terça-feira, 27 de maio de 2008

SAUDADE

Foi hoje a enterrar um Homem grande na sua humildade aparente.
Conheci o Dr. Marcelino Paiva quando me fez oral de matemática moderna no 7º ano no Liceu D. João III. Vim a reencontrá-lo muitos anos depois e a apreciar as infindáveis conversas sobre política e sobre pessoas. Sempre aprendi com ele. Ficaram célebres as suas manifestações de desagrado sempre que se apercebia que a política se desviava dos seus critérios éticos rigorosíssimos.
Na semana passada havia-me telefonado para marcarmos um encontro esta semana, talvez mesmo para jantarmos juntos e conversar.
Ontem a sua vida e a de sua mulher tiveram um fim abrupto num desastre de automóvel ainda mais estúpido que os outros desastres. Segundo o jornal, o carro despistou-se por ter apanhado um derrame de gasóleo no pavimento. Ainda segundo o jornal, fonte policial adiantou que tal ocorrência é frequente naquela estrada, porque as pessoas vão buscar gasóleo agrícola perto e transportam-no em contentores não vedados que o derramam na estrada com toda a facilidade.
Lê-se e não se acredita: em que raio de país estamos nós em que isto sucede, a polícia tem conhecimento sem actuar e comenta-o para os jornais sem qualquer problema e, pelos vistos, sem quaisquer consequências?
Dr. Marcelino, já temos saudades da sua voz e falta do seu conselho amigo.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

INVESTIR EM INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO


O Presidente da República fez muito bem em chamar a atenção de forma veemente para a questão da “Investigação e Desenvolvimento” (I&D) durante o Roteiro para a Ciência que decorreu na semana passada.

Se existe área em que se deve investir fortemente para que a nossa pobre economia saia do marasmo em que tem estado nos últimos anos é precisamente no incentivo à inovação empresarial, designadamente através da colaboração entre as escolas superiores e as empresas. Ao contrário do investimento em grandes obras públicas, este é um investimento que dá frutos a longo prazo de forma continuada e não meramente pontual, contribuindo não só para o crescimento, mas também para a melhoria da competitividade nacional.

Acresce que esses incentivos à investigação e desenvolvimento se podem espalhar por vários sectores económicos, não se ficando por um sector específico, o que é sempre perigoso a longo prazo.

O exemplo da BIAL é paradigmático e devia ser conhecido por todos nós, para se perceber a que me refiro.

A BIAL é a primeira empresa farmacêutica portuguesa a desenvolver e colocar no mercado um medicamento inteiramente novo a nível mundial, o que deverá suceder já no próximo ano. O desenvolvimento deste medicamento durou mais de treze anos; pelo caminho ficaram centenas ou milhares de moléculas que tiveram de ser estudadas e abandonadas até se conseguir desenvolver uma com potencial médico.

Para conseguir este resultado a BIAL tem um centro de I&D com 79 pessoas, das quais 17 doutoradas de 8 nacionalidades onde investe por ano 20 milhões de euros. Por outro lado, mantém contratos com mais de 40 instituições de I&D em todo o mundo. Por exemplo, o novo medicamento que vai surgir na área da epilepsia, foi desenvolvido mediante uma estreita colaboração com o Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra.

Infelizmente, o apoio estatal a I&D é em Portugal muito reduzido, ao contrário do que deveria acontecer. O valor é de cerca de 2,1%, quando na União Europeia é de 7,9% e nos EUA de 9,4%.

O Estado deveria, pelo menos, reduzir os impostos para quem investe em I&D, a exemplo do que acontece em Espanha. Deveria também prever subsídios a fundo perdido para as empresas que criem núcleos de inovação.

A modernização do tecido empresarial português, para além da necessidade de marketing e criação de mais valor em produtos exportáveis, passa muito pelo investimento em I&D para ser mais competitivo e poder inverter esta fase de empobrecimento que já dura há tantos anos.

Publicado no Diário de Coimbra em 26 de Maio de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

LIBERALISMO

Na passagem dos dez anos sobre a morte de Francisco Lucas Pires gerou-se uma curiosa unanimidade à direita sobre a sua importância no desenvolvimento da ideia do liberalismo em Portugal. O PSD e o CDS vão mesmo organizar uma sessão de homenagem e na Universidade de Coimbra haverá igualmente cerimónia com alguns dos mais altos dignitários do país.
Pura hipocrisia.
No CDS é patente que a actual liderança está nos antípodas das ideias de Lucas Pires.
No PSD, bastou Passos Coelho referir timidamente algumas propostas liberais para ser literalmente comido pelos supostos defensores da social-democracia contra o liberalismo.
Será que este país tem mesmo que passar por uma situação de total penúria e desgraça colectiva para que se perceba a absoluta necessidade de libertar os portugueses da canga do Estado que não deixa crescer a economia?

sábado, 24 de maio de 2008

MAGNIFICAT

O Evangelho de S. Lucas (Lucas 1, 46-55) descreve o encontro entre Maria, Mãe de Jesus e Isabel, Mãe de João Baptista, no qual Maria tem as seguintes palavras que constituem um cântico eterno, para o qual Bach compôs uma música sublime.


A minha alma glorifica o Senhor
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva:
De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
Sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço
E dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
E exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
E aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais,
A Abraão e à sua descendência para sempre
Glória ao Pai e ao Filho
e ao Espírito Santo,
como era no princípio,
agora e sempre.


sexta-feira, 23 de maio de 2008

O QUE IMPORTA É O QUE É VERDADEIRAMENTE IMPORTANTE

É perante as grandes dificuldades da vida que se fica a conhecer a fibra e a determinação de todos nós. Nesses momentos não nos devemos abater, mantendo a esperança e a certeza de que Deus está sempre connosco.

Porque apoio Pedro Passos Coelho.

Perante a surpresa da demissão do líder do PSD que havia sido eleito há cerca de sete meses, devo confessar que fiquei inteiramente perplexo e ainda mais desapontado com o que se tem passado com a liderança e orientação (ou falta delas) do meu partido desde há vários anos.

Decidi aguardar com serenidade durante alguns dias, até perceber o significado político das várias candidaturas que logo se apresentaram e assim poder tomara minha opção com racionalidade e em inteira liberdade de pressões.

Neste pequeno texto, escrito já na qualidade de mandatário do Dr. Passos Coelho para o concelho de Coimbra, partilho com os leitores algumas das razões da escolha que acabei por fazer.

Em primeiro lugar penso ser necessário assumir que, face ao histórico dos últimos anos, não há dúvida que se tem verificado um distanciamento crescente entre os anseios da população portuguesa em geral e o que se tem passado no interior do PSD.

Perante esta situação, deverão os militantes do PSD perguntar-se o que é que querem neste momento. As condicionantes da resposta a essa pergunta não podem deixar de passar pela saída do Dr. Durão Barroso para presidir à Comissão Europeia abandonando a chefia do Governo de Portugal, pela experiência da governação do Dr. Santana Lopes após a sua indicação para o cargo sem passar por um processo de legitimação e ainda pelo processo traumático do abandono inexplicado do Dr. Filipe Menezes.

A resposta à pergunta dos militantes do PSD terá com certeza a ver com vontade de mudança e novidade de propostas, certamente com segurança na opção para garantir estabilidade e evitar novos abandonos de liderança e, muito importante, com credibilidade pessoal e política.

Analisando os vários candidatos à liderança do PSD, particularmente os que se encontram à frente nas sondagens, que são inquestionavelmente o Dr. Pedro Passos Coelho e a Dra. Manuela Ferreira Leite, verifica-se que há aspectos comuns: a credibilidade política, a honestidade e probidade pessoais inatacáveis. Os militantes do PSD estão já de parabéns, porque estes aspectos cruciais estão garantidos logo à partida, vença qualquer um deles.

A partir daí surgem as diferenças que ditam a escolha, as quais têm a ver com o passado e com o futuro. Relativamente ao passado, não há dúvida de que houve acções erradas no processo de substituição do Dr. Durão Barroso pelo Dr. Santana Lopes. O PSD tem que ultrapassar definitivamente este trauma, devendo ainda surgir nas próximas eleições livre de justificações do passado e apontando soluções para o futuro.

Por outro lado, as rapidíssimas alterações económicas e sociais a que assistimos, consequência da integração europeia e da globalização galopante da qual até podemos discordar mas contra a qual Portugal não está obviamente em condições de lutar, exigem toda uma nova abordagem aos diversos níveis da governação.

Engana-se quem pensa que quem está amarrado às velhas soluções imaginadas pelos teóricos da economia durante a primeira metade do século XX e que foram melhor ou pior utilizadas na segunda metade do mesmo século consegue resolver a complexa e completamente nova situação a que assistimos neste início do século XXI. As empresas sabem bem que o ambiente em que se movimentam não tem nada a ver com o que acontecia há escassos vinte anos. O mesmo vale para a governação de um país.

Desde o 25 de Abril que o PSD andou sempre à frente nas reformas do sistema político e na procura das alternativas governativas mais adequadas aos novos tempos que têm surgido. Os eleitores esperarão do PSD que seja capaz de lhes propor uma alternativa a um modelo de desenvolvimento que sentem gasto por estar a provocar o empobrecimento lento e contínuo do país. Os sacrifícios que lhes têm sido pedidos ao longo dos últimos anos pelos diversos governos não têm tido resultados práticos, servindo basicamente para compensar as despesas de um Estado que teima em não gastar menos.

A candidatura do Dr. Pedro Passos Coelho, através das propostas muito concretas que já apresentou é, na minha opinião, não a que melhor responde a estas questões, mas a única que se propõe mudar o modelo de desenvolvimento do país de forma recolocar-nos num plano ascendente que corresponderá finalmente à convergência com a Europa.

Publicado no Diário de Coimbra em 23 de Maio de 2008


quinta-feira, 22 de maio de 2008

CALVINISTA

João Calvino foi um teólgo francês do séculoXVI que durante a reforma protestante abandonou o catolicismo, aderindo ao protestantismo sobre o qual exerceu uma grande influência, tendo dado origem ao calvinismo muito divulgado em vários países (Suíça, Países Baixos, Inglaterra, estados Unidos da América, etc.). Os calvinistas são grandes conhecedores da Bíblia e integram a sua Fé em todas as acções da sua vida.

Italo Calvino
foi um conhecido escritor italiano do século XX, falecido em 1985. Foi jornalista e novelista. Participou activamente na resistência contra o fascismo na segunda guerra mundial e foi membro do Partido Comunista que abandonou em 1957 através de uma carta pública.

Calvin é uma personagem de uma série de banda desenhada (Calvin & Hobbes) premiada do norte americano Bill Watterson publicada em centenas de jornais de todo o mundo e entre nós no Público.





Lucky man

Quando começavam os anos 70 surgiu um album dos Emerson, Lake & Palmer com uma música estranha em que a certa altura aparecia um som de um instrumento até aí desconhecido. Keith Emerson apresentava-nos assim assim o sintetizador. Já quase não me lembrava disto.

terça-feira, 20 de maio de 2008

VIOLINO 4

Para terminar a série dos "meus" violonistas, aqui fica o supra sumo: Yehudi Menuhin interpreta o nº1 de Paganini.





VIOLINO 3

Outro grande violinista: Itzhak Perlman.
Aqui com o seu grande amigo e companheiro de lides musicais de sempre Daniel Barenboim, à frente da Filarmónica de Berlim com o concerto para violino de Brahms.