Após o afastamento de Correia de Campos tende a esbater-se a avalanche de notícias muitas vezes rocambolescas sobre os fechos de urgências.
Permanece, no entanto, um problema grave para além do sentimento de orfandade das populações do interior e da falta de coordenação entre INEM e bombeiros.
Nas urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra, que não são as de Faro e foram ampliadas para o Euro 2004 estavam, numa destas noites às 4 da manhã, 44 doentes em macas (a lotação prevista é de 17). Quando a uma situação destas se adiciona a circunstância (possível e pelos vistos frequente) de o chefe da equipa da urgência ter de apoiar ainda o seu serviço uns andares acima, a situação não andará longe do famoso caos.
Acresce que as unidades de saúde cujas urgências encerraram deixaram igualmente de internar esses doentes que vão para os hospitais centrais como os HUC que, com a sua lotação própria, dispensavam bem esta sobrecarga. Mais uma vez saliento que o SNS não cai fragosamente devido ao profissionalismo de médicos e enfermeiros que, como é habitual entre os portugueses, entendem colmatar com o seu empenho pessoal as falhas organizativas do sistema.
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