo à partida, vença qualquer um deles.
A partir daí surgem as diferenças que ditam a escolha, as quais têm a ver com o passado e com o futuro. Relativamente ao passado, não há dúvida de que houve acções erradas no processo de substituição do Dr. Durão Barroso pelo Dr. Santana Lopes. O PSD tem que ultrapassar definitivamente este trauma, devendo ainda surgir nas próximas eleições livre de justificações do passado e apontando soluções para o futuro.
Por outro lado, as rapidíssimas alterações económicas e sociais a que assistimos, consequência da integração europeia e da globalização galopante da qual até podemos discordar mas contra a qual Portugal não está obviamente em condições de lutar, exigem toda uma nova abordagem aos diversos níveis da governação.
Engana-se quem pensa que quem está amarrado às velhas soluções imaginadas pelos teóricos da economia durante a primeira metade do século XX e que foram melhor ou pior utilizadas na segunda metade do mesmo século consegue resolver a complexa e completamente nova situação a que assistimos neste início do século XXI. As empresas sabem bem que o ambiente em que se movimentam não tem nada a ver com o que acontecia há escassos vinte anos. O mesmo vale para a governação de um país.
Desde o 25 de Abril que o PSD andou sempre à frente nas reformas do sistema político e na procura das alternativas governativas mais adequadas aos novos tempos que têm surgido. Os eleitores esperarão do PSD que seja capaz de lhes propor uma alternativa a um modelo de desenvolvimento que sentem gasto por estar a provocar o empobrecimento lento e contínuo do país. Os sacrifícios que lhes têm sido pedidos ao longo dos últimos anos pelos diversos governos não têm tido resultados práticos, servindo basicamente para compensar as despesas de um Estado que teima em não gastar menos.
A candidatura do Dr. Pedro Passos Coelho, através das propostas muito concretas que já apresentou é, na minha opinião, não a que melhor responde a estas questões, mas a única que se propõe mudar o modelo de desenvolvimento do país de forma recolocar-nos num plano ascendente que corresponderá finalmente à convergência com a Europa.
Publicado no Diário de Coimbra em 23 de Maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
CALVINISTA
Italo Calvino foi um conhecido escritor italiano do século XX, falecido em 1985. Foi jornalista e novelista. Participou activamente na resistência contra o fascismo na segunda guerra mundial e foi membro do Partido Comunista que abandonou em 1957 através de uma carta pública.
Calvin é uma personagem de uma série de banda desenhada (Calvin & Hobbes) premiada do norte americano Bill Watterson publicada em centenas de jornais de todo o mundo e entre nós no Público.
Lucky man
terça-feira, 20 de maio de 2008
VIOLINO 4
VIOLINO 3
Aqui com o seu grande amigo e companheiro de lides musicais de sempre Daniel Barenboim, à frente da Filarmónica de Berlim com o concerto para violino de Brahms.
VIOLINO 2
Mozart: concerto para violino nº5
VIOLINO
Começo por Nigel Kennedy e o seu Inverno de Vivaldi.
YANN TIERSEN
Agradeço. De facto é de 5 estrelas, pelo que aqui fica.
GOYA
No Museu Nacional do Prado em Madrid está a decorrer até meados de Julho uma exposição imperdível sobre Goya que inclui cerca de 200 obras.
No centro da exposição está o quadro "Três de Maio" que representa a execução de guerrilheiros espanhóis por um pelotão francês durante as guerras napoleónicas. Independentemente da circunstância que deu origem à pintura, esta obra tornou-se um símbolo da violência da guerra. As obras de Goya sobre a guerra mostram a realidade da desgraça trazida pela guerra em vez dos heroísmos que tantas vezes escondem a dor e o sofrimento dos que por ela são atingidos. Neste quadro, os próprios espanhóis apavorados perante o seu fuzilamento eminente são apresentados não como inocentes, mas como pessoas que provavelmente participaram igualmente nos mais terríveis actos. Para Goya o problema maior é a própria guerra em si com todo o rol de desgraças e desumanidades que arrasta.
Mas Goya deixou-nos também obras de grande beleza como as suas Majas (nua e vestida) que estão igualmente no Prado.
VINCENT
Os seus quadros de uma beleza perturbante dão bem conta dos seus problemas interiores. A arte serve muitas vezes para sublimar de uma forma perene o sofrimento de quem lhe dá origem.
O vídeo do you tube tem ainda a vantagem de irmos vendo algumas das pinturas de Van Gogh.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
ELEIÇÕES PARTIDÁRIAS
Está quase a chegar ao fim o processo de escolha do candidato do partido Democrata às eleições para a presidência dos Estados Unidos da América.
Tem sido uma campanha longa e dura, para a qual a candidata Hillary Clinton partiu com uma grande vantagem que lhe parecia augurar uma vitória fácil, o que não veio a verificar-se.
Os analistas políticos americanos que são muito mais do que simples opinadores ou comentadores, já apontaram aliás os cinco principais erros da campanha de Hillary Clinton. O maior desses erros terá constituído na deficiente percepção da vontade instalada no espírito dos eleitores. Clinton definiu como principais linhas de estratégia a experiência governativa, a preparação pessoal e a inevitabilidade da sua candidatura. Dado que o ciclo instalado é de mudança, essa estratégia caiu muito mal junto dos eleitores democratas, abrindo caminho para a mensagem de Barak Obama, muito mais fresca e em linha com a necessidade de mudança.
Estando os eleitores democratas ansiosos por virar a página depois da experiência presidencial de George W. Bush, dificilmente uma política consumada (embora brilhante e extremamente inteligente) e ligada há anos ao “establishment” do poder de Washington corresponde aos seus anseios numa altura de mudança.
O aspecto mais interessante e verdadeiramente impressionante desta campanha é, no entanto, outro.
Na realidade, os eleitores democratas não estão dispostos a passar um cheque em branco a quem vai ter, caso venha a ser eleito Presidente, tanto poder no país e no mundo.
Os candidatos são assim forçados a explicar muito bem e ao detalhe as suas propostas concretas sobre as matérias tidas como mais importantes. Os dois candidatos Hillary Clinton e Barak Obama já tiveram 21 debates em directo na televisão. Os temas debatidos abrangem áreas tão diversas como o estímulo à economia, a educação, o Iraque, o Irão, a imigração, a energia, o ambiente, o casamento de pessoas do mesmo sexo, os impostos, a segurança social, a livre circulação de bens, a pesquisa de células estaminais, as armas, etc.
E não são debates a fingir em que os candidatos se podem esconder em meias palavras ou mentiras, porque são imediatamente desmascarados em frente de toda a gente.
Este processo de escolha exige dos candidatos tomadas de posição claras sobre todas as matérias importantes, que obviamente até vão evoluindo durante o processo. Significa isto que as estruturas de apoio dos diversos candidatos têm que fornecer informação completa sobre as diversas matérias, como sustentabilidade económica, consequências sociais, percepção política dos eleitores, etc.
Não se pense que ao lado de tudo isto não existem campanhas de caça ao voto pelos barões do partido, nem tráfico de sindicatos de voto. Tudo isso existe, porque tem mesmo que existir em democracia que todos sabemos não ser um sistema perfeito. Só que não é a actividade principal e muito menos a única para garantir votos, como se vê. E isso é que é verdadeiramente importante em democracia.
sábado, 17 de maio de 2008
FIM DE SEMANA ESPECIAL
Ver aqui
Nota: sou o que se chama um pai babado, mas gosto.
CIÚME
É apenas um encontro improvável de Stephane Grappelli e Yehudi Menuhin a interpretarem "Jealousy" ao vivo. Nem comento.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
A TRUTA
A versão aqui tocada ao vivo por Daniel Barenboim, Zubin Mehta, Itzhak Perlman, Pinchas Zuckerman e a saudosa Jacqueline Du Pré, é daquelas de arrepiar, principalmente o violoncelo.
TOSCA
Espero que a interpretação valha a pena, porque a obra é extraordinária.
Angela Gheorghiu é Tosca.
RAZÕES DO MEU APOIO A PEDRO PASSOS COELHO
O Partido Social Democrata vive actualmente aquele que é, certamente, um dos períodos mais importantes e difíceis da sua existência.
No próximo dia 31 de Maio, vai escolher em eleições directas o seu líder, do qual se espera o sucesso no confronto com o actual primeiro-ministro nas eleições legislativas do próximo ano. As expectativas são ainda mais elevadas: espera-se do próximo líder social-democrata que volte a colocar Portugal no caminho do progresso económico e social, em convergência com a União Europeia da qual nos temos vindo a afastar nos últimos anos.
Fundamentalmente, é isto que está
No início deste processo eleitoral, aguardei com serenidade durante alguns dias, até perceber o significado político das várias candidaturas, e assim poder decidir a minha opção.
Perante o que vi e ouvi, fiz a minha escolha. Como já vem sendo meu hábito, decidi tornar esta opção pública. Mais ainda, decidi aceitar o honroso convite de participar na candidatura do Dr. Pedro Passos Coelho, enquanto seu mandatário concelhio para Coimbra.
Em breves palavras partilho com os leitores as razões da minha opção, esperando assim contribuir para que melhor se perceba esta candidatura. Com este meu modesto contributo, espero ainda que a candidatura venha a merecer o apoio do maior número de militantes do PSD de Coimbra.
Face ao histórico dos últimos anos, não há dúvida que se tem verificado um distanciamento crescente entre os anseios da população portuguesa em geral e o que se tem passado no interior do PSD, que se reflecte nas propostas que tem oferecido aos portugueses (ou na falta delas).
Corolário desta situação é a absoluta necessidade de conciliação de conceitos aparentemente antagónicos, como sejam garantir a mudança na governação do país sem esquecer a necessária segurança e estabilidade (sem aventureirismos) ou a credibilidade da acção política associada à capacidade de agarrar a novidade trazida por toda a rapidíssima alteração económica e social, decorrente da integração europeia, por um lado, e da globalização, por outro.
Engana-se quem pensa que quem está amarrado às velhas soluções imaginadas pelos teóricos da economia durante a primeira metade do século XX e que foram melhor ou pior utilizadas na segunda metade do mesmo século consegue resolver a complexa e completamente nova situação a que assistimos neste início do século XXI.
Por outro lado, desde o 25 de Abril que o PSD andou sempre à frente nas reformas do sistema político e na procura de alternativas governativas mais adequadas aos novos tempos que têm surgido. Sempre que o PSD assumiu uma via reformista clara relativamente à situação existente, teve sucesso; quando se limitou a querer gerir melhor a crise, não teve sucesso, porque os portugueses percebem que assim não serve para nada. Isto é, o PSD não pode querer apenas substituir o pessoal político do PS pelo seu próprio pessoal político, por melhor e mais competente que seja. Ao invés, tem de apresentar um programa de mudança aos portugueses, para o que previamente tem que confrontar os seus próprios militantes com propostas claras e diferenciadas. Veja-se o actual exemplo das eleições primárias para escolher os candidatos dos partidos Democrata e Republicano nos Estados Unidos da América. Os eleitores não escolhem o seu candidato pelos seus lindos olhos, ou pela sua experiência governativa anterior. Escolhem através de um escrutínio rigoroso e exaustivo das propostas concretas dos diversos candidatos. Ninguém está disposto a passar um cheque em branco a quem irá tratar dos conflituosos interesses de uma grande comunidade.
O mesmo pretendo para Portugal e, neste momento em concreto, para o PSD.
Analisando os vários candidatos à liderança do PSD, particularmente os que se encontram à frente nas sondagens, que são inquestionavelmente o Dr. Pedro Passos Coelho e a Dra. Manuela Ferreira Leite, verifica-se que há aspectos comuns: a credibilidade política, a honestidade e probidade pessoais inatacáveis. Os militantes do PSD estão já de parabéns, porque estes aspectos cruciais estão garantidos logo à partida, vença qualquer um deles.
A partir daí surgem as diferenças.
O Dr. Pedro Passos Coelho é o único candidato que desde o princípio optou por fazer propostas claras norteadas por um princípio geral e diferenciador que visa diminuir drasticamente o peso do Estado ao longo de um período de dez anos. Assim se libertarão as energias da sociedade civil, possibilitando o retomar do caminho do desenvolvimento e do crescimento económico. Isto sem esquecer as necessidades sociais dos mais desfavorecidos, cujo número tem precisamente crescido de forma acentuada como consequência do actual modelo de desenvolvimento, que, ao contrário das boas intenções de quem o defende, está a provocar o empobrecimento crescente da sociedade portuguesa, como é patente aos olhos de todos nós.
A proposta do Dr. Pedro Passos Coelho assenta numa Carta de Valores com dez pontos: Pessoa, Liberdade, Verdade, Confiança, Esperança, Mudança, União, Mérito, Autoridade e Oportunidade. Não se trata de uma enumeração de simples palavras, como tantos denunciam, mas de um desenvolvimento de valores que, no seu conjunto, representam uma proposta coerente e altamente significativa para mudar o PSD, e apresentar uma alternativa para a actual governação socialista, em vez de apenas sugerir uma melhor gestão da situação existente.
Razões mais que suficientes para confiar ao Dr. Pedro Passos Coelho a liderança do PSD, e ter a certeza de que os portugueses em geral verão nele uma excelente alternativa ao Eng. José Sócrates nas eleições legislativas do próximo ano.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
NOTÍCIAS POUCO ANIMADORAS
O Governo, através do ministro das Finanças, anunciou hoje uma revisão da previsão do crescimento económico para este ano. Trata-se de uma má notícia que, curiosamente, é transmitida aos portugueses enquanto o primeiro-ministro está fora, supostamente rodeado de boas notícias relativas a n contratos de negócios excelentes conseguidos na Venezuela através da amizade do "socialista bolivariano" Hugo Chávez.
Assim sendo, ficámos a saber que em vez dos 2,2% anteriores, o novo valor é de 1,5%. Curiosamente, há menos de 2 semanas quando a União Europeia apontou para Portugal a estimativa de 1,7 %, o Governo apresentou esse valor como um sucesso, significando finalmente um ano de convergência com a zona Euro que se previa crescer 1,6%. Era pouco, era mesmo o único índice de alguma forma positivo, mas para quem não é exigente chega.
Mas nem isso acontece. Em vez de 1,7% serão, na melhor das hipóteses 1,5%. E quanto à zona Euro, a previsão não se verifica, porque o crescimento vai ser maior. Na realidade, o crescimento na zona euro melhorou no primeiro trimestre, com um valor de 0,7% que compara com 0,4% dos últimos três meses anteriores.
Há portanto uma retoma da economia europeia, que se deverá ao bom desempenho do "motor" alemão.
De caminho lá se vai a "explicação" do ministro das Finanças sobre o facto de a nossa quebra se dever a causas externas. Então isso é válido para nós e já não se aplica ao resto da Europa?
História mal contada. Ainda por cima a comparação só se faz com a zona Euro, porque quanto ao resto da Europa até é bom não olhar que faz mal.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
POLÍTICA E REALIDADE
Como é do conhecimento geral, está novamente em discussão a questão dos horários de abertura dos estabelecimentos comerciais. Em particular, discute-se a possível abertura dos hipermercados ao Domingo. Na última semana a Assembleia da República debruçou-se sobre diversas propostas, tendo deliberado baixar à comissão uma proposta que prevê que as Câmaras Municipais possam decidir sobre a abertura dos hipermercados ao Domingo nos respectivos municípios.
Esta matéria tem sido objecto de grande debate, dado haver sobre ela as posições mais díspares, desde o fecho puro e simples das lojas ao Domingo, até à liberalização total à vontade dos proprietários das lojas. Estes defendem a sua posição acenando com um eventual aumento do nº de postos de trabalho e até de baixa de preços de produtos, pasme-se.
Do outro lado aponta-se a necessidade de haver um dia da semana para descanso das famílias. Já o comércio tradicional aponta para a concorrência desleal das grandes superfícies, que a desregulação do sector trará inevitavelmente.
Perante tal variedade de posições, os decisores políticos devem ter em conta os diversos interesses, para poderem decidir qual a melhor opção num determinado momento.
A Associação Comercial e Industrial de Coimbra -ACIC que representa centenas de comerciantes do distrito decidiu participar no processo, tendo para o efeito solicitado em Março reuniões com os responsáveis distritais dos partidos com assento na Assembleia da República. Desses partidos apenas o PCP se dignou responder e sentar-se à mesa com os representantes dos empresários do comércio de Coimbra. Isto é, os responsáveis distritais dos outros partidos não estão disponíveis para analisar esta questão com uma associação com a importância da ACIC. Pensarão eventualmente que já sabem tudo sobre a matéria e que tendo sido eleitos têm o seu próprio programa que resolve todas as questões, sendo desnecessário ter a maçada de perder tempo a ouvir o que os próprios interessados têm a dizer sobre elas.
Se os responsáveis dos partidos políticos pretendem que as populações continuem a sentir-se cada vez mais alheadas da política e a desconsiderar os políticos, estas atitudes vão no bom caminho, mas não são certamente a melhor maneira de contribuir para a qualidade da nossa democracia.
Publicado no Diário de Coimbra em 12 de Maio de 2008
domingo, 11 de maio de 2008
João Domingos Bomtempo, nasceu em Lisboa a 28 de Dezembro de 1775 e faleceu na mesma cidade a 18 de Agosto de 1842.
A sua obra é vasta e de grande qualidade, englobando missas, sonatas, cantatas, árias, concertos, etc.
Infelizmente os responsáveis pela nossa política cultural ou não o conhecem ou não se interessam pela sua divulgação.
Aqui fica um trecho da sua Sinfonia nº 2 que revela a qualidade do seu trabalho.
sábado, 10 de maio de 2008
MUSICA DE FOGO DE ARTIFICIO
sexta-feira, 9 de maio de 2008
You've Got A Friend
PINACOTECA AMBROSIANA
Noutra parede de uma sala da "pinacoteca ambrosiana" em Milão estão estes dois quadros , sendo um de Leonardo (Retrato de um Músico) e outro de Botticelli (Nossa Senhora com o Menino e os Anjos).
A cultura europeia e cristã que deu origem a estas e tantas outras obras de arte deve ser conhecida e estudada por todos nós para assumirmos com orgulho a nossa tradição cultural e mesmo civilizacional.
CARAVAGGIO
quinta-feira, 8 de maio de 2008
TURBILHÃO ESFÉRICO
Porque a vida é muito mais que os aborrecimentos do dia-a-dia, regresso às mais belas máquinas de pulso do mundo.
A Jaeger-LeCoultre tem uma novidade absoluta que é o relógio de pulso com turbilhão esférico, na caixa Reverso.
Este turbilhão que parece rodar solto no espaço tem duas gaiolas: uma exterior que efectua uma rotação completa em cada 60 segundos e uma gaiola interior que demora 18,75 segundos a realizar uma rotação completa.
Este prodígio de engenharia e miniaturização possui 100 peças e pesa
Quem estiver interessado nesta jóia tem de correr a reservá-la, pois a fábrica só faz 75 exemplares (com caixa de platina, claro).
Por cortesia da Jaeger-LeCoultre, o que também é uma novidade mundial, aqui fica o filme publicitário para encanto dos nossos olhos.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
CRIANÇAS E ADULTOS CONFUSOS
Nesta terça-feira houve tais problemas numa escola preparatória de Coimbra porque os alunos não queriam ter aulas à tarde, que foi necessário intervenção da polícia. Pelos vistos os meninos acham que a tradição universitária do cortejo das fitas à terça-feira justifica que não haja aulas nessa tarde para sempre; mesmo que o cortejo tenha sido transferido para a tarde de domingo.
Por outro lado, vi um senhor juiz sindicalista na televisão protestar por o Governo ter nomeado para director da Judiciária um quadro da PJ e não um juiz.
Qualquer uma destas situações revela uma visão distorcida do mundo fruto de tais confusões naquelas cabeças que nem se apercebem do que dizem.
BEETHOVEN PARA SEMPRE
Um grande exemplo é a sétima sinfonia.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
REALIDADE E ESPERANÇA
Foram conhecidos há poucos dias os novos dados sobre o real estado da economia portuguesa e previsão para os próximos dois anos.
A actual situação, bastante complexa, apresenta uma inflação de 2,8% em vez dos anteriores 2,4%, prevê a desaceleração do crescimento do PIB para estes dois anos e assume ainda o perigo real de subida do défice já em 2009. A este cenário pessimista acresce ainda a descida do poder de compra dos portugueses ao longo dos últimos três anos, situação que já não se vivia há trinta anos.
Os últimos indicadores económicos do Banco de Portugal apontam para um abrandamento notório da actividade económica, que em Março tinha descido para o nível de Janeiro de 2006, com o consumo privado a cair para níveis que já não se conheciam desde 2005. As consequências ao nível das receitas fiscais já se fazem sentir, tendo a variação das receitas do 1.º trimestre deste ano sido a mais baixa em período homólogo desde 2003.
Verifica-se que, apesar dos sacrifícios impostos à população, o país não descola, e, bem pelo contrário, está a afundar-se, indo ser a breve prazo ultrapassado pela Estónia e pela Eslováquia.
Como é evidente, a generalidade dos portugueses sente bem esta realidade no seu dia-a-dia: não é preciso falar nos aumentos dos preços dos combustíveis, do pão, do leite e da prestação do empréstimo da casa. Assim, começa a generalizar-se o sentimento da necessidade de MUDAR.
Como já escrevi anteriormente nestas páginas, a Democracia pressupõe a existência de alternativas, que só o serão de facto se forem credíveis. Após alguns anos em que o PSD parecia ter abandonado o seu papel crucial de afirmação como alternativa, as actuais eleições para a liderança permitem o renascimento da esperança. É claro, porém, que os portugueses só a agarrarão se lhes forem apresentadas alternativas claras, bem explicadas e credíveis.
Há quem diga que o PSD deverá inflectir para a esquerda para reocupar um suposto lugar central que teria sido ocupado pelo partido Socialista com a acção do seu Governo. Quanto a mim, nada de mais errado. A política tem horror ao vazio que é automaticamente preenchido quando algum dos actores abandona o terreno. Trata-se apenas de afirmar um caminho com clareza, coerência e credibilidade
A libertação da sociedade do peso cada vez mais opressivo de um Estado que se torna mais e mais centralista é a orientação geral que deverá nortear as diversas políticas sectoriais.
Uma mudança na Educação, cujas sucessivas reformas das últimas décadas têm vindo a produzir os resultados que se conhecem; um reconhecimento do Estado das suas efectivas responsabilidades, como são a Segurança e a Justiça; um Serviço Nacional de Saúde que proporcione verdadeiras escolhas de qualidade aos portugueses; uma efectiva descentralização que evite o que hoje se vê de afectação de recursos público gigantescos para a capital perante um abandono do resto do país; estas são as áreas prioritárias que necessitam de propostas credíveis por parte do maior partido da oposição.
Parece-me que a escolha da liderança do PSD passa por perceber a capacidade de proporcionar uma verdadeira mudança relativamente ao que se tem visto, e de gerar respostas aos desafios dos tempos próximos, que pouco têm a ver com o que se passava há escassos vinte ou mesmo dez anos.
Publicado no Diário de Coimbra em 5 de Maio de 2008
domingo, 4 de maio de 2008
QUEIMA 2008
sábado, 3 de maio de 2008
THE BOXER
Esta é provavelmente a melhor música deles.
CARMINA BURANA 2
sexta-feira, 2 de maio de 2008
quinta-feira, 1 de maio de 2008
CARMINA BURANA
O compositor Carl Orff compôs trabalhou os manuscritos medievais com poemas e canções profanas do século XIII encontradas num mosteiro beneditino na Baviera.
Perante esta obra só a ignorância justifica que se possa continuar chamar à Idade Média a idade das trevas.
Aqui fica a peça Fortuna Imperatrix Mundi interpretada pela Filarmónica de Berlim tendo à frente Simon Rattle.
BOAS NOTÍCIAS
Soube-se hoje que a actividade da Polícia Judiciária tem descido a olhos vistos. As descidas no nº de detenções e de inquéritos com propostas de acusação são da ordem dos 50 a 60% nas maiores directorias do país, com excepção de Coimbra.
Como não passa pela cabeça de ninguém que a descida do défice tenha sido obtida também com o abandono pelo Estado de um das suas funções essenciais que é a segurança dos cidadãos, esta só pode significar uma descida gigantesca da criminalidade violenta, como aliás todos constatamos diariamente. Só podemos estar todos de parabéns por mais este sucesso.
CHOQUE
Portugal passa por uma situação económica difícil, que não é possível iludir.
A inflação passa para 2,8% em vez dos 2,4 anteriores, bem acima do valor previsto no Orçamento de Estado que serviu para referencial para os vencimentos de 2008. Mais uma vez o poder de compra dos portugueses regista uma descida, o que sucede pelo terceiro ano sucessivo, situação que já não se verificava há trinta anos.
A Comissão Europeia prevê uma desaceleração do já magro crescimento do PIB para estes dois anos, alertando ainda para um perigo real de o défice voltar a subir já em 2009.
Verifica-se que o país não descola e antes pelo contrário se afunda, indo ser a breve prazo ultrapassado pela Estónia e pela Eslováquia.
O ambiente económico internacional não é favorável. A situação económica mundial passa por graves problemas com instituições financeiras supostamente sólidas a implodirem por crédito sem sustentação. Volta o espectro da fome em grande parte do mundo, consequência de más decisões no que toca a cereais e energias chamadas alternativas.
Alguém disse que não é possível enganar toda a gente todo o tempo. A ser verdade, devemos estar a assistir ao nascimento abrupto de reacções ao que se passa.