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jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
1º DE DEZEMBRO
Nesta data em que o 1º de Dezembro volta a ser feriado, algumas notas pessoais.
Esta data é das mais impressivas na minha memória. Quando tinha uns dez anos de idade e vivia em Oliveira do Hospital, nas faldas da Serra da Estrela, lá íamos todos marchar às nove da manhã para umas cerimónias que não recordo. O que recordo, sim, é que estava um frio de rachar e que a farda da "Mocidade Portuguesa" contemplava calções e uma camisa com as mangas dobradas pelo cotovelo. A minha Mãe, com o maior carinho, enchia tudo por baixo com a roupita mais quente que encontrava, de forma a que não se visse e amenizasse um pouco o frio.
Durante o Estado Novo o 1º de Dezembro foi sempre a data mais marcadamente celebrada e ensinada aos jovens, como a data da Restauração, por ser aquela em que corremos com os espanhóis e recuperámos a nossa independência. Essa celebração tinha um forte cunho patriótico e mesmo nacionalista, pela glorificação do povo português e menorização dos espanhóis. Na realidade, Filipe II de Espanha apenas havia herdado o trono português depois dos disparates do nosso Rei D. Sebastião, que ele próprio Filipe tinha tentado dissuadir de fazer. Anos antes, houvera igualmente tentativas dos nossos reis virem a herdar o reino de Espanha por via idêntica.
O 1º de Dezembro foi uma revolta de algumas elites e não uma revolta popular. Por mim, tenho um grande, muito maior respeito pelo que se passou entre 1383 e 1385, vendo aí motivos de celebração muito maior.
Entendo, apesar de tudo, que alguma data deve haver para celebrar a independência de Portugal e, não havendo outra, relativa à acção do nosso primeiro Rei Afonso ou do nosso Rei João I, o 1º de Dezembro também poderá servir para o efeito.
É por isso que lamentei que esse feriado tivesse sido retirado pelo governo de Passos Coelho e fico satisfeito com a sua reposição.
Mas não posso deixar de me referir ao comentário de que essa retirada do feriado fosse para apoucar ou menosprezar a data. De facto, numa situação de desespero económico-financeiro como aquele por que passámos em 2011/2013, faz todo o sentido puxar o mais possível pela produção nacional e os feriados contribuem, obviamente, para a reduzir. Para aqueles que se referem a esta situação com algum sarcasmo lembrarei o célebre "dia de trabalho para a nação" de Vasco Gonçalves. Quando a situação é de penúria, fazem-se sacrifícios e quem não entende isto não pode cuidar do bem público.
Numa situação em que depois de os portugueses terem passado por sacrifícios, já não dependemos do estrangeiro para todas as nossas contas, passamos a poder fazer escolhas. é por isso que fico satisfeito por voltarmos a poder prescindir da produção de um dia de trabalho, gozando de um feriado que relembra os feitos heróicos dos nobres de 1640.
O que ouvi do primeiro ministro e do presidente da Republica neste 1º de Dezembro foi, a todos os títulos, lamentável por demonstrar falta de respeito pelos sacrifícios por que os portugueses passaram por causa da vinda da troika, chamada in extremis em 2011.
Esta data é das mais impressivas na minha memória. Quando tinha uns dez anos de idade e vivia em Oliveira do Hospital, nas faldas da Serra da Estrela, lá íamos todos marchar às nove da manhã para umas cerimónias que não recordo. O que recordo, sim, é que estava um frio de rachar e que a farda da "Mocidade Portuguesa" contemplava calções e uma camisa com as mangas dobradas pelo cotovelo. A minha Mãe, com o maior carinho, enchia tudo por baixo com a roupita mais quente que encontrava, de forma a que não se visse e amenizasse um pouco o frio.
Durante o Estado Novo o 1º de Dezembro foi sempre a data mais marcadamente celebrada e ensinada aos jovens, como a data da Restauração, por ser aquela em que corremos com os espanhóis e recuperámos a nossa independência. Essa celebração tinha um forte cunho patriótico e mesmo nacionalista, pela glorificação do povo português e menorização dos espanhóis. Na realidade, Filipe II de Espanha apenas havia herdado o trono português depois dos disparates do nosso Rei D. Sebastião, que ele próprio Filipe tinha tentado dissuadir de fazer. Anos antes, houvera igualmente tentativas dos nossos reis virem a herdar o reino de Espanha por via idêntica.
O 1º de Dezembro foi uma revolta de algumas elites e não uma revolta popular. Por mim, tenho um grande, muito maior respeito pelo que se passou entre 1383 e 1385, vendo aí motivos de celebração muito maior.
Entendo, apesar de tudo, que alguma data deve haver para celebrar a independência de Portugal e, não havendo outra, relativa à acção do nosso primeiro Rei Afonso ou do nosso Rei João I, o 1º de Dezembro também poderá servir para o efeito.
É por isso que lamentei que esse feriado tivesse sido retirado pelo governo de Passos Coelho e fico satisfeito com a sua reposição.
Mas não posso deixar de me referir ao comentário de que essa retirada do feriado fosse para apoucar ou menosprezar a data. De facto, numa situação de desespero económico-financeiro como aquele por que passámos em 2011/2013, faz todo o sentido puxar o mais possível pela produção nacional e os feriados contribuem, obviamente, para a reduzir. Para aqueles que se referem a esta situação com algum sarcasmo lembrarei o célebre "dia de trabalho para a nação" de Vasco Gonçalves. Quando a situação é de penúria, fazem-se sacrifícios e quem não entende isto não pode cuidar do bem público.
Numa situação em que depois de os portugueses terem passado por sacrifícios, já não dependemos do estrangeiro para todas as nossas contas, passamos a poder fazer escolhas. é por isso que fico satisfeito por voltarmos a poder prescindir da produção de um dia de trabalho, gozando de um feriado que relembra os feitos heróicos dos nobres de 1640.
O que ouvi do primeiro ministro e do presidente da Republica neste 1º de Dezembro foi, a todos os títulos, lamentável por demonstrar falta de respeito pelos sacrifícios por que os portugueses passaram por causa da vinda da troika, chamada in extremis em 2011.
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Governar é como conduzir um carro
O primeiro Ministro terá feito esta afirmação numa entrevista. Nunca foi tão sincero nem demonstrou tão claramente o que é a sua governação. Infelizmente.
De facto, conduz-se um carro por uma estrada existente e reage-se ao que vai surgindo: estrada desimpedida, anda-se mais depressa; estrada movimentada e com curvas, anda-se mais devagar. Não há melhor imagem para a total falta de estratégia e de definição de objectivos, para além de chegar ao fim vivo.
Se tivesse dito que era como governar um navio, aí a conversa seria outra. Porque aí parte-se de um porto para outro de chegada e tem que se planear tudo, para lá chegar, desde escolher a rota, verificar a meteorologia e um monte de outras coisas que não vale a pena referir aqui.
Mas para isso é preciso estabelecer uma estratégia e não apenas reagir ao que aparece a seguir a uma curva.
De facto, conduz-se um carro por uma estrada existente e reage-se ao que vai surgindo: estrada desimpedida, anda-se mais depressa; estrada movimentada e com curvas, anda-se mais devagar. Não há melhor imagem para a total falta de estratégia e de definição de objectivos, para além de chegar ao fim vivo.
Se tivesse dito que era como governar um navio, aí a conversa seria outra. Porque aí parte-se de um porto para outro de chegada e tem que se planear tudo, para lá chegar, desde escolher a rota, verificar a meteorologia e um monte de outras coisas que não vale a pena referir aqui.
Mas para isso é preciso estabelecer uma estratégia e não apenas reagir ao que aparece a seguir a uma curva.
Henrique Monteiro: para onde vai o dinheiro do povo?
Com a confirmação, hoje, do INE de que a Economia tinha crescido 0,8% no
terceiro trimestre podemos agora ter a certeza da decomposição desse
número. O grande motor foi a exportação e, ao contrário do que chegou a
afirmar, a exportação dos aviões militares F-16 para a Roménia tem um
impacto nulo. Ao mesmo tempo sabe-se que a procura interna cai 0,6
pontos percentuais em cadeia, mas parece que a poupança também está nos
mínimos. O mistério é, pois, onde está o dinheiro?
http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_chamem_me_o_que_quiserem/2016-11-30-Para-onde-vai-o-dinheiro-do-povo-
Ainda aí uma grande conversa sobre mudança de estratégia do governo do consumo interno para as exportações. A conversa é da treta. A estratégia do consumo interno falhou redondamente e o que fica são as exportações em que o governo anterior apostou com força e que neste momento têm a força da inércia. Isto é, não há mudança de estratégia e apenas viver com o que há.
http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_chamem_me_o_que_quiserem/2016-11-30-Para-onde-vai-o-dinheiro-do-povo-
Ainda aí uma grande conversa sobre mudança de estratégia do governo do consumo interno para as exportações. A conversa é da treta. A estratégia do consumo interno falhou redondamente e o que fica são as exportações em que o governo anterior apostou com força e que neste momento têm a força da inércia. Isto é, não há mudança de estratégia e apenas viver com o que há.
Sobre a consolidação orçamental
Sobre o esforço de consolidação orçamental e o tal défice mais baixo da história da Democracia (um record) vejam-se os números, em vez de ler as asneiras de Nicolaus Santos e cia.
https://oinsurgente.org/2016/11/30/o-menor-defice-de-sempre-em-democracia/
https://oinsurgente.org/2016/11/30/o-menor-defice-de-sempre-em-democracia/
Refeições nas escolas
Ora aqui está um assunto em que as associações de pais se deviam meter, em vez de andarem a fazer política ou tratar dos problemas das criancinhas dos dirigentes. A comida dada às crianças feita pelas empresas pode ter todo o controlo sob o ponto de vista nutricional, quando a coisa funciona bem. Mas os responsáveis deviam comê-la todos os dias ao lado dos alunos. Sempre gostava de ver se no fim do ano não arranjavam outra solução.
http://campeaoprovincias.pt/noticia/comida-impropria-na-escola-leva-pais-a-exigir-intervencao-da-autarquia
http://campeaoprovincias.pt/noticia/comida-impropria-na-escola-leva-pais-a-exigir-intervencao-da-autarquia
Diz Morais Sarmento
Morais Sarmento faz prova de vida dizendo umas patetices sobre possíveis candidatos ao cargo partidário de Passos Coelho. Há gente que gosta de fazer figuras destas, depois deve rir-se muito com a boutade e os portugueses confiam ainda menos um bocadinho nos políticos.
http://observador.pt/2016/11/30/lideranca-do-psd-tenham-atencao-a-marques-mendes-e-santana-lopes-diz-sarmento/
http://observador.pt/2016/11/30/lideranca-do-psd-tenham-atencao-a-marques-mendes-e-santana-lopes-diz-sarmento/
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Nuvens escuras no horizonte
Nos dias de hoje,
contudo, o populismo tem aberto o caminho para o ressurgimento de algo que se
julgaria afastado pelo racionalismo, pelo crescimento económico generalizado
durante décadas e, fundamentalmente, pelos trágicos resultados que teve na
História, em particular nas primeiras décadas do século XX, ainda não passaram
cem anos.
Há um nacionalismo
que se poderá considerar positivo, dado que permite aos povos conseguir atingir
objectivos através da sua união, o que não conseguiriam se as pessoas não sentissem
que algo as une. Um exemplo dos dias de hoje verifica-se no futebol, que
concita os maiores entusiasmos colectivos seja clubísticos, seja através das
selecções nacionais. E claro, não deve político que se preze que não se junte
às comemorações e não atribua prémios dentro das suas possibilidades
institucionais.
Mas há um outro
nacionalismo, extremamente negativo e perigoso, que pretende unir através da
consideração do outro como diferente e, acima de tudo, inferior. Foi este
nacionalismo a que alguns chamam étnico, que levou à tremenda tragédia da II
Grande Guerra.
A globalização e o
liberalismo económico pode ter muitos defeitos e há certamente muitos erros a
apontar a este processo que se desenvolveu nos últimos anos e que levou milhões
de pessoas a sair da miséria absoluta, por muito que isso custe a muitos
residentes do chamado mundo rico do ocidente e hemisfério norte que perderam um
pouco. A liberdade e a igualdade nunca na História da Humanidade avançaram
tanto como nestes tempos. Mas as nuvens de uma tempestade que poderá colocar em
causa este movimento já não aparecem apenas no horizonte, surgindo cada vez
mais ameaçadoras sobre nós.
A eleição
presidencial americana que deu a vitória constitucional a Donald Trump (que não
a maioria de votos dos americanos) foi o mais recente sinal de que uma espécie
de nacionalismo “mau” está a surgir com força. Mas não é o único e os exemplos
vêm um pouco de todo o mundo e cortando transversalmente a habitual dicotomia
esquerda/direita.
O resultado do
referendo de Junho passado no Reino Unido que deu início ao Brexit foi um claro
indicador disso mesmo. A campanha que levou àquele resultado apelou à
“independência” do Reino Unido face às regras comuns da União Europeia e ainda
à limitação de entrada de determinados imigrantes; Não é por acaso que o
partido do maior defensor do Brexit, Nigel Farage, se chama UKIP (partido da
independência do Reino Unido). Se as eleições francesas do próximo ano
entregarem a presidência a Marine Le Pen da Frente Nacional, tal significará a
vitória das posições contra a globalização e livre troca, para além das afirmações
anti-imigrantes. Significará ainda, com toda a certeza, o início do processo da
saída da França da União Europeia, ditando de imediato o fim desta. A União
Europeia conta já com dois países claramente nacionalistas, a Polónia e a
Hungria, podendo a Áustria seguir-lhes o caminho. Acredita-se que a Holanda
possa dar a vitória ao “partido da liberdade” anti-imigrantes de Geert Wilders.
Na Rússia, o
presidente Putin pretende voltar à Grande Rússia, não só através do poderio
económico, mas também puxando pelo nacionalismo contra vizinhos, como aconteceu
na anexação da Crimeia. Usando do discurso nacionalista, Putin avança ainda com
o poder militar, deslocando mísseis para o enclave de Kalininegrado e para as
proximidades da fronteira com a Polónia. Na China, pelo menos desde que Xi
Jinping atingiu a presidência em 2012 que o partido Comunista incute o espírito
nacionalista da grande China aos estudantes em todos os graus de ensino. As
afirmações nacionalistas do presidente da Coreia do Norte são também bem
conhecidas.
As nuvens que quase
cobrem o céu parecem indicar a formação de uma “tempestade perfeita”. Nós,
portugueses, somos apenas um pequena parte neste complexo jogo. De uma coisa
podemos ter a certeza: acabando a União Europeia, não há espaço atlântico nem
nada semelhante que nos valha. Não nos deixemos enganar por vendedores de feira
caseiros: estaremos sós, com uma fragilidade assustadora.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Afirmação cultural
É já um lugar-comum
afirmar-se que hoje a verdadeira competitividade não se faz entre países, nem
sequer entre regiões, mas entre cidades. E todos verificamos isso diariamente.
Há diversos aspectos pelos quais as cidades se podem diferenciar, mas há um que
é comum a todas essas cidades que sobressaem do geral: a sua afirmação
cultural.
É também habitual
dizer-se que Coimbra é uma cidade de cultura e, na verdade, ligados à Universidade
através de alunos ou de ex-alunos há numerosos organismos e instituições com
actividade cultural permanente, quer no teatro, quer dança ou na música. Nesta
última área, contudo, atrevo-me a dizer que impera algum conservadorismo que se
verifica na pouca novidade da oferta que, sistematicamente, apresenta os mesmos
tipos de música, quando não o mesmo repertório com poucas mudanças, anos a fio.
Impera a nostalgia que, não raro, puxa pela lágrima ao canto do olho, única
relação com uma juventude que da irreverência tem sobretudo a saudade. Não
quero ser mal interpretado com estas afirmações, dado que eu próprio tenho
gosto em apreciar essa música, que ainda bem que existe e é praticada, não se
devendo deixar cair as tradições, ainda por cima com qualidade e valor cultural
intrínseco.
A minha questão
prende-se com a necessidade da existência de diversidade de oferta e de
capacidade de inovação e abertura ao exterior.
Foi o caso dos
últimos Encontros Internacionais de Guitarra organizados pela Orquestra
Clássica do Centro, que já vão na sua X edição e que este ano deram particular
atenção à música da Guiné Bissau.
A relação de
Coimbra com a guitarra é antiga e, em particular através da guitarra de Coimbra
é muito importante e tem-se manifestado ao longo dos anos de diversas formas,
mas essencialmente como acompanhamento ao fado ou canção de Coimbra, como se
lhe queira chamar, além dos temas instrumentais tocados com a companhia da
guitarra clássica.
Mas esta utilização
tradicional, sendo de extraordinário valor, pode tornar-se redutora, pelo que
são de saudar as iniciativas culturais que rompem a redoma criada à volta da
guitarra como ela é hoje e como é tocada em Coimbra.
Da Guiné-Bissau
veio José Braima Galissá com a sua KORA, instrumento tradicional africano de 22
cordas, com uma sonoridade extraordinária, que carrega toda uma cultura e
tradição de um país irmão. Para além de temas originários da sua terra, José
Galissá teve oportunidade de tocar igualmente com Ricardo Silva em guitarra de
Coimbra e também de Lisboa.
Sonoridades
diferentes e maravilhosas as que foram dadas a ouvir a quem se deslocou ao
pavilhão Centro de Portugal para os espectáculos destes X Encontros. A guitarra
de Coimbra, magnificamente tocada por Ricardo Silva, transformou-se num instrumento
perfeitamente integrado na orquestra, mostrando possibilidades muito para além
da sua utilização mais corrente. Tal como se mostrou capaz de se integrar
brilhantemente na interpretação de músicas africanas tradicionais, em conjunto
com a kora e também com guitarra tocada pelo interprete guineense Manecas Costa,
em formações inéditas com novas sonoridades por vezes encantatórias.
Para além da kora,
nestes X Encontros houve igualmente lugar à apresentação de temas com a viola
toeira e fez-se a redescoberta de um notável e quase esquecido cultor da música
de Coimbra, Nuno Guimarães.
Sempre com a
guitarra como elo de ligação, houve instrumentos antigos que foram chamados
para a actualidade, houve instrumentos vindos de muito longe, houve música
erudita, houve música africana, houve redescoberta de um músico e houve também
música tradicional de Coimbra tocada e cantada por estudantes actuais e
antigos.
Sem deixar de
respeitar a tradição, houve renovação e houve abertura ao exterior, pelo que a
Orquestra Clássica do Centro está mais uma vez de parabéns. É nisto que
consiste a afirmação cultural de uma cidade que, consciente do valor das suas
tradições, se abre ao mundo e ao futuro, certa de que não pode viver num
passado por mais brilhante que seja, e que se vive hoje num mundo aberto e em
que todas as culturas devem ter lugar respeitando-se pelo melhor conhecimento
mútuo.
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