De um comentário no blogue Quarta República:
No ano 2000, a dívida pública portuguesa somava 61 mil milhões de euros, o que correspondia a 48 por cento do PIB.
Era um valor bem abaixo do limite de 60 por cento estabelecido pelo tratado que criou a moeda única.
O problema é que em 2005 a dívida pública portuguesa atingiu os 96 mil milhões de euros, correspondentes a 62 por cento do PIB.
Tinha-se ultrapassado neste ano o limite dos 60 por cento estabelecido em tratado e isto obrigava Portugal a travar o endividamento.
Mas em vez de travar, Portugal fez exatamente o contrário: o endividamento disparou.
Como consequência, em 2011, quando a troika chegou a Portugal, a dívida publica já estava nos 185 mil milhões de euros, correspondentes a 108 por cento do PIB, quando o limite era 60 por cento.
Foi aqui que nasceu a crise da dívida em que estamos agora mergulhados.
Para agravar as coisas, o Eurostat descobriu que vários países, incluindo Portugal, estavam a esconder a dívida em empresas públicas, dívida que não era incluídas nas contas nacionais.
Ou seja, o país continuava a endividar-se mas escondíamos a dívida.
Bruxelas deu ordem para alargar o perímetro orçamental também às empresas públicas, o que fez ainda disparar mais os números da dívida.
De tal modo que no mês passado a dívida pública portuguesa atingiu os 233 mil milhões de euros, um valor que deverá rondar os 130 por cento do PIB, o que é mais do dobro dos 60 por cento a que Portugal se comprometeu por tratado.
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