sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Fundo ambiental

Alguns destinos de verbas do Fundo Ambiental (ambiental, dizem eles):


- Transferência de 10 500 000 (euro), do Fundo Ambiental para o Metropolitano de Lisboa, E. P. E., para financiamento da aquisição de material circulante e do sistema de sinalização.
- Transferência, até ao limite de 3 800 000 (euro), do Fundo Ambiental para a Metro do Porto, S. A., para financiamento da aquisição de material circulante.
- Transferência, até ao limite de 781 053 (euro), do Fundo Ambiental para a Transtejo, S. A., para financiamento do Projeto de Renovação da Frota da Transtejo.
- Transferência de receitas do Fundo Ambiental, até ao limite de 15 764 200 (euro), do Fundo Ambiental, para financiamento do Projeto de Expansão da Rede do Metropolitano de Lisboa, E. P. E.
- Transferência de receitas do Fundo Ambiental, até ao limite de 24 248 400 (euro), do Fundo Ambiental, para financiamento do Projeto de Expansão da Rede da Metro do Porto, S. A.

Nem é preciso comentar.Já agora, não se arranjam uns euros para o metro de Coimbra, ou seja lá o que querem fazer? É que mesmo para os tais autocarros eléctricos - Metrobus ainda faltam uns 50 milhões de euros, além dos fundos europeus.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O FUTURO É HOJE




Se nos é vedado conhecer o futuro, pela simples razão de que ainda não existe, é nossa obrigação de cidadania observar com atenção o que se passa hoje à nossa volta, bem como conhecer o passado o mais aprofundadamente possível Tudo isto com o fim entender as razões do que acontece e tentar que o presente dos nossos vindouros venha a ser o melhor possível. A China tem crescido a níveis que se julgam insustentáveis sob uma perspectiva de pura economia de mercado Sucede que a China é um país governado com mão de ferro por um partido Comunista em que o presidente tem um mandato vitalício, pelo que o seu capitalismo é falso, usando as ferramentas desse sistema para melhor dominar a economia mundial, através de compras sucessivas de sectores vitais de diversos países que necessitam do seu capital como de pão para a boca, assim chocando o ovo da serpente. A federação Russa continua a crescer lentamente com um sistema oligárquico totalmente dependente do Kremlin, recuperando paulatinamente a capacidade militar com que os impérios russos sempre se afirmaram, independentemente dos sistemas em vigor a cada momento Putin informou o mundo, há poucos dias, que a Rússia possui um novo sistema de mísseis invencível, dado que as armas atingem velocidades vinte vezes superiores à do som. Donald Trump prossegue a sua política anunciada de desconstrução da ordem económica mundial, mostrando-se completamente nas tintas quanto ao funcionamento dos equilíbrios económicos, políticos e militares internacionais construídos ao longo de décadas Internamente, a política é substituída pelos negócios que tudo justificam, desde as mentiras ao desrespeito pelas chefias militares e mesmo desmontagem dos célebres poderes e contra-poderes criados pelos “pais fundadores”. O Reino Unido, por sua inteira responsabilidade, encontra-se perante os maiores desafios da sua História, cabendo-lhe decidir sobre uma saída sem acordo da União Europeia, um acordo que nenhum britânico defende de cara lavada, ou um segundo refendo que atiraria para o lixo uma decisão soberana do povo O desmembramento do Reino Unido está à vista, não só com uma possível unificação da Irlanda, como por uma declaração unilateral de independência pela Escócia. O Japão decidiu voltar a caçar baleias com fins comerciais, juntando-se à Noruega e à Islândia, esses faróis nórdicos de desenvolvimento humanista e preocupações ecologistas. Também os descendentes dos Vikings, os dinamarqueses normalmente apontados como ultra-civilizados, decidiram que não havia melhor maneira de instalar os imigrantes indesejados que lá chegam do que mandá-los todos para uma ilha remota. A destruição sistemática do “estado social” que está a ser levada a cabo entre nós, incluindo o “buraco negro” do investimento público seja em obra nova seja em manutenção, não motiva a mínima reacção de todos os que viam na “austeridade da troika” a implantação do neo-liberalismo, quiçá do próprio fascismo A única coisa que parece mexer em Portugal é a manifestação das corporações ligadas à administração pública, ditas sindicais, Isto num país em que os funcionários públicos trabalham menos 20 horas por mês do que os restantes trabalhadores, têm segurança de emprego e ainda vão ter um ordenado mínimo de 635 euros, enquanto o dos outros é de 600 euros E “no pasa nada” A geringonça já acabou sem festa, com os partidos apoiantes na AR a agirem como cônjuges enganados e sendo interessante observar o “pas de deux” que Costa e Rio ensaiam enquanto se espera calmamente pelas eleições do novo ano que amanhã começa, que esta história de fazer oposição a sério dá muito trabalho e muitas dores de cabeça O processo Marquês aproxima-se rapidamente de um ponto sem regresso, o juiz “calhou-me a mim” só o foi à quarta tentativa do computador e até já começaram a perder-se elementos processuais nas profundidades do Citius Quem teve a paciência de ler esta crónica até aqui deverá estar a pensar que o autor, talvez devido ao facto de “cronicar” neste jornal semanalmente sem interrupções desde há 13 anos, se “passou dos carretos” e tal até poderá ser possível mas, na realidade, a aparente falta de rumo reflecte apenas o desejo de espelhar com alguma fidelidade o caos generalizado dos nossos tempos.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 31 de Dezembro de 2018

Elgar, Pompa e Circunstância nº 1



Para ajudar a receber 2019 com pompa e circunstância, já que 2018 foi para esquecer

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Técnicos incómodos



No meio da torrente impetuosa de notícias das últimas semanas, uma houve que viu a luz do dia para logo desparecer na penumbra da actualidade e, provavelmente, não deveria. Foi conhecido que a CP decidiu prolongar o prazo de circulação das automotoras, de 1,7 milhões de quilómetros para 2 milhões de quilómetros. Isto é, as composições podem circular mais 300.000 quilómetros sem que os seus rodados sejam sujeitos a uma vistoria que, no caso de se verificar a necessidade da sua substituição, obrigariam a uma paragem que pode durar meses. “Mal acomparado”, como se costuma dizer, seria como autorizar os automobilistas a circular nas estradas com os pneus mais gastos do que a lei permite.
A CP coloca assim a poupança no prato de uma balança e os riscos de falta de segurança na outra, deixando que o prato da primeira suba além do da segurança. Claro que a empresa pública de transporte ferroviário argumenta que não está a colocar em causa a segurança dos passageiros, apresentando daqueles estudos técnicos que sempre aparecem nestas situações. O que toda a gente percebe é que os prazos para as manutenções têm sempre tolerâncias maiores ou menores definidas pelos fabricantes e o que a CPO está a fazer é cortar valentemente nessas tolerâncias não havendo, para quem está de fora, maneira de confirmar que não são ultrapassadas.
Contudo uma segunda notícia, que surgiu praticamente ao mesmo tempo que aquela, veio introduzir uma segunda componente à mesma questão, levantando sérias dúvidas sobre a correcção técnica da decisão da CP. Segundo os jornais, o director de material circulante da CP não concordou com a decisão de prolongamento do ciclo de manutenção dos rodados daquelas composições. O técnico, por o ser, sabe bem que tal decisão pode colocar em causa a segurança dos passageiros e como, no caso de acidente, recairia sobre si parte da responsabilidade.

Esta notícia viria a ser completada com o conhecimento do despedimento desse técnico pela CP no início deste mês. A empresa pública veio negar qualquer ligação entre as duas situações, justificando-se com “a não verificação de condições objetivas para o exercício da função” por parte do ex-director, como se um técnico, numa empresa com o grau de tecnicidade da CP, chegasse a director sem que aquele pressuposto se verificasse. Claro que as “condições objectivas” podem muito ser aquelas que todos estamos a imaginar.
As limitações de funcionamento da CP estão à vista de todos há muitos meses, sendo consequência de uma “austeridade” governamental que cortou violentamente nos investimentos públicos. A paragem sem substituição, durante meses, destas automotoras utilizadas nas ligações entre Lisboa e Tomar, na ligação entre Coimbra e a Figueira da Foz e ainda na ligação a Évora iria aumentar o grau de insatisfação dos utentes, situação muito inconveniente, principalmente em ano de eleições.
Mas o que mais motivou esta crónica foi o despedimento do técnico que levantou a voz, em nome da segurança dos passageiros. Felizmente, vivemos em democracia, senão as consequências para o técnico poderiam ser outras. Seria, por exemplo, o sucedido a técnicos semelhantes na União Soviética nos anos 30 do século passado, como Alexandre Soljenitsine descreveu no seu “Arquipélago de Gulag”. Os dirigentes comunistas precisavam de fazer circular os comboios permanentemente para cumprir as quotas de produção definidas pelo partido. Assim, quando os engenheiros informaram que era preciso parar os comboios durante algum tempo para tratar dos rodados, foram acusados de pertencerem a um partido reaccionário, o partido dos técnicos, e lá foram também vítimas de mais um daqueles processos kafkianos à boa maneira soviética, engrossando os milhões de fuzilados ou remetidos para os campos de trabalho forçado na Sibéria.
Os tempos são outros, as circunstâncias também, mas há algo que se mantém: a propensão de políticos para adaptar artificialmente a realidade aos seus interesses imediatos, ainda que à custa da segurança dos cidadãos. E pior, a capacidade de perseguir quem levante algum obstáculo à prossecução dos seus fins. Os regimes podem ser democráticos mas as atitudes das pessoas, ainda que com elevadas responsabilidades, mostram como é difícil respeitar quem faz o seu trabalho de maneira séria e responsável, deixando à imaginação como se portariam em sistemas de poder absoluto como o descrito pelo inesquecível Nobel da Literatura de 1970.

 Publicado no Diário de Coimbra em 24 de Dezembro de 2018

sábado, 22 de dezembro de 2018

Cidade Capital Europeia da Cultura

A quem interessar, dado ainda haver quem sugira que várias cidades da zona centro fundam as suas candidaturas numa só:
Ponto 12 do Regulamento da DECISÃO N.o 445/2014/UE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 16 de abril de 2014 que cria uma ação da União de apoio às Capitais Europeias da Cultura para os anos de 2020 a 2033 e que revoga a Decisão n.o 1622/2006/CE:
O título deverá continuar a ser reservado às cidades, independentemente da sua dimensão, mas para chegar a um público mais vasto e amplificar as suas repercussões, também deverá ser possível, tal como anteriormente, que as cidades em causa incluam a sua zona envolvente.

Pelo Artigo 3. - Acesso à ação 1. O concurso para o título está aberto apenas às cidades, podendo estas incluir a sua zona envolvente.

Pelo Artigo 4. -  Aplicação 1.A Comissão elabora um formulário de candidatura comum baseado nos critérios estabelecidos no artigo 5.o que deve ser utilizado por todas as cidades candidatas. Caso uma cidade candidata inclua a sua zona envolvente, a candidatura deve ser apresentada em nome dessa cidade.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

SOLSTÍCIO DE INVERNO

Hoje é o dia mais curto e a noite mais longa do ano, aqui no hemisfério Norte. O solstício ocorre às 22h23m.


Portugal, hoje

Poucas imagens ilustrarão com tanto rigor o Portugal que somos hoje.
(foto da capa do CM)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Ministros mentirosos

 

Adalberto Fernandes: Gente sem ponta de vergonha na cara. Há poucos meses o ministro da Finanças dizia, ao lado dele, que os problemas do SNS eram apenas de gestão. E Adalberto concordava, abanando a cabeça  dizendo que eram todos Centeno. Basicamente aceitava que o colega ministro lhe chamasse incompetente na cara, à frente de toda a gente. Agora, depois de sair de ministro, resolve abrir a boca e desmontar a impressionante mentira que anda a desfazer o SNS com esta geringonça, em que ele foi peça participante durante 3 anos. E, de caminho, reconhece que foi um governante mentiroso, o que é notável de descaramento e falta de respeito pelo povo.