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sexta-feira, 14 de setembro de 2018
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
Da arte de manipular eleitorados
Foi Medina que deu o pontapé de saída. Contudo, percebeu-se
bem, através da instantânea adopção da ideia pelo Governo, que a jogada tinha
sido previamente concertada, já que Medina é apenas, e por enquanto, presidente
da Câmara Municipal de Lisboa. Trata-se de uma daquelas medidas que ficam bem a
qualquer político, sobretudo a um ano das eleições legislativas. Teve ainda a
vantagem de retirar de cena o acto falhado de António Costa ao prometer
diminuir o IRS durante algum tempo àqueles jovens que emigraram durante os
tempos da troika que regressassem ao país e que colheu críticas justas à
esquerda e à direita.
Fernando Medina anunciou a medida como sendo uma
“revolução no preço dos transportes públicos de Lisboa” para o que tinha
garantido o apoio dos municípios da área metropolitana de Lisboa (pudera!),
tendo logo adiantado que já tinha entregue o dossier a Costa e Centeno,
esclarecendo ainda que o plano custará 65 milhões de euro anuais. Todos os
anos, claro.
E quem pagaria esta despesa acrescida com os
transportes públicos de Lisboa? Todos os contribuintes do país, de Bragança a
Vila Real de Santo António, da Guarda a Peniche. É que Medina propôs a Costa
que inclua as verbas necessárias já no próximo Orçamento de Estado que será
apresentado até 15 de Outubro na Assembleia da República. E em que consiste a
tal revolução no preço dos passes sociais? Apenas na definição de um preço
máximo de 30 euros por mês no interior de Lisboa e de 40 euros para viagens
dentro dos 18 municípios da área metropolitana. Poder-se-ia dizer que foi com
coisas destas que Maduro começou, com os excelentes resultados que todos vemos
trazidos pelo socialismo (a este chamam-lhe bolivariano) na Venezuela. Medina
não se preocupou em fazer contas aos montantes dos descontos perante o custo
dos bilhetes. Não, vai-se a eles e zás, aplica-lhe um preço máximo, que os
atarantados dos portugueses de todo o país pagarão! Tal como pagam e
continuarão a pagar um escandaloso imposto sobre os combustíveis, visto que o
magnânimo Medina já estabeleceu como verdade insofismável que os passes
revolucionários para Lisboa serão muito mais justos do que baixar os
combustíveis para todos os (malandros residentes a mais de 50 km da fronteira,
direi eu) que se deslocam de carro.
E, segundo Medina, porque é que os cidadãos optarão
pelo transporte individual, em vez de se deslocarem nos transportes públicos? Segundo
o autarca, por falta de resposta do sistema público de transportes. Perante a
solução revolucionária que ele encontrou para o problema, não pude deixar de
recordar a resposta fantástica de Álvaro Cunhal em 1974 quando, regressado há pouco
do exílio no Leste, deu a sua justificação para os portugueses terem tantos carros
com pintura metalizada: é que eram tão pobres que se viam obrigados a escolher
essa pintura porque dura mais. Isto é, o cego irrealismo ideológico e a
necessidade de lhe adaptar a realidade, são caminho directo para o disparate.
Na verdade, num tempo em que os cidadãos se apercebem
todos os dias da descida da qualidade da oferta dos sistemas públicos de
transportes em Lisboa, sejam rodo, ferroviários ou fluviais, a fuga para a
frente à custa dos impostos de todos os portugueses é uma má solução, além de
injusta. Medina e os seus apoiantes governamentais bem podem argumentar que são
os alfacinhas e os tripeiros que pagam a maioria dos impostos porque, na
realidade, 70% do IRS é pago por 9% dos contribuintes e 20% do total do IRS
recolhido pelas Finanças vem daquele 1% com os rendimentos mais altos. Escuso
de falar na imensa percentagem de contribuintes daquelas áreas urbanas que pura
e simplesmente não pagam IRS e que beneficiarão daquela medida. Revolucionária,
no dizer de Medina.
O que Medina e Costa não dizem é que, se o objectivo é
atrair utentes para os transportes públicos, seria muito mais eficaz melhorar
em qualidade e quantidade a oferta dos mesmos em Lisboa. Mas lá está, as
cativações e a praticamente inexistência de investimento público não deixam
seguir esse caminho que custaria centenas de milhões de euros. E, além disso,
para que é que interessam a eficácia e a competência na gestão da coisa
pública, quando é muito mais barato gastar umas poucas dezenas de milhões em
subsídios que, ainda por cima, são muito mais eficazes na obtenção de votos?
domingo, 9 de setembro de 2018
Cecilia Bartoli - Porpora : In braccio a mille furie / Semiramide ricono...
Cecilia Bartoli - Porpora : In braccio a mille furie / Semiramide ricono...
sábado, 8 de setembro de 2018
Brasil
O estado a que chegou hoje em dia o grande país nosso irmão que é o Brasil é terrível e assustador.
Alguém se lembra da diferença para como estava o Brasil aquando da saída do Presidente Fernando Henriques Cardoso, isto é, antes da passagem pelo poder dos presidentes do PT, Lula e Dilma? É só comparar e ver as consequências dessa governação.
Alguém se lembra da diferença para como estava o Brasil aquando da saída do Presidente Fernando Henriques Cardoso, isto é, antes da passagem pelo poder dos presidentes do PT, Lula e Dilma? É só comparar e ver as consequências dessa governação.
terça-feira, 4 de setembro de 2018
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Artemisia, mulher forte, artista maior
Pode-se dizer que
foi no atelier de Caravaggio que tudo começou. Pintor que só muito depois do seu
desaparecimento viria a ser conhecido como um dos maiores da História da
Pintura, pela força e novidade da sua pintura, em vez de o ser pela vida
agitada que levou.
Filha do pintor
Orazio Gentileschi que trabalhou com Caravaggio, Artemisia nasceu em Roma em 8
de Julho de 1593. O pai cedo reconheceu em Artemisia um talento excepcional,
tendo mesmo feito dela sua aprendiz, em vez de algum dos seus cinco irmãos
rapazes, contrariando o que era normal nesse tempo. Artemisia foi muito além do
seu pai na pintura, demonstrando ter assimilado melhor do que ele as inovações
artísticas de Caravaggio, designadamente no realismo das formas humanas, muito
em particular as femininas, bem como no contraste entre luz e sombra.
Sendo mulher,
sentiu grandes dificuldades em ser aceite em ateliers, tendo sido violada aos
17 anos pelo seu tutor, o pintor Agostino Tassi, após o que se seguiu um
julgamento que a terá marcado ainda mais do que o acto que lhe deu origem. Por
essa altura mudou-se para Florença, onde pintou para o Doge Cosme II de Médici, tendo a sua obra sido rapidamente reconhecida
e foi mesmo a primeira mulher a entrar na Academia das Artes do Desenho daquela
cidade, apenas com 23 anos.
Artemisia
Gentileschi afirmou-se pela sua Arte, sendo célebres os seus quadros onde
aborda temas frequentemente de grande dramatismo, com mulheres fortes e
insubmissas e cenas de confronto pessoal baseadas nas mitologias ou bíblicas. A
pintora utilizou frequentemente o auto-retrato para representar as heroínas dos
seus quadros, como é o caso do quadro que representa a mártir Santa Catarina de
Alexandria. Por esse motivo, e pela temática muitas vezes abordada, durante
muito tempo considerou-se que a sua obra tinha origem auto-biográfica com base
na sua experiência pessoal quando, na realidade, a sua pintura releva muito
mais da sua personalidade independente e do temperamento próprio. Ao longo da
sua vida tratou sempre com grande firmeza dos aspectos económicos ligados à sua
actividade, para além de não se ter eximido a ter relacionamentos com outros
artistas e mecenas. Artemisia, ao contrário do que era regra nos séculos XVI e
XVII, negociava ela mesma as suas obras, fazendo frequentemente a sua promoção
junto dos maiores mecenas, por toda a Europa, nunca deixando de vincar a
qualidade do seu trabalho. Quer nos aspectos profissionais e artísticos, quer
nos aspectos da vida pessoal, foi sempre uma mulher muito à frente do seu
tempo, demonstrando uma independência pessoal e uma modernidade notáveis.
O primeiro quadro
que assinou é o conhecido “Susana e os Velhos” de 1610, tema abordado por
muitos outros pintores ao longo da História, mas em que a jovem Artemisia
consegue já transmitir sensações intensas, com grande dramatismo e violência,
quer pelo temor da personagem feminina, quer pela maldade e amoralidade
explícita dos dois velhos. Este quadro é anterior à violação de que foi vítima,
demonstrando que a temática que abordou ao longo da vida não foi consequência
desse facto, mas da sua escolha deliberada.
Depois de
Florença, Artemisia Gentileschi voltou a Roma, tendo ainda vivido e trabalhado
em Veneza, Nápoles e em Inglaterra a convite do Rei Carlos I, regressando
definitivamente a Nápoles que nesse tempo pertencia à Coroa d Aragão, onde terá
morrido por volta de 1656.
Num mundo
artístico que era então totalmente masculino, Artemisia Gentileschi afirmou-se
por si própria, estando a sua obra ao mais alto nível, devido à sua
genialidade. Hoje em dia, mercê da sua afirmação como mulher num mundo de
homens, a que se junta a provação sexual por que passou enquanto jovem, muitos
procuram ver traços feministas na sua obra. Contudo, tal consideração significa
uma redução da sua obra, que se impõe definitivamente ao lado dos maiores artistas
de sempre, independentemente do seu sexo.
As obras de
Artemisia Gentileschi, podem ser admiradas nalguns dos melhores museus do
mundo, como a “Alegoria da Pintura” em Roma na Galleria Nazionale di Palazzo
Barberini, ou o brutal “Judith e Holofernes” em Nápoles no Museo Nazionale di
Capodimonte, e ainda o impressionante “Yael e Sísera” no Museu de Belas Artes
de Budapeste, ou o definitivo “Suzana decapitando Holofernes” na Galleria degli
Uffizi, em Florença.
domingo, 2 de setembro de 2018
sábado, 1 de setembro de 2018
Carta do leitor no Diário de Coimbra
Como se costuma dizer, nem sempre, nem nunca.
Mas é agradável verificar que os nossos escritos são compreendidos. Mais isso do que uma auto-satisfação sem sentido só por se saber lido.
Agradeço os comentários simpáticos de João Boavida.
Mas é agradável verificar que os nossos escritos são compreendidos. Mais isso do que uma auto-satisfação sem sentido só por se saber lido.
Agradeço os comentários simpáticos de João Boavida.
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