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quinta-feira, 19 de março de 2020
segunda-feira, 16 de março de 2020
COIMBRA, CIDADE RÉGIA (parte 2 de 3)
Em Coimbra
nasceu e veio a morrer o terceiro rei de Portugal, D. Afonso II, que teve
reinado breve e se dedicou essencialmente à administração do Reino, tendo
realizado nesta Cidade em 1211 as primeiras Cortes de que se tem memória. A sua
irmã D. Sancha, que viria a ser beatificada em 1705 fundou, no burgo de Celas
então situado nos arredores de Coimbra, um mosteiro cisterciense que ainda hoje
é uma jóia preciosa da cidade. Para além das alterações que foram sendo
introduzidas ao longo dos séculos, em particular no século XVI, o Mosteiro de
Celas apresenta ainda hoje alguns dos elementos arquitectónicos que remeterão
para o edifício original medieval.
Por seu turno D.
Urraca, mulher de D. Afonso II deu origem, por volta de 1217, ao início da que
é hoje a Igreja de Santo António dos Olivais, ao ceder a capela de Santo Antão
aos franciscanos Frei Zacarias e Frei Gualter, companheiros de S. Francisco de
Assis que fundara a sua Ordem em 1209. Fernando Martins de Bulhões, monge de
Santa Cruz, haveria de transitar para a Ordem Franciscana mudando o nome para
António e indo para o eremitério dos Olivais que viria, após a sua canonização
em 1232, a adoptar a designação de Santo António dos Olivais.
O quarto rei de Portugal D. Sancho
II também nasceu em Coimbra, em 1202, tendo ido morrer a Toledo, por ter sido
destituído a mando do Papa Inocêncio IV, sucedendo-lhe o irmão D. Afonso III,
igualmente nascido em Coimbra, em 1210. Recorda-se a lenda da figura de Martim
de Freitas, Alcaide-Mor do Castelo de Coimbra que, devendo fidelidade a D.
Sancho II, se recusou a entregar o castelo a D. Afonso III, suportando a cidade
um cerco que, tendo começado em 1246, só terminou em 1248, após a morte de D.
Sancho II e de Martim de Freitas se deslocar pessoalmente a Toledo para
verificar a morte do antigo Rei. Só após isso entregou as chaves da cidade de
Coimbra ao novo Rei.
D. Dinis, filho de D. Afonso III e
de D. Beatriz de Castela foi o sexto rei de Portugal e também ele nasceu em
Coimbra, em 1261. Subiu ao trono bem jovem, em 1279, tendo sido um Rei culto,
trovador e poeta. D. Dinis abraçou Coimbra com carinho e muita intensidade. Com
um dos braços criou a Universidade em 1 de Março de 1290, logo transferida para
Coimbra em 1308, assim definindo o carácter de Coimbra que dura até aos dias de
hoje. Ao rei-poeta se deve a “Magna Charta Priveligiorum”, primeiro estatuto da
universidade. Ao longo dos séculos seguintes, a Universidade “viajou” entre
Coimbra e Lisboa, vindo a estabelecer-se definitivamente em Coimbra em 1537.
Com o outro braço trouxe a sua mulher Isabel de Aragão, amada pela sua bondade
e carinho para com os necessitados, simbolizado no “milagre das rosas”, vivendo
ainda hoje no coração dos conimbricenses, que dedicam uma especial devoção à
Rainha Santa Isabel, padroeira da Cidade de Coimbra.
Após enviuvar em 1325, a
Rainha Santa foi morar para um paço junto do mosteiro das Clarissas, hoje
conhecido como Mosteiro de Sta. Clara-a-Velha e onde viria a ser sepultada em
1336. Com a subida do nível das águas do Rio Mondego, aquele mosteiro começou a
sofrer inundações, tendo as relíquias da Rainha Santa sido colocadas num
túmulo-relicário de cristal e prata em 1677 no Mosteiro de Sta. Clara-a-Nova. A
Rainha Isabel viria a ser beatificada em 1516, e canonizada,
em 1625. A data do seu falecimento, 4 de Julho é o dia da cidade de Coimbra.
(continua na próxima
semana)
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 16 de Março de 2020
sexta-feira, 13 de março de 2020
quarta-feira, 11 de março de 2020
11 de Março 1975: opinião de Mário Soares
Hoje passam 45 anos sobre o 11 de Março, de que hoje ninguém fala, a não ser para divulgar as teses entretanto escritas pela esquerda comunista.
Mas a realidade do que se passou aparece aqui descrita pelo próprio Mário Soares, numa mensagem entregue por Willy Brandt ao presidente americano, apelando ao apoio americano ao PS, na sequência do 11 de Março:
«A situação em Portugal é séria e a democracia está em risco; os socialistas portugueses estão a chegar a um ponto de desespero e contam com a assistência dos Estados Unidos; o golpe de 11 de Março foi encenado para servir os interesses dos comunistas; o MFA está sob a influência dos comunistas».
Em Carlucci vs. Kissinger por Bernardino Gomes e Tiago Moreira de Sá, de acordo com documentos secretos americanos libertados.
Mas a realidade do que se passou aparece aqui descrita pelo próprio Mário Soares, numa mensagem entregue por Willy Brandt ao presidente americano, apelando ao apoio americano ao PS, na sequência do 11 de Março:
«A situação em Portugal é séria e a democracia está em risco; os socialistas portugueses estão a chegar a um ponto de desespero e contam com a assistência dos Estados Unidos; o golpe de 11 de Março foi encenado para servir os interesses dos comunistas; o MFA está sob a influência dos comunistas».
Em Carlucci vs. Kissinger por Bernardino Gomes e Tiago Moreira de Sá, de acordo com documentos secretos americanos libertados.
terça-feira, 10 de março de 2020
Onde sou lido
O blogger possui actualmente uma ferramenta de estatísticas com informação diversa e útil sobre a difusão das mensagens/posts.
Alguma dessa informação tem a ver com o público atingido e fornece indicações algo difíceis de compreender na sua totalidade. Por exemplo, na última semana, os países com mais visitas neste blogue foram, por ordem decrescente, os EUA, Portugal, Itália e França, mas surgindo igualmente a Alemanha, o Brasil e a Ucrânia. Vá-se lá saber porquê.
Aqui fica um print screen do dia de hoje.
Alguma dessa informação tem a ver com o público atingido e fornece indicações algo difíceis de compreender na sua totalidade. Por exemplo, na última semana, os países com mais visitas neste blogue foram, por ordem decrescente, os EUA, Portugal, Itália e França, mas surgindo igualmente a Alemanha, o Brasil e a Ucrânia. Vá-se lá saber porquê.
Aqui fica um print screen do dia de hoje.
segunda-feira, 9 de março de 2020
COIMBRA, CIDADE RÉGIA (parte 1 de 3)
Tudo começou
pelo princípio, que é por onde as boas histórias devem começar. Quem lhe deu
início foi, precisamente, D. Afonso Henriques. O nosso rei primeiro terá
nascido em Coimbra ou em Viseu, havendo bons defensores das duas teses. De
acordo com o seu biógrafo José Mattoso, os últimos elementos históricos
disponíveis levam a que se incline para Viseu, porém sem grandes certezas, pelo
que a hipótese coimbrã não se deve descartar. Mas de algo podemos estar certos.
Por esta ou aquela razão, a que não será alheia a antiga história das
rivalidades entre a velha nobreza de entre Douro e Minho e a galega
personificada pelos Trava ao lado de sua Mãe D. Teresa, o que é certo é que D.
Afonso Henriques, após S. Mamede, se virou para Sul. Coimbra, na fronteira do Condado
Portucalense com o território islâmico, era concelho reconhecido desde 1111
pelo seu Pai o Conde D. Henrique o qual aliás, ali passou boa parte da sua
vida, juntamente com D. Teresa. D. Afonso I para lá levou os seus companheiros
em 1131, constituindo uma Corte e transformando essa cidade na primeira capital
do novo reino, que seria o seu. Assim, Coimbra passou a ser a primeira capital
portuguesa e ficou umbilicalmente ligada à fundação do país e, em particular, a
toda a dinastia que historicamente ficou conhecida como sendo a primeira, ou de
Borgonha, denunciando a íntima ligação à Europa do reino nascente. As pedras da
Cidade são, ainda hoje, o testemunho palpável desses tempos e memória das
pessoas que estiveram directamente ligadas ao seu início. Diz-se que a Roma de
hoje é o resultado de pelo menos sete camadas de épocas históricas, ou Romas
diferentes, cada uma delas permitindo uma viagem própria no tempo, no mesmo
espaço geográfico. Coimbra abriga também várias eras de grande interesse
histórico que correspondem a diferentes povos, culturas e vivências, mesmo
muito antes de os Fenícios com muita probabilidade aqui terem chegado nos seus
barcos subindo o rio até aos dias de hoje, passando pelos Romanos, Visigodos,
Muçulmanos e sabe-se lá quem mais. O Rio Mondego ditou a sua localização;
permitindo a navegação desde a sua foz para montante até surgir o primeiro
sério obstáculo natural, precisamente o morro onde seria construída a Aeminium
romana, ou Ermínio visigoda, ou Conimbria do século X, a Coimbra dos nossos
dias.
Para trás de Coimbra começavam as montanhas difíceis de ultrapassar para
todos, até para o Rio que a partir daí adquiria um temperamento diferente, mais
selvagem e difícil de ser navegado. Este ensaio propõe-se proporcionar aos seus
leitores um roteiro leve que estabeleça a ligação entre as pedras que até nós
chegaram e as pessoas concretas com elas relacionadas, entre os séculos XII e
XIV, isto é, desde D. Afonso Henriques até à realização das Cortes de Coimbra
em 1385. Foi a época da COIMBRA, CIDADE RÉGIA.
A primeira pedra
de Santa Cruz foi lançada em 28 de Junho de 1131 por Telo e João Peculiar com o
apoio expresso e grande protecção de D. Afonso I, tendo o seu primeiro prior
sido Teotónio. Conta-se que o primeiro rei deu os “banhos régios” às portas de
Coimbra àqueles monges viajados e de excepcional cultura em troca de uma
célebre e magnífica sela de montar que Telo havia comprado anos antes em
Montpellier. A importância religiosa e cultural de Santa Cruz ficou desde o
início marcada pela amizade entre o seu prior S. Teotónio e S. Bernardo de
Claraval. Como prova dessa amizade e consideração, S. Bernardo enviou mesmo o
seu báculo a S. Teotónio, o qual está guardado no Museu Machado de Castro.
O
Mosteiro de Santa Cruz seria, durante séculos, escola de uma importância
extraordinária, não só para os frades, mas também para a sociedade civil e os
nobres que lá estudavam. Numa feliz e rara continuidade histórica, Santa Cruz é
repositório dos restos mortais de D. Afonso Henriques. Na mesma capela, em
Santa Cruz, descansam os restos mortais de D. Sancho I nascido em Coimbra em
Novembro de 1154.
(continua na próxima
semana)Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 9 de Março de 2020
domingo, 8 de março de 2020
Relação de Lisboa
Se bem me lembro, o Juiz Carlos Alexandre foi alvo de inquérito por ter manifestado dúvidas relativamente à distribuição de processos em tribunais superiores. Com o que agora se vai sabendo nessa matéria na Relação de Lisboa, ninguém lhe pede desculpa?
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