segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Observar a realidade


É com os nossos olhos que observamos a realidade que nos rodeia. Por observar entendo o que podemos ver, mas também o que sentimos que resulta da nossa mundividência e da capacidade de sentir que acrescentamos durante a vida à nossa própria maneira de ser. Como dizia Ortega Y Gasset, nós somos nós e a nossa circunstância.

Fruto do que assim vejo surgem estas crónicas semanais que o Diário de Coimbra “generosamente acolhe nas suas páginas” desde há mais de 17 anos. E há muito para observar. A começar pela política, quer a nível nacional, quer mais local ou regional, que a política praticamente tudo determina na nossa vida, principalmente ao vivermos em Democracia em que, não só temos o direito, mas também o dever de participar na vida colectiva o que não se resume a ir depositar o voto na urna aquando das eleições. Infelizmente, nos últimos vinte e tal anos a política não tem sido muito eficaz ou mesmo competente no nosso país e disso se ressente a economia e os bolsos dos portugueses, fundamentalmente em comparação com os nossos parceiros da comunidade europeia. Isto, enquanto despeja em Portugal milhões de euros por dia, todos os dias.

Mas há muito mais para observar à nossa volta. A Cultura faz parte da nossa vida, quer participando em associações culturais, quer assistindo a concertos do mais diverso tipo ou peças de teatro, quer indo a exposições e fazendo visitas a museus ou participando em colóquios. Poucos de nós somos artistas, mas todos podemos apreciar o resultado do trabalho dos que o são, tendo a consciência de que a Arte nos eleva o espírito pela observação do Belo, mas que a Arte anda também normalmente à frente da realização humana, abrindo novos caminhos e iluminando novas perspectivas. Ler livros, muitos! jornais e revistas é imprescindível para conhecer e compreender o outro na sua infinita variedade.

A informação chega-nos hoje muito pela internet, pela pesquisa com motores de busca que nos colocam instantaneamente disponível praticamente tudo o que queremos saber, tendo acabado com as enciclopédias em papel tornadas inúteis pela impraticabilidade da sua actualização, tal é a velocidade de transformação do mundo actual. Mas nem tudo o que se lê na internet é verdade e todos os cuidados com isso são poucos. Em particular, as redes sociais são veículo privilegiado para a disseminação de informação falsa, sendo necessário conferir a adesão à realidade de tudo aquilo que nos aparece no computador. A metodologia utilizada pelas redes sociais, os chamados algoritmos, deve também ser tida em conta já que a utilização dos chamados amigos ou seguidores tende a afunilar pelos interesses comuns, impedindo a livre discussão e o conhecimento de diferentes opiniões. Daí até ao extremismo do “eles e nós” vai um pequeno passo que muitos de nós damos sem dar conta disso.


Mas a internet oferece-nos ainda a possibilidade de nos actualizarmos a nível científico, pelo menos naquele mínimo que todos nós devemos conhecer para entendermos o mundo actual e como podemos prever que será no futuro próximo.

A economia invadiu a nossa vida de uma forma impensável ainda há poucos anos. O funcionamento do sistema bancário, as relações entre os diversos aspectos da economia, designadamente entre as forças produtivas agrícolas e industriais e a comercialização dos produtos produzidos num mundo globalizado exigem de todos nós um conhecimento mínimo que é muito mais aprofundado do que era o de muitos especialistas na matéria ainda há poucas dezenas de anos.

Todas estas áreas, de uma forma ou outra, têm sido objecto de atenção nestas 895 crónicas publicadas ao longo destes anos. A razão da escolha de tantos e tão variados temas deverá ser agora mais clara, não tendo nada a ver com aquilo a que muitos chamam ser «tudólogo», já que as opiniões apresentadas são justificadas e nunca assumem a forma de posição de certeza definitiva. Os leitores mais atentos ou dedicados detectarão certamente alguma evolução no pensamento do autor destas linhas ao longo do tempo. Penso que tal é compreensível já que, como diz o nosso povo na sua sabedoria, só os burros não mudam de opinião. Penso que o mais importante num cronista é ter respeito, em primeiro lugar pelos leitores que nunca deverá tentar manipular ou mesmo enganar, e depois pela sua própria consciência. No que me diz respeito, penso que a independência perante partidos, igrejas ou outras comunidades tem sido uma constante, certamente com uma evolução no sentido de se tornar cada vez mais forte.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 9 de Janeiro 2023

Imagens retiradas da internet 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Começar (muito) bem o ano e acabar (muito) mal

 


António Costa começou o ano de 2002 com uma vitória eleitoral que lhe proporcionou uma maioria absoluta no parlamento. E começou por declarar que «maioria absoluta não é igual a poder absoluto». Frase que marca um início se uma legislatura, tal como a de António Guterres, ao afirmar anos antes, em aviso ao Partido Socialista após vencer as eleições legislativas: «no jobs for the boys». Frases fortes ditadas por um optimismo excessivo dos líderes que as pronunciaram ou apenas uma forma de tentar construir uma narrativa disruptiva da realidade de todos conhecida. De qualquer forma, todos sabemos no que deu a governação de Guterres no que respeita ao aspecto a que ele se referia, certamente consequência da sua notória dificuldade em dizer não seja a quem for. É certo que as idiossincrasias pessoais se reflectem normalmente na actividade de toda a gente, mas não convém muito que tal facto tenha consequências negativas a nível da governação de um país.

Já a afirmação de António Costa acaba de ter a demonstração da sua importância, mas desta vez pelo absurdo. A sensação de poder absoluto exercido pelo seu governo é cada vez mais generalizada, tendo atingido o pico com esta história da indemnização paga a uma administradora da TAP aquando da sua saída da companhia aérea nos primeiros meses de 2022e do que se lhe seguiu: ida para presidente da NAV e saída desta para secretária de Estado do Tesouro, no Ministério das Finanças. Contextualizando, a TAP que tinha sido privatizada pelo governo Passos Coelho foi de novo nacionalizada pelo governo de Costa conhecido por Geringonça. Passou, portanto, a pertencer ao sector público empresarial, aplicando-se-lhe as regras de gestão inerentes. Dado que essas regras impedem a contratação de gestores a nível internacional pelos valores máximos legalmente definidos, o governo decidiu isentar a companhia aérea do cumprimento dessas normas, contratando uma gestora estrangeira por um valor extraordinário para uma empresa pública portuguesa. Manteve, contudo, a maior parte das regras do sector público, designadamente no que toca a despedimentos e cumprimento de deveres perante as tutelas do Estado, no caso os ministérios das Infraestruturas e Finanças. Perante a incompatibilidade entre a presidente e a administradora Alexandra Reis, esta foi afastada com uma indemnização de meio milhão de euros em Fevereiro de 2022. 


Depois disso foi nomeada pelo Governo e mesmas tutelas da TAP para a NAV Portugal, empresa pública que gere o tráfego aéreo em Portugal, tendo o respectivo pedido de parecer à CRESAP entrado logo no início de Abril. Alexandra Reis passou a presidir à NAV em Julho, mas por pouco tempo. Logo em 2 de Dezembro tomou posse como sec. de Estado do Tesouro. Mas o montante da indemnização era uma autêntica mina terrestre no caminho do governo. E quando a imprensa noticiou o caso a mina explodiu e levou pelos ares a sec de Estado do Tesouro e também o sec. de Estado e o poderoso ministro das Infraestruturas quando se soube que esse ministério tinha tido conhecimento do acordo de saída da antiga administradora da TAP.

Todo este processo, desde o funcionamento da gestão da TAP à saída da administradora, sua ida para a NAV e posterior cargo governamental até às evidentes guerras políticas ministeriais, passando pelo secretismo de tudo o que já se conhece e do que ainda apenas se adivinha é indiciador de um «quero, posso e mando» governamental. Que é o tal poder absoluto que Costa garantia em Março não ir existir.

Acresce que esta última saída do governo é a 11ª desde que tomou posse em Março último, numa sucessão impressionante de casos lamentáveis. O último, antes deste de Alexandra Reis, tinha sido protagonizado pelo anterior sec. de Estado adjunto do próprio António Costa, antigo presidente da Câmara de Caminha onde procedeu a adjudicações inacreditáveis.


O ex-ministro Pedro Nuno Santos justificou a sua saída por assumir a responsabilidade política «face à perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno deste caso». O problema assumido foi mesmo a percepção pública do caso e não o caso em si. Está tudo dito, para quem quiser entender.

António Costa que, três dias depois destas demissões ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto, pode ter começado o ano de 2022 da melhor maneira, mas não poderia terminá-lo de pior maneira tendo, ainda por cima, sido desmentido pela realidade nas suas promessas.


Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 2 de Janeiro 2023
Imagens retiradas da internet

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Paz para a Europa

Não é possível despedirmo-nos do ano 2022 esquecendo-nos do horror que se passa de novo num país da Europa, horror provocado por opções tomadas por pessoas como nós. Pessoas que respiram o mesmo ar que nós, que nasceram como todos nós, tal como brincaram em crianças como todos nós. Namoraram, casaram, foram pais e mesmo avós, usam as mesmas roupas que nós, andam em carros semelhantes, têm telemóveis e usam redes sociais como todos nós. E, no entanto…

E no entanto, levaram a guerra, a morte e o sofrimento sem limites a pessoas inteiramente semelhantes num país vizinho e historicamente irmão.

Não é ainda possível prever quando e como acabará a invasão da Ucrânia pela Federação Russa, mas o que se passou nos últimos dez meses é já suficientemente grave e revoltante para que se aceite sem que nos indignemos com a invasão propriamente dita, mas também com a reacção (ou falta dela) de boa parte do mundo.

O presidente ru
sso Putin justificou a guerra que levou à Ucrânia, na sequência aliás das ocupações de território ucraniano levadas a cabo em 2014, com argumentos que fazem lembrar irresistivelmente os que Hitler utilizou para invadir a Checoslováquia e a Áustria em 1938. A defesa alemã do conceito de «espaço vital» e as referências de cariz étnico encontram paralelismos evidentes nas justificações de Putin e são, obviamente, completamente inaceitáveis. Claro que o expansionismo russo para ocidente justificado com as adesões à NATO de países em tempos pertencentes ao Pacto de Varsóvia teve como consequência a adesão de novos países à aliança militar defensiva ocidental, incluindo os bálticos, por puro medo das botas cardadas russas. E essa foi a primeira e enorme derrota de Putin.

Mas desde Fevereiro que os ucranianos resistem heroicamente à ferocidade do ataque russo, no que é já outra semi-derrota da Rússia que contava conquistar a Ucrânia e colocar um governo fantoche em Kiev num prazo máximo de dois ou três meses. Bem pode Putin queixar-se pateticamente de que a Rússia está a ser atacada pelo Ocidente e pela NATO, que toda a gente vê que só há combates em território ucraniano. E, se a Ucrânia resiste graças ao apoio ocidental em dinheiro e armamento, tal é consequência da acção russa que resolveu atirar para o lixo a Carta das Nações Unidas que garante aos povos disporem de si próprios. Se a Ucrânia pretende um modo de vida do tipo ocidental e ligar-se à União Europeia e pertencer à NATO, tem pleno direito a fazê-lo por mais que isso custe ao regime de Putin que é o contrário disso.

A maior parte dos países tem-se manifestado contra a guerra na Ucrânia, curiosamente com as poucas excepções de países que ainda mantêm partidos comunistas no poder ou que têm lideranças extremistas, de esquerda e de direita. Mas, para além do apoio em armamento e dinheiro por parte dos EUA e de países europeus, as reacções contrárias à acção russa ficam-se pelas sanções económicas, que tantas vezes se assemelham a defesa de interesses próprios. Do ponto de vista diplomático, a Rússia continua a ser tratada como se nada se passasse, sem que da própria ONU surjam medidas de apoio à legislação internacional que defende direitos de países e pessoas. O que se passa em Mariupol onde a Rússia aproveita a sua ocupação militar para demolir o Teatro daquela cidade é a prova acabada de que a Humanidade está sob ataque. Para além do símbolo óbvio da destruição de património cultural, os russos estão a tentar encobrir a chacina que praticaram, dado que nas caves daquele Teatro foram mortas centenas de pessoas civis que aí tentaram refugiar-se das bombas.


Esperemos que esta guerra termine no ano que agora vai começar. Mas que seja uma paz efectiva e não apenas uma suspensão de combates, que são coisas muito diferentes. Mais cedo ou mais tarde terá que haver negociações de paz em que deverão participar a própria Rússia e os EUA, bem como a China, mas que não poderá deixar a Ucrânia de fora. Certamente, dessas negociações poderá sair o rascunho de uma nova ordem internacional. Contudo, depois dos avanços civilizacionais que se verificaram após a Segunda Guerra Mundial, há marcas que não deverão ser ultrapassadas, como a manutenção dos direitos humanos e do direito dos povos à auto-determinação, por mais que isso custe a algumas lideranças.

E não vai ser fácil. À maneira de P.S. partilho que acabei de ouvir, na mesa ao lado do restaurante, uma senhora afirmar com toda a convicção que «a Rússia, a Ucrânia e a NATO não estão interessadas na paz». A sério, parece ser boa pessoa mas acha mesmo que a Ucrânia, com a desgraça que lhe continua a cair em cima, não está interessada na paz!

Publicado originalmente no Diario de Coimbra em 26 Dezembro 2022

Imagens retiradas da internet

 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Felizmente, o Sol volta sempre com o seu calor

 


No meio de tantos dias de chuva intensa, tantas vezes acompanhada de ventos fortes e desagradáveis, na passada semana houve um pouco de Sol durante uma manhã. Durou pouco, mas foi o suficiente para aquecer as costas durante um passeio e para lembrar que, por maiores que sejam as tempestades, o Sol acaba sempre por voltar a surgir.

Aquelas horas de Sol em Dezembro tiveram o condão de puxar por pensamentos positivos, mas também de contrariar as sensações de perda e tristeza que este Outono nos trouxe.

Como é cada vez mais frequente, à medida que a idade avança, os frios deste Outono levaram pessoas de alguma forma próximas trazendo a dor da perda aos mais próximos e amigos. A guerra na Ucrânia dura já há nove meses sendo uma verdadeira desgraça para a população daquele país alvo de todo o tipo de ataques por parte da Federação Russa com milhões de deslocados, milhares de mortos e uma destruição de cidades e aldeias que a Europa não conhecia desde a Segunda Guerra Mundial. Todos os dias assistimos aos horrores daquela guerra de invasão que Putin levou e leva a um país soberano e ao sofrimento de uma população inteira.

A visita do Sol em Dezembro, mesmo que por poucas horas, tem o condão de trazer algum calor aos corações, juntando a lembrança dos que partiram à esperança para os que ficam, em especial as nossas crianças, filhos e netos. Afinal este é também o tempo do Natal a chegar, que esperamos seja não o do consumismo desenfreado, mas o da alegria do reencontro das famílias.

E o Sol esteve ainda ligado a uma boa notícia por estes dias. Como sabemos toda a energia que gastamos e que nos é essencial para vivermos tem origem na estrela do nosso sistema planetário que é precisamente o Sol. Fornalha imensa que durante os milhares de milhões de anos da sua existência permite, entre outras coisas, que a vida exista na Terra. O fenómeno natural que tal permite é a fusão nuclear de átomos de hidrogénio em hélio, os elementos que constituem o Sol na sua esmagadora maioria. Há dezenas de anos que cientistas de vários países estudam a possibilidade de reproduzir artificialmente este fenómeno que permitiria a produção de energia em tal quantidade que responderia à totalidade das necessidades da humanidade durante muitos anos. Claro que já existem reactores nucleares a produzir energia através, neste caso, de fissão nuclear de elementos pesados, mas que provoca custos ambientais enormes, dado que o «lixo» radioactivo que produzem demora dezenas de milhares de anos até ficar inactivo, a que acrescem os perigos inerentes às instalações dos reactores. 


Até agora, os estudos e experiências realizadas conseguiam de facto produzir a fusão nuclear e assim produzir energia durante breves instantes mas de forma ineficiente, isto é, o processo gastava mais energia do que produzia. A notícia sensacional da semana passada foi de que, pela primeira vez, um laboratório americano conseguiu realizar fusão nuclear num teste ainda reduzido, mas em que a energia produzida foi superior à gasta no processo. Ainda faltarão muitos anos até haver fábricas que possam produzir industrialmente electricidade a partir de fusão nuclear, mas o caminho para o sonho de fazer surgir pequenos sóis e produzir energia limpa, barata e sem restrições parece estar finalmente aberto.


O Sol com a sua energia que nos parece inesgotável, dando-nos a luz e o aquecimento que permitem a nossa existência, é apenas uma estrela no meio de milhões de outras semelhantes da nossa galáxia que não é mais do que um ponto do Universo do qual nos julgamos o centro. Que a consciência desta nossa pequenez nos ilumine para abandonarmos a inveja, o ódio e todos os nossos grandes e pequenos defeitos, aceitando as propostas de paz e amor como aquela que o menino nascido em Belém há mais de 2.000 anos nos deixou.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 19 Dezembro 2022

Imagens recolhidas na internet

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Évora, Capital Europeia da Cultura 2027

 


Évora é a cidade portuguesa escolhida para ser Capital Europeia da Cultura em 2027.

 

 

 

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Mil vezes parabéns a Évora.

No que a Coimbra respeita, bem, diz o povo que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. Começar com mentira e acabar a desconsiderar júri em vez de se pedir desculpa aos conimbricenses: foi mesmo muito mau, de princípio ao fim, opinião que já aqui expressei e justifiquei nas devidas oportunidades.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 12 de Dezembro de 2022

Imagem recolhida na internet.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A SAÚDE E COIMBRA

 


Já lá vai o tempo do saudoso slogan «Coimbra, capital da saúde». Mas que se passe para uma situação que signifique exactamente o oposto é algo que não poderá ser de maneira nenhuma aceite pela nossa Cidade. Contudo, que tal é possível e já pode mesmo ser detectado no horizonte, isso pode.

Coimbra tem um dos cinco Hospitais Centrais do país, estando os outros quatro localizados em Lisboa (dois) e no Porto (também dois). A importância do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra é absolutamente decisiva para a Cidade, bastando para isso recordar que, enquanto a Universidade de Coimbra gere um orçamento anual à volta dos 176 milhões de euros e a Câmara Municipal de cerca de 175 milhões, o CHUC tem um orçamento anual a rondar os 550 milhões. Recordo ainda que o número dos funcionários do CHUC é de cerca de 8.600, o que permite aquilatar da sua importância também na área do emprego, para além das áreas da saúde e económica.

Quase que podemos dizer que o SNS nasceu em Coimbra, dado que daqui foram para o Governo António Arnaut e Mário Mendes responsáveis pela publicação no Diário da República, em 29 de Julho de 1978, do chamado «Despacho Arnaut» que abriu o caminho para o futuro Serviço Nacional de Saúde. Na sua sequência, em 1979, a Assembleia da República viria a aprovar a Lei que criou finalmente o SNS. Claro que a publicação de uma Lei não faz só por si uma estrutura com a dimensão do SNS, pelo que a seguir foram cruciais os papéis dos responsáveis que se seguiram na área governativa da Saúde, designadamente Luís Barbosa, Paulo Mendo, Maldonado Gonelha, Leonor Beleza e Albino Aroso.


O facto de em Coimbra existir o único Hospital Central fora das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto dá à nossa Cidade um papel excepcional no SNS a nível nacional, o que tem sido correspondido com a excelência e a relevância da Medicina praticada em Coimbra ao longo dos anos, certamente devido à ligação com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Contudo, é claramente sentido pelos conimbricenses que a evolução recente do seu hospital principal não tem sido condicente com os pergaminhos históricos. Se analisarmos o que se tem passado nos últimos anos verificamos que o volume de investimento do CHUC é inferior ao registado em 2015. Esta redução é ainda mais expressiva porque, se virmos que o número de funcionários era de 7200 no mesmo ano, concluímos que o acréscimo apenas repõe o nível de serviço correspondente à passagem de 40 para 35 horas semanais. A redução no investimento torna-se, assim, ainda mais chocante, pelo que significa em termos de redução de capacidade de oferta, numa área de intensa, dispendiosa e permanente necessidade de evolução nos equipamentos.

Não fora a oferta instalada à pressa para receber os doentes de COVID durante o período agudo da pandemia e o antigo Hospital Geral (Covões) estaria praticamente esquecido num estranho abandono contrário aos objectivos que ditaram a constituição dos CHUC em 2011 no Governo Sócrates e à prática nos anos que se seguiram à fusão.

A nova maternidade anda ainda pelas promessas, quando o seu processo de construção estava praticamente pronto em finais de 2015; tal como o concurso para a construção/exploração do parque de estacionamento; tal como o alargamento da Urgência dos HUC.

Entretanto, o Governo avança uma nova gestão do SNS criando uma estrutura para a qual, pasme-se, não entrou ninguém de Coimbra, parecendo que o Porto tomou conta da situação. Se já havia anteriormente no ar a sensação de que, a nível nacional, os governos tendem a considerar o Hospital Central de Coimbra como uma excrescência difícil de compreender, já que os hospitais do Porto e de Lisboa seriam suficientes, essa sensação parece tornar-se cada vez mais real. Aliás, lembro-me bem de, num jantar/conferência realizado aqui em Coimbra, o então ministro da Saúde Correia de Campos ter afirmado que os índices habituais não justificavam um hospital central em Coimbra que, no entanto, estava cheio e que ainda por cima havia mais um hospital em Coimbra, o dos Covões, também cheio, o que era incompreensível para ele, que já tinha desistido de perceber como tal sucedia.

Ao contrário do que alguns afirmam, a expansão da oferta privada em Coimbra na área da saúde não é a origem das dificuldades e sim o contrário. É consequência da degradação da oferta do SNS que atira para o privado e para os seguros de saúde imensa gente que até há pouco só conhecia o SNS, em que confiava com inteira razão.

Coimbra deve acordar, também na saúde!

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 5 de Dezembro 2022

Imagens retiradas da internet