Diferença entre o orçamentado e o executado em 2019. As despesas com pessoal e bens e serviços excederam o previsto. Quanto ao resto, bom, é ver e tirar conclusões.
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
PERGUNTA
Alguém me pode esclarecer se em Portugal pode haver crime de branqueamento de capitais se o eventual crime que lhe deu origem teve lugar noutro país, em Angola por exemplo?
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
terça-feira, 28 de janeiro de 2020
RUI PINTO E ISABEL DOS SANTOS
PARA MEMÓRIA FUTURA
«Comunicado de Imprensa
Os advogados abaixo assinados declaram que o seu cliente, o Sr. Rui PINTO, assume a responsabilidade de ter entregue, no final de 2018, à Plataforma de Proteção de Denunciantes na África (PPLAAF), um disco rígido contendo todos os dados relacionados com as recentes revelações sobre a fortuna de Isabel DOS SANTOS, sua família e todos os indivíduos que podem estar envolvidos nas operações fraudulentas cometidas à custa do Estado angolano e, eventualmente, de outros países estrangeiros.
Rui PINTO procurou, assim, ajudar a entender operações complexas conduzidas com a cumplicidade de bancos e juristas que não só empobrecem o povo e o Estado de Angola, mas podem ter prejudicado seriamente os interesses de Portugal.
Rui PINTO esclarece que entregou este disco rígido, no cumprimento do que entende ser um dever de cidadania, e sem qualquer contrapartida, depois de tomar conhecimento das missões realizadas pela organização PPLAAF, permitindo que usassem os dados como entendessem.
Rui PINTO está satisfeito por ver que, graças ao intenso trabalho do consórcio de jornalistas ICIJ, todos os dados foram explorados, verificados, validados e, portanto, encabeçaram as revelações que necessariamente levarão à abertura de investigações criminais em muitos países, incluindo Portugal.
Está feita a prova de que, sem as imensas revelações de Luanda Leaks, tornadas possíveis graças ao nosso cliente, as autoridades reguladoras, policiais e judiciais nada teriam feito. Graças ao nosso cliente, os cidadãos portugueses e o mundo têm acesso à verdade de um extraordinário sistema de predação e corrupção, gravemente prejudicial para Portugal, Angola e outros países.
As decisões já tomadas pelo Banco de Portugal, PWC e outras que estão por vir demonstram a importância excepcional das revelações de Luanda Leaks. A responsabilidade das autoridades é agora agir e abrir as investigações necessárias – já abertas em Angola – e ao mesmo tempo recuperar elevadas somas de dinheiro, mas é preciso dizer que são as mesmas autoridades portuguesas que mantêm Rui Pinto na prisão há quase um ano, sob o pretexto de uma tentativa de extorsão, e que, até este momento, apenas pediram a sua colaboração com o exclusivo intuito de o autoincriminar.
O nosso cliente gostaria de lembrar que esta colaboração com o PPLAAF e o ICIJ está relacionada exclusivamente com a entrega deste disco rígido e que não prejudica a cooperação histórica que tem realizado com o consórcio European Investigative Collaborations (EIC) desde as primeiras revelações do Football Leaks.
William BOURDON & Francisco TEIXEIRA DA MOTA
27.01.2020»
«Comunicado de Imprensa
Os advogados abaixo assinados declaram que o seu cliente, o Sr. Rui PINTO, assume a responsabilidade de ter entregue, no final de 2018, à Plataforma de Proteção de Denunciantes na África (PPLAAF), um disco rígido contendo todos os dados relacionados com as recentes revelações sobre a fortuna de Isabel DOS SANTOS, sua família e todos os indivíduos que podem estar envolvidos nas operações fraudulentas cometidas à custa do Estado angolano e, eventualmente, de outros países estrangeiros.
Rui PINTO procurou, assim, ajudar a entender operações complexas conduzidas com a cumplicidade de bancos e juristas que não só empobrecem o povo e o Estado de Angola, mas podem ter prejudicado seriamente os interesses de Portugal.
Rui PINTO esclarece que entregou este disco rígido, no cumprimento do que entende ser um dever de cidadania, e sem qualquer contrapartida, depois de tomar conhecimento das missões realizadas pela organização PPLAAF, permitindo que usassem os dados como entendessem.
Rui PINTO está satisfeito por ver que, graças ao intenso trabalho do consórcio de jornalistas ICIJ, todos os dados foram explorados, verificados, validados e, portanto, encabeçaram as revelações que necessariamente levarão à abertura de investigações criminais em muitos países, incluindo Portugal.
Está feita a prova de que, sem as imensas revelações de Luanda Leaks, tornadas possíveis graças ao nosso cliente, as autoridades reguladoras, policiais e judiciais nada teriam feito. Graças ao nosso cliente, os cidadãos portugueses e o mundo têm acesso à verdade de um extraordinário sistema de predação e corrupção, gravemente prejudicial para Portugal, Angola e outros países.
As decisões já tomadas pelo Banco de Portugal, PWC e outras que estão por vir demonstram a importância excepcional das revelações de Luanda Leaks. A responsabilidade das autoridades é agora agir e abrir as investigações necessárias – já abertas em Angola – e ao mesmo tempo recuperar elevadas somas de dinheiro, mas é preciso dizer que são as mesmas autoridades portuguesas que mantêm Rui Pinto na prisão há quase um ano, sob o pretexto de uma tentativa de extorsão, e que, até este momento, apenas pediram a sua colaboração com o exclusivo intuito de o autoincriminar.
O nosso cliente gostaria de lembrar que esta colaboração com o PPLAAF e o ICIJ está relacionada exclusivamente com a entrega deste disco rígido e que não prejudica a cooperação histórica que tem realizado com o consórcio European Investigative Collaborations (EIC) desde as primeiras revelações do Football Leaks.
William BOURDON & Francisco TEIXEIRA DA MOTA
27.01.2020»
segunda-feira, 27 de janeiro de 2020
Munda: da Serra da Estrela ao Atlântico
Para pensar o futuro, devemos questionar-nos
sempre sobre as razões da actualidade que conhecemos, suportada pela Natureza e
pela História.
O Rio Mondego, o Munda dos romanos e
da Idade Média, determinou Coimbra onde a conhecemos. Nasce nas faldas dos
montes hermínios e, ao contrário do seu irmão gémeo Zêzere, desce pelas
encostas viradas a Norte. O seu percurso é montanhoso e agitado até que chega
um ponto em que não tem mais obstáculos até ao mar, passando a espraiar-se por
campos onde vai deixando o que arrastou no seu caminho. Este é também o último
ponto até onde as embarcações marítimas conseguiam chegar desde os tempos
imemoriais em que os povos fenícios passavam além das portas de Hércules,
deixando o conhecido Mediterrâneo e se aventuravam pelo oceano sem fim,
procurando os minerais preciosos da costa ocidental da península que seria
Ibérica. A situação estratégica do monte aí localizado levou a que fosse
habitado desde muito cedo. Antes da ocupação romana lhe chamar Aeminium, outros
povos celtas já aí se tinham estabelecido. Depois dos romanos, foi a vez dos
chamados «bárbaros» visigodos, dos mouros e, por fim, fez parte do reino de
Portugal, de que foi a primeira capital, já como Coimbra.
É por tudo isto que o Mondego é,
para Coimbra, muito mais do que motivo para poesias e canções românticas e
mesmo de preocupações por causa das suas cheias. O rio Mondego É a razão da
existência de Coimbra. Se hoje já não é a via de circulação de bens e pessoas
como foi até aos séculos XVI/XVII em que ainda havia portos na cidade por onde
se escoavam produtos industriais como cerâmica, o rio continua a ser a ligação
natural da gente beirã que vive entre o interior serrano e o litoral atlântico.
Desde aqueles tempos é evidente que
muito mudou, e ainda bem. Coimbra já não é a única cidade universitária,
havendo diversos estabelecimentos de ensino superior espalhados pela região.
Significa isto que Coimbra deve encontrar outros atributos para se afirmar, ultrapassando
de vez a sua dependência social e económica da Universidade. A área da saúde é,
evidentemente, uma delas. Já não apenas a formação de médicos, mas também a
formação de enfermeiros e técnicos de saúde e a prestação de serviços de saúde.
Isso está a acontecer, havendo hoje em dia diversos hospitais particulares que
concorrem entre si, para além do Centro Hospitalar e Universitário que continua
a ser um farol de capacidade e qualidade dentro do Serviço Nacional de Saúde
devendo ser defendido e acarinhado por todas as instituições políticas e
sociais da Cidade para que assim continue e ultrapasse mesmo as deficiências,
que também as tem.
Mas o papel de Coimbra tem que ser
muito mais do que isso. Para ultrapassar as suas dependências crónicas, deve
construir laços sólidos com as comunidades vizinhas sendo que as que
historicamente se lhe encontram socialmente próximas são mesmo as da bacia
hidrográfica do rio Mondego. Para qualquer cidadão desta região é
incompreensível a situação de costas voltadas entre Coimbra e Figueira da Foz,
por exemplo. Não é de agora, mas ambas as cidades ganhariam se juntassem forças
para defender e promover o que lhes é comum e ainda as suas complementaridades.
Sei do que falo, porque trabalhei em cada uma delas, para além das memórias que
guardo carinhosamente das férias da meninice na Praia da Claridade ouvindo
Maria Clara a cantar a partir do altifalante na torre do relógio e apreciando o
movimento do «pátio das galinhas» depois do jantar.
Entre a Figueira e Coimbra
está Montemor-o-Velho onde, também no monte mais elevado, se ergue um dos mais
antigos e maiores castelos de Portugal, de onde é possível ver os magníficos e
ricos campos do Mondego, assim as autoridades saibam cuidar deles. Esta é,
entre outras como o turismo, uma área em que, pelo menos estes três municípios
poderiam e deveriam estabelecer laços de colaboração efectiva, a bem do futuro
dos seus cidadãos.
Mas Coimbra tem ainda muito a ganhar
com um relacionamento mais íntimo com os municípios ribeirinhos do Mondego, a
montante. A ganhar e a dar a ganhar, em colaborações mutuamente vantajosas,
desde Penacova até Oliveira do Hospital onde o Instituto Politécnico de Coimbra
até já tem um pólo com áreas de investigação pioneira e duplamente frutífera como
sobre o cultivo da maçã bravo de esmolfe.
A capacidade de Coimbra partilhar recursos, capacidades e sonhos com os
seus vizinhos históricos será, certamente, o factor de metropolização, hoje já
visível embora ainda incipiente, que definirá o seu papel nacional, no futuro.Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 27 de Janeiro de 2020
domingo, 26 de janeiro de 2020
sexta-feira, 24 de janeiro de 2020
TROTSKY
Notável a série russa da Netflix sobre a vida de Trotsky. Como fundo, a revolução russa e as questões que se colocam sobre essa realidade trágica. É possível apreciar as diferentes personalidades de Trotsky, Lenine e Estaline, as suas lutas e como Estaline acabou por ganhar e ficar como líder da URSS até morrer.
Penso que qualquer pessoa que ainda hoje seja comunista perceberá que os diferentes caminhos comunistas irão sempre desembocar numa hecatombe de que a principal vítima é sempre o próprio povo em nome de que dizem fazer a revolução. Uma verdadeira tragédia. Mas percebe-se como intelectuais com mentes frágeis e "boas intenções" se deixaram, ao longo anos, enfeitiçar por Trotsky.
Penso que qualquer pessoa que ainda hoje seja comunista perceberá que os diferentes caminhos comunistas irão sempre desembocar numa hecatombe de que a principal vítima é sempre o próprio povo em nome de que dizem fazer a revolução. Uma verdadeira tragédia. Mas percebe-se como intelectuais com mentes frágeis e "boas intenções" se deixaram, ao longo anos, enfeitiçar por Trotsky.
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