Cavaco Silva demonstrou que pode haver diferença fundamental relativamente à falta de rigor e de carácter que domina a nossa vida política há demasiados anos. Claro que o facto de todos os deputados da AR, incluindo os do PSD terem aprovado aquela barbaridade jurídica ajuda à manifestação de independência de Cavaco.
Mesmo assim, hoje pela primeira vez na vida, senti-me cavaquista.
Haja Deus.
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
quinta-feira, 31 de julho de 2008
quarta-feira, 30 de julho de 2008
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 29 de julho de 2008
REGRESSO AOS CLASSICOS
Concerto nº5 de Beethoven (Imperador) tocado por Maurizio Pollini com a Filarmónica de Viena dirigida por Karl Bohm.
PONTE RAINHA SANTA ISABEL
Vinda do nada, apareceu a necessidade de responsabilizar alguém pelo atraso e pelo brutal valor de trabalhos a mais ocorridos aquando da construção da Ponte Rainha Santa Isabel inaugurada há quatro anos.
Assim de repente ocorrem-me dois ou três nomes óbvios, mas vamos aguardar no que isto vai dar.
Dois ou três aspectos são para já óbvios.
Em primeiro lugar já apareceu quem "lembrasse" que Manuela Ferreira Leite produziu o decreto que autorizou a ultrapassagem dos valores legais para trabalhos a mais existentes à altura. Como a ponte tinha que ser feita antes do Euro e os problemas foram herdados pelo governo de Durão Barroso, é um pouco como querer matar o mensageiro das más notícias.
Em segundo lugar, é no mínimo curioso que o projectista da ponte de Coimbra tenha agora sido novamente escolhido para projectista de uma ponte de grande relevância como é a terceira travessia de Lisboa, sendo conveniente limpar a sua imagem gravemente lesada com os problemas do projecto da Ponte Rainha Santa Isabel e talvez encontrar um bode expiatório conveniente, talvez mesmo a empresa construtora que até já não é portuguesa e cujo negócio nesta coisa são números.
Depois, vai entrar em vigor dentro de dias a nova legislação de contratação de obras públicas e serviços que permite apenas 5% de trabalhos a mais (no balanço de trabalhos a mais e a menos, sem referir se da mesma espécie), mas que curiosamente, ou talvez não, pode ir até 50% na soma de trabalhos a mais e erros e omissões.
Vamos ver em que dão os jogos de espelhos que nos vão ser oferecidos com esta questão e que ninguém nos tente tomar por parvos.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
NOITES BRANCAS EM COIMBRA
Já por diversas vezes aqui abordei a problemática do comércio dito tradicional, que exerce a sua actividade no centro da Cidade, a chamada Baixa de Coimbra.
É frequentemente apresentado o contraponto com o comércio dos centros comerciais, sendo certo que um e outro tipo de comércio tem vantagens e inconvenientes para os compradores que são, ao fim e ao cabo, quem decide a escolha dos locais das suas compras.
Uma das desvantagens comparativas do comércio de rua é o seu horário de abertura. Outras são as acessibilidades nomeadamente o estacionamento, a animação e ainda o chamado “mix” de oferta comercial.
Com o objectivo de demonstrar que é possível diminuir ou mesmo eliminar estas desvantagens, a APBC (Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra) organizou mais uma vez aquilo a que chamou “Noite Branca” na última sexta-feira do passado mês de Junho, naquela que foi já a terceira edição da iniciativa. A “Noite Branca” consistiu numa alteração dos horários dos estabelecimentos comerciais aderentes que tiveram as suas portas abertas entre as 21 e as 24 horas. Em simultâneo, houve animação de rua que não esteve circunscrita a locais fixos, antes percorreu as ruas principais da Baixa. A animação de rua abrangeu diversos tipos de actividades culturais com actuações de grupos de fados, grupos de folclore, teatro de rua, danças de rua, grupo de jazz e um quarteto de flautas do Conservatório de Música de Coimbra.
Largas dezenas de lojas aderiram à iniciativa, um pouco por toda a Baixa. Os visitantes contaram-se por milhares. As lojas aderentes, na sua maioria, reconheceram que as vendas foram excelentes nessa noite, traduzindo-se a iniciativa num sucesso do ponto de vista comercial. Uma das áreas comerciais que mais beneficiou foi a restauração da Baixa que serviu muito mais jantares do que é habitual. Este aspecto aliás, não deverá ser esquecido em futuras edições de “Noites Brancas” que poderiam e deveriam ser mais frequentes.
Ficou provado que o comércio tradicional pode ter futuro, desde que consiga ultrapassar algumas limitações próprias e desvantagens artificiais que muitas vezes lhe são impostas, por vezes com as melhores intenções, como as limitações de acessibilidades. Provou-se ainda que o associativismo dos comerciantes é crucial para ultrapassar algumas dificuldades pontuais.
Mas se uma “Noite Branca” pode mostrar o caminho, não resolve os problemas existentes, sendo necessário e urgente encarar questões como a flexibilização dos horários de segunda-feira a sábado, a capacidade de atrair e manter formas de animação com carácter de permanência, ampliar os acordos já existentes com os parques de estacionamento da Baixa, dar a conhecer melhor os transportes públicos que já hoje servem o “canal” e, eventualmente, estudar e aumentar as zonas com acesso a táxis.
Apesar de tudo isto, esta “Noite Branca” foi realmente um sucesso, estando de parabéns os organizadores, designadamente a “Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra” que, com grande esforço conseguiram ultrapassar algumas grandes dificuldades (que as houve) e mostrar à Cidade e aos comerciantes da Baixa um caminho de sucesso que é possível trilhar.
Publicado no Diário de Coimbra em 28 de Julho de 2008
domingo, 27 de julho de 2008
SÁ CARNEIRO E A ÂNSIA DE CHEGAR AO PODER
Sérvulo Correia é um distinto jurista, advogado de sucesso e Professor Universitário de Direito de Lisboa, a quem o jornal Sol resolveu dedicar a entrevista de fundo da revista Tabu deste fim-de-semana.
Sendo um figura pública de grande merecimento nacional, percebe-se a oportunidade da entrevista, a qual tem aliás o subtítulo de "advogado do regime".
Sucede porém que na entrevista são abordados determinados aspectos relacionados com a fugaz passagem de Sérvulo Correia pela política que são muito interessantes e fazem mesmo pensar sobre o actual estado do país e, em particular, do PSD.
Recorde-se que Sérvulo Correia foi militante do então PPD desde a primeira hora, tendo abandonado o partido aquando da famosa debandada das famosas "opções inadiáveis" ocorrida em 1978 antes da formação da AD, acontecimento que deixou marcas ainda hoje detectáveis no PSD. Nessa altura 42 deputados eleitos pelo PSD abandonaram o partido, , em choque com o líder do partido Sá Carneiro, sem largarem os seus lugares na Assembleia da República. Boa parte deles vieram a integrar a ASDI, transitando posteriormente para o PS, o que aliás não aconteceu com Sérvulo Correia.
Segundo Sérvulo Correia, enquanto "Sá Carneiro tinha ânsia de chegar ao poder, nós queríamos uma oposição responsável".
E aqui bate o ponto desta entrevista. De facto, Sá Carneiro era visto como irresponsável por muito boa gente que se queria dar bem com o PS e com o PSD , porque queria a todo o custo acabar com a nefasta influência dos militares e colocar Portugal na senda das democracias ocidentais não tuteladas com a maior rapidez possível. Teve que se confrontar na altura com metade do próprio PSD, com os militares e com o próprio Presidente da República de então, Ramalho Eanes.
A análise do que se passou desde então leva Sérvulo Correia a concluir que o tempo lhe deu razão. Eu só posso concluir exactamente o contrário.
No início dos anos oitenta Portugal poderia ter dado o salto, mas acabou por perder tempo e energias que ainda hoje andamos todos a pagar, tais foram os excessos do gonçalvismo, rumo ao socialismo.
Cabe-nos recordar a memória de Sá Carneiro e não aceitar o cinzentismo das "opções inadiáveis" que por aí ainda perduram com outros nomes e que ajudam a impedir que a política seja uma actividade nobre de assumpção clara de alternativas para o doce deslizar para a bancarrota a que todos assistimos.
Sendo um figura pública de grande merecimento nacional, percebe-se a oportunidade da entrevista, a qual tem aliás o subtítulo de "advogado do regime".
Sucede porém que na entrevista são abordados determinados aspectos relacionados com a fugaz passagem de Sérvulo Correia pela política que são muito interessantes e fazem mesmo pensar sobre o actual estado do país e, em particular, do PSD.
Recorde-se que Sérvulo Correia foi militante do então PPD desde a primeira hora, tendo abandonado o partido aquando da famosa debandada das famosas "opções inadiáveis" ocorrida em 1978 antes da formação da AD, acontecimento que deixou marcas ainda hoje detectáveis no PSD. Nessa altura 42 deputados eleitos pelo PSD abandonaram o partido, , em choque com o líder do partido Sá Carneiro, sem largarem os seus lugares na Assembleia da República. Boa parte deles vieram a integrar a ASDI, transitando posteriormente para o PS, o que aliás não aconteceu com Sérvulo Correia.
Segundo Sérvulo Correia, enquanto "Sá Carneiro tinha ânsia de chegar ao poder, nós queríamos uma oposição responsável".
E aqui bate o ponto desta entrevista. De facto, Sá Carneiro era visto como irresponsável por muito boa gente que se queria dar bem com o PS e com o PSD , porque queria a todo o custo acabar com a nefasta influência dos militares e colocar Portugal na senda das democracias ocidentais não tuteladas com a maior rapidez possível. Teve que se confrontar na altura com metade do próprio PSD, com os militares e com o próprio Presidente da República de então, Ramalho Eanes.
A análise do que se passou desde então leva Sérvulo Correia a concluir que o tempo lhe deu razão. Eu só posso concluir exactamente o contrário.
No início dos anos oitenta Portugal poderia ter dado o salto, mas acabou por perder tempo e energias que ainda hoje andamos todos a pagar, tais foram os excessos do gonçalvismo, rumo ao socialismo.
Cabe-nos recordar a memória de Sá Carneiro e não aceitar o cinzentismo das "opções inadiáveis" que por aí ainda perduram com outros nomes e que ajudam a impedir que a política seja uma actividade nobre de assumpção clara de alternativas para o doce deslizar para a bancarrota a que todos assistimos.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
ÉDEN
Segundo a revista Sábado, vai ser construída na Austrália uma aldeia para homossexuais que se chamará éden e que custará 26 milhões de euros.
Disporá de 120 apartamentos, campos de ténis, teatro, piscina, spa, ginásio, café, restaurante e centro de negócios.
Não se menciona maternidade, mas se calhar não é necessária...
Disporá de 120 apartamentos, campos de ténis, teatro, piscina, spa, ginásio, café, restaurante e centro de negócios.
Não se menciona maternidade, mas se calhar não é necessária...
terça-feira, 22 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
ACAMPAR EM COIMBRA
Coimbra tem um novo Parque de Campismo a funcionar desde 2005. Claro que um parque de campismo se destina fundamentalmente a visitantes, pelo que a população da cidade pouco se apercebe da sua existência, a não ser quando passa nas suas proximidades.
Neste último caso, apercebe-se, e bem, pelas grandes dimensões do parque, que ocupa uma área com mais de 7 hectares.
Antes de falar sobre o sucesso actual do Parque de Campismo de Coimbra, convém recordar algo da sua história.
O terreno em que se encontra implantado foi adquirido pela Autarquia para esse mesmo efeito no início da década de oitenta, portanto há bem mais de vinte anos. Por vicissitudes várias, a Autarquia nunca encontrou processo de o construir, o que só veio a ser conseguido, através da sua integração nas contrapartidas do concurso internacional do Eurostadium. Recordam-se ainda as fraquíssimas condições do pequeno parque de campismo que existia ao lado do antigo Estádio Municipal, antes das obras de remodelação e ampliação a que foi submetido. Essas condições originavam todos os anos queixas e mais queixas dos campistas que nos visitavam.
Em contraponto, o actual Parque de Campismo de 4 estrelas tem excelentes condições para albergar com todo o conforto 750 pessoas, entre utentes de tendas, caravanas e bungalows. Dispõe de balneários e instalações sanitárias confortáveis e mais que suficientes, a par de áreas para confecção de refeições e de lavagem de louça e roupa. Para garantir a melhor qualidade dos seus serviços, o parque emprega 35 funcionários a tempo inteiro. Dentro da área do parque, foram plantadas mais de 1500 árvores que começam agora a proporcionar um ambiente mais acolhedor.
Tudo isto tem provocado uma procura do parque, que tem vindo a crescer de forma continuada, com 16 000 dormidas em 2007, prevendo-se para este ano 22 000. Curiosamente, para além dos utentes holandeses e alemães que tradicionalmente utilizam muito o campismo, tem surgido uma maioria de italianos e muitos franceses que assim visitam a nossa cidade, e que, de outra forma, passariam ao nosso lado.
Mas, para além dos turistas que o utilizam, o actual e dinâmico concessionário do parque, escolhido por concurso público, decidiu abri-lo aos habitantes de Coimbra. É assim que qualquer pessoa pode utilizar diversas infraestruturas e equipamentos de que dispõe, colmatando mesmo algumas carências da zona em que encontra implantado. Refiram-se as piscinas exteriores, das quais uma para crianças, o restaurante, o parque infantil, o ginásio, o mini-golfe federado e o circuito de manutenção.
O sucesso do novo parque de campismo significa que Coimbra conseguiu, de forma imaginativa e consequente, ultrapassar uma falha grave que durava há décadas, numa área crucial para o Turismo.
Publicado no Diário de Coimbra em 21 de Julho de 2008
COIMBRA-COLINA DE CAMÕES
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