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segunda-feira, 1 de outubro de 2018
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
Costa e Negrão
Ontem durante o "debate" na Assembleia da República, quando ficou um pouco mais "apertado", o Primeiro-ministro disse mais ou menos isto a Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD: o sr. não tem legitimidade para dizer isso e depois mando-lhe a justificação por mensagem particular.
Isto é, fez duas coisas: em primeiro lugar transformou um debate parlamentar, público por inerência, numa questão particular; depois fez chantagem política sobre um deputado da oposição, à frente de toda a gente: ou te calas, ou denuncio-te.
Serei só eu a achar tudo isto condenável politicamente, para além de execrável como atitude pessoal?
Fernando Negrão lá se engasgou e disse que tornaria pública essa mensagem privada. Mas Costa não teve resposta à altura e toda a gente deixa passar como normal. Lembram-se das atitudes de Sócrates? Não era pior que isto.
E se mal pergunte: o PSD e a sua direcção política que escolheu Negrão não tem nada a dizer?
Isto é, fez duas coisas: em primeiro lugar transformou um debate parlamentar, público por inerência, numa questão particular; depois fez chantagem política sobre um deputado da oposição, à frente de toda a gente: ou te calas, ou denuncio-te.
Serei só eu a achar tudo isto condenável politicamente, para além de execrável como atitude pessoal?
Fernando Negrão lá se engasgou e disse que tornaria pública essa mensagem privada. Mas Costa não teve resposta à altura e toda a gente deixa passar como normal. Lembram-se das atitudes de Sócrates? Não era pior que isto.
E se mal pergunte: o PSD e a sua direcção política que escolheu Negrão não tem nada a dizer?
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
COIMBRA NO SEU MELHOR
Tendo em vista o
seu grande objectivo de dotar de instalações a Universidade que definitivamente
transferiu de Lisboa para Coimbra, o Rei D. João III mandou abrir em 1535, a
partir de Santa Cruz, uma nova rua com o nome de Rua de Santa Sofia. Nessa nova
rua, de dimensões inusuais para a época, dizendo-se mesmo que a sua largura e o
seu comprimento eram o dobro das dimensões da equivalente Rue de Sorbonne em
Paris, seriam edificados os colégios que albergariam religiosos e estudantes.
Os colégios mais afastados de Santa Cruz eram os de São Tomás a poente e de São
Pedro a nascente.
A actual Rua da
Sofia (ou Sabedoria) que constitui uma jóia de Coimbra, tanto do ponto de vista
urbanístico e arquitectónico, como do ponto de vista humanista e
histórico-cultural foi, juntamente com a Alta Universitária, justamente
classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Infelizmente, por
razões que se espera a Cidade venha a ser capaz de ultrapassar a curto prazo, a
Rua da Sofia não tem tido atractivos que a façam ser reconhecida e objecto de
visita regular de conimbricenses e visitantes exteriores.
No antigo Colégio
de S. Tomás está instalado, desde há quase cem anos, o Palácio da Justiça da
Cidade, que alberga o Tribunal da Relação de Coimbra que está a celebrar este
ano o centenário da sua criação. O actual Juiz Presidente da Relação Dr. Luis
Azevedo Mendes compreendeu bem a importância do edifício do Palácio da Justiça
para a afirmação da Rua da Sofia e em consequência da Cidade, pelo que decidiu comemorar
condignamente esse centenário. Para além das cerimónias oficiais, abriu o Palácio
da Justiça à população da cidade e promoveu, em conjunto com a Orquestra
Clássica do Centro, a realização de uma série de concertos a que foi dado o
nome de “Festival Sofia – Concertos no Palácio da Justiça”.
Um desses
concertos decorreu na passada sexta-feira no claustro interior do Palácio da
Justiça. E foi um deslumbramento descobrir que Coimbra tem mais um “novo”
espaço magnífico para a realização de eventos culturais. Todo o conjunto
rodeado dos lindíssimos painéis de azulejos policromados que rodeiam o
claustro, com iluminação adequada que faz ressaltar os riquíssimos elementos
arquitectónicos do edifício constituiu um cenário praticamente perfeito para o
recital de canto de Dora Rodrigues acompanhada por guitarra clássica e
percussão. O encantamento produzido pela audição da que é considerada a melhor
soprano portuguesa da actualidade foi notório em toda a assistência,
surpreendida pela capacidade interpretativa da cantora em áreas musicais
exteriores à ópera, como sejam os “Caprichos” de Manuel Garcia (Sec.
XVIII-XIX), obras de Enrique Granados, “Modinhas, Lundus e Cançonetas” antigas
ou as canções lindíssimas, mais próximas do nosso tempo, de Carlos Guastavino.
O acompanha mento musical simples, mas de grande sensibilidade e à altura da
cantora, esteve a cargo do guitarrista clássico Rui Gama e, alternadamente, de
Davy Tremet e Francesco Sammassimo, ambos músicos da Orquestra Clássica do
Centro.
O “Festival Sofia
– Concertos no Palácio da Justiça” vai ter continuação com concertos nos dias
1, 12 e 26 de Outubro, comemorando-se no concerto do dia 1 o Dia Mundial da
Música, data que em todo o mundo serve de motivo para a Festa da Música, a arte
sublime.
É da evidência diária
que a Rua da Sofia tem sido o “parente pobre” da área classificada como
Património Mundial em 2013, onde praticamente não chega nenhum dos muitos
turistas que visitam a Universidade. A actividade comercial da rua outrora
pejada de gente tem vindo a morrer e até mesmo a Procissão da Rainha Santa este
ano se ficou pela Praça 8 de Maio. Estas iniciativas culturais a partir do
Palácio da Justiça constituem uma pedrada no charco da falta de afirmação de
uma tão importante zona histórica de Coimbra. São a demonstração de que, com
consciência da responsabilidade que constitui ter um bem cultural desta
dimensão em mãos e vontade de fazer e de estabelecer parcerias, ainda que com
meios financeiros limitados é possível acender faróis culturais de grande
intensidade luminosa.
sábado, 22 de setembro de 2018
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Frivolidades
Foto da visita oficial do Primeiro-Ministro de Portugal à República Popular de Angola.
Sem comentários.
Sem comentários.
Há racionalidade na política?
Em boa hora o Eng.
Henrique Neto decidiu dedicar algumas das suas excelentes crónicas desta mesma
página do Diário de Coimbra à análise da racionalidade em decisões
governamentais e de como a ideologia influencia essas decisões de forma tantas
vezes negativa. Com a inteligência que se lhe reconhece e a experiência de vida
pessoal e profissional em que conseguiu grandes sucessos reconhecidos, Henrique
Neto apresentou vários exemplos que demonstram a justeza da sua análise.
Com a devida vénia
perante tão ilustre companheiro de página e colega de formação, permito-me
fazer aqui algumas considerações que, a meu ver, mostram a quase
impossibilidade actual de racionalidade na acção política e que espero possam
ajudar a trazer mais alguma luz sobre este assunto.
Em primeiro lugar,
o que leva os eleitores a entregar o seu voto a esta ou àquela formação
política, entregando-lhe a sua confiança para gerir os destinos o país? Desde
há muito tempo que cheguei à conclusão de que os eleitores votam baseados em
sentimentos e não por critérios puramente racionais. Esse sentimento é induzido
pela interpretação da realidade que lhes é apresentada pelos próprios agentes
da política, mas também pelos numerosos comentadores televisivos, interessados
directa ou indirectamente naquilo que falam.
Essa percepção é resultado de uma
manipulação generalizada, muito difícil de desmontar, até porque os
destinatários preferem ouvir as boas às más notícias; por isso vão ganhando
afecto sobre quem lhes apresenta efabulações simpáticas, desgostando de quem,
não mentindo, lhes mostra apenas dificuldades e exigências, construindo
sentimentos que se vão reflectir mais tarde nas suas opções eleitorais. Não
preciso de concretizar, para que quem me leia saiba exactamente do que e de
quem me estou a referir, em todo o espectro político-partidário.
Por estarem
conscientes da importância do sentimento nas decisões eleitorais dos cidadãos,
os partidos constroem narrativas que apresentam ao eleitorado as quais, embora
partindo de bases ideológicas próprias, são mais das vezes cobertas com efabulações
como o creme que cobre os doces para atrair clientes. Essas narrativas são por
vezes estruturadas sobre teorias económicas apresentadas como científicas
quando, na verdade, só são verdadeiras perante determinadas situações concretas,
os tais pressupostos dos “estudos económicos”, bastando uma pequena variação de
um deles para toda a estrutura construída por cima ruir como um baralho de
cartas. Mas os políticos parecem ter necessidade de oferecer soluções
milagrosas, baseadas no que dizem ser “ciência política”, que prometem mundos e
fundos para o futuro, enquanto de caminho demonizam os adversários, sempre
apresentados como maus da fita. As narrativas assim construídas têm a vantagem
de esconder as verdadeiras opções ideológicas, mesmo aquelas cujo valor foi já
tantas vezes desmontado pela História, enquanto ajudam ainda a fazer esquecer as
próprias responsabilidades passadas nos tristes resultados presentes. É muitas
vezes visível que os próprios políticos ficam muitas vezes reféns das suas
próprias narrativas quando chegam ao poder, inventando malabarismos para
adaptar a realidade àquilo que defenderam, deixando os eleitores perplexos e
mesmo perdidos perante as incongruências e manifestações de hipocrisia, donde a
frase mais ouvida: “são todos iguais”.
E onde pára a
racionalidade de decisões no meio deste ambiente político? Quer do lado dos
decisores políticos presos nas suas narrativas, quer do lado dos eleitores
ávidos de boas notícias, fica muito pouco espaço para a racionalidade. É de
facto preciso ser dotado de uma grande solidez de personalidade, deter uma
larga base de conhecimentos em várias áreas, que não apenas de marketing
político, para se conseguir manter uma coerência política que origine decisões
minimamente sensatas e racionais para um observador externo. E só estas
permitirão inverter o caminho descendente da nossa economia perante as mais
desenvolvidas da Europa que se verifica desde o início deste século e que
continua, facto generalizadamente escondido dos portugueses, e que é resultado
da pura irracionalidade de muitas das decisões de quem nos tem governado.
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