O presidente da Câmara da Figueira da Foz, eleito pelos figueirenses para exercer esse cargo, decidiu aceitar o convite para ser Secretário de Estado. Está no seu pleno direito. Contudo, ao sair, suspendeu o mandato. Isto é, se algo correr mal, isto é, se não se der bem nas funções ou o Primeiro-Ministro que sair das eleições de Outubro não o convidar de novo para o Governo, regressa às funções de Presidente da Câmara da Figueira da Foz. Isto parece uma anedota, mas não é, é real.
O sistema político português está todo virado para o interior do Estado. Se um funcionário público for nomeado para algo, no governo ou mesmo numa empresa (pública ou privada), o seu lugarzinho fica lá à espera que regresse, o que não acontece, evidentemente, a quem trabalhar numa empresa privada, porque a função tem que ser exercida e não fica à espera do regresso. Isto já é suficientemente mau. Agora que um eleito possa fazer o mesmo é que sinceramente, não passa pela cabeça de ninguém. Este comentário não tem nada a ver com o Dr. Ataíde, pessoa que muito prezo, mas sim com a perversidade de um sistema pensado apenas em favor de quem está no Estado.
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