segunda-feira, 19 de outubro de 2009

COIMBRA NO SEU MELHOR (de novo)

Ao contrário do que os últimos meses nos fizeram crer, há muita vida (e frequentemente melhor, diria mesmo) para além da política.

Apesar de ter sido notícia em vários jornais, passou relativamente despercebida entre nós a publicação do ranking anual de instituições universitárias do jornal britânico “The Times”.

À semelhança do que acontece desde há quatro anos, a Universidade de Coimbra surge nesse ranking como a única instituição universitária portuguesa classificada entre as 4oo melhores do mundo. Relativamente à classificação do ano passado, subiu mesmo 21 lugares, tendo passado do 387º para o 366º lugar. Em simultâneo, é a terceira melhor das universidades de língua portuguesa, depois das universidades de São Paulo e de Campinas no Brasil e a sexta melhor da Península Ibérica.

Os critérios deste ranking têm em consideração diversos aspectos que permitem obter uma visão abrangente da realidade das instituições universitárias de todo o mundo. Entre esses critérios contam-se “a qualidade da investigação, a empregabilidade dos graduados, a internacionalização e a qualidade pedagógica dos cursos”. Por área científica, a Universidade de Coimbra obtém as suas melhores classificações em Artes e Humanidades, Tecnologia, Ciências Sociais e Ciências Naturais.

Num tempo em que é notório o desinvestimento público nas Universidades que tem tido como consequência uma descida generalizada das instituições universitárias portuguesas nos rankings internacionais, é de realçar esta excepção da Universidade de Coimbra.

Entre nós é frequente utilizar os sucessos ou insucessos dos outros como arma de arremesso. Numa altura de dificuldades generalizadas, particularmente do ponto de vista económico, seria bom que todos nos regozijássemos com os bons resultados que a Universidade de Coimbra tem vindo a alcançar, a que o reconhecimento internacional só vem dar o devido realce.

Estes sucessos são fruto de um trabalho profundo e continuado, quer dos seus órgãos de gestão, quer fundamentalmente do labor dos seus investigadores e professores.

Já aqui referi em artigos anteriores o elevado nº de centros de investigação da Universidade de Coimbra considerados de excelência de um ponto de vista estritamente científico, que a colocam entre as melhores universidades portuguesas também sob esse ponto de vista. A Universidade de Coimbra está hoje muito longe de ser uma instituição universitária regional, sendo claramente nacional e ocupando cada vez mais um papel relevante na Península Ibérica.

Para além do esforço no sentido da melhoria constante da sua qualidade, a Universidade de Coimbra tem tido igualmente uma acção meritória na ligação ao tecido empresarial e à Cidade através dos seus órgãos representativos, como é o caso da Câmara Municipal.

Para além do reconhecimento de todos os conimbricenses, seria de inteira justiça que todo o país designadamente os responsáveis pelo Ensino Superior, passasse a olhar para a Universidade de Coimbra como uma escola universitária do futuro e não como uma escola do passado, como muitas vezes sucede.

Publicado no Diário de Coimbra em 19 de Outubro de 2009

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